DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DA INFÂNCIA
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- Ian Pinheiro de Almeida
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2 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DA INFÂNCIA CASO CLÍNICO Criança de 5 anos com história de febre há 3 dias, que chegou a 39,5 C no dia anterior. Ao exame físico apresenta tosse intensa, conjuntivite não purulenta e pequenas máculas esbranquiçadas na mucosa jugal, com halo de hiperemia à sua volta. O médico da UBS diagnosticou uma virose da infância, sem maior gravidade, medicou com sintomáticos, recomendou que a mãe oferecesse líquidos em abundância, exceto refrigerantes; marcando retorno em 24 hs. No dia seguinte a criança apresentava discreta erupção cutânea atrás das orelhas e na testa (na linha de implantação dos cabelos) e a tosse permanecia tão intensa quanto no dia anterior. HD? Você concorda com o diagnóstico? e a conduta do médico da UBS foi correta? Justifique.
3 PEDIATRIA DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DA INFÂNCIA
4 SARAMPO TRANSMISSÃO: aerossol e gotículas altamente contagioso (Paramixovirus) 90% dos expostos adquirem a doença (se suscetíveis) alta infectividade Incubação de +/- uma semana. eliminado no Brasil 5 anos sem caso autóctone PATOLOGIA: células gigantes de Warthin-Finkeldey PATOGNOMÔNICAS INCUBAÇÃO: 1 a 2 semanas com pródromos de 2 a 4 dias. CLÍNICA: PRÓDROMOS FASE EXANTEMÁTICA FASE DE RECUPERAÇÃO
5 CLÍNICA: PRÓDROMOS Febre, tosse proeminente, conjuntivite com FOTOFOBIA KOPLIK 24 hs antes do exantema (patognomônico) FASE EXANTEMÁTICA Eritema máculo-papular morbiliforme, crânio-caudal (sintomas declinam com o início do rash Eritema máculo-papular FASE DE RECUPERAÇÃO O rash desaparece em 7 dias, com descamação furfurácea KOPLIK
6 SARAMPO COMPLICAÇÕES: + COMUM Otite média aguda + GRAVE - Pneumonia (principal causa de óbito Pode reativar foco de Tb e pode dar pneumonia viral (pneumonia de Hecht) Gastrintestinais diarreia, vômitos e apendicite SNC Convulsão, encefalite FORMA GRAVE DE SARAMPO Sarampo hemorrágico (sarampo negro). Trombocitopenia com lesões hemorrágicas de pele (frequentemente fatal) COMPLICAÇÃO CRÔNICA DO SARAMPO PEES. 7 a 10 anos após a infecção primária
7 TRATAMENTO: Hidratação, antipiréticos, O² úmido e suporte ventilatório s/n. Imunocomprometidos Ribavirina + imunoglobulina *** Vitamina A diminui a morbidade e letalidade. PROFILAXIA DO SARAMPO: PRÉ-EXPOSIÇÃO Vacina tríplice viral ou tetra viral aos 12 e aos 15 meses (PNI) Precaução de contato: quarto privativo PÓS-EXPOSIÇÃO Vacinação de bloqueio até 72 hs - até 3 DIAS Imunoglobulina para: < 6 meses, grávidas, imunodeprimidos até 6 DIAS Precaução de gotículas: máscara comum para os contactantes Precaução transmissão aérea: quarto privativo comportas e janelas fechados, pressão negativa e filtros. Máscara N95 para contactantes ATENÇÃO AQUI SARAMPO É DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA E IMEDIATA
8 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DA INFÂNCIA CASO CLÍNICO Criança de 5 anos com história de febre há 3 dias, que chegou a 39,5 C no dia anterior. Ao exame físico apresenta tosse intensa, conjuntivite não purulenta e pequenas máculas esbranquiçadas na mucosa jugal, com halo de hiperemia à sua volta. O médico da UBS diagnosticou uma virose da infância, sem maior gravidade, medicou com sintomáticos, recomendou que a mãe oferecesse líquidos em abundância, exceto refrigerantes; marcando retorno em 24 hs. No dia seguinte a criança apresentava discreta erupção cutânea atrás das orelhas e na testa (na linha de implantação dos cabelos) e a tosse permanecia tão intensa quanto no dia anterior. HD? Você concorda com o diagnóstico? e a conduta do médico da UBS foi correta? Justifique.
