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2 É M Procurador do Trabalho. Professor de Direito Processual do Trabalho do Curso CERS online. Autor e Coordenador de livros publicados pela Editora Juspodivm. elissonmiessa@hotmail.com Facebook: elisson.miessa H C Procurador do Trabalho. Professor da ESMPU Curso de ingresso dos novos Procuradores do Trabalho. Professor de Direito do Trabalho do Curso Renato Saraiva ( Autor e Coordenador de diversos livros pela Editora Juspodivm. henrique_constitucional@yahoo.com.br Facebook: Grupo Magistratura do Trabalho e MPT SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TST Comentadas e organizadas por assunto Novidades:» Súmulas dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs)» OJs da SDC Sessão de Dissídios Coletivos do TST Inclui:» Informativos do TST» Quadro de resumo organizado por assunto no fim de cada capítulo ª edição: Revista, ampliada e atualizada.

3 Nota à 5ª edição Inicialmente, gostaríamos de agradecer, mais uma vez, a todos que adquiriram nosso livro e acreditaram nessa nova ideologia de analisar a jurisprudência trabalhista. A quarta edição também foi um sucesso em todo o País, sendo necessárias novas tiragens em Nessa 5ª edição, houve algumas correções de digitação e adequação às novidades legislativas. Além disso, comentamos todas as novas Súmulas e OJs do TST publicadas em 2014 que atingiram significativamente a jurisprudência trabalhista, além de incluir as decisões dos informativos de Os principais destaques dessa edição se resumem em dois pontos: comentários de todas as OJs da SDC em vigor e inclusão das Súmulas dos TRTs, seja nos comentários das súmulas e orientações correspondentes, seja com a criação de quadro resumido das referidas súmulas no final de cada capítulo. A inclusão das Súmulas dos TRTs tem como finalidade adequar-se à nova realidade recursal implementada pela Lei /14. Referida lei passa a dar extrema relevância à jurisprudência consolidada dos Tribunais Regionais. Isso porque o recurso de revista, com fundamento em divergência jurisprudencial entre tribunais, impõe, a partir de agora, o confronto de súmulas regionais, somente permitindo o confronto entre acórdãos regionais se não existir súmula regional sobre a temática. Ademais, a aludida lei cria mecanismo de efetivação da obrigatoriedade de uniformização de jurisprudência regional pelo TST, uma vez que, chegando o recurso de revista na Corte Trabalhista e verificada a divergência jurisprudencial dentro do Tribunal de origem sobre o tema, os autos deverão retornar ao TRT para que, obrigatoriamente, uniformize sua jurisprudência, o que dará origem à súmula regional ou à tese jurídica prevalente (CLT, art. 896, 4º a 6º). Vê-se que o objetivo da nova lei é passar para os regionais a obrigação de sedimentar a divergência existente dentro no âmbito regional, deixando para o C. TST apenas a unificação da divergência nacional, que é a verdadeira função da Corte Trabalhista. Desse modo, as súmulas regionais passam a ter grande relevância na seara recursal e na sedimentação dos entendimentos locais. Assim, como a presente obra tem como foco facilitar a compreensão da jurisprudência do TST, além de criar mecanismos ágeis de análise comparada da jurisprudência consolidada, não poderíamos deixar de incluir as súmulas regionais, permitindo o estudo, a partir de agora, dos entendimentos regionais, além de possibilitar a pesquisa sobre confrontos jurisprudenciais regionais existentes, a fim de viabilizar o cabimento do recurso de revista. Aliás, é sabido que o recurso de revista também é cabível quando há confronto com decisão da SDI, não o admitindo quando o confronto ocorre com decisão da Turma do

4 34 Henrique Correia e Élisson Miessa TST. Nesse contexto, ganha relevo o estudo dos informativos do TST, porque derivam de decisões da SDI. Portanto, a presente obra, nessa edição, ganha a maturidade necessária a facilitar a chegada na Corte Trabalhista, seja pelo confronto com Súmulas e Ojs do TST, seja pela divergência de Súmulas regionais, seja ainda pelo confronto com as decisões da SDI, tornando-se assim instrumento imprescindível aos que lidam na seara laboral. Ressalta-se que, na parte de Direito do Trabalho, dentre as muitas alterações feitas, pode-se destacar a inclusão das Súmulas nº 448, 449, 450, 451, 452, 453 e 455 do TST recentemente publicadas (maio/2014) e das Súmulas nº 445 e 466 do STJ. Foram inseridas também 27 Súmulas dos TRTs e 65 decisões do novos informativos do TST no final de cada capítulo. No tocante às alterações legislativas recentes, foram incluídas a Lei Complementar nº 146/2014, que estendeu a estabilidade provisória da gestante (art. 10, II, alínea b, ADCT) à pessoa que detiver a guarda do filho no caso de falecimento da genitora e a Lei nº /2014, que definiu como crime diversas condutas discriminatórias em relação aos portadores de HIV ou doença de aids. Além disso, trouxemos a recente inclusão do 4º do art. 193 da CLT, que considerou como atividade perigosa aquela desenvolvida por trabalhador em motocicleta ( motoboy ) e a Portaria MTE nº 789/2014 que regulamentou as hipóteses de prorrogação do contrato de trabalho temporário para o prazo máximo de 9 meses. Nessa edição, foram comentadas alguns posicionamentos recentes do STF em Direito do Trabalho, como a determinação do sobrestamento de todos os feitos envolvendo a terceirização de serviços de call center por empresas de telecomunicações e a declaração de que não é necessário concurso público para contratação de empregado nas entidades do Sistema S, a redução do prazo prescricional do FGTS de 30 anos para 5 anos e, ainda, a recepção do artigo 384 da CLT que trata do intervalo especial de 15 minutos para as mulheres. No que se refere ao Direito Processual do Trabalho foram comentadas as alterações das Súmulas nº 262, 454, 456, 457 e 458 do TST. Além disso, foram examinados temas relevantes tais como: competência para julgar dissídio coletivo de servidor público estatutário; Constituição Estadual que não cria óbice para representação de autarquias por meio dos procuradores do estado; benefício da justiça gratuita concedido após o vencimento do prazo recursal; Resolução nº 136/2014 do CSJT que versa sobre o processo judicial eletrônico; Súmula nº 197 do TST no processo judicial eletrônico; inaplicabilidade da Súmula nº 197 do TST ao MPT; aplicação da Súmula 122 do TST ao reclamante; inaplicabilidade da Súmula 74, I, do TST aos legitimados para as ações coletivas; isenção do pagamento de custas para empresas públicas e sociedade de economia mista quando exerçam serviços de utilidade pública e não tenham por finalidade a obtenção de lucro; não isenção do pagamento das custas e do depósito recursal para as empresas em recuperação judicial; reexame necessário na ação popular e na ação civil pública que serve para proteção de direitos de pessoas com deficiência; motivação per relationem; prequestionamento implícito no STF; desnecessidade de delimitação da matéria impugnada pelo exequente. Ademais, na parte de recursos houve alteração de diversas súmulas e OJs em razão da Lei /14, podendo citar, como exemplo, as Súmulas 23, 221, 266, 278,

5 Nota à 5ª edição , 333, 337, 383, 422, 433, 435, 442, 458 e as Ojs 111, 142, 219, 377 da SDI-I do TST. Por fim, foram inseridas 150 Súmulas dos TRTs e 44 decisões dos novos informativos do TST no final de cada capítulo. Em resumo, buscamos analisar, de forma mais ampla possível, a jurisprudência do TST, sem prejuízo de citarmos nosso entendimento pessoal, além dos entendimentos dos próprios Tribunais Regionais. No ensejo, aproveitamos para indicar nossas aulas de Súmulas, Orientações Jurisprudenciais e Informativos do TST no curso CERS e, ainda, como livro de apoio, as obras Estudos Aprofundados para Magistratura do Trabalho e Estudos Aprofundados para o Ministério Público do Trabalho, publicadas pela editora Juspodivm e coordenadas pelos autores dessa obra. Esperamos que essa quinta edição tenha a mesma aceitação das anteriores. Como se trata de uma obra viva, estamos sempre aprendendo e corrigindo eventuais erros e posicionamentos. Assim, continuamos à disposição para recebermos sugestões e críticas sobre o livro. Ribeirão Preto, 20 de novembro de 2014 Élisson Miessa e Henrique Correia

6 PARTE I DIREITO DO TRABALHO

7 Capítulo V Duração do trabalho e períodos de descanso Sumário 1. Duração do trabalho: 1.1. Tempo à disposição do empregador; 1.2. Fiscalização da jornada. Ônus da prova; 1.3. Trajeto para o trabalho. Hora in itinere: Hora in itinere. Empregador que cobra pelo transporte fornecido; 1.4. Sobreaviso e Prontidão. Aplicação por analogia das horas de sobreaviso aos eletricitários: Sobreaviso e utilização de bip, pager ou aparelho celular; 1.5. Variação do registro de ponto. Limite de tolerância: Variação do registro de ponto. Flexibilização; 1.6. Empregados sem limitação de jornada: Empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho. Tacógrafo; Gerente bancário. Limitação da jornada; Empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho. Ferroviário; 1.7. Turnos ininterruptos de revezamento. Fixação de jornada de trabalho mediante negociação coletiva: Turnos ininterruptos de revezamento. Elastecimento da jornada de trabalho via norma coletiva com eficácia retroativa; Turnos ininterruptos de revezamento. Alternância de horários: noturno e diurno; Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos e descansos; Turnos ininterruptos de revezamento. Trabalho noturno; Turnos ininterruptos de revezamento. Horista; Turnos ininterruptos de revezamento. Ferroviário; Turnos ininterruptos de revezamento. Petroleiros; 1.8. Trabalho noturno: Hora noturna e adicional noturno; Transferência do período noturno para o diurno; Prorrogação do horário noturno. Jornada 12x36; Trabalho noturno dos petroleiros; Hora noturna dos portuários; 1.9. Compensação da Jornada: Compensação na escala 12 por 36. Necessidade de acordo ou convenção coletiva: Introdução; Pagamento de horas extras, concessão de intervalo, DSR e feriados; Crítica ao sistema 12 por 36; Semana espanhola; Jornada reduzida do telefonista: Jornada reduzida do telefonista. Inaplicável aos operadores de telex; Duração do trabalho do jornalista em empresa não jornalística; Duração do trabalho do advogado empregado com dedicação exclusiva. Contratação ocorrida antes da Lei nº 8.906, de Períodos de descanso: 2.1. Introdução: Intervalo intrajornada: Intervalo não previsto em lei; Intervalo Maquinista Ferroviário; Redução do intervalo intrajornada e outros aspectos relevantes ligados ao tema; Intervalos remunerados: Intervalo remunerado do digitador; Intervalo remunerado de ambiente artificialmente frio. Previsão no artigo 253 da CLT; Inobservância ao intervalo interjornada: Intervalo interjornada e descanso semanal remunerado; 2.2. Descanso semanal remunerado e feriados (Lei nº 605/49): Introdução; Atestado médico para evitar o desconto do DSR; Trabalho no DSR sem que haja folga compensatória em outro dia: Trabalho no DSR. Concessão após o sétimo dia consecutivo de trabalho; Remuneração do DSR: Parcelas pagas mensalmente sem repercussão no valor do DSR; Integração do adicional de horas extras no DSR; Comissionista e o pagamento do descanso semanal remunerado; Gorjetas e a repercussão no DSR; DSR do professor; Sábado do bancário. Não configura DSR; 2.3. Férias: Duração das férias: Duração das férias e acidente de trabalho; Remuneração das férias: Remuneração das férias do tarefeiro; Férias concedidas após o período concessivo: Férias concedidas dentro do período concesso sem o prévio pagamento ; Férias concedidas após o período concessivo e o valor da dobra; Término do contrato de trabalho e pagamento das férias proporcionais: Férias do professor; Férias indenizadas e a incidência nos depósitos do FGTS - 3. Quadro resumido. 4. Súmulas dos Tribunais Regionais do Trabalho (relacionadas ao Capítulo V) 5. Súmulas do STF e STJ (relacionadas ao Capítulo V) 6. Informativos do TST (relacionados ao Capítulo V).

