Compras Públicas Ecológicas Conjuntas. - Um guia para Autoridades Públicas -

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3 A responsabilidade pelo conteúdo desta publicação é dos autores. Ela não reflecte necessariamente a opinião da Comunidade Europeia. A Comissão Europeia não é responsável por qualquer utilização que possa ser feita das informações aqui contidas. Coordenador do Projecto: Climate Alliance European Secretariat, Galvanistr. 28, Frankfurt am Main, ALEMANHA Andreas Kress, Tel: , a.kress@climatealliance.org Coordenação do texto: Andreas Drack, Academia para o Ambiente e a Natureza da Alta Áustria; Tel: ; andreas.drack@ooe.gv.at Autores: Alta Áustria: Andreas Drack, Hannes Pöcklhofer; Alemanha: Andreas Kress; Grécia: Myrto Theofilidi; Italia: Maurizio Abbati; Portugal: Paula Trindade; Espanha: Bettina Schäfer; Europa: Philipp Tepper Parceiros: Climate Alliance Áustria (AT), Upper Austrian Academy for the Environment (AT), Alleanza per il Clima onlus (IT), European Partners for the Environment (EU), Ecoinstitut Barcelona (ES), ICLEI Local Governments for Sustainability (EU), Laboratório Nacional de Energia e Geologia (PT), Centre for Renewable Energy Sources (GR) e as cidades de: Cascais (PT), Ferrara (IT), Frankfurt am Main (DE), Mainz (DE), Maroussi (GR), Munich (DE), Murcia (ES), Torres Vedras (PT), San Sebastian (ES) Editado por: DI Andreas Drack Versão Portuguesa: Paula Trindade (coordenadora nacional PRO-EE), Ana Paula Duarte, Ana Cortiçada, Didac Masana e Leonor Sota. LNEG Laboratório Nacional de Energia e Geologia/ Unidade de Produção e Consumo Sustentável Fotos: BilderBox.com Pro EE é co-financiado por:

4 Glossário ANCP Agência Nacional de Compras Públicas CCP Código dos Contratos Públicos CE Comissão Europeia CRES Centre for Renewable Energy Sources FJGPP Full joint green public procurement (Compra Pública Ecológica Conjunta) GPP Green Public Procurement (CPE - Compras Públicas Ecológicas) ICLEI Local Governments for Sustainability ICT Information and Communication Technology (Tecnologias de Informação e Comunicação) IT Information Technology (Tecnologias de Informação) LA21 Local Agenda 21 (Agenda Local 21) LCC Life Cycle Cost (Custo de ciclo de vida) LNEG Laboratório Nacional de Energia e Geologia MEPA Mercado Electrónico para a Administração Pública (Itália) PBJGPP Piggy Backing joint green public procurement PCP Pre-commercial Procurement (Contratos Pré-Comerciais) PME Pequenas e Médias Empresas SI Sistemas de Informação SNCP Sistema Nacional de Compras Públicas TCO (custos) Total Cost of Ownership (custo total de posse) UE União Europeia

5 Conteúdos 1. Introdução ao manual O projecto Pro-EE Perspectiva europeia A comissão europeia e as Compras Públicas Ecológicas Políticas e legislação Planos de Acção Nacionais (PAN) Projectos e iniciativas Enquadramento nacional Portugal Espanha Áustria Alemanha Grécia Itália Critérios ambientais nos países da UE parceiros do projecto Critérios Comuns para Compras Públicas Ecológicas Proposta de critérios comuns para compras públicas ecológicas no PRO-EE Compras Públicas Ecológicas Conjuntas Modelos de Compras públicas conjuntas Portugal Alemanha Compras públicas conjuntas transfronteiriças A experiência no âmbito do projecto PRO-EE Portugal Espanha Áustria Grécia Itália Aprendizagem e recomendações Portugal Áustria Grécia Itália Links úteis Endereços úteis para a eficiência energética e compras públicas ecológicas em Portugal... 47

6 1. Introdução ao manual Globalmente estão a sentir-se os efeitos das Alterações Climáticas, da utilização excessiva dos recursos naturais, das ameaças à biodiversidade e da pobreza crescente. Os hábitos de consumo insustentáveis são a principal causa destes problemas, e é aqui que as Compras Públicas Sustentáveis podem e devem desempenhar um papel importante. As compras públicas na UE correspondem a 16% do PIB. As autoridades públicas têm a capacidade de orientar o mercado para a sustentabilidade através das compras públicas, tendo em consideração questões relacionadas com respeito pelo ambiente e pelos direitos das pessoas e com inovação. Entende-se por compras públicas sustentáveis a compra de bens e serviços pelas organizações públicas integrando nesse processo, não apenas considerações económicas (preço, qualidade, disponibilidade, funcionalidade), mas também considerações ambientais, tendo em conta os efeitos no ambiente que o produto e/ou serviço tem ao longo do seu ciclo de vida, bem como considerações sociais. Comprar de um modo sustentável significa escolher cuidadosamente o que comprar: comprar apenas o que é realmente necessário e considerar os impactes ambientais, sociais e económicos associados à compra de um produto ou serviço, numa perspectiva de ciclo de vida, isto é, considerando os impactes desde a extracção dos materiais, produção, distribuição, utilização e fim de vida. Este Manual baseia-se na experiência e resultados do projecto Pro-EE As Compras Públicas Impulsionam a Eficiência Energética e tem como objectivo ajudar as autoridades públicas a adoptar políticas e boas práticas de compras sustentáveis. 1

7 2. O projecto Pro-EE O projecto Pro-EE As Compras Públicas Impulsionam a Eficiência Energética visa a melhoria da eficiência energética através de compras públicas sustentáveis. Centra-se em produtos inovadores com um potencial elevado de poupança energética e económica e desenvolve procedimentos e abordagens em rede que podem ser aplicadas por qualquer autoridade pública na Europa. Acções desenvolvidas: Implementação de procedimentos de Compras Públicas energeticamente eficientes em organizações da administração pública local Envolvimento dos fornecedores e dos consumidores Realização de acções de formação orientadas para os técnicos de compras públicas Desenvolvimento de Planos de Acção de Eficiência Energética em 5 cidades-piloto, com o envolvimento das partes interessadas Acções de sensibilização dos cidadãos. Municípios envolvidos (6 países): Portugal Cascais e Torres Vedras Espanha Murcia e San Sebástian Grécia Amaroussion Itália Ferrara Alemanha Frankfurt, Munich, Mainz Aústria Região da Alta Áustria 2

8 3. Perspectiva europeia As entidades públicas europeias gastam 1,6 triliões por ano em bens e serviços, o que equivale a 16% do PIB da UE. As compras Públicas podem assim ter um grande impacte no consumo, orientando o mercado na direcção da sustentabilidade, por exemplo, construindo edifícios públicos energeticamente eficientes, comprando veículos com baixos níveis de emissões, alimentos biológicos e/ou provenientes de Comércio Justo e instalando equipamentos economizadores de água nos edifícios A comissão europeia e as Compras Públicas Ecológicas A Comissão Europeia incentiva as Compras Públicas Ecológicas em todos os países membros, tendo criado para o efeito um website 1, que contém informação sobre GPP para decisores políticos e técnicos directamente envolvidos nos processos de aquisição. Neste site pode encontrar-se o Manual Buying Green! da CE assim como o GPP-Toolkit, onde podem ser consultados critérios ambientais para diversos grupos de produtos Políticas e legislação Ao nível estratégico, a UE desenvolveu um conjunto de ferramentas, com vista à promoção da produção e consumo sustentável nos estados-membros, de que se destacam: Estratégia de Lisboa 2000 A UE deve ser em 2010 a economia mundial baseada no conhecimento mais dinâmica e capaz de crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos, coesão social e respeito pelo Ambiente. Comunicação sobre IPP de 2003 UE aconselha os Estados Membros a desenvolverem e adoptarem planos nacionais sobre GPP até final de Planos de acção sobre GPP têm como objectivo obter apoio político ao mais alto nível, assegurando uma larga aplicação da GPP. ETAP - Plano de Acção Europeu sobre Tecnologias Ambientais (2004) GPP como prioridade, de forma a trazer novas tecnologias para o mercado (eco-inovação). Comunicação sobre GPP 2008 critérios comuns, informação sobre os produtos (LCC), definição de objectivos políticos, indicadores e monitorização Planos de Acção Nacionais (PAN) A Comissão Europeia promove o desenvolvimento de Planos de Acção Nacionais (PAN) nos estados-membros, de forma a tornar mais ecológicas as suas compras públicas. Estes planos devem conter uma avaliação da situação actual e metas ambiciosas para um período de 3 anos, incluindo as medidas a implementar. O limite para a sua publicação foi 2006, devendo ser actualizados a cada triénio. Os PAN são instrumentos voluntários, com o objectivo de comunicar que existe uma forte vontade política para implementar processos de compras públicas mais sustentáveis. Também servem para definir as opções mais adequadas ao enquadramento político do 1 3

