Curso de Direito Civil Contratos 3ª Série UNIARA. Períodos Diurno e Noturno: Prof. Marco Aurélio Bortolin

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1 Curso de Direito Civil Contratos 3ª Série UNIARA. Períodos Diurno e Noturno: Prof. Marco Aurélio Bortolin Aulas 33 e 34 Ementa Contrato de doação (1ª parte): conceito e natureza jurídica; classificação; aceitação e espécies (análise dos artigos 538 a 564, do Código Civil). I. Contrato de Doação. 1. Conceito e breve panorama doutrinário. O contrato de doação é um negócio jurídico de fácil intuição, pois de sua remansosa conceituação legal e doutrinária podemos facilmente considerar tratar-se de contrato no qual um dos contratantes, denominado doador, transfere de seu patrimônio, bem ou bens, ou ainda vantagens, e destina essa transferência para o patrimônio de outrem, chamado de donatário, sem estar movido pela perspectiva de uma contraprestação de expressão patrimonial, tal como ocorreria com o correlato recebimento de um bem ou vantagem (como na troca), ou de dinheiro (como na compra e venda), e o faz em vida, para que não possamos confundir essa disposição patrimonial inter vivos, com eventual deixa testamentária, que visa ser eficaz para após o falecimento do testador, e que conta com regime próprio no Direito das Sucessões. Para Sílvio de Salvo Venosa, citando Lasarte, a doação é a transmissão voluntária de uma coisa ou de um conjunto delas que faz uma pessoa, doador, em favor de outra, donatário, sem receber nada como contraprestação ( Direito Civil: contratos em espécie 7ª ed, 2 reimp São Paulo: Editora Atlas, 2.007, p. 95). Stolze Gagliano e Pamplona Filho apontam a doação como um negócio jurídico firmado entre dois sujeitos (doador e donatário), por força do qual o primeiro transfere bens, móveis ou imóveis para o patrimônio do segundo, animado pelo simples propósito de beneficência ou liberalidade ( Novo Curso de Direito Civil V 4, T. II, São Paulo: Saraiva, 2008, p. 95). Também não se trata de ato unilateral, muito embora já tenha sido assim considerado por outros sistemas jurídicos como o romano antigo, o atual italiano, o espanhol e o francês, posto que nesses a doação surge entendida como uma forma particular de aquisição da propriedade regulada juntamente com os legados, como bem destaca Venosa ( Direito Civil: contratos em espécie 7ª ed, 2 reimp São Paulo: Editora Atlas, 2.007, p. 96). Perfilhando sentido e enfoque diversos, o Código Civil brasileiro conceitua a doação como um contrato e não como um ato unilateral do doador, alinhando o nosso Direito aos sistemas jurídicos alemão e suíço, como é ressaltado por Carlos Roberto Gonçalves (Direito Civil Brasileiro, vol. III: Contratos e Atos Unilaterais - 5ª ed. rev. e. atual. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 254), 1

2 e ainda, como se extrai da exata dicção da norma civil brasileira, que tal como a germânica, também reconhece natureza jurídica de contrato à doação consoante previsão legal do artigo 538, do Código Civil. 1 Assim entendida como um contrato, a doação traduz um encontro de vontades, no mínimo, presumido, entre doador e donatário, e não um ato jurídico unilateral, o que determina seu tratamento jurídico com diversas características próprias do universo contratual. 2. Elementos essenciais da doação. Assim como fixamos o conceito da compra e venda partindo de seus elementos essenciais (consentimentos, coisa e preço), ou da troca (consentimentos e coisas), a doação nos permite fixar seu conceito através da identificação de elementos constitutivos que traduzem sua essência, e sem os quais o ato jamais chega a se caracterizar como uma autêntica doação, ainda que possa ser assim chamado no instrumento por eventual tentativa de fraude ou por equívoco dos celebrantes. Sob tal prisma, comumente são apontados como elementos caracterizadores da doação o animus donandi (elemento subjetivo), que se extrai da identificação no doador da autêntica vontade de doar, da verdadeira intenção de gratificar a outra parte em específico, ou em outras palavras, o desejo de presentear sem contraprestação correspondente o patrimônio de outrem individualizado com um bem ou vantagem que integrava o patrimônio do doador; também se destaca como essencial a concreta transferência patrimonial do doador ao donatário, (elemento objetivo), que corresponde a uma efetiva diminuição patrimonial causada no patrimônio do doador e correlata e efetiva ampliação patrimonial em favor do donatário, por mera liberalidade, gratuitamente. No Código Civil de 1916, atualmente revogado, ainda se extraía a aceitação do donatário como um elemento essencial da doação (artigo 1.165), mas atualmente se considera que a aceitação, embora prossiga como um fator importante para a eficácia da doação, não sempre se mostra exigível, como, aliás, veremos no desenvolvimento desse contrato em nossas aulas, daí porque o atual Código Civil, em seu artigo 538, conservou a redação da lei revogada para a doação, suprimindo apenas do conceito legal esse elemento identificado como aceitação muito embora ainda se trate de um pressuposto de eficácia quase sempre presente. Não absoluto, mas quase sempre presente. 1 Art. 538, Código Civil. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. 2