8 214 Henrique Correia 1. DURAÇÃO DO TRABALHO 1.1. Tempo à disposição do empregador Súmula nº 429 do TST. Tempo à disposição do empregador. Art. 4º da CLT. Período de deslocamento entre a portaria e o local de trabalho Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 minutos diários. A limitação da jornada de trabalho é uma das maiores vitórias conquistadas pelos empregados. Atualmente, a duração máxima é limitada a 8 horas diárias e 44 horas semanais, tanto aos homens quanto às mulheres. Esse limite, chamado de jornada normal, é previsto no art. 7º, XIII, da Constituição Federal: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. É importante ressaltar que a jornada de trabalho do empregado abrange o tempo em que está à disposição do empregador, executando serviços ou aguardando ordens, de acordo com art. 4º da CLT. Assim sendo, o motorista da empresa que aguarda durante três horas na fila, para efetuar o carregamento do caminhão, embora não esteja efetivamente dirigindo, estará à disposição do empregador. Portanto, esse tempo de três horas será computado na jornada de trabalho. No tocante à recente Súmula nº 429, embora não haja previsão em lei, foi uma inovação importante prever que deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho pode ser considerado tempo à disposição do empregador caso supere o limite de 10 minutos diários. A interpretação dada pelo TST tem como fundamento o princípio da razoabilidade. Importante ressaltar que o limite de 10 minutos diários deve ser analisado na totalidade, ou seja, não poderá ultrapassar esse limite, sob pena de o empregador ter de pagar horas extraordinárias. Sobre o período de tolerância, prevê a jurisprudência do TST: Súmula nº 366 do TST. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diá rios. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal. Ademais, interessante jurisprudência do TRT da 12ª Região estabelece que a troca de uniforme como obrigação imposta pelo empregador ou por norma de saúde pública deve ser considerada como tempo à disposição do empregador ainda que exista instrumento coletivo prevendo o contrário: Súmula nº 11 do TRT da 12ª Região Troca de Uniforma. Tempo à disposição do empregador.

9 Duração do trabalho e períodos de descanso 215 O tempo destinado à troca de uniforme como obrigação imposta pelo empregador ou por norma de saúde pública deve ser considerado como efetiva labuta, integrando a jornada de trabalho do empregado, ainda que haja previsão em contrário em instrumento normativo. Por fim, não será considerado tempo à disposição o período que o motorista estiver espontaneamente dentro do veículo usufruindo de seu intervalo. Nesse sentido a recente atualização da CLT: Art. 235-E, 10, da CLT. Não será considerado como jornada de trabalho nem ensejará o pagamento de qualquer remuneração o período em que o motorista ou o ajudante ficarem espontaneamente no veículo usufruindo do intervalo de repouso diário ou durante o gozo de seus intervalos intrajornadas Fiscalização da jornada. Ônus da prova Súmula nº 338 do TST. Fiscalização da jornada. Registro. Ônus da prova. I É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. II A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. III Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. I É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. Cabe ao empregador fiscalizar a jornada de trabalho de seus empregados. É obrigatória, inclusive, a anotação de entrada e saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, nas empresas com mais de 10 empregados, conforme art. 74, 2º, da CLT. A ausência desse controle gera a aplicação de multa administrativa. Embora o art. 74, 2º, da CLT não esteja localizado na parte específica de processo do trabalho, há interferência desse artigo na área processual, mais especificamente no ônus da prova. A prova de que houve trabalho extraordinário fica a cargo do trabalhador, pois se trata de fato constitutivo de seu direito. A propósito, é regra básica que o ordinário se presume, enquanto o extraordinário se prova. Ocorre que, em duas situações, haverá a inversão do ônus da prova, isto é, o ônus deixa de ser do reclamante e passa para a empresa. A primeira dessas situações é tratada no item I da súmula em análise. Nesse caso, como empresas com mais de 10 empregados têm a obrigação de anotação do horário de entrada e saída (CLT, art. 74, 2º), elas têm melhores condições de provar o horário de trabalho do reclamante (princípio da maior aptidão da prova), vez que lida com a fiscalização de entrada e saída dos trabalhadores, não tendo o empregado,

10 216 Henrique Correia em regra, sequer acesso a esses documentos. Incide aqui a teoria dinâmica do ônus da prova, consistente na possibilidade de o julgador, no caso concreto, atribuir o ônus da prova àquele que tem melhores condições de produzi-la. Desse modo, se as empresas não apresentarem os controles de frequência, devidamente requisitados pelo juiz do trabalho 1, com fundamento o art. 359, II do CPC 2, prevalecerão as declarações que constam na petição inicial. De acordo com o professor Sérgio Pinto Martins 3 : A não apresentação injustificada dos controles de ponto seria na primeira audiência, pois é neste momento que a empresa deve juntar documentos para provar suas alegações (art. 845 da CLT). O posicionamento do TST deixa claro que há presunção apenas relativa de veracidade. Logo, o empregador poderá fazer prova em sentido contrário. Exemplos: a) caso o empregador comprove que o trabalhador prestava serviços externos ou exercia cargo de gestão na empresa, conforme art. 62 da CLT; b) comprovar que não apresentou o controle de frequência por motivo de força maior, como enchente, incêndio etc. Aliás, não gerarão presunção relativa de veracidade fatos absurdos, como o fato de o empregado ter trabalhado durante quatro anos, vinte horas por dia, sem um único intervalo. Nesse caso, entende-se que, mesmo diante da ausência dos cartões, não haverá veracidade nas declarações do empregado. Cabe ressaltar, ainda, que o art. 51 da LC nº 123/2006 não exige que pequenas e microempresas fixem o quadro de horários em lugar visível, mas elas permanecem obrigadas a manter o controle de horários se contarem com mais de 10 empregados, conforme art. 74, 2º, da CLT. Por fim, há discussão sobre a possibilidade de assinatura dos cartões por terceiro. Há posicionamento, inclusive do TST, admitindo tal possibilidade, pois não há previsão em lei que determine a assinatura pelo próprio trabalhador 4. Outro posicionamento, seguido por alguns procuradores do Trabalho, inclusive para evitar fraudes, determina que assinatura do cartão é ato exclusivo do trabalhador, não podendo ser delegado a outras pessoas. Aliás, recentemente, foi publicada a Portaria nº 373 de 25 de fevereiro de 2011 do MTE, que possibilita ao empregador adotar sistemas alternativos de controle da jornada de trabalho, desde que autorizados por Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. Esses sistemas alternativos não poderão restringir a marcação do ponto ou marcá-lo de forma automática. Nesse sentido, prevê a Portaria: Art. 2º Os empregadores poderão adotar sistemas alternativos eletrônicos de controle de jornada de trabalho, mediante autorização em Acordo Coletivo de Trabalho. 1. Com base nessa súmula, mesmo que no despacho do juiz do trabalho não conste a advertência de presunção relativa de veracidade, os efeitos serão os mesmos, prevalecendo o horário indicado pelo trabalhador. 2. Art. 359, II, do CPC: Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar: II- se a recusa for havida por ilegítima. 3. MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 8. ed. São Paulo: Atlas, p Ver informativo nº 92 ao final deste capítulo.

11 Duração do trabalho e períodos de descanso 217 Art. 3º Os sistemas alternativos eletrônicos não devem admitir: I - restrições à marcação do ponto; II - marcação automática do ponto; III - exigência de autorização prévia para marcação de sobre jornada; e IV - a alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empregado. 1º Para fins de fiscalização, os sistemas alternativos eletrônicos deverão: I - estar disponíveis no local de trabalho; II - permitir a identificação de empregador e empregado; e III - possibilitar, através da central de dados, a extração eletrônica e impressa do registro fiel das marcações realizadas pelo empregado. Por fim, a obrigatoriedade da marcação de ponto, nas empresas com mais de 10 empregados, decorre de lei (art. 74 da CLT). Assim sendo, a norma coletiva não tem o poder de afastar esse dever do empregador. Nesse sentido, prevê a jurisprudência do TRT-RJ: Súmula nº 14 da TRT 1ª Região. Controle de jornada - isenção de marcação prevista em norma coletiva. Ineficácia da cláusula. Tendo o empregador mais de dez empregados, a obrigatoriedade de controle da jornada de trabalho é imperativo legal (CLT, artigo 74, 1º e 2º), sendo ineficaz, de pleno direito, a cláusula normativa que dispõe em sentido contrário. II A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. O item II da súmula em análise trata do princípio da primazia da realidade, ou seja, na área trabalhista prevalece a realidade sobre os aspectos formais. Dessa forma, mesmo que haja expressa previsão, em convenções ou acordos coletivos, de que os registros de ponto são verdadeiros, caberá prova em sentido contrário. A força normativa desses instrumentos coletivos, conferida pelo art. 7º, XXVI, da CF/88, não transforma suas cláusulas em presunções absolutas de veracidade. III Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. Como visto no item I, a prova de que houve trabalho extraordinário fica a cargo do trabalhador, pois se trata de fato constitutivo de seu direito. Em duas situações haverá presunção relativa de veracidade nas declarações do empregado. A segunda delas ocorrerá quando os cartões de ponto demonstrem horários de entrada e saída uniformes, ou seja, cartões de ponto forjados/fabricados. Nesse caso, há horário britânico, sem qualquer variação no horário da entrada e saída dos trabalhadores, levando à conclusão de que houve fraude, pois é praticamente impossível um trabalhador chegar exatamente às 8h e sair pontualmente às 17h durante anos em que permaneceu na empresa. Novamente, prevalecerá o horário indicado pelo empregado na reclamação trabalhista.

12 218 Henrique Correia Há corrente minoritária no sentido de que esse item III da Súmula nº 338 é incorreto. De acordo com o professor Sérgio Pinto Martins 5 : A lei não estabelece presunção de que os cartões britânicos são inválidos como prova. Logo, é vedado estabelecer presunção nesse sentido. Não se justifica, no caso, a inversão do ônus da prova Trajeto para o trabalho. Hora in itinere Súmula nº 90 do TST. Horas in itinere. Tempo de serviço I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas in itinere. III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere. IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas in itinere remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. V - Considerando que as horas in itinere são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. Em regra, o tempo despendido entre o local de trabalho e seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, conforme previsto no art. 58, 2º, da CLT. Essas horas de percurso não estão inseridas no tempo à disposição do empregador. Excepcionalmente, essas horas de percurso, chamadas de in itinere, estarão inseridas na jornada, se preenchidos dois requisitos, conforme item I da súmula em análise: a) Local de difícil acesso. A lei considera local de difícil acesso onde não houver transporte público disponível aos trabalhadores. b) Condução fornecida pelo empregador. O transporte é concedido como uma ferramenta indispensável ao trabalho, beneficiando o próprio empreendimento, pois, sem o fornecimento desse transporte, dificilmente o empregador iria conseguir mão de obra para prestação dos serviços. Nesse caso, preenchidos os requisitos anteriores, o tempo gasto será computado na jornada de trabalho, ou seja, será considerado tempo à disposição do empregador. Exemplo: empregado gasta 1 hora de deslocamento na ida e 1 h na volta do trabalho. Dessa forma, ao chegar ao local de trabalho, prestará serviços por 6 horas, o que ultrapassar esse período será considerado horas extraordinárias. 5. MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 8. ed. São Paulo: Atlas, p. 224.

