MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM. Curso: Intensivo Semanal Disciplina: Civil Aula: 06 Data: 10/02/2015 ANOTAÇÃO DE AULA EMENDA DA AULA

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1 Curso: Intensivo Semanal Disciplina: Civil Aula: 06 Data: 10/02/2015 ANOTAÇÃO DE AULA EMENDA DA AULA 1. TEORIA GERAL DOS CONTRATOS. GUIA DE ESTUDO 1. TEORIA GERAL DOS CONTRATOS (Artigo 421 e seguintes CC) Definição Clássica: negócio jurídico bilateral. Definição Moderna: é um mecanismo social para a circulação de bens e serviços. O contrato tem a sua validade em parâmetros sociais e estatais. Exemplo: aceitamos contrato de compra e venda de menor no dia a dia. Princípios dos Contratos: a) Princípio da Força Obrigatória dos Contratos: pacta sunt servanda. Caráter normativo dos contratos revela que os contratos são fontes de direito. A força obrigatória dos contratos não é absoluta e poderá ser flexibilizada diante de abusos, ilegalidades ou até mesmo onerosidades. b) Princípio da Liberdade Contratual: está relacionado com a questão da autonomia privada, ele revela a capacidade dos sujeitos de disciplinar os próprios interesses nas relações contratuais. A liberdade se traduz no quando contratar, quem contratar, como contratar e onde contratar. A liberdade contratual sofre um processo de redução ou mitigação o CC afirma que a liberdade contratual deve ser exercida nos limites e em razão da função social (artigo 421 CC) Exemplo: O contrato de adesão reduz a liberdade contratual, mas não a extingue. A liberdade contratual pode ser mais ampla ou mais restrita dependendo do seguimento social do contrato. Desta forma no ambiente empresarial a liberdade é muito maior do que no direito do trabalho ou no direito do consumidor. c) Princípio da Boa-Fé Objetiva: artigo 422 CC e artigo 113 CC. Estabelece um padrão ético de observância obrigatória para os contratantes. O padrão deve ser observado independentemente da vontade dos sujeitos envolvidos.

2 O principio da boa fé traz como consequência servir de parâmetro de interpretação dos contratos, ou seja, deve-se interpretar a luz da boa-fé, e esta é fonte para a criação dos deveres gerais de conduta ( deveres anexos ou deveres laterais). Exemplo: no caso da Compra e venda, temos de um lado o vendedor que tem como dever básica a transferência da propriedade da coisa ao comprador e de outro lado tenho o pagamento do preço (deveres básicos, que serão fixados conforme o interesse das partes: deveres naturais), destes deveres surgem os deveres anexos que independem da vontade (boa-fé). A observância dos deveres gerais de conduta é obrigatória e a sua presença independe de cláusula contratual expressa. Exemplo: contrato estrangeiro, a tradução do contrato é uma questão de boa-fé, ainda que não tenha cláusula expressa (tem que ser em língua portuguesa e em linguagem didática). Os deveres gerais de conduta nascem de acordo com as circunstâncias histórica do contrato e são desenvolvidos tanto pela doutrina como pela jurisprudência. Atenção: os principais deveres gerais de conduta são: Dever de Informação: tem que informar deixar claras as condições contratuais. Evitar cláusulas obscuras. Dever de Assistência: Ideia de colaboração, os contratantes devem colaborar para que o contrato seja cumprido. Dever de Equilíbrio material das prestações: a prestação e a contraprestação deve manter certa lógica, não só da prestação, mas como o contrato como um todo. Adimplemento Substancial ligado à boa-fé, exemplo: contrato de leasing pagou mais da metade do contrato, não é proporcional sanção de reintegração de posse. A atuação da boa-fé é mais intensa quando se verifica o fenômeno dos contratos de adesão. Dessa forma a liberdade contratual passa a ser interpretada em um segundo plano. Contudo nos contratos em que as partes têm ampla autonomia a boa-fé age de forma menos intensa. Formação Contratual: se dá através de dois mecanismos: a) Formação Instantânea b) Formação em Fases A doutrina traz três fases: 1ª Fase de Negociações Preliminares ou Fase de Puntuação: Características: a) Essa fase não tem previsão expressa no CC, pois o efeito dela é secundário. b) Cria apenas uma expectativa contratual 2 de 5