3 3. Classificação. O contrato de doação é um contrato unilateral (parte da doutrina o considera bilateral imperfeito na hipótese de doação onerosa), gratuito, de adesão, consensual, solene ou não solene, nominado, típico, impessoal, causal, individual, com função econômica de troca, instantâneo ou de duração, com execução imediata ou diferida, principal e definitivo. O contrato de doação é um contrato primordialmente unilateral (primordialmente na doação pura ou simples, ou seja, aquela desprovida de encargo), já que sua carga obrigacional é naturalmente assumida somente por um dos contratantes, no caso, o doador. Para a doação que encerra um elemento de eficácia como o encargo (ou modo), parte da Doutrina reputa ser essa espécie de doação um contrato bilateral, mas imperfeito, pois o não cumprimento do encargo pode ensejar a revogação da doação, e o encargo é profundamente distinto da contraprestação, ainda que com este se pareça exteriormente. O contrato de doação é igualmente gratuito (ou benéfico), já que a doação traduz um sacrifício patrimonial somente ao doador e um benefício patrimonial somente ao donatário, assim considerado mesmo nas doações modais ou com encargo, porque nestas a obrigação imposta ao donatário jamais assume o caráter de contraprestação autêntica, capaz de preencher o sacrifício patrimonial do doador, servindo apenas como uma validação do próprio benefício auferido pelo donatário, já que este, ao realizar o encargo, acaba por consolidar o recebimento do bem doado para si, e não para pagar ou satisfazer o patrimônio do doador. O contrato de doação é um contrato formado normalmente de maneira adesiva, já que compete ao donatário apenas aceitar ou não a doação que se apresenta unilateralmente formalizada pelo doador, sem a carga negocial típica dos contratos bilaterais. Esse contrato é ainda consensual, pois a lei civil o considera perfeito e acabado com a emissão do consentimento em torno do bem ou vantagem alvo da doação e correspondente aceitação nos casos em que a exige (ou mesmo sem aceitação expressa nos casos em que admite a lei suas formas tácita e ficta), não exigindo para a sua formação a efetiva entrega do bem, remanescendo ainda para se operar a efetiva aquisição sobre a propriedade do bem doado o registro imobiliário no caso de imóveis e a tradição no caso de móveis. Nesse mesmo sentido leciona o grande civilista Orlando Gomes: [...] Se a doação é um contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita, poder-se-ia colher a falsa impressão de que, pelo contrato, se transfere a propriedade dos bens doados, mas na realidade não produz esse efeito. A propriedade do bem doado somente se transmite pela tradição, se móvel, ou pela transcrição, se imóvel. O contrato é apenas o título, a causa da transferência, não bastando, por isso só, operá-la. Nesse sentido é que se diz ser a doação contrato translativo do domínio. São obrigacionais os efeitos que produz. O doador obriga-se a transferir do seu patrimônio bens 3

