UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM FILOSOFIA - CMAF

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM FILOSOFIA - CMAF JEAN MICHEL DE LIMA SILVA OS DIREITOS HUMANOS COMO EFETIVAÇÃO DA IDEIA DE LIBERDADE EM HEGEL FORTALEZA - CEARÁ 2015

2 JEAN MICHEL DE LIMA SILVA OS DIREITOS HUMANOS COMO EFETIVAÇÃO DA IDEIA DE LIBERDADE EM HEGEL Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Filosofia - CMAF do Programa de Pós-Graduação em Filosofia do Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Filosofia. Área de Concentração: Ética. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marly Carvalho Soares. FORTALEZA - CEARÁ 2015

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5 A YHWH, por ter me dado a necessária paciência do conceito, e também, a força para suportar o reino das sombras.

6 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por ter me sustentado com braço forte e pela sua infinita bondade. Por YHWH ir diante de mim em toda essa jornada, de dia como coluna de nuvem e de noite como coluna de fogo. Posteriormente a minha companheira Renata Chaves pelo seu amor alicerçado em I-Coríntios capítulo 13, bem como, por sua alegria, sua fé e pelas inúmeras vezes que me confortou. As minhas avós, Cecília de Freitas e Stela Rebouças, pelos valores éticos passados a mim e pelo incalculável esforço para me tornarem um homem digno. Não poderia deixar de frisar o meu querido irmão Joel Bruno pelo carinho, amizade e pela imensa confiança em mim depositada. A professora Dra. Marly Carvalho Soares por ter sido a grande responsável pelos meus primeiros passos na Filosofia Especulativa Hegeliana, como também por suas observações, críticas e completa dedicação no meu desenvolvimento acadêmico. Ao professor Dr. João Emiliano Fortaleza de Aquino por acatar de prontidão meu pedido para ser o examinador dessa pesquisa, como também pelos seus inestimáveis ensinamentos que foram proporcionados nas cadeiras por ele ministradas (História da Filosofia V e Fundamentos Filosóficos da Ética I). Ao professor Dr. Eduardo Ferreira Chagas pelas suas observações e pelos seus comentários precisos sobre o conteúdo hegeliano. Mas principalmente, por me mostrar que no conteúdo hegeliano é preciso um imensurável rigor filosófico. Quero fazer uma ressalva toda especial ao amigo Antonio Osmar Ribeiro Julião do Curso de Mestrado Acadêmico em Filosofia-CMAF, pelo carinho, respeito e lealdade apresentados durante toda essa jornada acadêmica. Um amigo que por muitas vezes compartilhou de angústias, ansiedades e dilemas, mas que também participou de muitas alegrias e de boas risadas. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo financiamento total dessa complexa pesquisa. Só me resta agradecer a cada um de vocês, pois sou o resultado do esforço conjunto de todos!

7 O homem vale, portanto, porque é homem, e não porque seja judeu, católico, protestante, alemão, italiano etc. Essa consciência, para a qual é o pensamento que vale, é de uma importância infinita. (Georg Wilhelm Friedrich Hegel).

8 RESUMO Esta pesquisa tem por finalidade demonstrar a hipótese de que, na exposição da própria Filosofia do Direito, há uma gênese especulativa dos direitos humanos modernos a partir do desenvolvimento da ideia de vontade livre em si e para si. Diante disso, a metodologia a ser utilizada se baseia na pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica, pela qual trabalharemos a obra: Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito Natural e Ciência do Estado em Compêndio. Com efeito, o objetivo desse trabalho é abordar, primeiramente, as determinações hegelianas referentes ao método científico (a dialética especulativa), ao objeto (a ideia do direito) e a estrutura da Filosofia do Direito. Em seguida, trabalharemos ainda a gênese das categorias constitutivas dos direitos humanos a partir da efetivação do primeiro momento da vontade livre, isto é, na esfera imediata do direito abstrato ou formal. E por fim, trataremos de adentrar na esfera da substância ética, a saber, mais especificamente no âmbito da família e da sociedade civil burguesa, a fim de expor a efetivação dos direitos humanos nas instituições. Contudo, chega-se ao resultado que há uma gênese das categorias constitutivas dos direitos humanos já no próprio desenvolvimento da ideia de vontade livre, a saber, expresso no direito da propriedade privada, no direito de liberdade, no direito à igualdade perante as leis, no direito de dignidade da pessoa humana, no direito à vida, etc. Palavras-chave: Direitos humanos. Filosofia do Direito. Gênese especulativa.

9 ABSTRACT This research aims to demonstrate the hypothesis that the exposure of the Philosophy of Law itself, there is a speculative genesis of modern human rights from the development of the idea of free will, in itself and for itself. Therefore, the methodology to be used is based on the qualitative research of the bibliographical type, by which we will work the Fundamental Lines of Philosophy of Law or Natural Law and State Science in Compendium. Indeed, the aim of this study is to first address the Hegelian determinations relating to the scientific "method" (the speculative dialectic), the object (the idea of law) and the structure of the Philosophy of Law. Then, we will still work the genesis of the constituent categories of human rights from the realization of the first moment of free will, that is, in the immediate sphere of abstract or formal right. Finally, we will try to enter the sphere of ethical substance, namely, more specifically within the family and bourgeois civil society, in order to expose the realization of human rights in the institutions. However, we come to the result that there is already a genesis of the constituent categories of human rights in the very development of the idea of free will, i.e., expressed in the right to private property, the right to liberty, the right to equality before the laws, the right to human dignity, the right to life, etc. Keywords: Human Rights. Philosophy of Law. Speculative Genesis.

10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS A Adendo a um parágrafo. CL Ciência da Lógica. Excertos. DH Dicionário Hegel. ECF Enciclopédia das Ciências Filosóficas. EPW Enzyklopädie der philosophischen Wissenschaften. FD Linhas fundamentais da filosofia do direito. FE Fenomenologia do Espírito. GPR Grundlinien der Philosophie des Rechts. PF Propedêutica Filosófica. WL Wissenschaft der Logik. Z Zusatz em alemão (referente a adendo em língua portuguesa). Símbolo indicativo de parágrafo nas obras hegelianas.