9 país, ao mesmo tempo que possibilitam a troca e partilha de experiências e boas práticas entre as autoridades públicas. O documento National GPP policies and guidelines contem uma visão global sobre a situação actual em matéria de Compras Públicas Ecológicas nos 27 países membros da UE (actualizado a 30 de Junho de 2009).[ 2 ] O Plano de Acção Português para o triénio foi consolidado através da Estratégia Nacional para as Compras Públicas Ecológicas, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros nº 65/2007 (ver ponto 4.1) Projectos e iniciativas O Pacto dos Autarcas é uma iniciativa da Comissão Europeia em que a cidades e municípios signatários se comprometem a atingir o objectivo da UE para a energia 3x20 através da eficiência energética e da utilização e produção de energias renováveis. Este compromisso formal deve ser atingido através da implementação de um Plano de Acção de Sustentabilidade Energética. Actualmente existe um guia detalhado com recomendações passo-a-passo para todo o processo de elaboração da estratégia, desde o compromisso político até à implementação 3. Este guia tem também uma secção onde se descrevem as medidas técnicas que podem ser implementadas pelas autoridades locais na área das compras públicas. As cidades de Cascais, Múrcia e San Sebastián, parceiras do PRO-EE, foram das primeiras signatárias da Pacto dos Autarcas. A rede de compras sustentáveis Procura+ é uma iniciativa do ICLEI Local Governments for Sustainability, cujo objectivo é dar apoio às autoridades públicas que queiram levar a cabo compras sustentáveis e, posteriormente, divulgar os resultados de tais processos. Tem à disposição dos aderentes um amplo leque de ferramentas (ex. critérios de compra), guias (ex. metodologias, boas práticas) e uma estrutura para ajudar as autoridades públicas a tornar os seus concursos sustentáveis. O projecto Buy Smart (Maio 2009 Outubro 2011), financiado pelo programa "Intelligent Energy Europe" da CE, oferece consultas gratuitas e informação sobre Compras Ecológicas. O objectivo principal deste projecto é aumentar a proporção de concursos com critérios de eficiência energética na Europa, aumentando a quota de mercado dos produtos e serviços energeticamente eficientes. O projecto está dirigido tanto a empresas privadas como a autoridades públicas e para além de dar respostas a questões genéricas, disponibilizará ferramentas para a compra dos grupos de produtos construção, electricidade proveniente de fontes renováveis, equipamentos domésticos, iluminação, equipamento de escritório e veículos. O projecto SMART SPP Inovação através das compras sustentáveis (Setembro 2008 Agosto 2011), financiado pelo programa Intelligent Energy, promove a introdução de critérios de eficiência energética para possibilitar a entrada e promoção de tecnologias inovadoras no mercado. Tal é conseguido estabelecendo contactos com os fornecedores antes do momento de compra ( early market engagement ), para de tal forma haver um fluxo bidireccional de informação que permite, em primeiro lugar, às administrações públicas, entrar em contacto com 2 Fonte: 3 Disponível em: 4

10 uma parte desconhecida do mercado e assim poder elaborar critérios que se adaptem melhor as exigências e potencialidades dos produtos requeridos. Por outro lado, permite aos fornecedores desenvolver os seus produtos em consonância com as exigências dos compradores, neste caso as autoridades públicas. O guia e ferramenta mais recentes podem ser obtidos em: EURO-TOPTEN - Reducing energy consumption (Janeiro 2006 Outubro 2008), financiado pelo programa "Intelligent Energy Europe" da CE, foi um projecto que teve como principal objectivo fazer dos produtos energeticamente eficientes a escolha habitual e economicamente mais vantajosa para os consumidores, fornecedores e fabricantes, disponibilizando aos consumidores uma base de dados dos melhores produtos disponíveis do ponto de vista energético. O projecto EURO-TOPTEN PLUS irá assegurar a continuidade do TOPTEN até ao final de 2011, reunindo 20 parceiros de 16 países (no quais se inclui Portugal). Mais informações em: O projecto DEEP (Janeiro 2005 Junho 2007) financiado pelo programa "Intelligent Energy Europe" da CE promoveu a melhoria dos edifícios públicos em termos de eficiência energética. O site do projecto dá acesso a interessantes fontes de informação relacionadas com compras energeticamente eficientes, como guias de compra para a construção, electricidade verde, equipamentos de escritório e uma calculadora de custos de ciclo de vida de diferentes produtos. Mais informações em: 5

11 4. Enquadramento nacional 4.1. Portugal Código dos Contratos Públicos (CCP) e as compras electrónicas O CCP foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro e define todos os procedimentos que decorrem desde que é tomada a decisão de contratar uma entidade até à adjudicação do contrato, assim como à sua execução. Para além de transpor as directivas comunitárias na matéria, agrega o regime geral da contratação pública, regulando um conjunto de matérias que se encontrava disperso. De entre as principais inovações introduzidas pelo CCP, destacam-se as seguintes: Uniformização e redução do número de procedimentos pré-contratuais, reduzindo-os a cinco tipos: ajuste directo, concurso público, concurso limitado por prévia qualificação, procedimento de negociação e diálogo concorrencial; Desmaterialização da contratação pública. Os procedimentos pré-contratuais passam a ser realizados por via electrónica, eliminando o acto público e fazendo desaparecer o papel. Aumento dos valores máximos de contratação por ajuste directo Aposta no desenvolvimento científico e tecnológico. O CCP adapta os procedimentos administrativos nas instituições científicas e nas instituições de ensino superior, possibilitando que as actividades de investigação nacionais ou internacionais ou de acordos internacionais de cooperação científica, sejam desenvolvidas de forma regular e, sobretudo, adequada ao próprio processo científico e aos seus objectivos. A Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP) é a entidade responsável pela gestão do Sistema Nacional de Compras Públicas (SNCP), e tem como missão a definição e negociação de acordos-quadro para diversos grupos de produtos e/ou serviços destinados à administração pública. Estes acordos-quadro, bem como a plataforma de contratação electrónica gerida pela ANCP são de utilização obrigatória pelas entidades vinculadas da administração central (Ministérios, Direcções-Gerais e Institutos Públicos), sendo a adesão voluntária para as restantes entidades compradoras (ex. Municipios). Para além disto, foram criadas em Portugal outras centrais de compras, tendo em vista a agregação de necessidades, de que são exemplo a Central de Compras Electrónicas da Área Metropolitana de Lisboa (CCE-AML) ( que se encontra a desenvolver acordos-quadro para a aquisição de diversos produtos para municípios da área metropolitana de Lisboa, e o sistema de compras electrónicas da Associação de Municípios do Algarve (AMAL), que visa a realização de compras conjuntas para os municipios do Algarve.[ 4 ] 4 Fontes: e 6