4 para o donatário, mas este não adquire a propriedade senão com a tradição, ou transcrição. Entre nós, o domínio não se adquire solo consensu, regra válida tanto para compra e venda e a permuta como para doação (GOMES, Orlando. Contratos. 9ª ed. Rio de Janeiro: forense, 1983). Por outro lado, o contrato de doação pode ser formal ou solene, devendo ser celebrado por escrito particular ou mesmo escritura pública, sobretudo, nessa segunda hipótese, envolvendo bem imóvel que apresente valor superior a trinta salários mínimos. Excepcionalmente, se admite na lei civil ser a doação um contrato não solene ou de forma livre, comportando até mesmo a via verbal, para bens móveis de pequeno valor, se a tradição se seguir de forma imediata à sua celebração, tal como preconiza o artigo 541, do Código Civil 2. Por pequeno valor, aliás, os alunos e alunas devem considerar como correto não a atribuição de um teto específico de valor rígido, tal como o salário mínimo ou outro referencial estanque, mas sim, um referencial peculiar para cada caso, confrontando o valor do bem doado com o patrimônio socioeconômico do doador, sendo necessário observar que mesmo o citado artigo 541, do Código Civil não fixa um critério rígido. O contrato de doação como sabemos, é um contrato nominado, pois ostenta um nome jurídico estabelecido, e é tradicionalmente típico com uma disciplina legal específica na lei civil brasileira, ou seja, um tratamento legal específico minuciosamente dado através dos artigos 538 a 564, do Código Civil. As demais classificações seguem uma aplicação quase automática por explicação lógica de cada variante. assim, possível identificar que o contrato de doação é de fato uma contratação impessoal, pois não depende da estrita pessoa do doador para se aperfeiçoar. Não podemos igualmente nos esquecer que o contrato de doação é um contrato individual porque os contratos normalmente são firmados por contratantes considerados individualmente e não coletivamente. Em regra, o contrato de doação se estabelece para a produção de seus efeitos de uma única vez, motivo pelo qual esse contrato é normalmente instantâneo na maior parte dos casos, podendo conter previsão de execução imediata, ou seja, os efeitos são produzidos de uma única vez e tão logo celebrada a doação, ou adotar execução diferida, em que os efeitos são produzidos de uma única vez, mas postergados para data futura, hipótese de doação a termo, mas comporta e excepcionalmente se estabelece como uma contrato de duração (tal como na doação sob a forma de subvenção periódica). Por fim, o contrato de doação é ainda principal, não se prestando a vincular as partes a uma contratação futura, e, definitivo, pois as doações não 2 Art. 541, Código Civil. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. 4

5 têm a finalidade de preparar a celebração de outros contratos, ostentando, em regra, vida e intenção contratual próprias. 4. Aceitação da doação. A doação é vista em nosso sistema jurídico como um contrato, justamente porque se trata de negócio jurídico que demanda certa bilateralidade em sua formação, muito embora seja unilateral em seus efeitos, sobretudo nas doações puras. Essa bilateralidade na formação do negócio se evidencia, normalmente, com a aceitação do donatário. Sentimos que a contratualidade da doação repousa exatamente na exigida aceitação do benefício pelo donatário, posto que sem a devida aceitação, o contrato de doação fica apenas proposto, mas não formado, e assim não se torna eficaz, por exemplo, ante a expressa recusa da liberalidade pelo beneficiário. No entanto, em se tratando de um contrato gratuito em seus efeitos obrigacionais, a propalada aceitação do donatário é admitida sob algumas formas e situações distintas, a saber: a) expressa: é a anuência externada pelo donatário por palavra, escrito ou gesto. Normalmente, a aceitação expressa se resume à postura do donatário de subscrever o instrumento de doação no qual se faz constar que o donatário aceita a liberalidade, mas nada impede que a aceitação se dê posteriormente por documento de ratificação; b) tácita: é extraída do comportamento do donatário, ou seja, em situação fática na qual o beneficiário, ainda que não tenha positivado a aceitação expressamente, passa a atuar, a agir, em total compatibilidade com o recebimento da liberalidade, indicando com sua postura que a aceitou; c) presumida (admitida apenas em doações puras, ou seja, sem encargo): verificada na específica hipótese em que a lei reconhece para o silêncio do donatário um próprio efeito aquisitivo, ou seja, ocorre se o doador fixa prazo de aceitação da doação pura ao donatário, ressalvando que o silêncio do donatário será considerado como aceitação, tal como previsto pelo artigo 539, do Código Civil; 3 d) ficta (admitida apenas em doações puras, ou seja, sem encargo): é uma modalidade de aceitação presumida pela lei, admitida também somente para as doações puras feitas em favor de donatários que não podem validamente expressar qualquer aceitação, como nos casos de donatários nascituros ou donatários absolutamente incapazes, sendo que nessas hipóteses, em sendo a doação pura, ou seja, não sujeita a um encargo e que representa sempre um acréscimo patrimonial, há a possibilidade de 3 Art. 539, Código Civil. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. 5