13 288 Henrique Correia Férias indenizadas e a incidência nos depósitos do FGTS Orientação Jurisprudencial nº 195 da SDI I do TST. Férias indenizadas. FGTS. Não incidência. Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas. O empregador está obrigado a depositar até o dia 7 de cada mês, na conta vinculada do empregado, 8% da remuneração paga no mês anterior. Esse percentual incide sobre remuneração, conforme art. 15, 6º. Ocorre que não há incidência da alíquota de 8% nas parcelas de natureza indenizatória. Dentre elas podem-se citar como exemplo: abono de férias 78 ; ajuda de custo; diárias para viagem 79 ; vale-transporte; participação nos lucros e resultados; parcelas recebidas para a realização do trabalho (EPIs, uniforme etc.). A OJ 195 é exatamente nesse sentido, de que não há incidência no FGTS relativo às férias indenizadas. As quantias pagas a título de férias e adicional de um terço, na rescisão contratual, não têm caráter salarial, portanto não incide a contribuição para o FGTS. É irrelevante a forma como se deu o término do contrato, seja sem justa causa, seja pedido de demissão ou até mesmo fim do contrato por prazo determinado, se houver pagamento de férias indenizadas (não gozadas, portanto), não haverá incidência do FGTS. Cabe frisar que se as férias são gozadas, ou seja, usufruídas durante o contrato de trabalho, terão natureza salarial e, portanto, incidirão nos depósitos FGTS. 3. QUADRO RESUMIDO CAPÍTULO V DURAÇÃO DO TRABALHO E PERÍODOS DE DESCANSO Duração do Trabalho Súmula nº 429 do TST. Tempo à disposição do empregador. Art. 4º da CLT. Período de deslocamento entre a portaria e o local de trabalho Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 minutos diários. Súmula nº 338 do TST. Fiscalização da jornada. Registro. Ônus da prova. I É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. II A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. III Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. 78. Não confundir o acréscimo de 1/3 constitucional, com o abono de férias, em que o empregado converte até um terço das férias em pecúnia. 79. Lembre-se de que as diárias para viagem que excedam a 50% da remuneração do empregado possuem natureza salarial, logo haverá incidência do FGTS.

14 Duração do trabalho e períodos de descanso 289 Súmula nº 90 do TST. Horas in itinere. Tempo de serviço I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in itinere". III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere". IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. Súmula n.º 320 do TST. Horas in itinere. Obrigatoriedade de cômputo na jornada de trabalho O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido de transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas in itinire. Súmula nº 229 do TST. Sobreaviso. Eletricitários As horas de sobreaviso dos eletricitários, por aplicação analógica do art. 244, 2º da CLT, são remuneradas à razão de 1/3 sobre as parcelas de natureza salarial. Súmula nº 428 do TST. Sobreaviso. Aplicação analógica do art. 244, 2º, da CLT I O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza regime de sobreaviso. II Considera se em sobreaviso o empregado que, à distancia e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. Súmula nº 428 do TST. Sobreaviso O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, pager ou aparelho celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço. Súmula nº 366 do TST. Cartão de ponto. Registro. Horas extras. Minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal. Súmula nº 449 do TST. Minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho. Lei nº , de Norma coletiva. Flexibilização. Impossibilidade A partir da vigência da Lei nº , de , que acrescentou o 1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras. Orientação Jurisprudencial nº 332 da SDI I do TST. Motorista. Horas extras. Atividade externa. Controle de jornada por tacógrafo. Resolução nº 816/1986 do Contran O tacógrafo, por si só, sem a existência de outros elementos, não serve para controlar a jornada de trabalho de empregado que exerce atividade externa. Súmula nº 287 do TST. Jornada de trabalho. Gerente bancário A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida pelo art. 224, 2º, da CLT. Quanto ao gerente-geral de agência bancária, presume-se o exercício de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62 da CLT. Súmula nº 61 do TST. Ferroviário Aos ferroviários que trabalham em estação do interior, assim classificada por autoridade competente, não são devidas horas extras (art. 243 da CLT). Turnos ininterruptos de revezamento. Fixação de jornada de trabalho mediante negociação co letiva Súmula nº 423 do TST. Turno ininterrupto de revezamento. Fixação de jornada de trabalho mediante negociação coletiva. Validade. Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

15 290 Henrique Correia Orientação Jurisprudencial nº 420 da SDI-I. Turnos ininterruptos de revezamento. Elastecimento da jornada de trabalho. Norma coletiva com eficácia retroativa. Invalidade. É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento. Orientação Jurisprudencial nº 360 da SDI I do TST. Turno ininterrupto de revezamento. Dois turnos. Horário diurno e noturno. Caracterização Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta. Súmula nº 360 do TST. Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988. Orientação Jurisprudencial nº 395 da SDI I do TST. Turno ininterrupto de revezamento. Hora noturna reduzida. Incidência. O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal. Orientação Jurisprudencial nº 275 da SDI I do TST. Turno ininterrupto de revezamento. Horista. Horas extras e adicional. Devidos Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento das horas extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo adicional. Orientação Jurisprudencial nº 274 da SDI I do TST. Turno ininterrupto de revezamento. Ferroviário. Horas extras. Devidas O ferroviário submetido a escalas variadas, com alternância de turnos, faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988. Súmula nº 391 do TST. Petroleiros. Lei nº 5.811/1972. Turno ininterrupto de revezamento. Horas extras e alteração da jornada para horário fixo I - A Lei nº 5.811/1972 foi recepcionada pela CF/88 no que se refere à duração da jornada de trabalho em regime de revezamento dos petroleiros. II - A previsão contida no art. 10 da Lei nº 5.811/1972, possibilitando a mudança do regime de revezamento para horário fixo, constitui alteração lícita, não violando os arts. 468 da CLT e 7º, VI, da CF/1988. Trabalho noturno Orientação jurisprudencial nº 127 da SDI I do TST. Hora noturna reduzida. Subsistência após a CF/1988 O art. 73, 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi revogado pelo inciso IX do art. 7º da CF/1988 Súmula nº 265 do TST. Adicional noturno. Alteração de turno de trabalho. Possibilidade de supressão A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. Orientação jurisprudencial nº 388 da SDI I do TST. Jornada 12x36. Jornada mista que compreenda a totalidade do período noturno. Adicional noturno. Devido. O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após as 5 horas da manhã. Súmula nº 112 do TST. Trabalho noturno. Petróleo O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei 5.811/72, não se lhe aplicando a hora reduzida de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos do art. 73, 2º, da CLT.

16 Duração do trabalho e períodos de descanso 291 Orientação jurisprudencial nº 60 da SDI I do TST. Portuários. Hora noturna. Horas extras. (Lei nº 4.860/65, arts. 4º e 7º, 5º) I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre dezenove horas e sete horas do dia seguinte, é de sessenta minutos. II - Para o cálculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores portuários, observar-se-á somente o salário básico percebido, excluídos os adicionais de risco e produtividade. Compensação da Jornada Súmula nº 85 do TST. Compensação de jornada I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário. III. O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade banco de horas, que somente pode ser instituído por negociação coletiva. Súmula nº 444 do TST. Jornada de trabalho. Escala 12 por 36. Validade É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. Orientação Jurisprudencial nº 323 da SDI I do TST. Acordo de compensação de jornada. Semana espanhola. Validade É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada "semana espanhola", que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em outra, não violando os arts. 59, 2º, da CLT e 7º, XIII, da CF/1988 o seu ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Súmula nº 178 do TST. Telefonista. Art. 227, e parágrafos, da CLT. Aplicabilidade É aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de telefonia o disposto no art. 227, e seus parágrafos, da CLT Orientação Jurisprudencial nº 213 da SDI I do TST. Telex. Operadores. Art. 227 da CLT. Inaplicável O operador de telex de empresa, cuja atividade econômica não se identifica com qualquer uma das previstas no art. 227 da CLT, não se beneficia de jornada reduzida. Orientação Jurisprudencial nº 407 da SDI I do TST. Jornalista. Empresa não jornalística. Jornada de trabalho reduzida. Arts. 302 e 303 da CLT O jornalista que exerce funções típicas de sua profissão, independentemente do ramo de atividade do empregador, tem direito à jornada reduzida prevista no artigo 303 da CLT. Orientação Jurisprudencial nº 403 da SDI I do TST. Advogado empregado. Contratação anterior a Lei nº 8.906, de Jornada de trabalho mantida com o advento da lei. Dedicação exclusiva. Caracterização O advogado empregado contratado para jornada de 40 horas semanais, antes da edição da Lei nº 8.906, de , está sujeito ao regime de dedicação exclusiva disposto no art. 20 da referida lei, pelo que não tem direito à jornada de 20 horas semanais ou 4 diárias. Períodos de Descanso Intervalos Súmula nº 118 do TST. Jornada de trabalho. Horas extras Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.

17 292 Henrique Correia Súmula nº 437 do TST. Intervalo intrajornada para repouso e alimentação. Aplicação do art. 71 da CLT. (conversão das Orientações Jurisprudenciais n. os 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) I Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão total ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. II É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. III Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. IV Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e 4º, da CLT. Súmula nº 446 do TST. Maquinista Ferroviário. Intervalo Intrajornada. Supressão Parcial ou Total. Horas extras devidas. Compatibilidade entre os arts. 71, 4º, e 238, 5º, da CLT. A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no art. 71 da CLT, por constituir-se em medida de higiene, saúde e segurança do empregado, é aplicável também ao ferroviário maquinista integrante da categoria c (equipagem de trem em geral), não havendo incompatibilidade entre as regras inscritas nos arts. 71, 4º, e 238, 5º, da CLT. Súmula nº 346 do TST. Digitador. Intervalos intrajornada. Aplicação analógica do art. 72 da CLT Os digitadores, por aplicação analógica do art.72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração e cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo. Súmula nº 438 do TST. Intervalo para recuparação térmica do empregado. Ambiente artificialmente frio. Horas extras. Art. 253 da CLT. Aplicação analógica O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT. Orientação Jurisprudencial nº 355 da SDI I do TST. Intervalo interjornadas. Inobservância. Horas extras. Período pago como sobrejornada. Art. 66 da CLT. Aplicação analógica do 4º do art. 71 da CLT. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. Súmula nº 110 do TST. Jornada de trabalho. Intervalo. No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional. Descanso semanal remunerado e feriados (Lei nº 605/49) Súmula nº 15 do TST. Atestado médico A justificação da ausência do empregado motivada por doença, para a percepção do salário-enfermidade e da remuneração do repouso semanal, deve observar a ordem preferencial dos atestados médicos estabelecida em lei. Súmula nº 282 do TST. Abono de faltas. Serviço médico da empresa Ao serviço médico da empresa ou ao mantido por esta última mediante convênio compete abonar os primeiros 15 (quinze) dias de ausência ao trabalho. Súmula nº 146 do TST. Trabalho em domingos e feriados, não compensado O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. Orientação Jurisprudencial nº 410 da SDI I do TST. Repouso semanal remunerado. Concessão após o sétimo dia consecutivo de trabalho. Art. 7º, XV, da CF. Violação Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

18 Duração do trabalho e períodos de descanso 293 Súmula nº 225 do TST. Repouso semanal. Cálculo. Gratificações por tempo de serviço e produtividade As gratificações por tempo de serviço e produtividade, pagas mensalmente, não repercutem no cálculo do repouso semanal remunerado. Orientação Jurisprudencial nº 103 da SDI I do TST. Adicional de insalubridade. Repouso semanal e feriados O adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e feriados. Súmula nº 172 do TST. Repouso remunerado. Horas extras. Cálculo Computam-se no cálculo do repouso semanal remunerado as horas extras habitualmente prestadas. Orientação Jurisprudencial nº 394 da SDI I do TST. Repouso semanal remunerado - RSR. Integração das horas extras. Não repercussão no cálculo das férias, do décimo terceiro salário, do aviso-prévio e dos depósitos do FGTS A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente prestadas, não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de bis in idem. Súmula nº 27 do TST. Comissionista É devida a remuneração do repouso semanal remunerado e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista. Súmula nº 354 do TST. Gorjetas. Natureza jurídica. Repercussões As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Súmula nº 351 do TST. Professor. Repouso semanal remunerado. Art. 7º, 2º, da Lei nº 605, de e art. 320 da CLT O professor que recebe salário mensal à base de hora-aula tem direito ao acréscimo de 1/6 a título de repouso semanal remunerado, considerando-se para esse fim o mês de quatro semanas e meia. Súmula nº 113 do TST. Bancário. Sábado. Dia útil O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não cabe a repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração. Férias Súmula nº 89 do TST. Falta ao serviço Se as faltas já são justificadas pela lei, consideram-se como ausências legais e não serão descontadas para o cálculo do período de férias. Súmula nº 46 do TST. Acidente de trabalho As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina. Súmula nº 328 do TST. Férias. Terço constitucional O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não, na vigência da CF/88, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto no respectivo art. 7º, XVII. Súmula nº 149 do TST. Tarefeiro. Férias A remuneração das férias do tarefeiro deve ser calculada com base na média da produção do período aquisitivo, aplicando-se-lhe a tarifa da data da concessão. Súmula nº 81 do TST. Férias Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro. Súmula nº 450 do TST. Férias. Gozo na época própria. Pagamento fora do prazo. Dobra devida. Arts. 137 e 145 da CLT. É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal. Súmula nº 7 do TST. Férias A indenização pelo não-deferimento das férias no tempo oportuno será calculada com base na remuneração devida ao empregado na época da reclamação ou, se for o caso, na da extinção do contrato.