12 Estratégia Nacional para as Compras Públicas Ecológicas Em Julho de 2006 foi estabelecido pelo governo Português um grupo de trabalho sobre Compras Públicas Ecológicas, com vista ao desenvolvimento de uma estratégia nacional. A estratégia foi aprovada em 2007, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2007, e define que, até 2010, 50% de todas as compras públicas deverão incluir critérios ambientais (em número de processos pré-contratuais e em valor). As seguintes categorias de produtos e serviços foram consideradas prioritárias no âmbito da Estratégia Nacional: Concepção e construção de obras públicas, incluindo iluminação e equipamentos; Transportes, incluindo equipamentos e serviços de transporte; Energia; Equipamentos de escritório, incluindo equipamento informático, de comunicação, impressão e cópia, designadamente computadores, impressoras, fotocopiadoras, faxes e equipamentos multifuncionais; Consumíveis de escritório (incluindo papel); Produtos de higiene e limpeza; Prestações de serviços no âmbito da gestão e manutenção de equipamentos e de infra-estruturas públicas. A estratégia destina-se sobretudo aos organismos da administração central, estando previsto o envolvimento das autoridades locais posteriormente. Após a publicação da Estratégia Nacional, o grupo de trabalho constituído desenvolveu um conjunto de critérios ambientais para os grupos de produtos e serviços prioritários. No âmbito da Estratégia foi realizada, em Maio 2008, uma formação sobre GPP destinada a responsáveis pelas compras de entidades públicas. Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética A Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2008 aprovou o Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE), documento que engloba um conjunto alargado de programas e medidas consideradas fundamentais para que Portugal possa alcançar e suplantar os objectivos fixados no âmbito da Directiva n.º 2006/32/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril, relativa à eficiência na utilização final de energia e aos serviços energéticos. O PNAEE abrange diversos sectores (transportes, residencial e serviços, indútria e Estado), agregando um conjunto alargado de medidas que incidem, quer sobre o desenvolvimento tecnológico, quer sobre alterações comportamentais, necessários ao atingimento das metas definidas. Especificamente para o sector do Estado, as principais medidas incluidas são: Certificação energética de todos os edifícios do Estado 20% dos edifícios do Estado com classe igual ou superior a B- 20% da frota de veículos do Estado com emissões de inferiores a 110 g/km Eliminação progressiva da iluminação pública ineficiente 7

13 20% da semaforização de trânsito com iluminação eficiente (LED) [ 5 ] 4.2. Espanha Plano de Acção Nacional (PAN) para as Compras Públicas Ecológicas e Plano de Acção para a Eficiência Energética nos Edifícios da Administração Central. O Plano de Acção Nacional sobre GPP foi adoptado pelo Conselho de Ministros em Janeiro de Tendo em conta o EU-GPP-Toolkit foram identificados 8 grupos de produtos prioritários, incluindo construção e manutenção, energia, transportes, equipamentos de escritório, papel e publicações, mobiliário, produtos e serviços de limpeza e organização de eventos. Para cada grupo de produtos foram definidos objectivos específicos, quer quantitativos (redução de consumo) quer qualitativos (introdução de critérios ambientais e de eficiência energética baseados na EU-GPP- Toolkit). Os objectivos de compras ecológicas são fixadas entre 25% e 100%, dependendo do grupo de produtos. Foram igualmente definidos códigos de boas práticas, cuja responsabilidade de implementação é de uma comissão interministerial. A formação é ministrada pelo Ministério do Ambiente com o suporte de especialistas na matéria, como o Ecoinstitut Barcelona. No campo da eficiência energética, o PAN Espanhol para as compras públicas ecológicas assume os objectivos do Plano de Acção para a Eficiência Energética nos Edifícios da Administração Central, cuja implementação é da responsabilidade do Instituto para Diversificação e Poupanças de Energia (Ministério da Indústria, Turismo e Comércio). O objectivo do plano é reduzir o consumo de energia em 9% até 2012 e 20% até Os acordos-quadro do sistema centralizado de compras públicas do ministério das finanças espanhol incluem, desde 2008, os critérios ambientais definidos no PAN. Esta inclusão resultou num aumento da oferta de produtos energeticamente mais eficientes. Este sistema está aberto a outras autoridades públicas, para além das autoridades da administração central, tornando mais facilitada a aquisição de produtos energeticamente eficientes, tais como equipamentos ICT e veículos. A cidade de Múrcia, parceira do projecto Pro-EE, usa o sistema nacional para efectuar a compra de certos grupos de produtos, tais como veículos e computadores. Desta forma, as autoridades públicas locais podem também incorporar os critérios de eficiência energética estabelecidos no PAN nas suas compras individuais. Compras públicas ecológicas no País Basco O governo Basco, através da sua Sociedade Pública de Gestão Ambiental (IHOBE), desenvolveu e está actualmente a implementar um Plano de Acção Regional em Compras Públicas Sustentáveis (GPP RAP). As estratégias comuns exigem que sejam as autoridades públicas (do lado da procura) a definir metas e a desenvolver ferramentas. No entanto, para realmente movimentar o 5 Fonte: 8

14 mercado, é importante promover as empresas e os produtos amigos do ambiente (do lado da oferta). A inovação na abordagem do país Basco reside na combinação de ambas as dimensões no GPP RAP, na coordenação entre oferta e procura, no uso de instrumentos como sejam as acções de sensibilização, a formação e o apoio às autoridades públicas e a outras empresas. Durante os últimos 10 anos a IHOBE tem promovido um diálogo dentro do mercado, o apoio às empresas locais nas áreas de produção mais limpa e práticas (Ekoscan) e a eficiência dos recursos nos seus produtos através do eco-design. A promoção da compra é estabelecida como prioridade no programa-quadro para o ambiental ( ) e do Programa Basco para o consumo ambientalmente sustentável ( ). Desde 2006, a IHOBE apresentou diferentes ferramentas e serviços para as administrações públicas, a fim de implementar as compras públicas sustentáveis (GPP): Critérios comuns para 18 grupos de produtos que incluem mais de 24 diferentes produtos e serviços Compra ecológica Diálogo com os fornecedores Cursos de formação sobre esta matéria, para os funcionários públicos Assistência directa Grupos de trabalho para as autoridades públicas e o intercâmbio de boas práticas Acompanhamento dos resultados Os critérios comuns baseiam-se na EU-GPP-Toolkit adaptada à situação regional (oferta), com o objectivo de promover a competitividade da economia local em três níveis de critérios que permitem a adaptação do mercado: básico, avançado e excelência. O intercâmbio de melhores práticas entre as administrações públicas contribui para promover o concurso com critérios comuns. No que se refere a compras ecológicas, durante os anos de 2008 e 2009 foram publicadas 40 propostas, incluindo os critérios comuns, a maioria incluindo critérios básicos ou avançados. 9

15 Avançado/Excelência 5% Básico/Avançado 31% Avançado 23% Básico 41% Figura 1 Inclusão de critérios em concursos no País Basco Durante o mesmo período, 151 funcionários de 73 diferentes administrações públicas do País Basco participaram dos cursos de Formação em GPP, adicionalmente 166 pessoas participaram em dois eventos de sensibilização e 148 fornecedores participaram em seminários. O acompanhamento dos resultados foi concluído com uma experiência piloto em 2009 por sete administrações públicas, incluindo as cidades de San Sebastian, Vitória e Bilbau. Estas entidades preencheram um questionário electrónico (adaptado da metodologia proposta pela Comissão Europeia), que incluiu dois indicadores qualitativos (nível de implementação de uma estratégia de CPS na administração) e os indicadores quantitativos (nível de inclusão de critérios ambientais nas compras de grupos de produtos prioritários). 10

16 Compromisso com a sustentabilidade Organização de actividades de compra Política de GPP Plano de acção/estratéria de GPP Formação dos colaboradores Sensibilização dos colaboradores Critérios ambientais por grupo de produtos Monitorização, indicadores e revisão Gestão das cadeias de fornecimento Cooperação e trabalho em rede Figura 2 Nível de acompanhamento da estratégia de GPP em 7 administrações piloto no País Basco (2007 a 2009) -18,2% Papel -34,3% ICTs -24,7% Veículos -14,9% -12,0% Electricidade Total -40,0% -30,0% -20,0% -10,0% 0,0% Figura 3 Redução das emissões de CO2 resultante da inclusão de critérios ecológicos em 7 administrações piloto no País Basco Ao nível do governo regional foi estabelecido um acordo governamental sobre a inclusão de critérios ambientais e sociais nos concursos públicos, a definição de normas mínimas de desempenho ambiental para os grupos de produtos mais comuns, como por exemplo, os veículos ou a construção. No País Basco, a protecção do clima é uma das prioridades que podem ser alcançadas através de compras públicas e independência de grupo de produtos (papel, ICT, veículos, serviços de jardinagem, restauração e serviços de venda, agências de viagens e correio, consultoria). O desenvolvimento de critérios para grupos de produtos, como a iluminação pública ou a contratação de serviços de energia, estão incluídos no programa. A cidade de San Sebastian, um parceiro no projecto Pro-EE, é uma das administrações piloto que participam nas actividades GPP coordenado pela IHOBE. Em 2009, a utilização de critérios comuns para compras ecológicas, que também são utilizados por empresas 11