6 aceitação remetida ao representante legal do nascituro e propriamente uma dispensa de aceitação no caso do incapaz absoluto (entendida a aceitação como pressuposto de validade do contrato de doação que passa a ser legalmente dispensado nessas situações), conforme estabelecem, respectivamente, os artigos 542 e 543, ambos do Código Civil. 4 Apenas vale ressaltar que a doação ao nascituro fica subordinada ao nascimento com vida do donatário, sob pena de, em não nascendo com vida o nascituro nem mesmo por breve instante, não se tornar perfeita e acabada a doação. 5. Espécies de doação. Doutrinariamente, a doação é um contrato apontado como possível de assumir vários perfis e finalidades. Basicamente, tais aplicações são tratadas pela lei civil, com suas respectivas nuances, e cujos principais aspectos podemos assim destacar: a) doação pura (também denominada de doação típica): de estrita liberalidade, sem qualquer subordinação da doação a um elemento acidental da eficácia do negócio jurídico, ou seja, sem qualquer subordinação a qualquer condição, termo, ou modo (encargo), e por ser uma liberalidade gratuita, tal como já vimos conceituado no art. 538, do Código Civil, que somente gera acréscimos ao patrimônio do donatário sem uma saída patrimonial parcial ou totalmente correspondente, o doador não se responsabiliza por juros moratórios, evicção ou vícios redibitórios do bem doado ao donatário, conforme estabelece a primeira parte do artigo 552, do Código Civil; 5 b) doação onerosa (também denominada de doação modal ou doação com encargo): modalidade de doação que subordina os efeitos do negócio jurídico a um modo ou encargo imposto ao donatário. Em outras palavras, a doação onerosa impõe um ônus ou dever ao donatário, uma incumbência, que pode ser estabelecida livremente pelo doador, seja em seu próprio favor, seja em favor de terceiro, ou ainda, em favor da coletividade. Vale ressaltar que a tão utilizada doação com reserva de usufruto não é um exemplo de doação onerosa, sendo, na verdade, doação pura cujo objeto é a nua propriedade. O encargo deve ser ainda lícito e possível, sob pena de se considerar a doação igualmente pura. Voltando ao conceito de doação com encargo, temos que enquanto não satisfeito o encargo ou modo, o 4 Art. 542, Código Civil. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Art. 543, Código Civil. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. 5 Art. 552 (primeira parte), Código Civil. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. [...]. 6

7 donatário não tem como perfeito e acabado o contrato de doação, e pode ter o contrato revogado pelo doador (nas hipóteses em que figura o doador como beneficiário do encargo), ou executado especificamente pelo seu descumprimento quanto ao encargo por parte do terceiro beneficiário (também nessa hipótese poderá a doação ser revogada por parte do doador em razão do não cumprimento do encargo em favor do terceiro), ou, por fim, o donatário poderá ser executado pelo Ministério Público (em substituição processual), nas hipóteses em que beneficiário é a coletividade e o doador já é falecido (também nessa hipótese poderá a doação ser revogada por parte do doador, se ainda pessoa viva, em razão do não cumprimento do encargo em favor da coletividade), tal como estabelece o artigo 553, do Código Civil. 6 Em caso de o encargo representar a constituição de uma entidade futura, como, por exemplo, uma associação civil ou uma fundação sem fins lucrativos, ou mesmo uma pessoa jurídica de natureza empresarial ainda não constituída, essa doação poderá sofrer decadência e não gerar efeitos válidos para o donatário inadimplente quanto a esse encargo, como estabelece expressamente o artigo 554, do Código Civil. 7 c) doação condicional: tal como a compra e venda, a doação é negócio jurídico que também pode ter seus efeitos submetidos à ocorrência de um evento futuro e incerto, de tal forma que os efeitos da doação somente se concretizam se houver a verificação de fato futuro e incerto depois da celebração do contrato de doação (no caso, se suspensiva a condição), ou, ao contrário, ter os seus efeitos extintos, com o bem doado voltando ao patrimônio do doador diante da ocorrência do fato futuro e incerto (se resolutiva a condição). Há espécies de doações condicionais que ganharam tratamento próprio na lei civil, conforme passaremos a destacar: c.1) doação em contemplação de casamento futuro ou em contemplação de nascimento de filho futuro (artigo 546, Código Civil) 8 : por didática, opta o professor por destacar que essa modalidade de doação não é diversa do que os alunos devem imaginar para uma típica hipótese de 6 Art. 553, Código Civil. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. 7 Art. 554, Código Civil. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente. 8 Art. 546, Código Civil. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. 7

