Infecções da pele. A pele integra saudável protege os tecidos subjacentes e proporciona uma excelente defesa contra os micróbios invasores
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- Nicolas Alcântara Bandeira
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1 Infecções da pele
2 Infecções da pele A pele integra saudável protege os tecidos subjacentes e proporciona uma excelente defesa contra os micróbios invasores Os patógenos em geral penetram nas camadas inferiores da epiderme e da derme somente depois que a superfície da pele foi danificada
3 Patogênese das lesões mucocutâneas A doença microbiana da pele pode resultar de qualquer uma das três linhas de ataque: Manifestações cutâneas de infecções sistêmicas Chegada de toxinas circulantes Febre escarlate Ocorre a partir de rupturas na pele íntegra Sarampo, rubéola, dengue, herpes, varicela HPV
4 As lesões mucocutâneas são causadas por vírus Que permanecem restritos a superfície corporal no sítio inicial da infecção: Papilomavirus humano (HPV) Vírus do molusco contagioso Verruga Pápula Tipo de lesão LIBERAÇÃO DE VÍRUS PELA LESÃO Que causam lesões mucocutâneas depois de uma disseminação sistêmica : Herpes simples, varicela zoster Coxsackievírus A (9,16,23) Coxsackievírus A 16 Vesícula LIBERAÇÃO DE VÍRUS PELA LESÃO Eritrovírus B19 Herpesvírus humano 6 Sarampo Rubéola, ecovírus (4,6,9,16) Arbovírus (dengue, Zyka, chikungunya) Exantema maculopapular LIBERAÇÃO DE VÍRUS PELA LESÃO
5 Tipos de lesões mucocutâneas Exantema maculopapular Vesículas Verrugas
6 Tipos de lesões mucocutâneas Vesículas Vesículas Lesões vesiculares: sítios de replicação de vírus A infecção das células epiteliais leva a lise celular e a formação de vesículas entre a epiderme e a derme contendo um fluido liquido cheio de vírus, restos celulares e células inflamatórias. Na remissão da lesão, o fluido torna-se purulento, seguindo-se o aparecimento das crostas.
7 Tipos de lesões mucocutâneas Exantema maculopapular Lesões maculopapulares são imunologicamente mediadas e NÂOo infecciosas Ocorre a infecção das células endoteliais dos pequenos vasos da lamina própria e da derme, durante a viremia secundaria. O processo infeccioso leva a reações inflamatórias nestes vasos e em torno deles resultando no exantema maculopapular
8 Infecção viral na pele Lesão vesicular Vírus herpes simples tipo 1 Vírus herpes simples tipo 2 Vírus varicela-zoster
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11 Infecção produtiva Produção de partículas virais Infecção latente Não há produção viral
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13 Vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2) Antigenicamente distinguíveis Causam uma ampla variedade de síndromes clínicas A lesão básica é uma vesícula intra-epitelial, de onde o vírus é disseminado A infecção é transmitida a partir das vesículas ou pela saliva e secreções sexuais
14 As características clínicas da infecção pelo HSV são: presença de vesículas e latência em gânglios sensoriais (trigêmio ou sacral) Rev. méd. Chile vol.139 no.6 Santiago jun. 2011
15 O que pode provocar a saída da latência (reativação)do HSV? Em indivíduos saudáveis, a reativação pode ser provocada por: certas doenças febris (gripe, pneumonia) luz direta do sol estresse traumatismo menstruação A reativação pode ser assintomática A reativação é mais grave em pacientes imunocomprometidos
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19 Vesículas recorrentes do vírus herpes simples. A lesão geralmente ocorre ao redor de junções mucocutâneas
20 Vesículas afetando diferentes região na genitália masculina e feminina
21 Ceratoconjuntivite (úlcera dendrítica na córnea): envolvimento do nervo oftálmico do gânglio trigêmio
22 Em locais da pele após contato direto com indivíduos infectados onde existe atrito ou traumatismo, por exemplo no futebol americano ou em praticantes de luta (herpes gladiatorum)
23 Complicações graves associadas a infecção pelo HSV Encefalite herpética Principal encefalite esporádica no Ocidente (HSV-1) Quadro clínico agudo com febre, cefaléia, confusão e déficit de consciência Importância do diagnóstico precoce e tratamento imediato com aciclovir a partir da suspeita clínica em função da alta taxa de mortalidade (até 70%)
24 Complicações graves associadas a infecção pelo HSV Meningite herpética: normalmente associada a infecção pelo HSV-2 Infecção primária ou reativada em indivíduos imunocomprometidos Herpes labial em paciente com aids