17 privadas e público em geral, foi introduzida no programa a fim de dinamizar o mercado e reduzir o impacto no ambiente. (Fonte: Compras Públicas Ecológicas da Catalunha Em 2005, o Governo da Catalunha aprovou um Acordo de Estado para potenciar a sustentabilidade dos concursos das Autoridades Públicas catalãs e para estabelecer uma comissão de monitorização que teria dois propósitos essenciais: a incorporação de critérios ambientais para os grupos de produtos incluídos no sistema centralizado de compras (equipamento informático, veículos, serviços de limpeza e mobiliário) e o desenvolvimento de guias para a compra conjunta dos grupos de produtos à margem do sistema centralizado (manutenção de edifícios, têxteis e publicações, por exemplo). No final de 2009, para 6 dos 10 grupos de produtos do EU-GPP-Toolkit, os acordos-quadro já incluíam critérios ambientais. Algumas Administrações Públicas (câmaras municipais, etc.) e outras entidades (universidades públicas, etc.) foram autorizadas a participar de forma voluntária no esquema centralizado de compras públicas gerido pela Comissão Central de Aprovisionamento. O procedimento de adesão é simples; durante a primeira fase é assinado um acordo entre a Comissão e a entidade pública que regula a colaboração inter-administrativa. Na segunda fase, a entidade efectua a compra directa aos fornecedores habilitados pela Comissão para fornecer os produtos e serviços sem necessidade de levar a cabo nenhum outro procedimento administrativo. Isto facilita e agiliza de maneira considerável os processos de compra, cumprindo sempre os requisitos legais e de transparência exigidos. Existe a possibilidade de comprar via internet, sendo isto referido no acordo-quadro. No início de 2010, quase 300 entidades públicas participavam neste sistema.[ 6 ] 4.3. Áustria A lei intitulada Bundesvergabegesetz 2006 Bverg 2006 constitui a base legal para as compras públicas na Áustria. Em 2009, o valor para processos de compras mais complexos (concurso público) aumentou de para A BBG Bundesbeschaffungsgesellschaft é a entidade central em matéria de compras públicas, tendo sido estabelecida em 2001 pelo Ministério das Finanças. É responsável por gerir a plataforma de compras públicas destinada à administração pública central. Não obstante, a BBG está aberta a autoridades públicas regionais e locais eventualmente interessadas. São cobertos mais de 30 grupos de produtos e serviços e grande parte deles pode ser adquirido electronicamente, através da e-loja. As compras da administração regional são realizadas por um gabinete recentemente criado (Setembro 2006) no Departamento de Compras e Gestão de Edifícios. O gabinete foi criado com o objectivo de assegurar compras públicas eficientes, bem como a colaboração com a entidade 6 Fontes: e 12

18 nacional (BBG). Foram estabelecidos 5 equipas de compras que cobrem vários grupos de produtos, desde equipamentos e consumíveis de escritório a combustíveis e serviços de manutenção. Em 2007, a despesa gasta pelo gabinete somou os 28,35 milhões. Alta Áustria A Região da Alta Áustria faz parte do grupo de trabalho responsável pelo plano de acção nacional para as compras públicas sustentáveis. Este plano visa a implementação de compras públicas sustentáveis em todas as instituições públicas Austríacas. Foi preparado um documento contendo critérios para 16 grupos de produtos, incluindo os 10 grupos mencionados na EU-GPP-Toolkit, que foi aprovado pelo Governo Federal em 20 de Julho de Os critérios centrais são critérios mínimos e os critérios adicionais destinam-se a organizações mais avançadas nesta matéria. O primeiro passo para uma entidade que pretenda comprar produtos sustentáveis é consultar o site O site é também usado como plataforma de partilha de informação, projectos em desenvolvimento e resultados. Os melhores projectos são premiados anualmente e usados como exemplos de sucesso (por ex., serviços de impressão e cópia em vez da compra de equipamentos com o mesmo fim; contratação de serviços energéticos em edifícios públicos, etc.). Frequentemente, a necessidade de um investimento inicial elevado constitui uma barreira à aquisição de produtos e/ou serviços. Este, bem como outros condicionantes financeiros, devem ser analisados e discutidos por especialistas nesta matéria de forma a encontrar soluções apropriadas. No entanto, uma possível solução é definir um orçamento específico para compras sustentáveis (por ex.10% do orçamento total), bem como um período de retorno aceitável (p.ex. 3 a 5 anos, dependendo do tempo de vida expectável do produto). Outras questões deste tipo são discutidas para cada grupo de produtos em fóruns constituídos por especialistas. Numa fase posterior são discutidas num grupo de trabalho alargado, formado por membros dos diferentes ministérios, Câmaras de Comércio, Agricultura, Trabalho e representantes das autoridades de compras, agência nacional de compras e associação austríaca de cidades e vilas. Os resultados são monitorizados pelo Ministério do Ambiente, de acordo com o sistema definido pela Comunidade Europeia. A Agencia Central de Compras da Alta Áustria foi fundada em 1996 e já permitiu a poupança de aproximadamente 7 milhões mediante a angariação de necessidades e padronização de produtos, o que representa 20% das poupanças totais anuais. As receitas aumentaram de 33 para 100 milhões de mediante a inclusão futura dos seguintes grupos de produtos: Serviços de comunicação (fixo e móvel) Serviços postais Material informático Mobiliário Energia (climatização e electricidade) Automóveis Serviços de limpeza Máquinas, ferramentas e equipamentos 13

19 Serviços externos (elevadores, segurança, etc.) Vestuário de segurança industrial e fardamento Considerando o custo total de posse (TCO), alguns produtos podem parecer caros inicialmente mas acabam por trazer vantagens económicas quando comparados com os produtos adquiridos anteriormente. A Agência iniciou um programa de troca de electrodomésticos velhos, tendo como argumento o menor tempo de retorno para investimentos na compra de electrodomésticos energeticamente eficientes comparados com outros de custo inicial menor. Durante o ano de 2009 a administração destinou aproximadamente para este programa, o que representa apenas o início desta iniciativa, que tem uma duração prevista de três anos, e cujo principal objectivo é influenciar outras autoridades públicas a desenvolver projectos desta natureza. Desta maneira pretende-se influir na dinâmica de compra deste tipo de equipamentos nos lares da região e, portanto, fazer com que a oferta mude para equipamentos mais eficientes. Nos concursos para aquisição de veículos, é também essencial que o TCO seja considerado Alemanha De acordo com a estrutura federal do país, cabe aos estados individualmente a responsabilidade de controlar a cooperação entre municípios que pretendam realizar compras conjuntas. As actividades podem ser desenvolvidas formalmente por um organismo próprio (FJGPP), ou as responsabilidades podem ser transferidas para um município que desenvolve a globalidade das actividades, mediante um acordo baseado na legislação aplicável (PBGPP). Em princípio, a realização de compras conjuntas entre municípios, que são eles mesmos entidades independentes, permite atingir as poupanças financeiras das compras centralizadas e simultaneamente salvaguardar as economias locais. Nestes termos, quer a cooperação entre municípios, quer a realização de joint-ventures estão sujeitas a leis de regulação de concorrência. Quando um município apresenta um convite à realização de compras conjuntas a outros municípios, forma-se um cartel de compras, o que em principio é proibido de acordo com o artigo 1º da Lei da Concorrência, uma vez que o grupo estabelecido para a realização da compra conjunta se baseia num acordo de cooperação entre os municípios participantes, resultando em medidas anti-competitivas, de acordo com a mesma lei. Como tal, deve ser avaliado caso a caso, se existe uma considerável influência no mercado do grupo de compras constituído. A quota de mercado do respectivo grupo fornece uma medida concreta desta influência. De acordo com o aviso emitido pela entidade reguladora alemã (German Federal Cartel Office) o limiar máximo da quota de mercado é 15%. Outro problema da cooperação entre municípios na Alemanha resulta do artigo 99º da Lei da Concorrência. Os que representam os interesses dos municípios argumentam que uma cooperação séria entre municípios constitui uma transferência organizacional de competências dentro da administração pública e como tal não representa uma intervenção directa no mercado externo. 14