8 doação sob condição suspensiva. Típica, sob outro sentido, pois a lei civil decidiu regular uma das modalidades de doação condicional de forma específica, em face do seu mister de proteger o casamento e a expectativa de formação familiar, ainda que pareça a regra um tanto desconectada dos costumes atuais. De qualquer forma, a regra em questão indica que se um noivo ou noiva firmar doação ao outro, sob condição suspensiva fixada pelo casamento futuro, ou mesmo o nascimento de filho do casal, assim como se um terceiro não nubente (o pai da noiva, por exemplo) vier a fazê-lo em favor de um ou de ambos os futuros cônjuges, também em contemplação de casamento futuro ou de até de nascimento de neto(a) futuro, a não realização do casamento ou o nascimento de filhos (notadamente, fatos futuros e incertos na data da doação), não se implementará por força da condição suspensiva a transmissão patrimonial, ainda que o contrato esteja formalmente constituído. Importante destacar que nas doações puras, o doador não fica responsável por juros moratórios, vícios redibitórios ou evicção em razão da gratuidade do negócio jurídico, mas, em sentido contrário, na hipótese da doação em contemplação de casamento futuro, há específica ressalva da lei civil que, para o silêncio do contrato, o doador ficará sujeito a responsabilizar-se pela evicção e vício redibitório, pela óbvia razão de que a doação não poderia servir de estímulo a um casamento futuro, para depois não vingar efeitos benéficos ao donatário, não importando, contudo, em nulidade ou anulabilidade do próprio casamento, já que esta doação condicional (que aliás, segue pura) não pode ser confundida com uma doação onerosa, dada a natureza jurídica do casamento, tal como prevê a segunda parte do artigo 552, do Código Civil. 9 c.2) doação com cláusula de reversão (artigo 547, Código Civil) 10 : a doação também pode estar alicerçada em condição resolutiva, e esse evento futuro e incerto poderá se constituir na morte do donatário antes do falecimento do doador, hipótese em que os bens não passariam ao espólio do donatário falecido e transferido por sucessão aos seus herdeiros, mas sim, retornariam ao patrimônio do doador, pelo advento da condição resolutiva, proibindo a lei civil, apenas, que essa reversão beneficiasse o patrimônio de terceiro. Portanto, na ausência de condição resolutiva (a chamada cláusula de reversão), caso o donatário venha a falecer antes do doador, não se questiona qualquer alteração no regime 9 Art. 552 (segunda parte), Código Civil. [...] Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário. 10 Art. 547, Código Civil. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 8