19 294 Henrique Correia Súmula nº 171 do TST. Férias proporcionais. Contrato de trabalho. Extinção Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses. Súmula nº 261 do TST. Férias proporcionais. Pedido de demissão. Contrato vigente há menos de um ano O empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais. Súmula nº 10 do TST. Professor. Dispensa sem justa causa. Término do ano letivo ou no curso de férias escolares. Aviso-prévio O direito aos salários do período de férias escolares assegurado aos professores (art. 322, caput e 3º, da CLT) não exclui o direito ao aviso prévio, na hipótese de dispensa sem justa causa ao término do ano letivo ou no curso das férias escolares. Súmula nº 10 do TST. Professor. Dispensa sem justa causa. Término do ano letivo ou no curso de férias escolares. Aviso-prévio O direito aos salários assegurados (artigo 322, caput e parágrafo 3º da CLT) não exclui o direito também ao aviso- -prévio, na hipótese de dispensa sem justa causa ao término do ano letivo ou no curso das férias escolares. Orientação Jurisprudencial nº 195 da SDI I do TST. Férias indenizadas. FGTS. Não-incidência Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas. 4. SÚMULAS DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (RELACIONADAS AO CA- PÍTULO V) DURAÇÃO DO TRABALHO Tempo à disposição do empregador Súmula nº 11 do TRT - 12ª Região Troca de Uniforma. Tempo à disposição do empregador. O tempo destinado à troca de uniforme como obrigação imposta pelo empregador ou por norma de saúde pública deve ser considerado como efetiva labuta, integrando a jornada de trabalho do empregado, ainda que haja previsão em contrário em instrumento normativo. Súmula nº 17 do TRT - 18ª Região: Tempo à disposição. Período em que o obreiro espera pelo transporte fornecido pelo empregador. O tempo de espera ao final da jornada é considerado à disposição, se o trabalhador depende, exclusivamente, do transporte fornecido pelo empregador. Controle da jornada de trabalho Súmula nº 14 da TRT 1ª Região. Controle de jornada isenção de marcação prevista em norma coletiva. Ineficácia da cláusula. Tendo o empregador mais de dez empregados, a obrigatoriedade de controle da jornada de trabalho é imperativo legal (CLT, artigo 74, 1º e 2º), sendo ineficaz, de pleno direito, a cláusula normativa que dispõe em sentido contrário. Horas in itinere Súmula nº 15 do TRT - 6ª Região. É inválida a cláusula de instrumento coletivo que suprime direito à remuneração das horas de percurso (artigo 58, 2º da CLT). Súmula nº 8 do TRT - 18ª Região. Horas in itinere. Limites do poder negocial. Impossibilidade de renúncia. Pactuação do tempo de percurso. Validade. Razoabilidade. I. Ofende o interesse público e configura desrespeito aos comandos constitucionais mínimos a renúncia às horas in itinere, mas não a pactuação a respeito da quantidade de horas, razão por que são válidas as normas coletivas que fixam um número ou limitam a quantidade de horas in itinere. II. Tem-se por desarrazoada e desproporcional a cláusula de norma coletiva que estabelece quantitativo fixo temporal das horas in itinere inferior a 50% (cinquenta por cento) do tempo efetivamente gasto pelo trabalhador. Súmula nº 25 do TRT da 9ª Região. Horas in itinere. Natureza jurídica. Norma decorrente de negociação coletiva. Indisponibilidade absoluta. Convenção ou acordo coletivo que negocie ou suprima o caráter salarial das horas in itinere não tem validade, pois se refere ao tempo à disposição do empregador que deve ser retribuído com o salário equivalente, tratando-se de direito absolutamente indisponível, salvo na hipótese do 3º do art. 58 da CLT.

20 Duração do trabalho e períodos de descanso 295 Turnos ininterruptos de revezamento Súmula nº 2 do TRT 3ª Região. Turnos ininterruptos de revezamento. Horas extras. Independentemente da forma de contratação do salário, as horas trabalhadas, além da 6ª (sexta) diária, no turno ininterrupto de revezamento, devem ser pagas tomando-se o valor do salário-hora, apurado pelo divisor 180 (cento e oitenta) e acrescidas do adicional de horas extras. Súmula nº 4 do TRT 3ª Região. Hora noturna reduzida. Turnos ininterruptos de revezamento. É devida a redução da hora noturna em turnos ininterruptos de revezamento. Jornada 12x36 Súmula nº 9 do TRT - 8ª Região: JORNADA DE 12 X 36. HORÁRIO NOTURNO. INTERVALO INTRAJORNADA. HORAS EXTRAS. No regime de 12 horas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso, são assegurados a redução da hora noturna, o gozo do intervalo intrajornada e o pagamento em dobro dos feriados laborados. Horas extras Súmula nº 20 do TRT - 8ª Região. Portuário. Horas extraordinárias. Adicional noturno e adicional de risco. Lei nº 4.860/1965. Art. 7º, 5º. Para o cálculo das horas extraordinárias prestadas pelos trabalhadores portuários, observar-se-á somente o salário básico percebido, excluídos o adicional noturno e o adicional de risco, ressalvada norma coletiva mais favorável. Jornada de trabalho. Telemarketing Súmula nº 29 do TRT 1ª Região. Serviço de telemarketing/teleatendimento: enquadramento sindical e duração do trabalho. I - Os operadores de teleatendimento/telemarketing estão sujeitos às normas coletivas da categoria profissional dos empregados em empresas de prestação de serviços de telecomunicações, sendo inafastável, por acordo coletivo menos benéfico, a incidência das normas da convenção coletiva intersindical ou de sentença normativa; II - Na ausência de norma coletiva mais benéfica, prevalecem as disposições do Anexo II da NR-17, que estabelece a jornada de seis horas, com duas pausas remuneradas e um intervalo não remunerado de vinte minutos para descanso e alimentação e a duração semanal de trinta e seis horas de trabalho (itens 5.3, 5.3.1, e 5.4.2). Intervalos Súmula nº 27 do TRT- 3º Região. A concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo gera para o empregado o direito ao pagamento, como extraordinário, da integralidade do período destinado ao repouso e alimentação, nos termos do parágrafo 4º do artigo 71 da CLT e da Orientação Jurisprudencial nº 307 da SBDI-I/TST. Enunciado nº 11 do TRT 5ª Região. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no 4º do art. 71 da CLT, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. Súmula nº 19 do TRT da 9ª Região. Pagamento do intervalo intrajornada não concedido ou concedido parcialmente. Observa-se a Súmula 437, I, do TST, para o pagamento do tempo relativo ao intervalo mínimo intrajornada não concedido ou concedido parcialmente. Súmula nº 22 do TRT da 9ª Região. Intervalo. Trabalho da mulher. Art. 384 da CLT. Recepção pelo art. 5º, I, da CF. O art. 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal, o que torna devido, à trabalhadora, o intervalo de 15 minutos antes do início do labor extraordinário. Súmula nº 8 do TRT 23ª Região. Supressão do intervalo intrajornada. Pagamento. Natureza jurídica salarial. Invalidade de norma coletiva em sentido contrário. A norma coletiva não se constitui em instrumento idôneo à modificação da natureza salarial que a própria CLT, em seu art. 71, 4º, houve por bem atribuir à paga pela supressão do intervalo intrajornada, desiderato que refoge aos lindes da negociação coletiva. Descanso semanal remunerado Súmula nº 15 do TRT da 13ª Região. Trabalho em escala 7x1. Ilegalidade. Pagamento em dobro do Repouso semanal remunerado. A escala de trabalho no sistema 7 X 1 (sete dias de labor por um dia de folga) constitui violação à garantia constitucional do repouso semanal remunerado, que, nessa hipótese, deverá ser pago em dobro.

21 296 Henrique Correia Súmula nº 20 do TRT da 9ª Região. RSR. Integração de horas extras. Repercussão. A integração das horas extras habituais nos repousos semanais remunerados não repercute em férias, 13º salário, aviso prévio e FGTS. Férias Súmula nº 19 do TRT 3ª Região. Empregado doméstico. Férias proporcionais. Art. 7º, parágrafo único, da Constituição da República. As férias são um direito constitucional do empregado doméstico, sendo-lhe aplicáveis as disposições da CLT que prevêem o seu pagamento proporcional. 5. SÚMULAS DO STF E STJ (RELACIONADAS AO CAPÍTULO V) Intervalos Súmula nº do 675 STF: Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XVI, da Constituição. Descanso semanal remunerado Súmula nº 201 do STF: O vendedor pracista remunerado mediante comissão não tem direito ao repouso semanal remunerado. Férias Súmula nº 198 do STF: As ausências motivadas por acidente do trabalho não são descontadas do período aquisitivo de férias. 6. INFORMATIVOS DO TST (RELACIONADOS AO CAPÍTULO V) Controle de jornada. Cartões de ponto sem assinatura. Cartões de ponto sem assinatura. Validade. A assinatura do empregado não é elemento essencial para a validade formal dos cartões de ponto. O art. 74, 2º, da CLT não traz qualquer exigência no sentido de que os controles de frequência devam contar com a assinatura do trabalhador para serem reputados válidos. Ademais, no caso concreto, os horários consignados nos espelhos de ponto sem assinatura se assemelham queles consignados nos documentos assinados trazidos à colação pela reclamada e que contam com a chancela do reclamante, não havendo nos autos qualquer elemento que aponte para existência de fraude a justificar a declaração de invalidade dos referidos registros de ponto. Com esse entendimento, a SBDI-I, por maioria, conheceu dos embargos interpostos pela reclamada, no tópico, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes provimento para restabelecer a decisão do Regional que, ao validar os espelhos de ponto não assinados pelo reclamante, indeferiu o pedido de pagamento de horas extras diante da ausência de prova do labor extraordinário. Vencido o Ministro Alexandre Agra Belmonte, relator. TST-E-ED- -RR , SBDI-I, rel. Min. Alexandre Agra Belmonte, red. p/ acórdão Min. Renato de Lacerda Paiva, (Informativo nº 92) Hora in itinere Transporte fornecido pela empresa. Espera. Tempo à disposição do empregador. Configuração. Presentes os requisitos necessários ao deferimento das horas in itinere, também é considerado tempo à disposição do empregador aquele em que o empregado aguarda o transporte fornecido pela empresa. Todavia, tendo em conta que a jurisprudência do TST admite certa flexibilização quanto ao cômputo de pequenas variações de tempo (Súmulas nºs 366 e 429 do TST), devem ser tolerados dez minutos diários para a fixação da jornada. Ultrapassado esse limite, porém, todo o tempo despendido deve ser computado. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos interpostos pelo reclamado, por divergência jurisprudencial e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento, prevalecendo, portanto, a decisão do TRT que manteve o deferimento de trinta minutos diários a título de horas de espera. Vencidos os Ministros João Oreste Dalazen e Renato de Lacerda Paiva, que davam provimento ao recurso para afastar da condenação o tempo em que o empregado aguarda a condução, por entenderem que não há amparo legal para considerá-lo tempo à disposição do empregador. TST-E- -RR , SBDI-I, rel. Min. Alexandre Agra Belmonte, (Informativo nº 80)