20 O Tribunal de Justiça Europeu acrescentou este ponto à sua regulamentação na matéria[ 7 ]. No entanto, esta regra não deve ser considerada para todos os acordos unilaterais isolados entre municípios para prestação de serviços (ex.: fornecimento de energia eléctrica a um edifício publico por outro município, sem concurso prévio). De acordo com o Tribunal, este tipo de cenários não deve ocorrer sem realização de concurso prévio. Indirectamente, concluir-se-á desta regulamentação que a cooperação entre autoridades sem realização de concurso numa base de leis públicas é uma cooperações regional limitada, semelhante a um sistema multimunicipal. A compra conjunta realizada entre municípios distantes é de difícil enquadramento legal no futuro. O artigo 99º da Lei da Concorrência, acerca da cooperação entre municípios foi eliminado na revisão da lei em 2009, sem motivo aparente, por recomendação do Comité Económico e Social Europeu. Na Alemanha, as seguintes autoridades desenvolveram trabalho nesta área, adoptando abordagens e grupos de produtos distintos: o Estado de Rhineland Palatinateo, Região da Grande Estugarda e a Associação de Municípios da Baixa Saxónia Grécia O Centre for Renewable Energy Sources (CRES) colaborou no projecto Pro-EE, na elaboração de um novo diploma legal que entrou em vigor em Junho de Este decreto interministerial define medidas de poupança energética no sector público, relacionadas com a aquisição de produtos consumidores de energia e manutenção/gestão de edifícios. Define um conjunto de requisitos energéticos mínimos para equipamentos de escritório, cujo objectivo é no futuro a inclusão de critérios energéticos na lei que regula as compras públicas. Fruto de uma parceria com autoridades locais e a associação da região nordeste de Attica foi organizado o evento Energy Efficiency & Excellency in Local Authorities, que teve lugar no Centro de Conferências do município de Nea Ionia. A fase de identificação dos grupos de produtos prioritários para a compra conjunta resultou, com base em vários critérios (estatuto de propriedade, nível de desenvolvimento tecnológico, nível de interesse, factores climáticos e critérios sociais) na selecção de produtos de iluminação e equipamentos. No entanto, dependendo das prioridades gregas, podem vir a ser consideradas outras categorias de produtos com especial relevância para o sector público (sistemas solares térmicos, motas eléctricas, sistemas de iluminação RES (Renewable Engineered Systems). Todos os municípios da rede DAFNI (Network of Aegean Islands for Sustainability) e aderentes ao Pacto dos Autarcas foram convidados a participar, uma vez que todos eles têm características em comum, bem como necessidades semelhantes. São parceiros ideais para o projecto Pro-EE porque são regiões autónomas não ligadas à rede eléctrica principal, têm metas a atingir no âmbito do pacto dos autarcas e a sua produção de electricidade é responsável pela emissão de grandes quantidades de CO

21 Plano de Acção Nacional para a Eficiência Energética no Sector Público O sector público servirá de exemplo à implementação de medidas de eficiência energética, tal como definido na Directiva 2006/32/EC. Para tal, está prevista a aquisição de tecnologias energeticamente eficientes e sistemas de energias renováveis. A utilização de critérios de eficiência energética nos concursos públicos é considerada essencial. No âmbito da implementação das medidas de eficiência energética, existe receptividade para a implementação de esquemas de compras públicas conjuntas e está previsto o estabelecimento de uma agência central de compras públicas. No Quadro 1 está descrita uma dessas medidas relacionadas com o sector público. A lista de medidas completa pode ser consultada em Quadro 1 Exemplo de uma medida de eficiência energética para o sector público incluida no Plano de Acção Nacional para a Eficiência Energética Grego Título da Medida Categoria Aplicação regional Grupo-alvo Medidas de eficiência energética Eficácia Poupança anual estimada Prazos de implementação e ponto de situação Instalação obrigatória de sistemas solares térmicos para aquecimento de águas quentes Toda a Grécia Institucional Papel exemplar do sector público Edifícios públicos novos e existentes com área superior 1000 m2 Edifícios privados alugados a autoridades publicas Publicação de legislação contemplando a obrigatoriedade da instalação de sistemas solares térmicos para aquecimento de águas quentes em edifícios públicos, tais como: Hospitais, Complexos desportivos Instituições de solidariedade social e edifício usados para outros fins com elevadas necessidades de água quente Monitorização da qualidade das instalações e eficiência dos sistemas por organismo acreditado Sistemas solares térmicos irão substituir % de sistemas convencionais para aquecimento de água (electricidade e combustíveis fósseis), dependendo das condições climáticas, orientação e ocupação dos edifícios. 2010: 10 GWh 2016: 250 GWh. Custo total de implementação: EUR 100 m. Implementação faseada: Edifícios com área superior a 1000 m Todos os edifícios O programa grego Exoikonomo O Ministério do Desenvolvimento em cooperação com a União Central de Municípios e Comunidades da Grécia e o Instituto das Autoridades Públicas desenvolveu recentemente o programa Exoikonomo, que tem como objectivo auxiliar as autoridades públicas no desenvolvimento de um plano de desenvolvimento sustentável. O programa é cofinanciado pela UE no âmbito da National Strategic Reference Framework (ESPA), e subsidia até 70% dos investimentos energéticos a nível local em três áreas: edifícios 16

22 municipais, planos de mobilidade e transportes e iluminação pública. O programa tem um orçamento global de 100 M, que foram outorgados até o final de Os principais destinatários são câmaras municipais com mais de habitantes. Existem medidas obrigatórias e os projectos são avaliados dependendo da magnitude do município, em termos de número de habitantes registados. O objectivo é favorecer a eficiência energética aos níveis anteriormente mencionados mediante a introdução no mercado de tecnologias inovadoras e através de processos de compra conjunta Itália O nascimento da legislação italiana sobre compras públicas ecológicas remonta a 2003, com a publicação do Decreto Ministeriale n.º 203/03. De acordo com esta legislação, a administração pública teria que investir, por ano e categoria de produtos, pelo menos 30% do valor gasto, em produtos produzidos a partir de materiais reciclados. Este consistiu no primeiro passo para a introdução do conceito de produtos ecológicos e serviços no quadro legislativo italiano, apesar de se referir apenas a produtos reciclados. A esta lei seguiram-se várias leis regulamentares específicas por tipo de material (ex. papel, madeira, plástico, etc.) com referência à necessidade de conformidade com as normas internacionais aplicáveis, uma descrição dos documentos a ser fornecidos como evidência da reciclagem do material e à necessidade de registo dos operadores numa lista oficial de recicladores. O Decreto Legislativo n.º 163/2006 (transpôs para o direito interno as Directivas 2004/17/EC and 2004/18/EC) contribuiu para as compras públicas ecológicas, através da implementação do uso de critérios ambientais em concursos de valor inferior ao limiar europeu. A principal inovação deste decreto é fazer referência directa ao uso de critérios ambientais na adjudicação dos concursos. É claramente referido que o critério económico pode ser subordinado a critérios de protecção ambiental, saúde e desenvolvimento sustentável. Em particular, este documento oferece às administrações públicas a oportunidade de seleccionar a proposta economicamente mais vantajosa em detrimento do critério do melhor preço, que poderá incluir critérios de consumo energético e consumo de recursos naturais. Recentemente foi publicado o Plano de Acção Nacional para as Compras Públicas Ecológicas, que tem como principal objectivo sensibilizar as administrações públicas e os fornecedores a optar por produtos e serviços mais ecológicos, tendo com conta critérios mínimos para redução do seu impacte negativo no ambiente. O plano envolve uma ampla gama de produtos e serviços, tais como, mobiliário, materiais de construção, gestão de resíduos, equipamentos consumidores de energia, equipamentos ICT e consumíveis de escritório. O documento foca a importância da Administração Pública em influenciar o mercado no sentido de compras públicas mais ecológicas, tendo em vista a racionalização dos consumos públicos e considerando uma análise de custo de ciclo de vida (LCC) que tenha em conta o desempenho ambiental e eco-inovação dos produtos. Desde então, outras leis foram aprovadas em muitas regiões, sublinhado a importância da introdução de critérios de sustentabilidade nos procedimentos de compras públicas. No que diz respeito à região de Emilia Romagna, a Lei Regional n.º 28/2009 refere que todos os municípios com uma população mínima de 5000 habitantes devem estabelecer 17