11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO A EXPOSIÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO, DO OBJETO E DA ESTRUTURA DA FILOSOFIA DO DIREITO O MÉTODO CIENTÍFICO DA FILOSOFIA DO DIREITO O OBJETO E A ESTRUTURA DA FILOSOFIA DO DIREITO A CONCEPÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO JURÍDICO O DIREITO DE SER RESPEITADO COMO PESSOA O DIREITO DE APROPRIAÇÃO DAS COISAS: A EXISTÊNCIA DA PESSOA COMO IDEIA E SUA POSSE O DIREITO DA PROPRIEDADE PRIVADA: USO E ALIENAÇÃO O DIREITO DE TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE: CONTRATO, INJUSTIÇA E DIREITO PENAL OS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO DA FAMÍLIA O RECONHECIMENTO RECÍPROCO NO CASAMENTO OS BENS DA FAMÍLIA O DIREITO HUMANO A EDUCAÇÃO OS DIREITOS HUMANOS NO CONTEXTO DA SOCIEDADE CIVIL BURGUESA O DIREITO HUMANO COMO SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES O DIREITO HUMANO AO TRABALHO CONSIDERAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ANEXOS ANEXO A ATA DA 147ª DEFESA DE DISSERTAÇÃO DO CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM FILOSOFIA... 96

12 11 1 INTRODUÇÃO Como se há de verificar a presente pesquisa tem como tema o desenvolvimento da ideia de liberdade enquanto efetivação dos direitos humanos na Filosofia do Direito de Hegel. Por conseguinte, se faz necessário um breve levantamento do processo histórico dos direitos humanos, a fim de melhor compreender o seu conceito e suas determinações. Os direitos humanos, quer dizer, os direitos da humanidade, ou os direitos do gênero humano são direitos inalienáveis, universais e indivisíveis. De sorte que os direitos humanos são constitutivos da própria condição humana e, independem do credo, da raça, da orientação sexual, da condição social, da opção ideológica, da nacionalidade. Por isso, diz Hegel, que o homem vale, portanto, porque é homem, e não porque seja judeu, católico, protestante, alemão, italiano etc. Essa consciência, para a qual é o pensamento que vale, é de uma importância infinita. 1 Cumpre-nos destacar que o desenvolvimento do processo histórico dos direitos humanos é exposto em torno de três gerações, a saber, primeiramente os direitos civis e políticos, em seguida os direitos sociais e econômicos, e por fim, os direitos dos povos. Nessa perspectiva, temos os esclarecimentos de Marco Mondaini na obra Direitos humanos: Na verdade, se, numa primeira geração, os direitos humanos limitavam-se ao campo dos direitos civis e políticos de indivíduos, passando, numa segunda geração, à esfera dos direitos sociais e econômicos de grupos de indivíduos, nos dias de hoje, a ideia de uma terceira geração dos direitos humanos, correspondente aos direitos dos povos, se faz cada vez mais presente, demonstrando claramente sua dinâmica de progressiva universalização. 2 Convém ressaltar que a primeira geração dos direitos humanos tem sua origem nas revoluções burguesas estabelecidas no contexto da modernidade 3, a saber, as Revoluções Inglesas no século XVII (Puritana-1640 e Gloriosa-1688), a Revolução Industrial (1760), a Independência dos Estados Unidos da América 1 HEGEL, G.W.F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito Natural e Ciência do Estado em Compêndio. (Textos Didáticos nº 21. A Sociedade Civil). Tr.: Marcos Lutz Müller. 2ª edição. São Paulo: IFCH/ UNICAMP, 2000, p. 46, MONDAINI, Marco. Direitos humanos. São Paulo: Contexto, 2008, p O primeiro ciclo de afirmação dos direitos humanos na história mundial tem sua gênese, no decorrer dos séculos XVII e XVIII, vinculada a uma série de fatores de natureza diversa, ainda que intimamente relacionados entre si no curso do processo histórico de desenvolvimento da modernidade. (Ibid., p. 21).

13 12 (1776) e a Revolução Francesa (1789) com seu lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nesse período de intenso conflito estabelecido entre a burguesia ascendente e o Estado absolutista, surgem os primeiros delineamentos dos direitos humanos. Estes que versam sobre direitos civis, direitos políticos e direitos de liberdade, a fim de salvaguardar os indivíduos dos excessos despóticos do Estado absolutista. Nesse sentido, surge A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 26 de agosto de 1789, a fim de garantir os direitos do homem, isto é, o direito de liberdade, de igualdade perante as leis, de resistência à opressão, de livre opinião e de comunicação, de propriedade, entre outros. Contudo, a burguesia liberal abandona rapidamente seus ideais revolucionários, assumindo progressivamente uma postura conservadora, contrária ao aprofundamento dos direitos humanos. 4 Neste contexto, surge o desenvolvimento das revoluções socialistas que ganham papel de destaque na conquista dos direitos humanos. Sendo assim: O papel de agente propulsor da conquista dos direitos humanos, que coube inicialmente às revoluções liberais-burguesas, passa a ser fortemente desempenhado pelas revoluções socialistas, dando forma a um segundo grande ciclo de processos revolucionários nos quadros da história moderna e contemporânea, que tem na Revolução Russa de Outubro de 1917 um inquestionável marco divisor. 5 Observa-se, portanto, o trânsito da primeira geração dos direitos humanos para uma segunda geração. Esta pautada sobre a forte influência do pensamento socialista e das lutas realizadas pela classe dos trabalhadores em favor de um sistema socioeconômico mais igualitário. É inegável que a segunda geração dos direitos humanos tem um forte vínculo com o desenvolvimento da economia industrial advinda do século XIX, enquanto processo de aprimoramento das forças produtivas do trabalho, mas também enquanto desnivelamento na distribuição das riquezas geradas. Nesta perspectiva, a classe trabalhadora passou a reivindicar direitos sociais e econômicos que efetivassem o conceito de dignidade humana. Garantindo assim, em certa medida, que os indivíduos vivessem em condições mais dignas socialmente, isto é, que tivessem direito a saúde, a moradia, a educação, a condições de trabalho dignas, entre outras. 4 Ibid., p Ibid., p. 18.