25 Eczema herpético Infecção por herpes simples disseminada em pacientes com dermatite atópica.
26 Ulceração extensa nas nádegas, períneo, coxas e pés O risco de infecção herpética neonatal: - 33% a 55% após parto vaginal, na primoinfecção materna, - 3% e 5% na infecção materna recorrente
27 Aplicação: indivíduos imunocomprometidos, transplantados, gestantes, recém-natos e em suspeita de encefalite Amostra clínica: swab de vesículas, líquor 1. Isolamento viral: padrãoouro para o diagnóstico de herpes (CPE: arredondamento e morte celular) 2. Amplificação do DNA viral por PCR 2. Exame de imagem: RNM cerebral (encefalite) Isolamento do vírus do herpes em cultura de células (50x). À esquerda, monocamada difusa de fibroblastos humanos diploides MRC-5 não infectados; à direita, efeito citopático típico de HSV em células MRC-5 obtidas após horas de cultura viral
28 Droga ativada por uma enzima viral e posteriormente incorporada pelo DNA viral
29 Mecanismo de ação do aciclovir Bioativação (trifosfato de aciclovir) Incorporação ao DNA viral como um análogo nucleosídico Parada da síntese DNA: DNA pol viral não consegue adicionar novos nucleotídeos
30 A infecção primária causa varicela, a imunidade desenvolvida previne a reinfecção, mas o vírus persiste no corpo podendo mais tarde reativar causando zoster
31 tronco, face e couro cabeludo Orofaringe e trato respiratório superior
32 Varicela Pródromo: febre leve, mal estar Lesões surgem em grupos (tronco, depois face e couro cabeludo) Todos os estágios das lesões ocorrem de maneira simultânea Complicações: pneumonia intersticial, meningite e encefalite
33 VZV: infecção primária e recorrência Herpes zoster no dermátomo do sítio da reativação Normalmente unilateral e localizada no dermátomo torácico
34 Herpes zoster
35 Alguns pacientes podem apresentar apenas a dor radicular característica do HZ, sem desenvolver as lesões cutâneas
36 Herpes zoster Condições que predispõem ao herpes zoster: idade avançada imunocomprometimento: causado por leucemia, linfoma, aids, transplante ou outra imunossupressão induzida por drogas. traumatismo ou tumores que afetam o cérebro ou a medula espinhal
37 Qual a complicação mais comum da HZ? Neuralgia Pós-Herpética (NPH): Persistência da dor mesmo após a cicatrização cutânea
38 Herpes zoster Tratamento A utilização precoce de antivirais (72 hs) acelera a cura das erupções cutâneas, reduz a intensidade da dor, previne NPH: inibição da replicação viral reduz o dano neural. Anticonvulsivantes (gabapentina) Corticóides
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40 Varicela Vacina atenuada tetra viral: 1 dose (15 meses) Herpes zoster Vacina atenuada: 1 dose (> 50 anos)
41 Doenças exantemáticas Existem muitas doenças sistêmicas que se manifestam com febre, exantema e sintomas não específicos. Essas doenças exantemáticas ocorrem em todas as faixas etárias, especialmente em crianças. Em virtude da grande semelhança clínica, no atendimento a esses casos é fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial, considerando sintomas, idade, epidemiologia, sendo os principais agentes etiológicos: Sarampo Rubéola Eritema infeccioso Exantema súbito (Roséola infantum) Escarlatina Enteroviroses (Coxsackie e Echo) Arboviroses: Dengue, Chikungunya e Zika Diagnosticadas laboratorialmente por sorologia (IgM)
42 Eritema infeccioso (quinta doença) Os parvovírus B19 causam uma doença febril em crianças com um exantema característico acometendo face, com bochechas avermelhadas e palidez perioral (síndrome da bofetada).
43 Exantema súbito (roseola infantum) O HHV6 está presente na saliva de mais de 85% dos adultos Doença febril aguda bastante comum em lactentes e crianças < 3 anos causada pelo HHV-6 Exantema surge logo após o período febril
44 Enteroviroses (não-poliovírus): Coxsackie A e B, Echovírus e Enterovírus Os coxsackievírus e echovírus causam uma variedade de exantemas cutâneos Transmissão fecal-oral Podem causar exantemas semelhantes a rubéola Podem causar lesões vesiculares na mucosa bucal e língua, como também na pele, principalmente mãos e pés (herpangina) Podem causar doenças no SNC e no TRS Herpangina, vírus Coxsackie
45 Sarampo Rubéola
46 ... Mas a vigilância precisa continuar! Entre 2013 a 2015, foram registrados casos importados de sarampo no País Número de casos de sarampo registrados pelos países signatários da Organização Mundial da Saúde (OMS), com data de início de exantema entre Setembro de 2015 e Fevereiro de 2016 (seis meses). A circulação endêmica do vírus do sarampo permanece em diferentes países do mundo
47 Caso suspeito de sarampo Todo paciente que, independente da idade e da situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite; ou todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior.
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