23 um plano de acção na área das compras públicas ecológicas, que contemple a introdução de critérios ambientais em concursos e outros procedimentos de aquisição de bens ou serviços. Os critérios estão relacionados com redução de consumo de recursos naturais, implementação de fontes de energia renováveis, redução da produção de resíduos e emissões poluentes e redução de riscos ambientais. O quadro legislativo apresentado corresponde à base da metodologia do projecto Pro-EE, no qual estão envolvidos a Agenda Local 21, o departamento de ambiente e o departamento de sistemas de informação do município de Ferrara. 18

24 5. Critérios ambientais nos países da UE parceiros do projecto 5.1. Critérios Comuns para Compras Públicas Ecológicas As compras públicas, normalmente focadas apenas nos preços de aquisição dos bens ou serviços (por exemplo, equipamentos de escritório ou viaturas para frotas públicas), são ainda subestimadas enquanto instrumento de inovação e política ambiental. Existe ainda uma lacuna na estratégia global de compras, em não considerar potenciais efeitos secundários, tais como o fomento da economia regional ou a melhoria de imagem. Simultaneamente, tendo em conta a crise económica mundial que se faz sentir, é importante referir que investimentos no sector público podem ser geradores de emprego. Assim, os vários processos destinados a aumentar a sustentabilidade das compras públicas podem contribuir para a resolução de vários problemas. O projecto Pro-EE, desenvolvido no âmbito do programa comunitário Intelligent Energy, foca-se numa das áreas de trabalho prioritárias do programa: a melhoria da eficiência energética nas compras públicas, em seis regiões europeias. O plano de acção inclui a definição de critérios ecológicos comuns. Estes critérios funcionam como um denominador comum, ambiciosos mas praticáveis em cada um dos países, enquanto que cada país é livre de aplicar critérios ainda mais ambiciosos. Os critérios comuns não devem consistir apenas de uma selecção de indicadores, mas também de uma selecção de valores concretos relacionados com eficiência energética. Em relação ao estabelecimento de critérios comuns, existem diversos modelos possíveis: definição de critérios ambiciosos à partida, definição de níveis de ambição (País Basco) ou inclusão de critérios mínimos e majoração de produtos com melhor desempenho (Áustria). Cada país deverá escolher a sua abordagem, de forma a adquirir produtos energeticamente eficientes. Portugal Elaboração de Acordos-Quadro Em Portugal, a definição de critérios comuns para a aquisição de produtos e serviços na administração pública, tem sido realizada fundamentalmente através da elaboração de acordos-quadro, quer a nível da administração pública central (através da Agência Nacional de Compras Públicas, ANCP), quer a nível da administração pública local (como é o exemplo da Central de Compras Electrónica da Área Metropolitana de Lisboa, CCE- AML). Nesta definição, importa incluir critérios de sustentabilidade que beneficiem a compra dos produtos e serviços com melhor desempenho ambiental e social. 19

25 A ANCP tem vindo progressivamente a integrar critérios ambientais nos acordos-quadro, havendo a possibilidade da entidade adjudicante poder incluir ou negociar alguns critérios previamente à adjudicação, caso tal seja previsto nos documentos de abertura do concurso. Neste momento, a ANCP dispõe já de 15 acordos-quadro para aquisição de produtos e serviços para a administração central, entre os quais cerca de metade inclui algum tipo de critério ambiental, ainda que exista alguma margem de melhoria. A maior parte dos critérios ambientais é incluida nas especificações técnicas mínimas, sendo que em alguns casos são considerados como critérios de majoração das propostas, na qualificação dos fornecedores ou nas cláusulas de execução do contrato. No Quadro 2 encontram-se exemplos de critérios ambientais incluidos em alguns dos acordos-quadro da responsabilidade da ANCP. Quadro 2 Exemplos de critérios ambientais incluidos em acordos-quadro da ANCP. Grupo de produtos Papel, Economato e Consumíveis de Impressão Equipamento Informático Licenciamento de software Especificações técnicas Considerados um tipo de papel reciclado e um papel com gramagem inferior (75gm) de modo a permitir a redução do consumo de pasta de papel virgem Todos os papéis devem ser totalmente livres de cloro As entidades fornecedoras de consumíveis de impressão têm a responsabilidade de disponibilizar, nas instalações da entidade adquirente, um recipiente para recolha de embalagens e dos consumíveis usados e proceder à remoção e tratamento dos mesmos de acordo com a legislação em vigor; Os computadores devem cumprir os requisitos Energy Star aplicáveis ao consumo de energia Todos os equipamentos permitem a possibilidade de upgrade de forma a alargar o período de vida útil Os monitores devem cumprir os requisitos TCO'03 e Energy Star Possibilidade de distribuição electrónica (download) (permite reduzir a quantidade de embalagens, manuais e meios de suporte (CD/DVD)) Critérios de adjudicação/ majoração Majoração até 10% para papel que provenha de florestas sustentáveis Inclusão do custo com os consumos energéticos nos critérios de adjudicação das propostas Mais recentemente, o LNEG iniciou também uma colaboração com a CCE-AML que consiste em prestar apoio na integração de critérios de sustentabilidade nos acordosquadro (ex. iluminação eficiente). Utilização de critérios ambientais pelas autoridades públicas locais Outras autoridades públicas, como por exemplo municípios e associações multimunicipais, têm vindo a integrar, proactivamente no âmbito de projectos e/ou das suas políticas de ambiente, critérios ambientais nos processos de compras, embora na maior parte dos casos sem um enquadramento estratégico apropriado que assegure uma implementação sistemática, correndo o risco de serem pontuais e restritas a um pequeno grupo de pessoas interessadas. 20

26 De forma a colmatar esta lacuna, e a dotar os responsáveis pelas áreas de compras das autoridades públicas de informação relevante sobre este tema, o LNEG realizou no inicio de 2010 uma acção de formação sobre Compras Públicas Sustentáveis, que contou com cerca de 30 participantes provenientes de unidades ministeriais de compras, municípios, empresas público-privadas e a própria ANCP. Foram abordadas questões como a introdução de critérios ambientais nos processos de compras, a operacionalização das estratégias das organizações através das Compras Sustentáveis e a importância da elaboração de estratégias de compras públicas sustentáveis nas organizações. Espanha Compras Públicas Ecológicas 10-30% mais baratas que em procedimentos habituais IHOBE é a responsável pela implementação das Compras Públicas Sustentáveis em todos os níveis da Administração Pública Basca. Para este fim utilizam um manual com critérios para alguns grupos de produtos, um website onde se podem encontrar exemplos de boas práticas, grupos de trabalho integrados por administrações de diversos níveis, fóruns de discussão com empresas bascas, sessões de formação, etc. No início de 2008, o IHOBE publicou os cadernos de encargos para os grupos de produtos de papel de escritório, material de economato, material informático e serviços de copia e impressão offset, onde foram incluídos critérios ambientais básicos e de majoração. Depois de ter avaliado as propostas, chegou-se à conclusão que aquelas que satisfaziam os critérios ambientais impostos eram entre 10 e 30% mais baratas que as outras. Nalguns casos, houve propostas que não satisfaziam os critérios e que eram mais caras. Portanto, a partir desta experiência concluiu-se que a ideia de que os produtos com melhor desempenho ambiental são mais caros pode ser errada. Os bons resultados obtidos pela IHOBE são devidos à transmissão clara da mensagem para os fornecedores que concorrem aos concursos, ao seguimento de uma metodologia iniciada em 2005 e que tem sido melhorada e apurada com o tempo, e através dos fóruns de discussão com os fornecedores sobre CPE e outros assuntos. Outras ferramentas são os programas de Ecodesign e o Ekoscan, um Sistema de Gestão Ambiental instaurado no Pais Basco. Um caso de sucesso da IHOBE foi a aquisição, em 2006, de mobiliário amigo do ambiente para o seu novo escritório, após um trabalho conjunto com algumas empresas de ecodesign. Relativamente aos concursos de 2008 referidos anteriormente, as especificações técnicas consideradas foram as incluídas no quadro abaixo. 21