9 RUBÉOLA AGENTE: Togavirus TRANSMISSÃO: gotículas, contato. Incubação de 2 a 3 semanas CLÍNICA: PRÓDROMOS Febre, coriza, conjuntivite. UAI! IGUAL SARAMPO? SIM, SÓ QUE MAIS LEVE Sarampinho, sarampo alemão, sarampo de 3 dias Linfadenomegalia retroauricular, sub-occipital e cervical posterior FASE EXANTEMÁTICA Exantema rubeoliforme (róseo) 3 dias, progressão crânio-caudal rápida, sem descamação Manchas de Forchheimer pontos vermelhos no palato mole (não são patognomônicas RUBÉOLA NÃO DESCAMA
10 COMPLICAÇÕES Artrites (mais em menina). Trombocitopenia. Síndrome da Rubéola Congênita Surdez catarata Cardiopatia TRANSMISSÃO: gotículas, contato. Incubação de 2 a 3 semanas CLÍNICA: PRÓDROMOS Febre, coriza, conjuntivite. UAI! IGUAL SARAMPO? SIM, SÓ QUE MAIS LEVE Sarampinho, sarampo alemão, sarampo de 3 dias Linfadenomegalia retroauricular, sub-occipital e cervical posterior FASE EXANTEMÁTICA Exantema rubeoliforme (róseo) 3 dias, progressão crânio-caudal rápida, sem descamação Manchas de Forchheimer pontos vermelhos no palato mole (não são patognomônicas) RUBÉOLA NÃO DESCAMA
11 TRATAMENTO: Sintomáticos Se plaquetopenia grave: imunoglobulina e CTC PROFILAXIA DA RUBÉOLA: PRÉ-EXPOSIÇÃO Vacina tríplice viral ou tetra viral aos 12 e aos 15 meses (PNI) PÓS-EXPOSIÇÃO Vacinação de bloqueio até 72 hs - até 3 DIAS EVITAR CONTATO COM GESTANTES ATENÇÃO AQUI RUBÉOLA TAMBÉM É DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA E IMEDIATA
12 ERITEMA INFECCIOSO AGENTE: Parvovirus B anos TRANSMISSÃO: gotículas e secreções nasofaríngeas Atenção aqui!!! O Parvovirus B 19 replica em pro-eritroblastos. Cuidado com os falcêmicos. CLÍNICA: EXANTEMA TRIFÁSICO Face esbofeteada; rendilhado róseo e recidiva Na gestação pode provocar anemia, ICC, hidropsia fetal Imunodeprimidos: anemia persistente Pode causar ainda síndrome purpúrica-papular luvas e meias e miocardite
13 COMPLICAÇÕES Artrites, púrpura trombocitopênica, meningite asséptica TRATAMENTO: Suporte PROFILAXIA: Não há Crianças internadas com crise aplástica (anemia falciforme) isolar até uma semana após o desaparecimento da febre.
14 AGENTE: Herpesvirus tipos 6 e 7 EXANTEMA SÚBITO TRANSMISSÃO: gotículas - Lactentes CLÍNICA: PRÓDROMOS: Febre alta que desaparece em crise, em 72 horas e manchas de Nagayama (úlceras no palato) EXANTEMA Surge horas após o desaparecimento da febre. Lesões maculopapulares róseas, não pruriginosas. As lesões iniciam no tronco e vão para as extremidades Progressão centrífuga COMPLICA COM CONVULSÃO FEBRIL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Farmacodermia (coça)
15 VARICELA AGENTE: Virus Varicela-zoster TRANSMISSÃO: secreções, aerossol e contato direto CLÍNICA: PRÓDROMOS (crianças maiores) Febre, adinamia, mal-estar, dor abdiminal FASE EXANTEMÁTICA Mácula eritematosa e pruriginosa, pápula, vesícula pústula com umbilicação central e crostas. Distribuição centrípeta e polimorfismo regional Outras apresentações: varicela neonatal que pode ser adquirida na comunidade ou via vertical varicela via vertical crianças nascidas de mães com varicela iniciada de 5 dias antes do parto até 2 dias após o parto VARICELA CONGÊNITA: início da gestação lesões cicatriciais cutâneas, hipoplasia de membros, anomalias neurológicas e oculares.