22 Duração do trabalho e períodos de descanso 297 Horas in itinere. Limitação por norma coletiva. Possibilidade. É válida cláusula coletiva que prevê a limitação do pagamento das horas in itinere, em atenção ao previsto no art. 7º, XXVI, da CF. Com esse entendimento, a SBDI-I, por maioria, conheceu dos embargos por divergência jurisprudencial e, no mérito, negou-lhes provimento, reafirmando a jurisprudência da Subseção no sentido de considerar válida cláusula de acordo coletivo que limita o pagamento das horas gastas no percurso até o local de trabalho a uma hora diária, conquanto o contexto fático delineado nos autos tenha revelado que o tempo efetivamente gasto pelo trabalhador até o local da prestação de serviços fora, em média, de duas horas e quinze minutos. Vencidos os Ministros Lelio Bentes Corrêa, relator, Renato de Lacerda Paiva, José Roberto Freire Pimenta e Delaíde Miranda Arantes, que admitiam a possibilidade de a norma coletiva estabelecer tempo fixo para fins de pagamento das horas in itinere, desde que constatada a devida proporcionalidade em relação ao tempo efetivamente gasto no percurso. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, (Informativo nº 2) Ação anulatória. Acordo coletivo de trabalho. Horas in itinere. Cláusula que estabelece quitação geral e indiscriminada. Período anterior à vigência. Impossibilidade. A SDC, por unanimidade, deu provimento a recurso ordinário em ação anulatória para declarar a nulidade de cláusula de acordo coletivo de trabalho que previa a quitação geral e indiscriminada de horas in itinere relativas a todo o período anterior à vigência da norma. Esclareceu o Ministro relator que, no caso, não houve estabelecimento de qualquer contrapartida aos trabalhadores, o que equivale à renúncia aos salários correspondentes ao tempo à disposição do empregador, em contraste com os arts. 9º, 58, 2º, e 444 da CLT. Ademais, cláusulas que transacionam direitos referentes a lapso temporal anterior à sua vigência são ineficazes, ante o disposto no art. 614, 3º, da CLT e na Súmula nº 277 do TST, restando claro que a referida cláusula foi instituída com o intuito de liberar a empresa do pagamento de eventuais débitos a título de horas de percurso que possam vir a ser apurados em reclamações trabalhistas, inibindo, portanto, o acesso dos empregados ao Poder Judiciário. TST-RO , SDC, rel. Min. Fernando Eizo Ono, (Informativo nº 8) Horas de percurso. Limitação em norma coletiva. Razoabilidade e proporcionalidade. Possibilidade. Reconhecimento ao direito às horas in itinere prestadas em período anterior à negociação coletiva. Validade. É válida cláusula de norma coletiva que limita, com razoabilidade e proporcionalidade, o quantitativo de tempo a ser considerado para o pagamento de horas in itinere, tendo em vista a dificuldade de se apurar as horas efetivamente gastas, em razão de o local da prestação de serviços não ser o mesmo todos os dias. No caso em exame, verificou-se que o percurso a ser feito pelos empregados varia de acordo com a lavoura na qual vão prestar serviços, e que o tempo de deslocamento para locais mais distantes é compensado nos dias em há prestação de serviços nas fazendas mais próximas. Noutro giro, quanto ao período anterior à negociação coletiva para o qual não havia remuneração pelo tempo despendido ou esse pagamento era de valor muito aquém daquele que seria devido, também é valida a norma que reconhece o direito ao pagamento das horas in itinere a todos os trabalhadores, inclusive aos inativos e àqueles cujo contrato de trabalho com a empresa já fora encerrado. Na espécie, a transação coletiva não resultou em renúncia a direito indisponível, mas em expresso reconhecimento, pela empregadora, do direito às horas de percurso, e, embora se refira a período pretérito, não ostenta natureza retroativa e não objetivou conferir legalidade à lesão praticada anteriormente, mas regulamentar o direito reconhecido em relação a safras anteriores. A negociação coletiva, em sentido amplo, vai além da mera fixação de normas e condições de trabalho, servindo, também, para a prevenção de litígios. Inteligência dos arts. 7º, XXVI, e 8º, III e IV, da CF. Com esse entendimento, a SDC, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário interposto pelo Ministério Público do Trabalho da 18ª Região. TST-RO , SDC, rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, (Informativo nº 25) Horas in itinere. Norma coletiva que fixa o número de horas a serem pagas em quantidade muito inferior ao tempo gasto no trajeto. Invalidade. Em regra, é válida a norma coletiva que estabelece um tempo fixo diário a ser pago a título de horas in itinere (art. 7º, XXVI, da CF). Todavia, o tempo ajustado deve guardar proporcionalidade com o tempo efetivamente gasto nos deslocamentos, a fim de não configurar subversão ao direito à livre negociação coletiva e verdadeira renúncia a direito garantido por lei (art. 58, 2º, da CLT), resultando em prejuízo ao empregado. In casu, foi ajustado o pagamento de uma hora diária, a despeito de o tempo efetivamente gasto nos percursos de ida e volta ao trabalho ser de duas horas e quinze minutos. Com esse entendimento, a SBDI-I, em sua composição plena, por unanimidade, conheceu do recurso de embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhe provimento para restabelecer o acórdão do TRT que condenara a empresa ao pagamento, como extras, de duas horas e quinze minutos diários a título de horas in itinere e reflexos. Vencidos os Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, João Oreste Dalazen, Antonio José de Barros Levenhagen, Ives Gandra da Silva Martins Filho, Brito Pereira e Dora Maria da Costa. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, (Informativo nº 10)

23 298 Henrique Correia Horas in itinere. Limitação do valor pago. Desproporção com o tempo despendido. Norma coletiva. Invalidade. A fixação de número de horas in itinere a serem pagas deve guardar razoável proporção com o tempo efetivamente despendido no trajeto, razão pela qual é nula a cláusula de acordo coletivo que estipula quantidade de horas inferior a 50% do tempo realmente gasto pelo empregado no trajeto, porque equivalente à supressão do direito do trabalhador. No caso concreto, o tempo de deslocamento do reclamante era de 40 horas mensais, mas a norma coletiva limitou o pagamento a 14 horas, o que não alcança nem mesmo a metade do tempo efetivo de percurso. Com base nesse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, vencido o Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, negou-lhes provimento. TST-E-ED-RR , SBDI-I, Min. Brito Pereira, (Informativo nº 54) Horas in itinere. Lei nº /01. Limitação por norma coletiva. Possibilidade. É válida cláusula coletiva que prevê a limitação do pagamento das horas in itinere, em atenção ao previsto no art. 7º, XXVI, da CF. Com esse entendimento, a SBDI-I, em sua composição plena, por maioria, vencido o Ministro Antônio José de Barros Levenhagen, conheceu dos embargos por divergência jurisprudencial, e, no mérito, pelo voto prevalente da Presidência, deu-lhes provimento para restabelecer a sentença que reconheceu a validade da cláusula de acordo coletivo, firmado após a Lei nº /01, a qual fixou o pagamento de uma hora diária a título de horas in itinere, não obstante o tempo gasto pelo reclamante no percurso de ida e volta ao trabalho fosse de duas horas e vinte minutos. Vencidos os Ministros Renato de Lacerda Paiva, relator, Lelio Bentes Corrêa, Aloysio Corrêa da Veiga, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Augusto César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta e Delaíde Miranda Arantes, os quais negavam provimento ao recurso, sob o argumento de que, na hipótese de flagrante disparidade entre o tempo de percurso efetivamente utilizado e aquele atribuído pela norma coletiva, há subversão do direito à livre negociação, restando caracterizada, portanto, a renúncia do reclamante ao direito de recebimento das horas in itinere, o que é vedado pela Lei nº /01. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, red. p/ acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, (Informativo nº 29) Horas in itinere. Norma Coletiva. Fixação prévia do número de horas a pagar. Validade. Afastamento da natureza salarial. Impossibilidade. Art. 58, 2º, da CLT. É válida a cláusula de norma coletiva que fixa previamente o número de horas in itinere a serem pagas, desde que não haja flagrante disparidade entre o tempo acordado e o período efetivamente gasto no trajeto. No caso, limitou-se o pagamento a uma hora diária, mesmo havendo prova de que o tempo de percurso médio era de duas horas. De outra sorte, é inválida a cláusula que retira a natureza salarial das horas in itinere, afastando sua integração aos salários dos empregados, para todos os efeitos legais, em contrariedade ao disposto no art. 58, 2º da CLT. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes provimento parcial para excluir da condenação o pagamento de duas horas in itinere diárias e, quanto às horas já quitadas no curso do contrato de trabalho, nos termos do quantitativo fixado mediante negociação coletiva, manter a condenação ao pagamento dos respectivos reflexos. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. João Oreste Dalazen, (Informativo nº 51) Horas in itinere. Prefixação. Norma coletiva. Validade. A SDC, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário do Ministério Público do Trabalho da 18ª Região, confirmando decisão do Regional que manteve cláusula de convenção coletiva de trabalho que pré-fixou em uma hora o tempo a ser pago a título de horas in itinere aos trabalhadores rurais do setor canavieiro de todo o Estado de Goiás. Na espécie, prevaleceu o entendimento de que é possível, por meio de negociação coletiva, estipular um montante de horas itinerantes a serem pagas, não se admitindo apenas a supressão da parcela, sua fixação desproporcional ou, ainda, a retirada do caráter salarial, do direito aos respectivos reflexos ou do adicional de horas extras. Na espécie, restou consignado que embora os trabalhadores de alguns municípios necessitassem de longo período de locomoção, os empregados de outras cidades da região perfaziam o percurso até o trabalho em período próximo ao prefixado, razão pela qual o tempo de uma hora não se mostrou abusivo em relação ao tempo efetivamente gasto pelo conjunto de trabalhadores submetidos à cláusula, considerando-se não os casos individuais, mas a dinâmica das empresas envolvidas e as variadas distâncias entre os pontos de acesso e as frentes de trabalho. TST-RO , SDC, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, (Informativo nº 58) Horas in itinere. Base de cálculo. Fixação por meio de norma coletiva. Impossibilidade. É inválida a norma coletiva que estabelece o salário normativo como base de cálculo das horas in itinere, porquanto as horas de percurso possuem a mesma natureza das horas extras, devendo ser calculadas como tal. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os Ministros Ives Gandra Martins Filho, relator, Aloysio Corrêa da Veiga, Dora Maria da Costa e Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. TST-E-ED-RR SBDI-I, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, red. p/ acórdão Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, (Informativo nº 26)