14 13 Por fim, vale ainda salientar a terceira geração dos direitos humanos que tem seu início na metade do século XX, estendendo-se até os dias atuais. Nesta terceira geração temos um processo complexo de lutas, tanto para ampliação dos direitos humanos já existentes, como também para garantia de participação de todos os indivíduos nos direitos já conquistados, isto é, a exigência da conquista de direitos até então inexistentes teve de conviver com os reclamos em nome da ampliação do número de indivíduos e grupos sociais contemplados pelos direitos já conquistados em períodos históricos anteriores. 6 Na medida em que a humanidade vivencia os horrores, a barbárie, os genocídios nos campos de concentração, as torturas e as constantes violações dos direitos humanos realizados durante as duas grandes guerras mundiais, ocorridas entre os anos de e de Passa-se então, nesse contexto do mundo pós-guerra, a insurgir novos direitos tendo como marco principal a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). É notável que essa terceira geração possua uma forte ligação com princípio da fraternidade. De modo que os novos direitos se expressem na forma do direito a paz, do direito ambiental, entre outros. Por isso, diz Mondaini, que: Este terceiro ciclo retrata a entrada em cena de novas lutas por novos direitos. Das mobilizações ambientalistas em prol da preservação da natureza e da imposição de limites à ação predadora do ser humano sobre o seu hábitat, às manifestações pacifistas em nome de um mundo livre das armas de destruição em massa e da corrida armamentista travada então entre as duas grandes potências do planeta no segundo pós-guerra Estados Unidos e União Soviética -, o que passa a estar em jogo é a própria capacidade de a Terra manter-se viva, neutralizando as intenções exterminadoras implementadas pelos próprios homens. 7 Tendo em vista os aspectos observados, percebe-se que ainda hoje os direitos humanos passam por fortes crises, a saber, com constantes violações de seus direitos mais fundamentais. É comum testemunharmos relatos sobre execuções por pena de morte, restrições da liberdade de expressão, torturas, genocídios, discriminações contra mulheres, negros, homossexuais, etc. Nesse sentido, a presente pesquisa buscará revisitar a Filosofia do Direito de Hegel, a fim de fundamentar os direitos humanos a partir da efetivação da ideia de liberdade, e não na pura imediatez natural. Levantando a hipótese de que, na própria exposição 6 Ibid., p Ibid., p. 142.

15 14 da Filosofia do Direito de Hegel, há uma gênese especulativa dos direitos humanos modernos a partir do desenvolvimento da ideia de vontade livre em si e para si. De resto, mesmo sem uma referência explícita sobre a temática dos direitos humanos nas obras hegelianas, é notável que várias questões centrais sobre os direitos do homem, já são devidamente expostas e trabalhadas com o devido rigor especulativo na Filosofia de Hegel, a saber, o direito de liberdade, de igualdade perante as leis, de propriedade, de educação, de alimentação, de trabalho digno, etc.

16 15 2 A EXPOSIÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO, DO OBJETO E DA ESTRUTURA DA FILOSOFIA DO DIREITO O presente capítulo parte da exposição do método científico da Filosofia do Direito, isto é, da dialética especulativa hegeliana. Ocorre que o método científico aparece na Filosofia do Direito como resultado de uma exposição já realizada na Ciência da Lógica sobre o saber especulativo. Nesse sentido, como se há de verificar, foi necessário abordar alguns esclarecimentos expostos por Hegel sobre o método científico, tanto na Enciclopédia das Ciências Filosóficas - Volume I: A Ciência da Lógica, como também na própria Ciência da Lógica (ou Lógica Maior como é comumente conhecida). Posteriormente trabalharemos ainda o objeto da ciência filosófica do direito, a saber, a ideia do direito, o conceito do direito e a sua efetivação, como também os múltiplos momentos constitutivos da ideia da vontade livre em si e para si que compõe a estrutura da Filosofia do Direito de Hegel. 2.1 O MÉTODO CIENTÍFICO DA FILOSOFIA DO DIREITO De antemão, faz-se necessário à exposição do método científico, do objeto e da estrutura da Filosofia do Direito, para que só então possamos abordar a hipótese levantada na presente pesquisa de que, na exposição da própria Filosofia do Direito, há uma gênese especulativa dos direitos humanos modernos a partir do desenvolvimento da ideia de vontade livre em si e para si. Nesse sentido, há que se ter em conta que o método lógico-especulativo hegeliano instaura um processo de determinações complexo. Um procedimento que parte de um ponto de partida abstrato 8, imediato e indeterminado que ulteriormente ganha determinações cada 8 No que diz respeito a progressão especulativa do ponto de partida abstrato ao ulterior desdobramento concreto exposto na Filosofia do Direito, temos os esclarecimentos de Hegel sobre o desenvolvimento da Vontade (ECF, 408A): Contudo, para que esse passo-à-frete de algo abstrato ao concreto - que o contém segundo a [forma da] possibilidade, não tenha a aparência de um fenômeno singularizado e, por isso, questionável, podemos lembrar, a propósito, que na Filosofia do Direito deve encontrar-se uma progressão semelhante. Também começamos nessa ciência por algo abstrato, a saber, pelo conceito da vontade, depois, passamos adiante à efetivação que se opera em um ser-aí exterior, da vontade ainda abstrata à esfera do direito formal; dali seguimos para a vontade refletida sobre si mesma, a partir do ser-aí exterior, para o domínio da