27 Quadro 3 Especificações técnicas consideradas nos concursos lançados pela IHOBE no País Basco Grupo de produtos Especificações técnicas Critérios de majoração Papel de escritório Material de economato feito de papel Outro material de economato Material informático Cópia e impressão digital Impressão Offset Papel 100% reciclado Totally chlorine free (TCF) Papel 100% reciclado Recarregável Garantia mínima de 3 anos Peças de substituição disponíveis no mínimo durante 3 anos 100% papel reciclado Totally chlorine free (TCF) 80% de papel reciclado TCF Tintas livres de metais pesados Impressão sem filme Cumprir os critérios estabelecidos por uma ecoetiqueta do tipo I TCF Cumprir os critérios estabelecidos por uma ecoetiqueta do tipo I Feito de PE, PP ou celulose. % de material reciclado Sem metais pesados Baseados em água Embalagens recicladas ou retornáveis Garantia e períodos de fornecimento de peças de substituição mais longos Formação de pessoal Pesquisa activa de alternativas ecológicas Fornecer informação sobre características ambientais do equipamento (consumo, ruído, emissões ) Cumprir os critérios estabelecidos por uma ecoetiqueta do tipo I Toners recarregáveis Toners livres de certas frases de risco R Cumprir os critérios estabelecidos pelo Energy Star Baixo ruído, emissões de ozónio, poeiras e COVs. Cumprir os critérios estabelecidos por uma ecoetiqueta do tipo I Tintas de base aquosa e com pigmentos vegetais Tintas não classificadas com certas frases de risco R Impressão Waterless Embalagens de material reciclado Em termos gerais, as melhores propostas do ponto de vista ambiental satisfaziam os critérios mas notou-se uma falta de informação em alguns aspectos, como por exemplo relativamente ao transporte, informação esta necessária para o cálculo de emissões nesta fase. De um modo geral, a maioria dos fornecedores cumpria os critérios definidos para os produtos de papel, certificados com um rótulo ecológico tipo I, equipamento ICT cumprindo os requisitos do Energy Star, fotocopiadoras conformes com os níveis de ruído e emissão de substâncias perigosas definidas no rótulo Blue Angel, toners sem substâncias classificadas como perigosas, utilização de embalagens recicladas ou reutilizáveis, e as gráficas usavam tintas com baixos níveis de compostos orgânicos voláteis (COVs) e com controlo da quantidade total de papel utilizada. Exemplos de inovação financeira: contratação de serviços energéticos para instalações desportivas em San Sebastian, Espanha Como parte do Plano de Acção da Agenda 21 Local da cidade de San Sebastian, aprovado em 2004, a autarquia está a levar a cabo a implementação do Plano de Eficiência Energética e Racionalização da Energia. No âmbito das compras públicas, uma das primeiras acções foi a contratação de uma empresa de serviços energéticos (ESCO) para a manutenção dos equipamentos de climatização dos edifícios, instalações e equipamentos do Instituto Municipal de Desporto em O objectivo deste tipo de contratos é atingir um maior nível de eficiência energética mediante o pré-financiamento de todas as medidas da empresa de serviços energéticos. Depois dos 10 anos de duração do contrato, 22

28 as poupanças energéticas e financeiras revertem a favor da Câmara Municipal. Os trabalhos de melhoramento das instalações definidos no contrato, consistem em: instalações para recuperação de calor, isolamento de tubagens, troca de caldeiras, instalação de sistemas solares térmicos e um módulo de cogeração. Para favorecer o sucesso destes serviços é importante monitorizar o desempenho e comunicar as melhorias nos consumos em relação aos equipamentos anteriores, particularmente em instalações com sistemas de gestão ambiental (ex. ISO 14001), bem como instalar sensores de temperatura para controlar os níveis de conforto dos utilizadores. Em 2009 foi celebrado um novo contrato para a prestação de serviços energéticos com duração até 2014 que inclui um investimento obrigatório de na melhoria do sistema de iluminação em todas as instalações durante o primeiro ano do contrato. O primeiro contrato de serviços energéticos no Pais Basco foi feito em 1999 pela Câmara Municipal de Vitoria. Em 2008, 320 câmaras municipais tinham contratos similares, tendo como resultado uma redução de 2000 toneladas de emissões de CO2. Os documentos do concurso podem ser obtidos em: ehttp:// Em Dezembro do 2009 o Conselho dos Ministros espanhol aprovou a celebração de contratos de serviços energéticos em 330 edifícios da administração central espanhola com o objectivo de reduzir o seu consumo energético em 20% até Um caderno de encargos modelo para contratação de serviços energéticos foi desenvolvido pelo IDAE (Instituto para a Diversificação e Poupança Energética, do Ministério de Indústria, Turismo e Comércio) 8. Áustria Exemplo da região da Alta Áustria O eco manual Ökoleitfaden (desenvolvido em 2008 no âmbito de um programa ambiental, tendo resultado numa política ambiental) pode ser usado como guia para compras públicas sustentáveis e baseia-se nos critérios core (e parcialmente nos critérios comprehensive ). Aplica-se aos 26 grupos de produtos da responsabilidade da agência central de compras da Alta Áustria, sendo que para alguns destes grupos é difícil estabelecer critérios de sustentabilidade (por ex. companhias de seguros). Para estes grupos de produtos, e em todos os restantes, será dada mais atenção aos aspectos sociais das compras (por ex. através de cláusulas de execução dos contratos), já que de um modo geral é dado enfoque a questões de eficiência energética, impacte sobre o ambiente e utilizadores, custos de ciclo de vida e rejeição de resíduos. Por exemplo, os critérios ecológicos de adjudicação num concurso para material IT, incluindo PCs e computadores portáteis, tiveram um peso de 20% e 25%, respectivamente. O critério mínimo era que o fornecedor tivesse implementado um sistema de gestão ambiental certificado de acordo com o EMAS ou a norma ISO

29 Este eco-manual traduz o compromisso da região da Alta Áustria para as compras públicas sustentáveis, sendo um instrumento de trabalho obrigatório para as equipas de compras. Além disso, serve como um exemplo positivo para outras entidades públicas, privadas e cidadãos comuns. Num futuro próximo, este manual será integrado ao nível do plano nacional de compras públicas sustentáveis, através da autoridade competente pelas compras públicas (federal public procurement office). O governo regional da Alta Áustria definiu um esquema de monitorização da implementação deste manual, que está a ser testado no âmbito da sinalização rodoviária luminosa. Resultados da pesquisa por produtos com relevância energética desafios a enfrentar O desenvolvimento de propostas para critérios de compras públicas ecológicas tem lugar ao nível local (por exemplo na cidade de Viena), assim como ao nível nacional e comunitário. Muitas destas propostas são comparáveis com os limites definidos para o consumo energético ou emissões de CO2 (critérios Energy Star). Diferenças existem noutros critérios ambientais, tais como os níveis de ruído, o conteúdo em substâncias perigosas ou a facilidade de reparação. Assim, os critérios dependem do grupo de produtos em questão. Uma vez que existem dois modelos diferentes para considerar a redução de custos resultantes do menor consumo de energia, a introdução dos critérios energéticos é mais ambígua do que a de critérios ambientais. Geralmente, o consumo de energia é incluído nos critérios ambientais, no entanto, outra abordagem consiste em incorporar os benefícios económicos da redução de consumo de energia no critério preço. Neste último caso, os custos são calculados através do modelo de custo total de posse (total cost of ownership TCO). Adicionalmente, a UE irá permitir no futuro a internalização dos custos externos relacionadas com as emissões de CO2 (veículos). (Proposta de Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho de 8 de Julho de ). Aquando da selecção de critérios devem ser tidas em conta as propostas oficiais existentes. Os critérios listados na homepage da UE sobre CPE 10 serão totalmente suportados no futuro, tendo agora carácter voluntário. É razoável a utilização dos critérios da UE listados na Green Public Procurement (GPP) Training toolkit como referência, sendo o modelo comprehensive preferível ao modelo core, uma vez que é mais ambicioso em termos ambientais. Na página internet da EU- GPP-Toolkit são disponibilizadas fichas com critérios para dezoito grupos de produtos (incluindo ICT e veículos), mas serão publicadas mais no futuro Proposta de critérios comuns para compras públicas ecológicas no PRO-EE A implementação de compras públicas ecológicas enfrenta vários problemas. Da aplicação do modelo TCO podem resultar custos adicionais. Enquanto que a aplicação de critérios energéticos resulta geralmente num retorno financeiro positivo, outros