3 c) A negociação preliminar não importa necessariamente na formação de um contrato tendo em vista o Princípio da Liberdade Contratual. d) A quebra abusiva das negociações preliminares permite a caracterização da responsabilidade civil précontratual. (Violação do Princípio da Boa-Fé) A boa-fé produz efeitos antes e depois do contrato ser criado, logo se quebrada gera responsabilidade civil. 2ª Fase de Proposta ou Oferta (Policitação) A oferta é um negócio jurídico unilateral. Por meio deste mecanismo o ofertante declara as condições e os seus interesses para formação de um contrato. Ainda não é um contrato, pois ainda é unilateral. Efeito Jurídico da Proposta ou Oferta: Força Vinculante ou Força Obrigatória. A Força Obrigatória da proposta não é uma característica absoluta. O próprio CC no artigo 428 determina diversas situações em que a proposta deixa de ter efeitos. (Exemplo: faz proposta e se retrata, perde a força vinculante). 3ª Fase de Aceitação ou Oblação: é um ato jurídico unilateral de adesão ao conteúdo da proposta firmada. Atenção: A partir da aceitação surge a relação contratual. Logo, Proposta (Cognição) + Aceitação (Aderência) = contrato. Teoria da Aguinição Após a aceitação é possível imaginar a formação de um fenômeno conhecido como Contrato Preliminar ou Pré- Contrato. O Contrato Preliminar já possui todas as características do contrato com exceção da forma. Diante disso, é possível exigir do contratante, inclusive na via judicial, a formação do contrato definitivo. A diferença entre contrato definitivo e preliminar é a forma. Garantias Contratuais a) Vícios Redibitórios: são falhas ocultas na coisa, objeto do contrato que impedem ou dificultam seu uso e fruição, ou seja, capaz de diminuir-lhe o valor. Logo já existiam no tempo da formação do contrato, entretanto se revela posteriormente. Prazo de Alegação dos Vícios Redibitórios: Bens Móveis: Prazo 30 dias contado a partir da entrega da coisa. Prazo 180 dias (vício complexo) contatos a partir da constatação. 3 de 5

4 Bens Imóveis: Prazo de um ano: contados a partir da entrega Prazo de um ano: (vício complexo) contados a partir da constatação Se o adquirente já estava na posse da coisa o prazo de alegação será reduzido pela metade. b) Evicção: perda da coisa objeto do contrato em razão de sentença judicial. Em via de regra, a evicção se configura nos contratos civis, mas a sua alegação pode ser feita mesmo quando o bem tenha sido adquirido em hasta pública. Aquele que adquire a coisa passa a ter a garantia. A garantia de evicção pode ser ampliada, reduzida, ou até mesmo afastada diante de cláusula contratual expressa. Extinção Contratual Extinção Natural do Contrato: ocorre em razão do adimplemento regular da prestação (cumprimento da obrigação). Extinção Irregular ou Anômala: a) Rescisão Contratual: está relacionada a vício negocial, especialmente ao vício da lesão (artigo 157 CC). b) Resilição Contratual: a falta de interesse na continuidade do contrato. Esta falta de interesse é sempre superveniente. Esta resilição pode ser de um dos contratantes ou dos dois, logo podemos ter: Resilição Unilateral: caracterizada através da Denúncia do contrato (notificação). A aplicação da Resilição contratual só pode ocorrer nos contratos por prazo indeterminado, ou quando tem lei expressa que a permita. Exemplo: Mandato, advogado pode renunciar por motivos íntimos. Ou o caso do locatário do contrato de locação, pode desfazer, e se existir paga multa, já o locador não pode fazer isso. Resilição Bilateral ou Distrato: (desfazer o contrato). Pode ser realizado em qualquer modalidade contratual. Todavia, sua realização exige a mesma forma do contrato. (Exemplo: contrato escrito destrato deve ser escrito). c) Resolução Contratual: ocorre pelo inadimplemento do contratante, um dos contratantes deixa de cumprir culposamente o contrato firmado. Logo, resolução é sinônimo de inadimplemento. Resolução por Onerosidade excessiva: um fato imprevisível e extraordinário, artigo 478 CC. 4 de 5

5 Dicas de leitura: Contratos em Espécie Compra e Venda artigo 550 e seguintes CC: Clausulas especiais Contrato de Doação Mandato 5 de 5