24 Duração do trabalho e períodos de descanso 299 Horas in itinere. Supressão por meio de norma coletiva. Concessão de outras vantagens aos empregados. Invalidade. É inválido instrumento coletivo que exclui o direito às horas in itinere, ainda que mediante a concessão de outras vantagens aos trabalhadores. O pagamento das horas de percurso está assegurado pelo art. 58, 2º, da CLT, que é norma de ordem pública, razão pela qual a supressão deste direito atenta contra os preceitos que asseguram condiçõess mínimas de proteção ao trabalho, não encontrando respaldo no disposto no art. 7º, XXVI, da CF, o qual preconiza o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. Assim, a SBDI-I, por maioria, vencido o Ministro Ives Gandra Martins Filho, conheceu dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial e, no mérito, negou-lhes provimento. In casu, o acordo coletivo de trabalho estabelecia que não seria computado o tempo de deslocamento dos trabalhadores rurais no trajeto residência-trabalho-obrigatório e sem custo para o empregado, abono anual aos trabalhadores com ganho mensal superior a dois salários mínimos, salário família além do limite legal e repositor energético, além de adotar tabela progressiva de produção além da prevista em convenção coletiva. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Lelio Bentes Côrrea, (Informativo nº 73) Sobreaviso Regime de sobreaviso. Caracterização. Uso do aparelho celular. Submissão à escala de atendimento. Na hipótese em que o acórdão turmário, ao transcrever a decisão do Regional, consigna que, no caso, restou caracterizado o regime de sobreaviso, em razão não apenas da utilização do uso do aparelho celular, mas pela constatação de que o empregado permanecia efetivamente à disposição do empregador fora do horário normal de trabalho, pela submissão à escala de atendimento, a SBDI-I, por maioria, não conheceu do recurso de embargos, não vislumbrando contrariedade à Súmula nº 428 do TST, vencido o Ministro Ives Gandra Martins Filho, relator. In casu, ressaltou-se também o fato de ter havido confissão do preposto quanto ao estabelecimento do regime de sobreaviso e ao pagamento das horas, ainda que a menor, conforme apurado pelas provas trazidas aos autos. TST-E-ED- -RR , SBDI-I, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, red. p/ acórdão Min. José Roberto Freire Pimenta, (Informativo nº 19) Regime de sobreaviso e prontidão. Art. 244, 2º e 3º, da CLT. Horas excedentes ao limite máximo estabelecido em lei. Pagamento como horas extraordinárias. Impossibilidade. Ausência de previsão. Não há previsão legal para o pagamento, como extraordinárias, das horas de sobreaviso e de prontidão que excedam os limites previstos no art. 244, 2º e 3º, da CLT, de modo que, havendo o descumprimento da duração máxima estabelecida em lei, o empregador se sujeita tão somente a sanções administrativas, na forma do art. 626 e seguintes da CLT. Com esse entendimento, a SBDI-I, em sua composição plena, decidiu, por unanimidade, conhecer dos embargos interpostos pelo reclamante e, no mérito, pelo voto prevalente da Presidência, negar-lhes provimento. Vencidos os Ministros Augusto César Leite de Carvalho, relator, Lelio Bentes Corrêa, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Márcio Eurico Vitral Amaro, José Roberto Freira Pimenta, Hugo Carlos Scheuermann e Alexandre Agra Belmonte, que proviam os embargos para restabelecer o acórdão do Regional ao fundamento de que a extrapolação da jornada máxima das escalas de sobreaviso e de prontidão deve ser remunerada como serviço extraordinário, incidindo o respectivo adicional, porquanto o empregado, ainda que esteja apenas aguardando ordens, mantém a sua energia de trabalho à disposição do empregador. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, red. p/ acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, (Informativo nº 87) Turnos ininterruptos de revezamento Trabalho em dois turnos de oito horas. Avanço em horário noturno em razão do cumprimento de intervalo intrajornada. Contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 360 da SBDI-I. Configuração. O trabalho realizado com alternância de horários em apenas dois turnos de oito horas, em que há o avanço no período noturno após as vinte e duas horas, decorrente do cumprimento do intervalo intrajornada legalmente assegurado, não descaracteriza o trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento, de modo que ao trabalhador é assegurada a jornada especial de seis horas prevista no art. 7º, XIV, da CF. Com esse entendimento, a SBDI-I, por maioria, conheceu dos embargos do reclamante, por contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 360 da SBDI-I, e, no mérito, deu-lhes provimento para condenar a reclamada ao pagamento das horas extras decorrentes da caracterização do regime de turnos ininterruptos de revezamento. Vencidos os Ministros Ives Gandra Martins Filho, relator, Brito Pereira, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Renato de Lacerda Paiva e Dora Maria da Costa. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, red. p/ acórdão Min. Aloysio Corrêa da Veiga, (Informativo nº 37) Turno ininterrupto de revezamento. Alteração para turno fixo. Retaliação por negociação coletiva frustrada. Abuso do jus variandi do empregador. A alteração do turno ininterrupto de revezamento para turno fixo de oito horas, em tese, é benéfica aos empregados, pois a alternância entre turnos diurnos e noturnos é notoriamente gravosa à saúde e à vida social. Entretanto, a referida modificação é inválida e configura abuso do jus variandi do empregador quando levada a efeito unilate-

25 300 Henrique Correia ralmente, sem a observância dos princípios da isonomia e da proporcionalidade, e com o fim de retaliar os empregados em razão da não aceitação da proposta de prorrogação do acordo coletivo autorizando o trabalho em turnos ininterruptos de oito horas. Com esse entendimento, a SBDI-I, por maioria, vencidos os Ministros Maria de Assis Calsing, relatora, Augusto César Leite de Carvalho, Ives Gandra Martins Filho, Lelio Bentes Corrêa e Aloysio Corrêa da Veiga, conheceu dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, ainda por maioria, negou-lhes provimento, mantendo a decisão do Regional que determinou o retorno dos empregados ao sistema de turnos ininterruptos de seis horas, ante a falta de negociação coletiva para a prorrogação da jornada. Vencidos os Ministros Brito Pereira, João Oreste Dalazen, Ives Gandra da Silva Martins Filho e Renato de Lacerda Paiva. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Maria de Assis Calsing, (Informativo nº 57) Turnos ininterruptos de revezamento. Norma coletiva. Extensão da jornada para além da oitava hora. Adoção de regime de compensação semanal. Invalidade. Art. 7º, XIV, da CF e Súmula nº 423 do TST. Nos termos do art. 7, XIV, da CF e da Súmula nº 423 do TST, não é válida cláusula de instrumento normativo que estipula jornada superior a oito horas em turnos ininterruptos de revezamento, ainda que a extrapolação do limite diário decorra da adoção de regime de compensação semanal, com vistas à supressão da realização de trabalho aos sábados. Na hipótese, não se admite a majoração da jornada para além da oitava hora, pois a alternância de jornadas diurnas e noturnas a que submetidos os empregados em turnos ininterruptos de revezamento é particularmente gravosa, causando-lhes prejuízos à saúde, à vida social e à organização de atividades extraprofissionais. Com base nesse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por contrariedade à Súmula nº 423 do TST, e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento para, reconhecendo a invalidade da cláusula coletiva que prevê jornada superior ao limite de oito horas fixado, condenar a reclamada ao pagamento das horas laboradas além da sexta diária (art. 7º, XIV, da CF), ficando restabelecida a sentença quanto à forma de apuração das referidas horas. Vencidos os Ministros Dora Maria da Costa, Brito Pereira, Renato de Lacerda Paiva e Aloysio Corrêa da Veiga. TST-E-ED-ARR , SBDI-I, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, (Informativo nº 42) Turnos ininterruptos de revezamento. Instrumento coletivo. Fixação de jornada diária superior a oito horas em razão da compensação de jornada. Invalidade. Art. 7º, XIV, da CF e Súmula nº 423 do TST. Nos termos do art. 7º, XIV, da CF e da Súmula nº 423 do TST, é inválida cláusula de instrumento coletivo que estipula jornada superior a oito horas em turnos ininterruptos de revezamento, ainda que a extrapolação do limite diário decorra da adoção de regime de compensação semanal, com vistas à supressão da realização de trabalho aos sábados. Com esse fundamento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, negou-lhes provimento, mantendo a decisão da Turma que declarou inválidas as cláusulas que estabeleciam jornada superior a seis horas para os empregados submetidos a revezamento de turno, porquanto extrapolada a jornada de oito horas, sendo devidas, como extras, as horas trabalhadas além da sexta diária. Ressalvou entendimento o Ministro Renato de Lacerda Paiva. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Dora Maria da Costa, (Informativo nº 55) Regime 12x36 e turnos ininterruptos de revezamento. Alternância. Invalidade da norma coletiva. Contrariedade à Súmula nº 423 do TST. Horas extras. Devidas. Conforme disciplina a Súmula nº 423 do TST, a prorrogação da jornada em turnos ininterruptos de revezamento somente é possível até o limite de oito horas diárias. Assim sendo, contraria o referido verbete a decisão que considera válidos os instrumentos coletivos que, alternando o regime de 12x36 com os turnos ininterruptos de revezamento, estabeleceram escala de 4 tempos, com jornada de 7h às 19h em dois dias da semana, 19h às 7h, em dois dias, folgando o empregado, além do dia no qual deixou o trabalho, mais 3 dias. Com base nessas premissas, a SBDI-I, à unanimidade, conheceu do recurso de embargos do reclamante, por contrariedade à Súmula nº 423 do TST, e, no mérito, deu-lhe provimento para julgar procedente o pedido de condenação em horas extraordinárias e reflexos a partir da 9ª hora laborada. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, (Informativo nº 90 do TST) Trabalho noturno Hora noturna reduzida. Art. 73, 1º da CLT. Substituição pelo adicional noturno de 37,14%. Acordo coletivo. Possibilidade. É possível, por meio de acordo coletivo de trabalho, fixar duração normal para a hora noturna, em substituição à hora ficta prevista no art. 73, 1º, da CLT, em razão da elevação do adicional noturno de 20% para 37,14%. No caso, não há falar em subtração pura e simples de direito legalmente previsto, mas, tão-somente, em flexibilização do seu conteúdo, sem traduzir prejuízo ao empregado. Trata-se da aplicação da teoria do conglobamento, segundo a qual a redução de determinado direito é compensada pela concessão de outras vantagens, de modo a garantir o equilíbrio entre as partes. Com esse entendimento, a SBDI-I, em sua composição plena, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento para