16 polimorfismo regional VARICELA CONGÊNITA
17 COMPLICAÇÕES: + COMUM Infecção bacteriana secundária OUTRAS - Pneumonia SNC encefalite e ataxia cerebelar aguda Varicela progressiva (imunodeprimidos) lesões viscerais, hemorragias TRATAMENTO: Sintomáticos QUANDO USAR ACICLOVIR VO até 24 hs: Risco de doença grave 12 anos (não gestantes), doenças cutâneas ou pulmonares crônicas, uso de salicilatos, segundo caso na mesma casa, CTC não imunossupressor QUANDO USAR ACICLOVIR EV até 24 hs: Doença progressiva, imunodeprimidos, RN com varicela neonatal, CTC imunossupressor
18 VARICELA PROFILAXIA: PRÉ-EXPOSIÇÃO: Tetra viral aos 15 meses PÓS-EXPOSIÇÃO: Vacinação de bloqueio até 5 dias após a exposição Imunoglobulina (IGHAVZ) até 4 dias após a exposição (suscetíveis com risco de varicela grave imunodeprimidos, gestantes, neonatal e prematuros (< 28 semanas ou > 28 semanas e a mãe não teve varicela). RN de qualquer idade gestacional.cuja mãe teve varicela entre 5 dias antes e 2 dias depois do parto.
19 Uma jovem de 14 anos procura o pronto-socorro com queixa de dor de garganta, mal-estar geral e febre há 7 dias. Há 3 dias, ela foi atendida em outro serviço onde recebeu o diagnóstico de faringoamigdalite bacteriana e foi tratada com amoxicilina por dez dias e analgésicos. Ao exame físico apresentava as alterações da orofaringe mostradas na fig.1, ao lado: Hoje notou o aparecimento de manchas vermelhas no corpo e inchaço nos olhos (fig 2). Está febril, com faringe e tonsilas palatinas hiperemiadas. Há aumento de gânglios cervicais, principalmente na cadeia cervical anterior e linfadenopatia epitroclear. O exantema é maculopapuloso, localizado em tronco, face e membros superiores. Fígado e baço são palpáveis a 2 cm do rebordo costal. Qual é o diagnóstico mais provável e qual seria a sua conduta:? CASO CLÍNICO fig.1 fig 2
20 MONONUCLEOSE INFECCIOSA AGENTE: Virus Epstein Barr TRANSMISSÃO: contato com a saliva (doença do beijo) CLÍNICA: PRÓDROMOS: faringoamigdalite Febre, adinamia, malestar, dor abdiminal EXANTEMA MACULOPAPULAR: Só 20% RASH COM PENICILINAS CLÍNICA: faringoamigdalite, adenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia LABORATÓRIO: atipia linfocitária
21 Anticorpos heterófilos - Paul-Bunnel ou monoteste Anticorpos específicos EA, anti-vca e anti-ebna COMPLICAÇÕES: ruptura esplênica em 0,5% dos casos, obstrução de vias aéreas superiores e sintomas neurolíogicos (metamorfopsia, cefaleia, convulsõe e ataxia cerebelar) TRATAMENTO: Repouso, sintomáticos e prednisona (se obstrução de vias aéreas)
22 AGENTE: Sreptococus beta hemolítico do grupo A (Str. Pyogenes) 3 a 15 anos TRANSMISSÃO: gotículas de saliva e secreção nasal CLÍNICA: PRÓDROMOS: febre alta, enantema (língua em morango branco e língua em morango vermelho), hipertrofia de amígdalas. ESCARLATINA FASE EXANTEMÁTICA: Exantema micropapular centrífugo (pele em lixa) Sinal de Pastia - Sinal de Filatov Descamação lamelar
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24 COMPLICAÇÕES: Não supurativas: Febre reumática e GNDA ERRADICAR O ESTREPTOCOCO TRATAMENTO: Penicilina benzatina dose única IM ou amoxicilina 10 dias