17 16 vez mais concretas que contribuem para formar um todo sistemático, racional e coerente. Em virtude dessas considerações, Hegel esclarece já no Prefácio da Filosofia do Direito a importância da leitura de sua obra Ciência da Lógica 9 em que ele trabalhou detalhadamente o método especulativo. De modo que Hegel traz como evidente que na Filosofia do Direito o método científico também se faça presente. Nesta perspectiva temos os esclarecimentos de Hegel a seguir: Na minha Ciência Lógica desenvolvi completamente a natureza do saber especulativo. Neste presente ensaio, apenas acrescento, num ou noutro ponto, alguns esclarecimentos sobre a marcha das ideias e o método. E, como a matéria é tão concreta e contém tanta diversidade, não cuidei de sublinhar em todos os pormenores a continuidade lógica. Poderia isso ser considerado como supérfluo pois, por um lado, supõe-se conhecido o método científico e, por outro lado, será por si mesmo evidente que tanto o conjunto como o desenvolvimento das partes se fundam no espírito lógico. Queria eu, todavia, que se considerasse e julgasse este tratado tendo em especial atenção esse aspecto, pois aquilo de que se trata é a ciência e na ciência o conteúdo encontra-se essencialmente ligado à forma. 10 Tendo em vista os aspectos observados, percebe-se que o método dialético especulativo se faz presente em toda a filosofia hegeliana, seja na relação entre Ser, Nada e Devir ou entre Qualidade, Quantidade e Medida, ou ainda entre Família, Sociedade Civil Burguesa e Estado, entre outros. Nesse sentido, o método científico aparece na Filosofia do Direito como resultado de uma exposição já realizada na Ciência da Lógica, e não como uma simples pressuposição externa ao seu conteúdo. De sorte que a filosofia não tem a vantagem, de que gozam as outras ciências, de poder pressupor seus objetos como imediatamente dados pela representação; e também como já admitido o método do conhecer para começar e moralidade, e, em terceiro lugar, chegamos enfim à vontade ética, que em si reúne esses dois momentos abstratos, e por isso é concreta. Depois, na esfera da eticidade mesma, recomeçamos por um imediato, pela figura natural, não-desenvolvida que o espírito ético tem na família; dali chegamos à ruptura da substância ética que se efetua na sociedade civil; e finalmente atingimos a unidade e a verdade que estão presentes no Estado dessas duas formas unilaterais do espírito ético. (HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado. (Volume III: A Filosofia do Espírito). São Paulo: Loyola, 1995, p.156, 408A). 9 A Ciência da Lógica (em alemão Wissenschaft der Logik) tem sua primeira publicação feita por Hegel em Nürenberg, contendo três partes: A Doutrina do Ser (1812), A Doutrina da Essência (1813) e A Doutrina do Conceito (1816). As duas primeiras partes compõem a Lógica Objetiva, enquanto a terceira parte compreende a Lógica Subjetiva. Para um maior aprofundamento ver também a Apresentação de Marco Aurélio Werle em: HEGEL, G.W.F. Ciência da lógica (excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011, p HEGEL, G.W.F. Princípios da Filosofia do Direito. Tradução de Orlando Vitorino. (Prefácio). São Paulo: Martins Fontes, 1997, p

18 17 para ir adiante 11. Sendo assim, Hegel faz referência ao método dialético especulativo não como um simples esquema 12 formal do pensamento que se aplica impreterivelmente a qualquer conteúdo e que serve de instrumento ao conhecimento investigativo 13, mas sim como o próprio movimento de autodeterminação do conceito, no qual ele (o conceito) coloca a si mesmo como objeto, de modo que ele se sabe a si mesmo, tanto subjetivamente como objetivamente. A concepção de Hegel sobre o método é claramente evidenciada no capítulo final da Ciência da Lógica intitulado A Ideia Absoluta: O método surgiu deste modo como o conceito que se sabe a si mesmo, que tem por objeto a si como o absoluto, tanto o subjetivo como o objetivo, ou seja, como o corresponder puro do conceito e de sua realidade, como uma existência que é ele mesmo. O que aqui tem de ser considerado como método é apenas o movimento do conceito mesmo, cuja natureza já foi conhecida, mas primeiramente com o significado de que o conceito é tudo e seu movimento é a atividade absoluta universal, o movimento que se determina e se realiza a si mesmo. Por causa disso, o método tem de ser reconhecido como o modo universal, interior e exterior, sem restrição e 11 HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado (Volume I: A Ciência da Lógica). São Paulo: Loyola, 1995, p.39, De acordo com as explicações do Pe. Henrique Cláudio de Lima Vaz no texto Método e Dialética, os gregos antes mesmo da concepção hegeliana, já não utilizavam a dialética no sentido de um conjunto de regras e esquemas do pensamento a ser empregados em qualquer conteúdo. Para Lima Vaz se o termo método é entendido no sentido moderno, cartesiano e pós-cartesiano, de um conjunto de regras ou conselhos para bem dirigir a razão nas ciências, a expressão método dialético é inadequada e mesmo incorreta. Com efeito, esse sentido do termo método era desconhecido dos primeiros praticantes da dialética os gregos e só se estabeleceu e vulgarizou a partir do século XVII o século metódico por excelência. O sentido em que a dialética pode ser dita um procedimento metódico é diferente, como veremos. Basta assinalar, por enquanto, que a dialética em sua acepção original não é um conjunto de regras ou esquemas de pensamento a ser aplicado indiferentemente a qualquer conteúdo. O procedimento dialético é diferente segundo a diferença dos conteúdos que são pensados dialeticamente. (VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Método e dialética. In: BRITO, E. F. de; CHANG, L. H. (Org.). Filosofia e método. São Paulo: Edições Loyola, 2002, p. 9). 13 No que diz respeito ao conhecimento investigativo, Hegel expõe que nesse silogismo os extremos (sujeito e objeto) permanecem distintos, pois o sujeito, o método e o objeto não são compreendidos como um único conceito idêntico. Aqui há que se ter principalmente em conta que no conhecimento investigativo o método é do mesmo modo colocado como instrumento, como um meio que se encontra do lado subjetivo, por meio de que ele se relaciona com o objeto. Nesse silogismo o sujeito é um extremo e o objeto o outro extremo e aquele se une a esse por meio de seu método, mas nisso não se une consigo mesmo para si. Os extremos permanecem distintos, porque o sujeito, o método e o objeto não são postos como um único conceito idêntico; o silogismo é, por conseguinte, sempre o silogismo formal; a premissa, na qual o sujeito coloca do seu lado a forma como seu método, é uma determinação imediata e alcança, por isso, as determinações da forma, como vimos, da definição, da divisão etc. como fatos previamente encontrados no sujeito. No conhecer verdadeiro, ao contrário, o método não é apenas um conjunto de certas determinações, e sim o ser-determinado-em-si-e-para-si do conceito, que é apenas o termo médio porque tem igualmente a significação do objetivo, o qual no enunciado do silogismo, por conseguinte, não apenas consegue uma determinidade exterior por meio do método, mas é posto em sua identidade com o conceito subjetivo. (HEGEL, G.W.F. Ciência da lógica (excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011, p ).

