CÓLICA POR RETROFLEXÃO DE FLEXURA PÉLVICA E ENTERÓLITO EM CÓLON MENOR: RELATO DE CASO
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- Tiago Prada Vilarinho
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1 1 CÓLICA POR RETROFLEXÃO DE FLEXURA PÉLVICA E ENTERÓLITO EM CÓLON MENOR: RELATO DE CASO LUCIMARA STRUGAVA 1, ANA PAULA ROSSA 1, JULIA DALL ANESE 2, ERIC DANILO SOTELLO PAULS 2, MARIANE ANGÉLICA POMMERENING FINGER 3, PETERSON TRICHES DORNBUSCH 4 1 Acadêmica de Medicina Veterinária Universidade Federal do Paraná, Brasil. 2 Médico Veterinário. Residente em clínica e cirurgia de grandes animais- Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, Brasil 3 Médica Veterinária. Doutoranda no Programa de Pós graduação em Ciências Veterinárias- Universidade Federal do Paraná, UFPR, Curitiba- PR. 4 Docente do Departamento de Medicina Veterinária Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, Brasil RESUMO Equino atendido a campo devido à cólica, não foi responsivo ao tratamento e foi encaminhado ao hospital veterinário, onde passou por exames de rotina e através da palpação retal detectou-se o deslocamento de cólon maior. Foi submetido à laparotomia exploratória onde constatou-se retroflexão de flexura pélvica e enterólito em cólon menor, como a principal enfermidade. A cirurgia obteve êxito, mas o caso demonstra a importância de identificar corretamente os casos cirúrgicos. Palavras chaves: Equino, enterólito, retroflexão da flexura pélvica. 1992
2 2 COLIC BY RETROFLECTION OF THE PELVIC FLEXURE AND ENTEROLITH IN THE SMALL COLON: CASE REPORT ABSTRACT Equine attended in the field due to colic, it was unresponsive to treatment and was required to submit it to a veterinary hospital, where the patient underwent routine tests and by rectal palpation was detected the displacement of the large colon. The patient was submitted to an exploratory laparotomy and was found a retroflection of the pelvic flexure and the existence of an enterolith in the small colon as the main disease. The surgery was successful, but the case demonstrates the importance of identifying correctly the surgical cases. Key words: Equine, enterolith, retroflection of the pelvic flexure. INTRODUÇÃO Cólica equina é uma síndrome que se refere a alterações que acometem o aparelho digestório na maior parte das vezes. Vários são os fatores que levam ao quadro de cólica, variando desde a produção excessiva de gás no estômago a obstrução ou torção do intestino e, em alguns casos, requer intervenção cirúrgica. Os sinais clínicos mais evidentes são alterações comportamentais decorrentes da dor, dentre os quais estão rolar e se jogar no chão, sudorese excessiva, deitar e levantar constantemente e apresentar dificuldades para caminhar. Campelo e Piccinin (2008). DESCRIÇÃO DO RELATO Um cavalo de 8 anos de idade, da raça Crioula, apresentou sinais de dor moderada (deitar, rolar e cavar) após ser alimentado pela manhã com aveia e ração. O médico veterinário procedeu ao atendimento de cólica a campo, realizando lavagem gástrica através de sonda 1993
3 3 nasogástrica e aplicação de flunixin meglumine (1,1 mg/kg, IV), N- butilbrometo de hioscina (20 mg/animal), ranitidina (1,5 mg/kg, IV) e solução de silicone a 30% com suspensão de metilcelulose (via sonda nasogástrica), apresentando melhora temporária dos sinais clínicos.os parâmetros aferidos: dor contínua e intensa não responsiva à terapia analgésica, hipomotilidade, distensão abdominal positiva e tempo de cólica superior a 6 horas, indicavam cólica cirúrgica (Alves et al., 2005). Sendo assim, o animal foi encaminhado ao hospital veterinário, onde foi submetido a exame