9 de domínio, ficando a doação antes ocorrida perfeita e acabada, sem possibilidade alguma de reversão, passando o bem doado, em definitivo, ao patrimônio do donatário, inclusive, integrando o seu espólio, posteriormente, por ocasião de seu falecimento. d) doação a termo: nesta modalidade de doação, os efeitos do negócio jurídico ficam subordinados a uma data ou evento futuro e certo, podendo ser um termo eficacial inicial, ou seja, com suspensão dos efeitos até futura data certa, quando então terá sua eficácia totalmente implementada, ou, ainda, um termo final da doação, hipótese em que o domínio do bem doado passaria a terceiro, por exemplo, constituindo-se numa transmissão patrimonial resolúvel, capaz de ser extinta com a chegada da data ou evento estabelecido (menos a morte do donatário); contudo, salienta-se que nessa hipótese tal doação necessitaria estar protegida, gravada, com cláusula de inalienabilidade ou vir expressamente ressalvada em sua eficácia para a hipótese de ainda figurar no patrimônio do donatário ao tempo certo. Invocando a lição de Tartuce para essas modalidades de doação subordinadas a elementos eficaciais (termo, condição e encargo) como contraponto à doação pura (simples), citamos: [...] De início, a doação pura ou simples é aquela feita por mera liberalidade ao donatário, sem lhe impor qualquer contraprestação, encargo ou condição. Ademais, a doação condicional é aquela em que a eficácia do contrato está subordinada à ocorrência de um evento futuro e incerto, caso da doação a nascituro (art. 542 do CC), daquela realizada em contemplação de casamento futuro (propter nuptias art. 546 do CC) e da doação com cláusula de reversão (art. 547 do CC) [...] A doação a termo, por sua via, é aquela cuja eficácia do ato está subordinada à ocorrência de um evento futuro e certo. A título de exemplo, é possível se estipular que um bem permaneça com um donatário por um determinado lapso temporal, oportunidade em que será transmitido a outro. Anote-se que esse evento futuro e certo não pode ser a morte, sendo vedada a doação sucessiva. Como é cediço, para tanto existe o instituto do fideicomisso, forma de substituição testamentária (arts a do CC). O fundamento da vedação é o art. 426 do CC/2002, segundo o qual não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (nulidade do pacto sucessório ou pacta corvina). Havendo a doação sucessiva, esta será nula por nulidade virtual, pois a lei proíbe o ato, sem, contudo, cominar sanção (art. 166, VII, do CC). Por fim, a doação modal ou com encargo é aquela gravada com um ônus, havendo liberalidade somente no valor que exceder o ônus (art. 540 do CC). Não sendo atendido o encargo cabe a revogação da doação, como forma de resilição unilateral. A título de exemplo, alguém doa um terreno a outrem para que o donatário construa em parte dele um asilo. Apesar de alguns doutrinadores entenderem que a doação modal é um contrato bilateral, opinamos no sentido de que o contrato é unilateral imperfeito. Isso porque o encargo não constitui uma contraprestação, um dever jurídico a fazer com que o contrato seja sinalagmático. Constitui sim um ônus, que não atendido traz consequências ao donatário. [...] Didaticamente, a doação modal não se confunde com a doação condicional, pois esta última é identificada pela conjunção se, havendo suspensão da aquisição e do exercício do direito enquanto não ocorrer o implemento do evento futuro e incerto. Por outra via, a doação modal é identificada pelas locuções conjuntivas para que ou com o fim de, não havendo suspensão da aquisição nem do exercício do direito, pois o donatário já recebe a coisa doada (TARTUCE, Flávio. Direito Civil - 9

10 Vol. 3 - Teoria Geral dos Contratos em Espécie, 11ª edição. Forense, 12/2015. VitalBook file, p ). e) doação por merecimento do donatário e doação remuneratória (artigo 540, Código Civil) 11 : na primeira modalidade, ou seja, na doação intitulada de meritória, o doador destina bem ou bens de seu patrimônio a outrem, enunciando que assim atua em razão dos méritos sociais, profissionais, ou pessoais do donatário, indicando no ato de doação as qualidades do donatário que determinaram a destinação patrimonial gratuita. A segunda, intitulada de remuneratória, visa recompensar o donatário por serviços prestados pelo mesmo, cujo pagamento não se mostra exigível, seja por prescrição da ação de cobrança, seja pela própria origem dos serviços prestados que não exigem pagamento particular, por exemplo, na hipótese de cirurgia bem sucedida realizada por médico remunerado pela rede pública de saúde, que não tem honorários médicos particularmente contratados com o paciente, e este, anos depois, com vida financeira modificada, faz doação ao médico em agradecimento e em remuneração ao trabalho outrora desenvolvido. Também pode a doação remuneratória se aplicar a um montante excedente ao que seria possível de ser cobrado, hipótese em que em relação a esse valor acima do devido, o negócio não perderá seu caráter de doação. Importante observar, sem dúvida, que a doação remuneratória é tida como uma doação onerosa, causal, e por essa razão, gera responsabilização do doador por vícios redibitórios, o que não se aplica para a doação pura ou simples, conforme temos na previsão do já por nós estudado artigo 441, único, do Código Civil. Outrossim, por ser causal, a doação remuneratória não comporta revogação por ingratidão, tal como assinalamos com aquela condicional de casamento futuro, de acordo com a regra do artigo 564, I e IV, do Código Civil 12. f) doação sob a forma de subvenção periódica (artigo 545, Código Civil) 13 : trata-se de espécie de doação de interessantíssima aplicação prática, já que voltada sempre e em qualquer caso para a específica pessoa do donatário, não se transferindo em nenhuma hipótese aos seus sucessores, e sobre a qual incidem outras duas características possíveis de serem aplicadas de acordo com o 11 Art. 540, Código Civil. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. 12 Art. 564, Código Civil. Não se revogam por ingratidão: I - as doações puramente remuneratórias; II - as oneradas com encargo já cumprido; III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; IV - as feitas para determinado casamento. 13 Art. 545, Código Civil. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. 10