19 18 como a força pura e simplesmente infinita, a qual nenhum objeto, na medida em que se apresenta como algo exterior, distante da razão e independente dela, poderia oferecer resistência, ser contra ele de uma natureza particular e não ser por ele penetrado. O método é, por isso, a alma e a substância e qualquer coisa é apenas conceituada e sabida em sua verdade ao ser submetida completamente ao método; ele é o método próprio a cada coisa mesma, porque sua atividade é o conceito. 14 Partindo dessa concepção muito específica do método como movimento do próprio conceito, Hegel aponta os momentos constitutivos de todo o lógico real, isto é, de todo conceito ou de todo verdadeiro em geral 15 (ECF, 79) 16. Diante disso, expõe primeiramente a forma abstrata ou do entendimento, ulteriormente aborda sua passagem para o estágio dialético ou negativamente racional, e por fim demonstra sua configuração especulativa ou positivamente racional. Neste percurso descobre-se assim o movimento lógico-conceitual propriamente dito, que segundo Hegel, se mostra como o método verídico da ciência filosófica. Dessa forma, o pensar enquanto entendimento fica na determinidade fixa e na diferenciação dela em relação a outra determinidade; um tal Abstrato limitado vale para o pensar enquanto entendimento como [se fosse] para si subsistente e essente. 17 De modo que no entendimento o pensamento se apresenta como pensar em geral, quer dizer, como conceituar 18 no sentido tradicional de uma 14 Ibid., p HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado (Volume I: A Ciência da Lógica). São Paulo: Loyola, 1995, p.159, Tenha-se aqui presente que esta mesma divisão dos momentos constitutivos de todo lógico real, isto é, o entendimento, a dialética e a especulação, encontram-se também expressos na obra Propedêutica Filosófica, mais especificamente no 12 do capítulo da Enciclopédia filosófica para a classe superior (1808). Além disso, temos também esta mesma divisão realizada em um texto sobre O Ensino da Filosofia nos Ginásios (1812). Neste ensaio Hegel traz o entendimento como elemento intelectivo: O conteúdo filosófico tem, no seu método e na sua alma, três formas; 1. é abstrato, 2. dialético, 3. especulativo. É abstrato, porquanto existe em geral no elemento do pensar; mas de um modo simplesmente abstrato, em contraposição com o dialético e o especulativo, ele é o chamado elemento intelectivo, que fixa e chega a conhecer as determinações nas suas rígidas diferenças. O dialético é o movimento e a confusão das determinidades rígidas a razão negativa. O especulativo é o positivamente racional, o primeiro e genuinamente filosófico. (HEGEL, G.W.F. O Ensino da Filosofia nos Ginásios. Tradução de Artur Morão. [S.l.]: Lusosofia, 1989, p. 12. Disponível em: < >. Acesso em: 2 jan. 2015). 17 HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado (Volume I: A Ciência da Lógica). São Paulo: Loyola, 1995, p.159, Considere-se, agora, que a efetivação do conceito (Begriff) não se encerra na pura determinação do entendimento, conforme explica Hegel: Quando se trata do pensar em geral, ou mais precisamente do conceituar, costuma-se com frequência, nesse caso, ter diante dos olhos simplesmente a atividade do entendimento. Ora, é evidente que o pensar é, antes de tudo, pensar do entendimento; só que o pensar não fica nisso, e o conceito não é simples determinação-de-entendimento. (Ibid., p.159, 80). Por conseguinte, na esfera do entendimento o conceito apresenta-se ainda em um estágio inicial de determinação fixa, que separa e isola seus respectivos objetos. Contudo, o pensar conceitual não se restringe somente ao âmbito do entendimento, pois ainda necessita suspender as

20 19 determinação fixa e rígida. Como se vê, Hegel concebe as operações do entendimento como formas unilaterais e abstratas, pois o abstrair do entendimento é o fixar-se à força em uma só determinidade, é um esforço de obscurecer e de afastar a consciência da outra determinidade. 19 Por conta disso, Hegel esclarece que o momento do entendimento é o modo de agir propriamente da juventude (ECF, 80A), que se detém em abstrações (no sentido de uma única determinação fixa ECF, 89) por todos os lados, enquanto o homem maduro e experiente não se deixa enganar pela imediata abstração do ou-ou, a saber, pelo isolamento dos conceitos e de sua separação, mas sim apreende a efetivação da universalidade concreta do momento especulativo. Não quer dizer isso, entretanto, que o entendimento não tenha seu devido mérito, já que Hegel adverte que sem entendimento não se chega a nenhuma fixidez e determinidade. 20 Ora, há que se ter em conta a importância do entendimento no âmbito da cultura 21, da matemática 22, da lógica e etc. Visto que a categoria fundamental do entendimento se expressa na forma da identidade, isto é, na relação puramente igual consigo mesmo, onde A = A. Contudo, esta categoria da identidade contida no entendimento expressa apenas uma tautologia vazia. Conforme as explicações de Hegel a seguir contidas na Doutrina da Essência: Esse enunciado em sua expressão positiva A = A é de início nada mais do que a expressão da tautologia vazia. Por conseguinte, foi observado corretamente que essa lei do pensamento é sem conteúdo e que não leva a nada. Assim ela é a identidade vazia, na qual ficam presos aqueles que a determinações finitas e passar a suas oposições pela negatividade racional ou dialética. Além de ulteriormente apreender este mesmo oposto em sua unidade especulativa. Ver também sobre o conceito na Lógica subjetiva ou a doutrina do conceito. (HEGEL, G.W.F. Ciência da lógica (excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011). 19 HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado (Volume I: A Ciência da Lógica). São Paulo: Loyola, 1995, p.185, Ibid., p.160, 80A. 21 Certamente, que o entendimento é um momento indispensável para a cultura, pois o homem culto exige que cada pensamento seja captado em toda a sua precisão. Dessa forma, Hegel esclarece que o entendimento é, em geral, um momento essencial da cultura. Um homem cultivado não se satisfaz com o nebuloso e o indeterminado, mas apreende os objetos em sua determinidade fixa; enquanto, ao contrário, o homem não cultivado oscila para lá e para cá, sem segurança, e com frequência custa muito esforço entender-se com uma pessoa dessas sobre o assunto de que se fala, e levá-la a manter fixamente ante os olhos o ponto determinado de que se trata. (Ibid., p.161, 80A). 22 Cumpre-nos assinalar que pelo princípio da identidade presente na esfera do entendimento, o conhecimento pôde progredir de uma determinação a outra. Assim, notadamente na matemática, a grandeza é a determinação segundo a qual se avança [no raciocínio] com abandono de todas as outras. Na geometria comparam-se, por isso, as figuras entre si, destacando assim o idêntico nelas. (Ibid., p.160, 80A).