26 Duração do trabalho e períodos de descanso 301 restabelecer a decisão do Regional. Vencidos os Ministros Lelio Bentes Corrêa, José Roberto Freire Pimenta, Delaíde Miranda Arantes e Alexandre Agra Belmonte. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, (Informativo nº 48) Jornada mista. Trabalho prestado majoritariamente à noite. Adicional noturno. Súmula nº 60, II, do TST. Na hipótese de jornada mista, iniciada pouco após às 22h, mas preponderantemente trabalhada à noite (das 23:10h às 07:10h do dia seguinte), é devido o adicional noturno quanto às horas que se seguem no período diurno, aplicando-se o entendimento da Súmula nº 60, II, do TST. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos por divergência jurisprudencial e, no mérito, negou-lhes provimento. No caso, ressaltou-se que a interpretação a ser dada ao item II da Súmula nº 60 do TST não pode estimular o empregador a adotar jornada que se inicia pouco depois das 22h com o propósito de desvirtuar o preceito. Ademais, a exegese do art. 73, 3º e 4º, da CLT, à luz dos princípios da proteção ao trabalhador e da dignidade da pessoa humana, permite concluir que, para garantir a higidez física e mental do trabalhador, o adicional noturno deve incidir sobre o labor executado durante o dia em continuidade àquele majoritariamente prestado à noite. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, (Informativo nº 24) Trabalho extraordinário Pagamento em valor fixo mensal Horas extras. Fixação em norma coletiva. Impossibilidade. Prejuízo ao empregado. A fixação das horas extras pagas mensalmente ao empregado, mediante negociação coletiva, afronta o direito à percepção integral das horas efetivamente trabalhadas em sobrejornada, causando prejuízo ao trabalhador. Com base nesse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial e, no mérito, deu-lhes provimento para declarar inválida a cláusula normativa que prevê o pagamento de horas extras de forma fixa, vencidos os Ministros Ives Gandra Martins Filho, Brito Pereira e Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Na espécie, a Turma manteve o acórdão do Regional que havia concluído pela validade da norma coletiva que fixou o pagamento de sessenta horas extras mensais, porquanto atendia às peculiaridades dos motoristas da empresa acordante, remunerando satisfatoriamente as eventuais horas extras prestadas durante os longos intervalos intrajornada a que eram submetidos, o que acabava por desdobrar a jornada em três períodos, sem caracterizar, porém, tempo à disposição do empregador. TST-ERR , SBDI-I, Min. Horácio Raymundo de Senna Pires, (Informativo nº 20) Majoração lesiva da jornada de trabalho. Alteração do pactuado. Pagamento de horas extras. Prescrição total. Súmula n.º 294 do TST. Incide a prescrição total sobre a pretensão de recebimento de horas extras fundada na alteração lesiva da jornada de trabalho de 180 para 220 horas, porquanto não há preceito de lei que assegure a carga horária de 180 horas mensais. Configura-se, portanto, alteração do pactuado a atrair a incidência da primeira parte da Súmula n.º 294 do TST. Com esse entendimento a SBDI-I, em sua composição plena, conheceu dos embargos por unanimidade e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os Ministros Rosa Maria Weber, relatora, Horácio Senna Pires, Augusto César de Carvalho, José Roberto Pimenta, Delaíde Miranda Arantes e o Desembargador Convocado Sebastião Geraldo de Oliveira. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Rosa Maria Weber, red. p/ acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, (Informativo nº 10) Horas extras. Regime de compensação de jornada. Trabalho aos sábados em uma semana por mês. Súmula nº 85, IV, do TST. A prestação de serviços em um sábado por mês, dia destinado à compensação, implica na descaracterização do regime de compensação de jornada, de modo que na semana em que houve labor no sábado deve ser reconhecido o direito às horas extraordinárias acrescidas do adicional em relação a todo o período que extrapolava a jornada semanal normal. Nas semanas em que não houve trabalho aos sábados, porém, deve ser aplicado o disposto na Súmula nº 85, IV, do TST, em razão da efetiva compensação de jornada. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos interpostos pela reclamante, por má aplicação da Súmula nº 85, IV, do TST, e, no mérito, pelo voto prevalente da Presidência, deu-lhes parcial provimento para reconhecer a validade do regime de compensação de jornada apenas nas semanas em que não houve labor no dia destinado para tanto e, consequentemente, determinar o pagamento das horas extraordinárias mais o respectivo adicional quanto às horas que extrapolarem a jornada normal diária nas semanas em que houve trabalho no sábado, e apenas o adicional quanto às horas extraordinárias destinadas à compensação nas semanas em que efetivamente a reclamante tenha usufruído da folga compensatória. Vencidos os Ministros Lelio Bentes Corrêa, Aloysio Corrêa da Veiga, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, José Roberto Freire Pimenta, Hugo Carlos Scheuermann e Alexandre de Souza Agra Belmonte. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, (Informativo nº 82)

27 302 Henrique Correia Períodos de descanso Intervalo intrajornada Intervalo intrajornada. Redução. Horas extras. Norma coletiva. Percentual superior ao previsto no art. 71, 4º, da CLT. Prevalência. Havendo norma coletiva assegurando a remuneração das horas extras em percentual superior ao previsto no art. 71, 4ª, da CLT, esse adicional deverá ser utilizado para o pagamento das horas suplementares decorrentes da redução do intervalo intrajornada, ainda que não consignado expressamente nos autos a porcentagem acordada. Nessa esteira, a SBDI-I, por maioria, vencidos os Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Brito Pereira, Horácio Raymundo de Senna Pires e os Desembargadores Convocados Sebastião Geraldo de Oliveira e Hugo Carlos Scheuermann, conheceu do recurso de embargos, no tópico, por violação do art. 896 da CLT, ante a má aplicação da Súmula nº 126 do TST e, no mérito, deu-lhe provimento para restabelecer a sentença em que fora determinado o cômputo da parcela devida pela redução do intervalo intrajornada com base no percentual previsto na norma coletiva para o cálculo das horas extras. Na espécie, a decisão turmária apontara o óbice da Súmula nº 126 do TST, uma vez que o TRT de origem, apesar de ter consignado a existência de percentual mais vantajoso em norma coletiva, não registrou expressamente esse valor. A Subseção, porém, entendeu que a matéria se restringe ao enquadramento jurídico da incidência, ou não, do percentual normativo em detrimento da previsão legal, razão pela qual, confirmada a existência de adicional mais vantajoso tanto pelo TRT quanto pela Turma, a ausência de registro da porcentagem estabelecida em instrumento coletivo não é dado imprescindível à solução da controvérsia TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, (Informativo nº 18) Intervalo intrajornada de 15 minutos. Concessão ao final da jornada Intervalo intrajornada de 15 minutos. Concessão ao final da jornada. Previsão em instrumento coletivo. Invalidade. Art. 71, 1º, da CLT. Norma cogente. É inválida cláusula de instrumento coletivo que prevê a concessão do intervalo intrajornada de 15 minutos apenas ao final da jornada, antecipando o seu final e permitindo ao empregado chegar mais cedo em casa. A previsão contida no 1º do art. 71 da CLT é norma cogente que tutela a higiene, a saúde e a segurança do trabalho, insuscetível, portanto, à negociação. Ademais, a concessão do intervalo apenas ao final da jornada não atende à finalidade da norma, que é a de reparar o desgaste físico e intelectual do trabalhador durante a prestação de serviços, sobretudo quando se trata de atividade extenuante, como a executada pelos trabalhadores portuários. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento, confirmando a decisão do Regional que condenou o reclamado ao pagamento de 15 minutos diários, como extras, referentes ao intervalo intrajornada não usufruído, com os reflexos postulados. Vencidos os Ministros Aloysio Corrêa da Veiga, Ives Gandra Martins Filho e Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. TST- -ERR , SBDI-I, rel. Augusto César Leite de Carvalho, (Informativo nº 36) Atividade de corte de cana-de-açúcar. Pausa para descanso Empregado rural. Atividade de corte de cana-de-açúcar. Pausa para descanso. Obrigatoriedade. Norma Regulamentar nº 31 do Ministério do Trabalho e Emprego. Aplicação analógica do art. 72 da CLT. Possibilidade. Aos empregados rurais que trabalham no corte de cana-de-açúcar aplica-se, por analogia, o disposto no art. 72 da CLT, que garante um intervalo de dez minutos a cada período de noventa minutos de trabalho consecutivo nos serviços permanentes de mecanografia. Isso porque a Norma Regulamentar nº 31 do Ministério do Trabalho e Emprego, apesar de estabelecer a obrigatoriedade de concessão de pausas para descanso aos trabalhadores rurais que realizem atividades em pé ou submetam-se à sobrecarga muscular, não especifica as condições ou o tempo de duração dos períodos de repouso. Com base nesse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos do reclamante, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes provimento para acrescer à condenação o pagamento de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho como extras, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, com os reflexos postulados nas prestações contratuais vinculadas ao salário. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. João Oreste Dalazen, (Informativo nº 69) Maquinista da categoria C. Intervalo intrajornada. Maquinista da categoria C. Intervalo intrajornada. Compatibilidade entre os arts. 71, 4º e 238, 5º, ambos da CLT. Pagamento do intervalo não concedido como horas extras. O intervalo intrajornada de que trata o art. 71 da CLT, por ser norma de ordem pública, constituindo-se em medida de higiene, saúde e segurança, deve ser concedido a todos os trabalhadores, inclusive ao maquinista da categoria C. Assim, não se pode excluir dessa categoria o direito ao pagamento, como horas extras, do intervalo

28 Duração do trabalho e períodos de descanso 303 não concedido, havendo total compatibilidade entre os arts. 71, 4º e 238, 5º, ambos da CLT. Com esse entendimento, a SBDI-I, em sua composição plena, conheceu dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, relatora, Ives Gandra Martins Filho, Brito Pereira, Renato de Lacerda Paiva e Dora Maria da Costa. TST-E-ED- -RR , SBDI-I, rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, red. p/ acórdão Min. Aloysio Corrêa da Veiga, (Informativo nº 43) Intervalo para recreio. Tempo à disposição do empregador Professor. Intervalo para recreio. Tempo à disposição do empregador. O intervalo entre as aulas, conhecido como recreio, é considerado tempo à disposição do empregador, nos termos do art. 4º da CLT, pois o professor permanece no estabelecimento de ensino, aguardando ou executando ordens. Com esse entendimento, a SBDI-I, à unanimidade, conheceu dos embargos da reclamante, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes provimento para julgar procedente o item g da petição inicial, respeitadas as aulas efetivamente ministradas e a prescrição quinquenal pronunciada na sentença. Ressalvou a fundamentação o Ministro Alexandre Agra Belmonte. TST-E-ED-RR , SBDI-I, rel. Min.Márcio Eurico Vitral Amaro, (Informativo nº 88) Feriados Trabalho no comércio em geral Ação anulatória. Trabalho em feriados no comércio em geral. Autorização em acordo coletivo. Impossibilidade. Exigência de previsão em convenção coletiva. Art. 6º-A da Lei nº /00. Nos termos do art. 6º-A da Lei nº /00, conforme alteração introduzida pela Lei nº /07, o trabalho no comércio em geral em feriados é possível tão somente mediante autorização firmada em convenção coletiva de trabalho, ou seja, negociação ajustada entre os sindicatos representativos das categorias econômica e profissional. Trata-se de dispositivo de interpretação restritiva que, fundada no princípio da proteção ao trabalho, não pode ser alargada para abarcar as autorizações concedidas em sede de acordo coletivo. Assim, a SDC, por unanimidade, deu provimento ao recurso ordinário do Sindicato do Comércio Varejista de Itapetininga para, julgando parcialmente procedente a ação anulatória, declarar a nulidade da cláusula quadragésima quarta (calendário de funcionamento do comércio em datas especiais) do ACT 2009/2010, firmado entre o réu e a empresa Arthur Lundgren Tecidos S.A. - Casas Pernambucanas, e da cláusula quadragésima terceira (calendário de funcionamento do comércio em datas especiais) do ACT 2009/2010, firmado entre o réu e a empresa Cofesa - Comercial Ferreira Santos Ltda. TST-RO , SDC, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, (Informativo nº 17) Férias Terço constitucional. Art. 7º, XVII, da CF. Férias não usufruídas em razão de concessão de licença remunerada superior a 30 dias. Art. 133, II, da CLT. Devido. O empregado que perdeu o direito às férias em razão da concessão, durante o período aquisitivo, de licença remunerada por período superior a trinta dias, nos termos do art. 133, II, da CLT, faz jus à percepção do terço constitucional (art. 7º, XVII, da CF). À época em que editado o Decreto-lei n.º 1.535/77, que conferiu nova redação ao art. 133 da CLT, vigia a Constituição anterior, que assegurava ao trabalhador apenas o direito às férias anuais remuneradas, sem o respectivo adicional, de modo que o referido dispositivo consolidado não tem o condão de retirar direito criado após a sua edição. Ademais, na espécie, a referida licença não decorreu de requerimento do empregado, mas de paralisação das atividades da empresa por força de interdição judicial, razão pela qual a não percepção do terço constitucional também implicaria em transferir os riscos da atividade econômica ao trabalhador, impondo-lhe prejuízo inaceitável. Com esse entendimento, a SBDI-I, em sua composição plena, por maioria, deu provimento aos embargos para acrescer à condenação o pagamento do adicional de 1/3 das férias, previsto no art. 7º, XVII, da CF, atinente aos períodos em que o autor foi afastado em razão de gozo de licença remunerada, observada a prescrição pronunciada. Vencidos os Ministros Maria Cristina Peduzzi, João Oreste Dalazen, Brito Pereira, Lelio Bentes Corrêa e Dora Maria da Costa. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Rosa Maria Weber, (Informativo nº 10) Férias. Fracionamento. Inexistência de situação excepcional. Pagamento em dobro. Devido. O objetivo do art. 134, caput e 1º, da CLT, ao estabelecer que as férias devem ser concedidas em um só período e que somente em situações excepcionais é possível o seu parcelamento, é permitir ao trabalhador a reposição de sua energia física e mental após longo período de prestação de serviços. Nesse contexto, resulta irregular o fracionamento de férias sem a existência de circunstância excepcional que o justifique, dando ensejo ao pagamento das férias em dobro. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos por divergência jurisprudencial e, no mérito, negou-lhes provimento. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, (Informativo nº 11)