25 Lcs, 3 anos, residente na cidade do Rio de Janeiro HDA: Há 9 dias iniciou quadro de tosse não produtiva e febre alta medida (40ºC), tratadas com sintomáticos. Dois dias depois, apresentou vermelhão no corpo, da cintura para baixo conjuntivite não purulenta. Quatro dias após, iniciou inchaço de mãos e pés e rachaduras nos lábios (como se estivesse com a boca seca). Foi atendida na UBS e diagnpsticada como escarlatina por apresentar esses sintomas associados à língua "em framboesa". Em virtude da febre alta e do estado geral debilitado, foi encaminhada para internação e iniciada penicilina cristalina. Exames PCR e ASO negativos. Mucoproteína não realizado. Hemograma: leuc (0/2/0/0/4/81/12/1) VHS 36 mm / 1ª hora. EAS: proteínas ++, leucócitos 13 a 15/campo; hemácias 3 a 5/campo. Acrescentados AAS 100 mg/kg/dia e amicacina e encaminhada à Reumatologia Pediátrica Ao exame físico: Criança irritada, com hiperemia conjuntival, "língua em morango". Ausência de linfonodos. Presença de edema de mãos e tornozelos com descamação em ponta dos dedos. RCR 2T. BNF. SS ++/6+. Restante sem alterações. Labiratório: Hemograma (HSE): Plaquetas Pede-se: HD mais provável, Diagnósticos diferenciais e manejo do caso.
26 Lcs, 3 anos, residente na cidade do Rio de Janeiro HDA: Há 9 dias iniciou quadro de tosse não produtiva e febre alta medida (40ºC), tratadas com sintomáticos. Dois dias depois, apresentou vermelhão no corpo, da cintura para baixo e conjuntivite não purulenta. Quatro dias após, iniciou inchaço de mãos e pés e rachaduras nos lábios (como se estivesse com a boca seca). Foi atendida na UBS e diagnosticada como escarlatina por apresentar esses sintomas associados à língua "em framboesa". Em virtude da febre alta e do estado geral debilitado, foi encaminhada para internação e iniciada penicilina cristalina. Exames PCR e ASO negativos. Mucoproteína não realizado. Hemograma: leuc (0/2/0/0/4/80/12/2) VHS 36 mm / 1ª hora. EAS: proteínas ++, leucócitos 13 a 15/campo; hemácias 3 a 5/campo. Acrescentados AAS 100 mg/kg/dia e amicacina e encaminhada à Reumatologia Pediátrica Ao exame físico: Criança irritada, com hiperemia conjuntival, "língua em morango". Ausência de linfonodos. Presença de edema de mãos e tornozelos com descamação em ponta dos dedos. RCR 2T. BNF. SS ++/6+. Restante sem alterações. Labiratório: Hemograma : Plaquetas Pede-se: HD mais provável, Diagnósticos diferenciais e manejo do caso.
27 ETIOLOGIA: DESCONHECIDA. Mais em crianças asiáticas ou descendentes PATOGÊNESE: vasculite de artérias médias. CLÍNICA: Febre, língua em morango, lesões orais, descamação lamelar, edemas de membros DOENÇA DE KAWASAKI DIAGNÓSTICO: Febre por 5 dias e mais 4 de 5: CONJUNTIVITE LESÕES ORAIS LINFADENOPATIA ERITEMA POLIMORFO ACOMETIMENTO DE MÃOS E PÉS NÃO PODE FALTAR FEBRE POR, PELO MENOS, 5 DIAS
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29 LABORATÓRIO: Leucocitose, PCR, VHS PLAQUETAS (até ) em 2 a 3 semanas Não pode esperar a trombocitose para iniciar o tratamento ECOCARDIOGRAMA: No diagnóstico, após 2 semanas e após 6 a 8 semanas TRATAMENTO: Deve ser iniciado até o 10 dia para evitar aneurisma de coronárias. Imunoglobulina EV: 2 g/kg em 12 horas AAS 100 mg/kg/dia até 48 após passar a febre, depois, dá AAS 3-5 mg/kg/dia por 6 a 8 semanas COMPLICAÇÕES: Aneurisma coronariano e IAM
30 Para passar na residência... Faca nos dentes!
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