21 20 tomam como tal como algo verdadeiro e sempre costumam afirmar que a identidade não seria a diversidade, mas a identidade e a diversidade seriam distintas. 23 Como se vê, o entendimento apresenta uma identidade imóvel, na medida em que faz distinção entre a identidade e a diversidade. Por essa via a natureza da identidade seria diversa da diversidade, e, portanto, já traria também consigo um princípio negador. Contudo, tal pensamento expressa apenas a identidade abstrata, enquanto insere fora dela a diferença. De acordo com Hegel, a negatividade já estaria presente na relação igualmente simples consigo mesma, quer dizer, na determinação da identidade abstrata temos que A é A (ou como Hegel expõe na Doutrina da Essência uma planta é uma planta 24 ) esta determinação retoma a si mesmo de forma vazia e sem conteúdo. De modo que essa identidade abstrata não demonstra uma determinação ulterior, mas sim apresenta o nada como seu resultado, e, portanto traz em seu bojo sua própria contradição. Sendo assim, na expressão da identidade também imediatamente surge a diversidade ou mais determinadamente, segundo o que se viu anteriormente, que essa identidade é o nada, que ela é a negatividade, a diferença absoluta de si mesma 25. Tendo em vista os aspectos observados, percebe-se que para se chegar a efetivação da verdade não basta a simples unilateralidade da identidade abstrata, visto que a verdade para Hegel é a totalidade, isto é, a verdade é apenas completa na unidade da identidade com a diversidade e, assim, apenas subsiste nessa unidade 26. Trata-se, portanto, de um ultrapassar imanente (ECF, 81) do momento unilateral do entendimento (Verstand) para a esfera da razão (Vernunft) HEGEL, G.W.F. Ciência da lógica (excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011, p Vale salientar o exemplo exposto por Hegel do modo de proceder da identidade abstrata, que demonstra a relação igual consigo mesmo e consequentemente a exposição da negatividade. Se, por exemplo, é respondido à pergunta o que é uma planta? com a resposta: uma planta é uma planta, então a verdade de tal enunciado é aceito ao mesmo tempo por toda a sociedade, na qual é testado, mas ao mesmo tempo é dito de modo unânime que com isso nada é dito. (Ibid., p.138). 25 Ibid., p Ibid., p No que diz respeito à passagem do entendimento a razão, temos os esclarecimentos de Hegel a seguir: A razão surge em relação com as determinações do entendimento e do juízo como o movimento dialético das mesmas. (HEGEL, G.W.F. Propedêutica Filosófica. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, p. 113, 26/58). Ver também os comentários de Alexandre Kojève sobre o trânsito do entendimento a razão contido na obra: KOJÈVE, Alexandre. Introdução à leitura de Hegel. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2002.

22 21 Esta que primeiramente se manifesta na forma da dialética, isto é, da negativamente racional. De antemão, é necessário esclarecer alguns equívocos comumente estabelecidos sobre o modo de proceder e a progressão dialética. Visto que é comum considerar a dialética uma simples arte exterior, que insere confusões e uma aparência de contradições entre os conceitos determinados. Diante disso, muitas vezes, a dialética também não passa de um sistema subjetivo de balanço, de um raciocínio que vai para lá e para cá, onde falta o conteúdo, e a nudez é recoberta por essa argúcia que produz tal raciocínio 28. Entretanto, como bem diz Hegel, a dialética não é uma arte exterior de um pensamento subjetivo (FD, 31), nem muito menos uma simples sofística (ECF, 81A), mas sim a alma motriz do conceito. De modo que: O princípio motor do conceito, enquanto ele não só dissolve as particularizações do universal, mas, também, enquanto as produz, eu chamo de dialética, - dialética, portanto, não no sentido de que ela dissolve, confunde e conduz daqui para lá e de lá para cá um ob-jeto, uma proposição, dados ao sentimento, à consciência imediata em geral, e só tem a ver com a derivação do seu contrário uma modalidade negativa da dialética, tal como ela frequentemente aparece também em Platão. 29 Como se vê, Hegel esclarece que a dialética não contém somente um resultado negativo, a saber, como uma simples modalidade negativa, já que esta impediria a apreensão da positividade imanente no negativo. Ora, a corrente filosófica que, segundo Hegel, concebe a dialética apenas no seu aspecto negativo é o ceticismo 30. Observa-se, portanto, que o momento dialético, tomado para si pelo entendimento separadamente, constitui o ceticismo sobretudo quando é mostrado em conceitos científicos: o ceticismo contém a simples negação como resultado do dialético HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado (Volume I: A Ciência da Lógica). São Paulo: Loyola, 1995, p.163, HEGEL, G.W.F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito natural e Ciência do Estado no Traçado Fundamental (Clássico da Filosofia: Cadernos de Tradução n 10. Introdução à Filosofia do Direito). Tr.: Marcos Lutz Müller. São Paulo: IFCH/ UNICAMP, 2005, p.69-70, Ver também o adendo 2 do 81 da ECF, no qual, Hegel diferencia o alto ceticismo antigo que teve como representante Sexto Empírico, do ceticismo moderno, precedente da filosofia crítica. (HEGEL, op. cit., p.166, 81A). 31 Ibid., p.162, 81.