11 particular interesse do doador, quais sejam, a primeira, por consistir essa modalidade de doação não na entrega de um bem, mas sim, na prestação de recursos pecuniários mensais ou anuais ao donatário como uma espécie de pensão regular que não seria exigível por lei, através da qual o doador provê as necessidades do donatário com a remessa de recursos regulares no bojo de uma periodicidade estabelecida no ato de doação, e a segunda, que salvo estipulação em contrário, esse dever do doador se encerra com sua morte, não se transferindo aos seus herdeiros, mesmo ainda vivo o donatário. Caso o doador estabeleça a continuidade dessa subvenção para continuar tendo eficácia após sua morte, o dever dos herdeiros não poderá ultrapassar os limites da herança, e como já salientado, em hipótese alguma se transferirá aos herdeiros do donatário propriamente. g) doação conjuntiva (artigo 551, Código Civil) 14 : a doação conjuntiva é a doação que beneficia mais de uma pessoa, podendo o doador especificar os quinhões recebidos por cada donatário, quinhões esses iguais ou desiguais, ou então silenciar a respeito, hipótese em que se considerará que os quinhões são sempre iguais entre os donatários. Aliás, se os donatários nessa hipótese forem cônjuges, independentemente do regime de bens do casamento, receberão o bem ou bens doados mediante quinhões iguais, mas falecendo um deles, a doação passará ao patrimônio exclusivo do outro, o que significa drástica alteração do regime sucessório que normalmente seria aplicável em favor do espólio. III. Julgados relacionados aos temas da aula (Fonte: DOAÇÃO - Cláusula de separação homologada judicialmente - Hipótese em que, caracterizando-se a doação como um contrato, requer, para aperfeiçoar-se, não só a oferta dos doadores, mas também a aceitação dos donatários - Cláusula que configura mera promessa de doação, pura e simples, sem encargo, portanto, retratável - Retratação que se mostra admissível, desde que não consumada a doação pela aceitação do donatário - Promessa que não tem o condão de transformar-se em obrigação, constituindo-se como mera liberalidade - Atribuição de efeitos ao simples compromisso de doação feito aos filhos de que não se cogita, mesmo homologado o acordo pelo Juiz - Recurso provido (TJSP - Agravo de Instrumento Relator(a): Des. Luiz Antonio de Godoy - Comarca: Taubaté - Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Privado - Data do julgamento: 17/06/2008). Reintegração de posse Comodato verbal - Imóvel a ser partilhado em processo de inventário Alegação de esbulho ante a extinção de comodato verbal firmado entre as partes. A promessa de doação feita por herdeiro necessário (ex marido) à ré, de doação de metade da fração ideal que lhe toca sobre o imóvel, homologada por sentença judicial de 14 Art. 551, Código Civil. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. 11