29 304 Henrique Correia Professor Instrutor de Idiomas Instrutora de idiomas. Atividade docente. Enquadramento na categoria profissional dos professores, ainda que ausentes as formalidades do art. 317 da CLT. Possibilidade. Sendo incontroverso o desempenho de atividade docente na condição de instrutora de inglês em curso de idiomas, não há como afastar o enquadramento da reclamante na categoria dos professores, ainda que ausentes as formalidades a que se refere o art. 317 da CLT. Assim, por maioria, a SBDI-I, em sua composição plena, conheceu dos embargos interpostos antes da vigência da Lei nº /2007, por violação do art. 317 da CLT, vencidos os Ministros Renato de Lacerda Paiva, relator, Dora Maria da Costa, João Oreste Dalazen, Antônio José de Barros Levenhagen, Brito Pereira e Carlos Alberto Reis de Paula, e, no mérito, também por maioria, deu-lhes provimento para declarar aplicáveis à reclamante as normas coletivas da categoria dos professores e determinar o retorno dos autos à vara de origem para que analise o restante do mérito, como entender de direito. Vencido o Ministro Ives Gandra Martins Filho, que conhecia do recurso, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, negava-lhe provimento. TST-E-RR , SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, red. p/ acórdão Min. José Roberto Freire Pimenta, (Informativo n. 48)

30 Capítulo XII Orientações Jurisprudenciais da SDC Sumário Introdução. Julgamento na SDC I - Organização sindical brasileira: 1. Categoria profissional diferenciada: 1.1. Enquadramento sindical reconhecimento de categoria diferenciada impossibilidade de ajuizamento de dissídio coletivo; 1.2. Impossibilidade de reconhecimento por decisão judicial de categoria profissional diferenciada 2. Cláusulas abusivas ou ilegais: 2.1. Cláusula que estabelece taxa de homologação de rescisão contratual - ilegalidade; 2.2. Inconstitucionalidade na cobrança de contribuições para entidades sindicais aos não sindicalizados; 2.3. Proibição de cláusula que privilegia a contratação de trabalhador sindicalizado sobre os demais admissão preferencial 3. Quadro resumido das OJS da SDC 4. Informativos do TST II Negociação coletiva: 1. Aspectos formais Assembleia Geral: 1.1. Edital de convocação da Assembleia Geral publicidade e observância do prazo mínimo entre a publicação e a realização da assembleia 2. Dissídio coletivo em face de pessoa jurídica de Direito Público. : 2.1. Limites e possibilidade da negociação coletiva no setor público 3. Limitação ao desconto realizado no salário do trabalhador via negociação coletiva 4. Limitação do salário normativo. Contrato de experiência e menor empregado 5. Estabilidade e limites à negociação coletiva: 5.1. Estabilidade da gestante; 5.2. Estabilidade do acidentado 6. Quadro resumido das OJS da SDC 7. Informativos do TST III - GREVE: 1. Greve abusiva impossibilidade de estabelecer vantagens a seus participantes: 1.1. Greve sem representatividade sindical 2. Greve - Imprescindibilidade de tentativa negocial prévia 3. Necessidade de garantia das necessidades inadiáveis da população - greve em serviços essenciais 4. Quadro resumido das OJS da SDC 5. Informativos do TST. INTRODUÇÃO. JULGAMENTO NA SDC A seção de dissídios coletivos (SDC), como o próprio nome já indica, ficou com a incumbência de julgar os processos decorrentes dos dissídios coletivos, tendo o TST competência originária ou recursal (art. 2º da Lei nº 7.701/88). Portanto, as OJs da SDC dizem respeito às matérias atinentes aos dissídios coletivos. Esses comentários às Orientações Jurisprudenciais da SDC passaram a fazer parte do livro apenas a partir da 6 a Edição/2015. Para tornar mais didático os comentários e a divisão da matéria, decidimos separar os comentários em 3 assuntos, conforme indicados abaixo: I Organização Sindical Brasileira; II Negociação Coletiva III Greve

31 622 Henrique Correia I - ORGANIZAÇÃO SINDICAL BRASILEIRA 1. CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA 1.1. Enquadramento sindical reconhecimento de categoria diferenciada impossibilidade de ajuizamento de dissídio coletivo Orientação Jurisprudencial nº 9 da SDC do TST. Enquadramento sindical. Incompetência material da justiça do trabalho. O dissídio coletivo não é meio próprio para o sindicato vir a obter o reconhecimento de que a categoria que representa é diferenciada, pois esta matéria enquadramento sindical envolve a interpretação de norma genérica, notadamente do art. 577 da CLT. Inicialmente, é necessário estabelecer as principais características do dissídio coletivo para que se possa compreender o alcance da OJ em análise. Dentre as fontes formais autônomas do Direito do Trabalho (elaboradas pelos próprios destinatários da norma) temos as convenções e os acordos coletivos em que os próprios sujeitos particulares (sindicatos e empresas) criam normas jurídicas para, em regra, ampliar o rol de direitos dos integrantes da categoria ou dos empregados de determinada empresa. Pode acontecer de as partes não chegarem ao consenso sobre a instituição ou a interpretação de tais normas jurídicas, transferindo a um terceiro o poder de criá-las e interpretá-las. Tal fenômeno é chamado de heterocomposição. Essa transferência pode acontecer por meio da interferência estatal (Poder Judiciário), que se faz pelo ajuizamento do dissídio coletivo, entendido como o processo judicial destinado à solução de conflitos coletivos de interesses nas relações de trabalho, buscando criar, modificar e extinguir condições gerais de trabalho, além de declarar o alcance de uma norma jurídica 1. Embora a doutrina apresente divergência na classificação dos dissídios coletivos, adotaremos a utilizada pelo art. 220 do Regimento Interno do TST. Dessa forma, podemos classificar os dissídios coletivos em: a) dissídio econômico, o qual institui normas e condições de trabalho, que poderão ser econômicas ou sociais; b) dissídio jurídico, que tem a função de interpretar cláusulas de sentenças normativas, de instrumentos de negociação coletiva, acordos e convenções coletivas, de disposições legais particulares de categoria profissional ou econômica e de atos normativos; c) dissídio revisional: quando destinado a reavaliar normas e condições coletivas de trabalho preexistentes, que se hajam tornado injustas ou ineficazes pela modificação das circunstâncias que as ditaram; d) dissídio de greve: visa à declaração da abusividade ou não de determinada paralisação do trabalho decorrente de greve. 1. MELO, Raimundo Simão de. Processo Coletivo do Trabalho: dissídio coletivo, ação de cumprimento, ação anulatória. São Paulo: LTr, p. 65.

32 Orientações Jurisprudenciais da SDC 623 e) dissídio originário: quando não existentes ou em vigor normas e condições especiais de trabalho. A presente orientação trata do dissídio coletivo jurídico, que não se presta à interpretação de normas de caráter genérico. Com efeito, quando se pretender a interpretação de uma lei formalmente considerada, o dissídio somente será admitido se a lei for aplicada especificamente a determinada categoria profissional ou econômica como, por exemplo, lei municipal concedendo benefícios aos servidores municipais. Desse modo, não se admite o dissídio jurídico para discutir enquadramento sindical, pois não se refere à interpretação de uma lei específica de determinada categoria, mas a um dispositivo legal genérico (art. 577, CLT) que trata do enquadramento sindical em categoria profissional diferenciada. Lembre-se de que a categoria profissional diferenciada é aquela que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. A fixação, portanto, dos trabalhadores que pertencem à categoria diferenciada decorre de lei. Nesse caso, a formação do sindicato será apenas para defesa dos trabalhadores, pois não há categoria diferenciada para empregadores. Atente-se ainda para o fato de que a presente orientação, em seu cabeçalho, declina ser incompetente a Justiça do Trabalho para julgar ações sobre enquadramento sindical. Entretanto, após a vigência da EC nº 45/2004 que alterou a redação do art. 114 da CF/88, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para o julgamento das ações envolvendo representação sindical conforme previsto no art. 114, inciso III, CF/88. Com isso, não possui mais aplicação a parte da OJ em análise que afirma a incompetência material da Justiça do Trabalho ao apreciar essas ações. Portanto, o TST deverá excluir do texto dessa OJ referida incompetência, porque se trata de entendimento já ultrapassado. Por fim, cumpre ressaltar que a ação, eventualmente, proposta para discutir o enquadramento sindical de categoria profissional diferenciada será de competência da Vara do Trabalho e não dos tribunais (TRTs e TST), que têm competência funcional para o julgamento dos dissídios coletivos. Nesse sentido: RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA. SINDI- CATO. LEGITIMIDADE "AD CAUSAM". MOTORISTA. CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA. 1. Regra geral, o dissídio coletivo não é o meio próprio para o Sindicato vir a obter o reconhecimento de que a categoria que representa é diferenciada, pois a matéria relativa ao enquadramento sindical é afeta à competência da Vara do Trabalho. 2. Admite-se, todavia, como exceção à regra, discussão e deliberação, no processo de dissídio coletivo, em torno da legitimidade ativa do sindicato, de forma incidental, sem eficácia de coisa julgada material. 3. Nesse contexto, a jurisprudência desta Seção de Dissídios Coletivos estabeleceu que os empregados que exercem a profissão de motorista são equiparados à categoria profissional diferenciada, nos moldes do art. 511, 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho.

33 624 Henrique Correia 4. Atualmente, a Lei nº , de 30/04/2012, regulamentou o exercício da profissão de motorista, pondo fim à celeuma sobre o enquadramento sindical dessa categoria. 5. No caso concreto, a Corte Regional divergiu dessa orientação ao declarar a ilegitimidade ativa do sindicato suscitante. Recurso ordinário a que se dá provimento Impossibilidade de reconhecimento por decisão judicial de categoria profissional diferenciada Orientação Jurisprudencial nº 36 da SDC do TST. Empregados de empresa de processamento de dados. Reconhecimento como categoria diferenciada. Impossibilidade. É por lei e não por decisão judicial, que as categorias diferenciadas são reconhecidas como tais. De outra parte, no que tange aos profissionais da informática, o trabalho que desempenham sofre alterações, de acordo com a atividade econômica exercida pelo empregador. Inicialmente, destaca-se que a organização dos sindicatos é feita com base no sistema de categorias. Há sindicatos que defendem interesses da categoria profissional (trabalhadores) e os que representam e defendem interesses da categoria econômica (empregadores). Existem ainda sindicatos que representam categorias profissionais diferenciadas. Para identificar que categoria pertence o trabalhador, é necessário saber a atividade principal ou preponderante da empresa. Vale ressaltar: a) Categoria econômica (art. 511, 1º, da CLT): ocorre quando há solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constituindo vínculo social básico entre essas pessoas. Exemplo de atividade idêntica: empresa que explora apenas a atividade de ensino. Atividades similares são aquelas que se assemelham, como hotéis e restaurantes. E, por fim, atividades conexas que se complementam, como ocorre na construção civil, por exemplo, pintura e parte elétrica 3. b) Categoria profissional (art. 511, 2º, da CLT): ocorre quando há similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas. Para identificar a categoria profissional, é necessário, primeiro, verificar a categoria econômica, ou seja, qual a atividade da empresa. Por exemplo, pedreiro que trabalha numa escola não pertence à categoria da construção civil, mas à dos estabelecimentos de ensino 4. c) Categoria profissional diferenciada (art. 511, 3º, da CLT): é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. Assim, verifica-se que dois são os requisitos para a formação da categoria profissional diferenciada: 2. TST - RO: , Rel. Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: , Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT Os exemplos e definições de atividades conexas e similares foram retirados da excelente e indispensável obra do Professor Sérgio Pinto Martins: MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. 12. ed. São Paulo: Atlas, p MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. 12. ed. São Paulo: Atlas, p. 569.

34 PARTE II DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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