23 22 É bem verdade que a dialética é a negatividade do momento do entendimento, a saber, como o ser outro. Na medida em que nela é exposta a categoria da diferença ou da negatividade. Como se vê, é inegável que a dialética expõe as contradições e o negativo, contudo não como simples oposições rígidas do entendimento, visto que o negativo do imediato; portanto, é determinado como o mediado, - contém em geral a determinação do primeiro em si. 32 Dessa forma, o primeiro momento do entendimento está conservado e mantido no segundo momento dialético. De sorte que apreender o positivo em seu negativo, no conteúdo da pressuposição, no resultado, isso é o mais importante no conhecer racional. 33 Vê-se, então, que o momento dialético contém não somente a categoria da diferença, mas traz já consigo também a categoria da relação, na medida em que o seu resultado negativo é também positividade, pois conserva em si aquilo de que procede. Por conseguinte, temos aqui o despontar conceitual do aufheben 34, ou na sua forma substantivada do Aufhebung, hegeliano. Trata-se, por assim dizer, que o negativo do imediato (o ser outro do primeiro, a dialética, etc.) conserva consigo a determinação do primeiro momento no contexto do movimento de progressão conceitual. Diante disso, temos os esclarecimentos de Hegel contidos no segundo adendo do 81 da Enciclopédia das Ciências Filosóficas: 32 HEGEL, G.W.F. Ciência da lógica (excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011, p Ibid., p No que diz respeito ao verbo aufheben Hegel concebe seu significado em torno de três sentidos fundamentais: 1) elevar e erguer(-se); 2) suprimir, anular e revogar; 3) guardar e conservar. Nesse sentido, devido à polissemia do verbo Aufheben, mostra-se uma difícil tarefa sua tradução literal e completamente satisfatória. Tendo consciência dessa difícil tarefa, utilizaremos nessa pesquisa os termos suprimir ou suspender e supressão ou suspensão, que foram adquiridos da tradução de Marcos Lutz Müller da Introdução à Filosofia do Direito, nota 25. Por essa via, temos que o termo mais satisfatório que abrange o tríplice sentido de aufheben é justamente suspender. Como bem nos esclarece Marcos Lutz Müller na seguinte passagem: dentro do espírito hegeliano de encontrar nos termos da linguagem corrente o seu potencial semântico especulativo (WL I, GW, XXI, 94; Werke, v. 5, 114), a palavra da língua portuguesa usual que, analogamente, melhor reproduz o tríplice sentido especulativo do aufheben é suspender: Além do significado de pendurar, aqui não pertinente, suspender adquire em alguns contextos o significado de erguer, levantar, noutros, o de cancelar, anular, fazer cessar, e no sentido químico, remete também ao significado de conservar, como no caso de uma mistura líquida de dois elementos de densidade diferente e que se repelem, em que o menos denso se separa e flutua na solução líquida, dizendo-se que ele se suspende. A suspensão do azeite na água, por exemplo, remete, no caso, tanto à elevação quanto à conservação do elemento menos denso no composto. (Agradeço a Kathrin H. Rosenfield a sugestão de traduzir aufheben por suspender, à qual inicialmente resisti em prol de suprassumir, que hoje julgo equivocado). (HEGEL, G.W.F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito Natural e Ciência do Estado em Compêndio (Clássico da Filosofia: Cadernos de Tradução n 10. Introdução à Filosofia do Direito). Tr.: Marcos Lutz Müller. São Paulo: IFCH/ UNICAMP, 2005, p ).

24 23 Mas a filosofia não fica então no resultado puramente negativo da dialética, como é o caso com o ceticismo. Este distorce seu resultado, enquanto o sustenta como uma negação simples quer dizer, abstrata. Enquanto a dialética tem por resultado o negativo que é, justamente enquanto resultado, ao mesmo tempo o positivo, porque contém, como suprassumido em si, aquilo de que resulta, e não é sem ele. Isto porém é a determinação fundamental da terceira forma do lógico, ou seja, do especulativo ou positivamente-racional. 35 Descobre-se assim o terceiro momento constitutivo de todo o lógico real, a saber, na forma do especulativo. Este que apreende a unidade 36 do primeiro e do segundo momento, isto é, do imediato e do mediado. De resto, podemos ainda citar um exemplo de como a relação especulativa se efetiva, recorrendo assim aos esclarecimentos contidos no início da Ciência da Lógica de como o momento especulativo (das Spekulative) se expressa na dinâmica entre Ser, Nada e Devir. 37 Nesse sentido, temos que o primeiro momento se estabelece com o conceito de Ser, este que, por sua vez, produz o seu oposto pela primeira negação, a saber, no conceito do Nada. Por conseguinte, para suspender essa contradição entre Ser e Nada, Hegel aborda a segunda negação, isto é, a negação da negação que supera essa oposição excludente e que produz a relação entre o conceito de Ser e o conceito do Nada na forma do Devir. Este que nada mais é que o próprio movimento do Ser que se torna Nada ou do Nada que se torna Ser. Sua verdade é, portanto, esse movimento do desaparecer imediato de um no outro: o devir 38, quer dizer, o Devir se revela como o momento propriamente especulativo da progressão conceitual. Contudo, Hegel ressalta que esse terceiro momento, no qual foi efetivada a apreensão da unidade dos opostos, produz novamente uma imediatidade, quer 35 HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado (Volume I: A Ciência da Lógica). São Paulo: Loyola, 1995, p.166, 81A. 36 Vale ressaltar que o conteúdo especulativo não é uma simples proposição unilateral, a saber, que expressa apenas a forma da unidade (o idêntico), e sim, também o diferente. Por esse motivo, um conteúdo especulativo não pode também ser expresso em uma proposição unilateral. Se dizemos, por exemplo, que o absoluto é a unidade do subjetivo e do objetivo, é sem dúvida correto; contudo é unilateral, na medida em que somente a unidade está expressa aqui, e o acento está posto nela; quando, de fato, o subjetivo e o objetivo não são somente idênticos, mas também diferentes. (Ibid., p.168, 82A). 37 A propósito do exemplo citado, temos suas considerações mais essenciais expostas no Primeiro Livro A Doutrina Do Ser na Ciência da Lógica, como também, um sucinto comentário do mesmo conteúdo realizado por Konrad Utz no Prefácio da obra Sociedade Civil e Sociedade Política em Hegel. (UTZ, Konrad. Prefácio à 2ª Edição. In: SOARES, Marly Carvalho. Sociedade Civil e Sociedade Política em Hegel. Fortaleza: EdUECE, 2009, p. 9-28). 38 HEGEL, G.W.F. Ciência da lógica (excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011, p.72.