12 separação consensual transitada em julgado, tem força vinculatória e é irretratável, uma vez que instituída como pressuposto indispensável para a dissolução da sociedade conjugal. Validade e eficácia da doação, pois em função do princípio da saisine (art do CC), naquele momento o doador já detinha a posse indireta e propriedade do imóvel, o que autoriza a transmissão a título gratuito da sua quota hereditária por ato inter vivos, mesmo que pendente de homologação a partilha no inventário A sentença homologatória de separação judicial, na qual foi inserida a cláusula de promessa de doação, tem eficácia equivalente à de escritura pública, dispensando-se a exigência formal imposta pelo art 541 do CC. Qualidade de compossuidora da apelada cuja posse não pode ser embaraçada por outra compossuidora (art do CC), descaracterizando a existência de esbulho. Sentença mantida. RECURSO NEGADO (TJSP - Apelação Relator(a): Francisco Giaquinto - Bragança Paulista - 20ª Câmara de Direito Privado - Data do julgamento: 16/02/2009). Agravo de Instrumento. Pais de filha menor pactuaram por ocasião da separação judicial doação do imóvel para a prole. Homologação da sentença formou coisa julgada material. Cumprimento deve ser absoluto. Eventual ampliação da prole por parte da agravante não é óbice para que a obrigação se efetive em satisfação do título judicial. Agravo desprovido (TJSP - Agravo de Instrumento Relator(a): Natan Zelinschi de Arruda - Comarca: Itu - 7ª Câmara de Direito Privado - Data do julgamento: 29/04/2009). AÇÃO MONITORIA - DOAÇÃO FEITA COM ENCARGO - DESCUMPRIMENTO DO ÔNUS PELA DONATÁRIA - OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR O NUMERÁRIO - DECISÃO MANTIDA (TJSP - Apelação Com Revisão Relator(a): Des. Antonio Marcelo Cunzolo Rimola. Comarca: São Paulo - Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Privado B - Data do julgamento: 27/06/2008). APELAÇÕES - Indenização - Doação de imóvel vinculada à contraprestação de ser facultada ao proprietário a possibilidade de construir seis vezes a área do terreno, a qualquer tempo - Entretanto, houve o indeferimento do alvará de construção com base em legislação superveniente impeditiva - Assim, em razão do apossamento da área pela Municipalidade sem o cumprimento da cláusula estipulada na escritura de doação, inarredável o direito à indenização pelo valor do imóvel - Indenização que deve corresponder ao valor do terreno doado com eventuais benfeitorias preexistentes, mais juros compensatórios e moratórios - No que se refere à alegação de depreciação do terreno remanescente, sob a assertiva da redução do coeficiente de aproveitamento da área construtiva, não pode ser aceita, pois essa alteração do coeficiente decorreu de legislação municipal e no interesse público e, naturalmente, abrangeu todos os imóveis da área, não se podendo asseverar que há prejuízo a ser composto - Há que se ponderar também que, com as obras realizadas e melhoramentos implantados na localidade, é notório que os imóveis existentes sofreram expressiva valorização, o que também beneficiou os autores - Relativamente aos juros compensatórios, têm cabimento na espécie, pois visam ao ressarcimento pelo uso do imóvel, obrigação que somente cessa com o pagamento do preço - Outrossim, assiste razão à Urbe no tocante aos juros de mora, que são devidos à razão de até 6% ao ano a partir de 1 de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 CF (arl 15 B do Decreto-lei n 3.365/41) - Verba honorária reduzida para 6% sobre o valor da condenação, aplicando-se, por analogia, o percentual das desapropriações - Recurso dos autores desprovido e parcialmente provido o da Municipalidade (TJSP Apelação Com Revisão Relator(a): Des. Sergio Gomes - Comarca: São Paulo - Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Público - Data do julgamento: 07/05/2008). IV. Dispositivos do Código Civil referidos nesta aula (fonte: 12

13 Art. 538, Código Civil. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Art. 539, Código Civil. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. Art. 540, Código Civil. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. Art. 541, Código Civil. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. Art. 542, Código Civil. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Art. 543, Código Civil. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. Art. 544, Código Civil. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Art. 545, Código Civil. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. Art. 546, Código Civil. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. Art. 547, Código Civil. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. Art. 548, Código Civil. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. Art. 549, Código Civil. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Art. 550, Código Civil. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. Art. 551, Código Civil. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. Art. 552, Código Civil. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conseqüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário. Art. 553, Código Civil. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. Art. 554, Código Civil. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente. 13

14 Art. 555, Código Civil. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. Art. 556, Código Civil. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário. Art. 557, Código Civil. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Art. 558, Código Civil. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. Art. 559, Código Civil. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor. Art. 560, Código Civil. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide. Art. 561, Código Civil. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado. Art. 562, Código Civil. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida. Art. 563, Código Civil. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor. Art. 564, Código Civil. Não se revogam por ingratidão: I - as doações puramente remuneratórias; II - as oneradas com encargo já cumprido; III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; IV - as feitas para determinado casamento. 14

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