físico, sondagem nasogástrica e palpação retal, onde identificou-se deslocamento da flexura pélvica. Foram feitos exames complementares de rotina, sendo eles: hemograma, bioquímicos, hemogasometria e análise do líquido peritoneal que mostrou sinais de inflamação e infecção. Foi então realizada laparotomia exploratória na qual se constatou retroflexão da flexura pélvica, com torção de 180 graus, sem sinais de isquemia no segmento. Após a correção do deslocamento, durante a inspeção das demais alças, identificou-se corpo estranho (figura 1,2) em cólon menor descendente, no terço proximal deste segmento. Havia laceração parcial da parede intestinal, com aparente exposição da camada mucosa, numa extensão de 10 centímetros, mas ainda sem extravasamento de conteúdo fecal grosseiro. 1994
4 4 Visando combater a peritonite, foi realizado, no pós-cirúrgico, lavagens da cavidade peritoneal durante três dias, duas vezes ao dia, através de dreno de silicone, previamente instalado na linha media cranial. Administrou-se solução para hidratação por via oral para a manutenção das fezes amolecidas, devido a fragilidade da parede e possível ruptura, metronidazol (25 mg/kg, VO, BID), omeprazol (2 mg/kg, VO, SID), gentamicina (6,6, mg/kg, IV, SID), penicilina (30000 U.I./kg, IM, q. 48h) e fluidoterapia. DISCUSSÃO: Os enterólitos são concreções formadas primariamente por fosfato de amônia e magnésio (estruvita) na forma de monohidrato ou hexahidrato que se depositam em camadas ao redor de um corpo estranho (pequenos pedaços madeira, metal, pedra). A amônia é continuamente produzida no cólon maior, e os fosfatos são encontrados em abundância na alimentação dos equinos. Podem obstruir a porção terminal do cólon dorsal direito, o cólon transverso ou o cólon menor. A quantidade de amônia presente na dieta pode ultrapassar a capacidade bacteriana intestinal de convertê-la em aminoácidos, e a amônia livre pode se combinar com os íons fosfato e magnésio e precipitar, formando a estruvita. Em 2006, em estudo retrospectivo realizado por Corrêa 1995
5 5 analisando 195 casos a localização dos corpos estranhos foram em 35,14% dos casos em cólon maior, 51,35% em cólon menor, 8,10% em cólon transverso e 5,41% em cólon transverso e menor, onde 61,16% dos casos os animais receberam alta, 37,84% evoluíram para óbito ou foram submetidos a eutanásia (Côrrea, 2006). Neste caso, devido a presença do enterólito causando obstrução do cólon, houve o acúmulo de gás gerando assim a deslocamento da flexura. Apesar de todas as complicações inerentes ao caso, considerando-se a grande possibilidade de ruptura da alça intestinal no pré e no trans operatório, a necessidade de realização de lavagens da cavidade abdominal, bem como complicações pós-operatórias que podem ocorrer comumente após laparatomia exploratória em equinos, o animal recuperou-se rapidamente e sem sequelas. CONCLUSÃO Este caso demonstra a necessidade de diagnosticar e intervir rapidamente nos casos de cólica cirúrgica, pois protelar a cirurgia teria sido fatal devido a ruptura de alça intestinal. REFERÊNCIAS ALVES, G. E. S.; FALEIROS, R. R.; PIOTTO JUNIOR, S. B. Equívocos de condutas que agravam o prognóstico da síndrome cólica. Revista Brasileira de Medicina Equina. Brazilian Journal of Equine Medicine, v. 12, p , JAIRO, C; PICCININ, A. Cólica equina. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária.n.10, p.1-6, CORRÊA, R.R. et al. Estudo retrospectivo dos casos de enterolitíase e corpo estranho em intestino grosso de eqüinos, no período de janeiro de 1993 a janeiro de Braz. J. vet. Res. anim. Sci., v. 43, n. 2, p ,
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