25 24 dizer, um novo início de uma sequência especulativa 39. Nesse ponto de virada do método, o percurso do conhecer ao mesmo tempo retorna em si mesmo. Essa negatividade, como a contradição que se supera, é o restabelecimento da primeira imediatidade, da universalidade simples 40. Não quer dizer isso, entretanto, que essa segunda imediatidade na progressão lógico-real, se quisermos aqui contar, seja compreendida como uma imediatidade indiferenciada 41, como é o caso da primeira imediatidade. De acordo com Hegel, a segunda imediatidade contém já em si a mediação e a riqueza de que procede, isto é, do primeiro ciclo conceitual. O retorno ao imediato, a partir da mediação que procede da primeira sequência conceitual, permite que esse progredir do método se faça em um novo estágio de riqueza e determinidade mais elevada. Por isso, diz Hegel na Ciência da Lógica que o método mesmo se amplia para um sistema 42. Por tudo o que foi visto até aqui sobre o método científico, exposto por Hegel em sua Ciência da Lógica, nota-se que a própria dialética especulativa continua para além do lógico. Nesse sentindo, mostrando-se como o método verdadeiro de toda a filosofia hegeliana, e assim sendo, também como o método de exposição próprio da Filosofia do Direito. Resta-nos ainda explicitar além do método, o objeto e a estrutura da Filosofia do Direito. 2.2 O OBJETO E A ESTRUTURA DA FILOSOFIA DO DIREITO 39 Para melhor esclarecer o movimento que parte de uma sequência especulativa e sua respectiva passagem à outra, Hegel faz referência ao círculo. De modo que a natureza do método abrange o todo, como um círculo de círculos. Sendo assim, cada uma das partes da filosofia é um todo filosófico, um círculo que se fecha sobre si mesmo; mas a ideia filosófica está ali em uma particular determinidade ou elemento. O círculo singular, por ser em si totalidade, rompe também a barreira de seu elemento e funda uma esfera ulterior. Por conseguinte, o todo se apresenta como um círculo de círculos, cada um dos quais é um momento necessário. (HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: Tradução Paulo Meneses e José Machado (Volume I: A Ciência da Lógica). São Paulo: Loyola, 1995, p.55-56, 15). 40 HEGEL, op. cit., p Termo obtido das explicações de Konrad Utz sobre a distinção exposta por Hegel entre a primeira imediatidade e a segunda imediatidade. Nesse sentido, basta-nos explicitar a seguinte passagem do texto O método dialético de Hegel: Resta constatar que com a segunda negação, a negação da negação, o negar não foi simplesmente reiterado, mas, em comparação à Primeira Negação, se efetuou um novo modo de negar. Ao contrário da primeira, essa negação agora conduziu de novo a uma imediatidade, ainda que não à imediatidade indiferenciada (i.e. a imediatidade imediata ) do início. (UTZ, Konrad Christoph. O método dialético de Hegel. Veritas, Porto Alegre, v. 50, n.1, p. 178, 2005). 42 HEGEL, G.W.F. Ciência da lógica (excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011, p.279.

26 25 Convém ressaltar que, já no primeiro 43 parágrafo da Introdução da Filosofia do Direito Hegel nos remete para o cerne de seu pensamento especulativo, explicitando que a ciência filosófica do Direito tem por ob-jeto a ideia do Direito, o conceito do Direito e a sua efetivação 44. Contudo, deve-se salientar que o que Hegel compreende como conceito se distingue do que comumente denominamos de meros conceitos (no sentido usual) 45, isto é, as determinações abstratas do entendimento, a representação universal etc. De modo que estes meros conceitos são expostos como insuficientes e unilaterais. Trata-se, por assim dizer, que a universalidade exposta nos meros conceitos é abstrata 46, pois se estabelece pelas determinações comuns de muitos particulares, e não pelo desenvolvimento da universalidade concreta do conceito hegeliano. Sendo assim, Hegel dá primazia à utilização do termo alemão Begriff para designar o autêntico conceito, a saber, aquele que apreende a efetividade. 43 Vale salientar aqui, os comentários esclarecedores de Marcos Lutz Müller no que tange o 1 da Filosofia do Direito. Visto que Hegel demonstra já na Introdução que a ciência filosófica do direito tem por objeto a ideia do direito, isto é, a efetivação do conceito de direito. Nesse sentido, temos que: o enunciado do 1 contém, assim, a sinopse mais concisa da tese fundamental da lógica especulativa, a de que a filosofia enquanto saber absoluto, tornado ciência, tem por objeto a ideia, que não é senão o processo de efetivação do conceito, que alcança precisamente na ideia a sua determinação completa e sistemática, pondo-se ela, regressivamente, como o fundamento e o sujeito desse processo. Transposta para o âmbito da ciência filosófica do direito, a tese diz que esta não é senão a apresentação do processo de efetivação do conceito de direito, concebido num sentido extremamente abrangente como objetivação do conceito de vontade livre, - por isso, coextensivo à esfera do espírito objetivo, - em direção à sua determinação plena enquanto ideia do Estado e à sua suspensão no espírito universal do mundo ( 33), que se constitui através da história universal. (HEGEL, G.W.F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito Natural e Ciência do Estado em Compêndio (Clássico da Filosofia: Cadernos de Tradução n 10. Introdução à Filosofia do Direito). Tr.: Marcos Lutz Müller. São Paulo: IFCH/ UNICAMP, 2005, p. 75). 44 Ibid., p.39, Em relação à diferença, exposta por Hegel, entre o conceito especulativo e o que chamamos habitualmente de meros conceitos, temos os esclarecimentos a seguir de Hegel: A Filosofia tem a ver com ideias e, por isso, não com o que se costuma chamar de meros conceitos; ela mostra, antes, claramente, a unilateralidade e a inverdade destes, assim como, que é o conceito (não o que se entende frequentemente denominar assim e que é, porém, apenas uma determinação abstrata do entendimento) o que unicamente tem efetividade e que a tem de modo tal, que ele mesmo se dá esta efetividade. (Ibid., p.39, 1). 46 Sobre a distinção entre a universalidade concreta exposta por Hegel e a unilateralidade da universalidade abstrata, basta observamos os comentários de Manfredo Araújo de Oliveira a seguir: Por essa razão, o universal hegeliano não é o universal abstrato, separado do conteúdo, mas o universal concreto, que engloba em si mesmo todas as determinações: determinando-se, ele não sai de si mesmo, mas suas determinações, permanecendo em seu interior, emergem como momentos de uma totalidade. O conceito, assim, pela determinação, não se transcende para nenhuma exterioridade, mas reconduz sempre seus momentos para a totalidade, que ele é: diferencia-se internamente sem sair de si. (OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. Ética e sociabilidade. São Paulo: Loyola, 1993, p. 205).

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