30 critérios ambientais, como por exemplo a utilização de materiais ecológicos ou baixos níveis de ruído podem representar custos adicionais. As entidades compradoras deparam-se frequentemente com o problema prático da falta de recursos financeiros para a inclusão de critérios ambientais. Se os produtos são mais caros em virtude de um design amigo do ambiente, então têm que comprar menores quantidades. Isto conduz a situações que que os departamentos desejam implementar compras públicas ecológicas mas que se vêm limitados devido à falta de recursos financeiros. Mesmo que níveis mais elevados de eficiência energética não estejam automaticamente ligados a preços mais altos e exista um retorno positivo resultante de poupanças com o consumo de energia, a necessidade de assegurar orçamento para investimentos iniciais e custos com energia pode constituir um obstáculo às compras públicas ecológicas. A definição de um limite máximo para os custos adicionais pode ser uma possível solução para este problema. A seguinte proposta foi concebida de forma flexível, de forma a adequar-se às necessidades dos diversos sectores públicos e premissas das compras públicas ecológicas: Parceiros incluirão a abordagem de custo de posse (TCO) no mínimo incluir o consumo de energia nos critérios ambientais ou no critério preço Considerar como base os critérios comprehensive da EU-GPP-Toolkit, Para outros grupos de produtos não contemplados, o ICLEI, enquanto orgão consultivo do projecto, disponibilizou-se para desenvolver propostas adicionais ligadas às actividades do esquema da UE. Parceiros podem excluir critérios, caso o custo adicional, baseado no modelo TCO, seja 10% superior ao custo sem inclusão desses critérios. Todos os critérios cujo custo adicional seja inferior a 10% são obrigatórios. Os critérios core da EU-GPP- Toolkit são obrigatórios. Os critérios ambientais têm um peso significativo (mais do que 20%) tanto nas especificações técnicas como, se possível, nos critérios de adjudicação. Os procedimentos de selecção e adjudicação de propostas incluídos no Quadro 4 são geralmente usados nos vários países ou regiões parceiras do Pro-EE. Quadro 4 Procedimentos de selecção e adjudicação de propostas usados nos países parceiros do Pro-EE. País UE Região da Alta Áustria Alemanha (cidade de Mainz) Grécia (várias cidades) Portugal (municípios de Cascais e Torres Vedras) Itália (Ferrara) Mais informações em: Critérios de adjudicação Ponderação dos critérios de adjudicação com percentagens Ponderação dos critérios de adjudicação com percentagens Modelo percentagens adaptado: critérios/preço Preço com ponderação 100 %(embora esteja previsto que o preço deverá ter um peso entre 50 e 65 % do total de pontos para adjudicação dos contratos) Modelo percentagens (critérios ambientais raramente usados) Modelo percentagens 25

31 6. Compras Públicas Ecológicas Conjuntas 6.1. Modelos de Compras públicas conjuntas À primeira vista, dos modelos de implementação de esquemas de compras públicas conjuntas aplicáveis na Europa, o mais adequado é aquele em que os diversos compradores agem como parceiros legais ao mesmo nível - compra pública conjunta plena (Full Joint Green Public Procurement, FJGPP). Na prática, significa que todos os passos do concurso são feitos com a igual colaboração de todos os parceiros de compra ou há uma coordenação que é conjunta. Devido às diferenças legais entre diversos países, dificilmente poderá ser feita uma compra conjunta entre organizações de países diferentes. Há outros obstáculos como as diferenças de planeamento das diferentes entidades envolvidas, as condições de parceria, procedimentos complicados e questões organizacionais, etc. Portanto, a FJGPP poderá ser a solução só em casos muito concretos. Há, no entanto, um modelo mais simples, em que os diferentes parceiros têm diferentes papéis: um deles organiza o concurso de maneira individual mas as condições são aplicáveis a todos eles - compra pública ecológica conjunta Piggy Backing (PBJGPP). Este modelo poderá ser aplicado se todos os parceiros efectuam as compras mediante procedimentos simplificados. No caso da Áustria, até podem ser investidos em actividades de compra conjunta. É importante destacar que no futuro poderão ser criadas plataformas para simplificar os processos. Neste caso, os parceiros partilham a informação e documentos do concurso, mas todos efectuam contactos com as empresas Portugal Relativamente a compras conjuntas o exemplo português refere-se à compra de papel reciclado, implementada no âmbito do projecto LEAP (Local Authorities EMAS and Procurement), tendo sido coordenado pelo ICLEI. Esta acção foi liderada pelo parceiro líder a Câmara Municipal de Almada, tendo participado outras seis organizações: Câmara Municipal de Torres Vedras Câmara Municipal de Oeiras Câmara Municipal de Tavira Tratolixo - Serviço de Tratamento de Resíduos Sólidos (para os Municípios de Cascais, Sintra, Oeiras e Mafra) Freguesia da Sobreda, pertencente ao concelho de Almada Freguesia da Cacilhas, pertencente ao concelho de Almada SMAS de Almada (Serviços municipalizados de Água e Esgotos) Com o objectivo de encontrar outras entidades interessadas em efectuar esta compra conjunta, o Município de Almada endereçou uma carta-convite a outras autoridades 26

32 locais, convidando-as a participar na aquisição conjunta de papel reciclado e proporcionando mais informações sobre o projecto LEAP. Tal como acontece com as acções realizadas na Grécia e em Espanha, o Município de Almada assumiu a responsabilidade pelo recrutamento de outras autoridades e pela preparação das versões iniciais do caderno de encargos, o documento de acordo na parceria e o protocolo. Almada também assumiu a liderança na criação de uma comissão de avaliação, formada pelas autoridades participantes, e que foi criada para realizar uma avaliação inicial para a Comissão. Todos os documentos foram apresentados às autoridades participantes para comentários e aprovação e foram revistos em conformidade. Os parceiros concordaram que a autoridade responsável (Almada) fosse a representante do consórcio estando enumeradas em seguida as obrigações das entidades: O líder é o responsável por todo o processo de compra. Os outros membros do consórcio têm de contribuir com sugestões durante o concurso e após a recepção do relatório de avaliação final; cada um deve produzir as suas próprias propostas de adjudicação (dependendo do número de resmas de papel comprado, bem como das condições de entrega). Dada a baixa quantidade de produtos comprados (em termos de custo), as entidades participantes decidiram utilizar um concurso limitado em que às empresas envolvidas (15) foi solicitada uma oferta, em vez de usar um concurso público. Este procedimento permitiu poupar tempo e recursos. Todas as entidades participantes assinaram o acordo de parceria/protocolo. Foram realizados contratos com o fornecedor vencedor, com a duração de um ano e com entregas periódicas. Resultados alcançados Das 15 empresas convidadas a apresentar propostas, oito submeteram a sua proposta. Destas, sete estavam totalmente de acordo com as especificações. Em termos financeiros, conseguiu-se alcançar um bom preço, tendo o fornecedor oferecido uma redução de preço de 2,32 / resma para 2,15 / resma devido à quantidade final envolvida (13 mil resmas). Isto significou uma redução de mais de 7% no custo total equivalente a A Câmara Municipal de Almada já estava a usar papel reciclado que tinha sido comprado sem qualquer critério específico para além de "papel reciclado". O preço pago actualmente é de 1,80 por resma, que é inferior ao preço conseguido com a compra conjunta que foi adjudicada. No entanto, o papel reciclado proposto pelo fornecedor vencedor (Steinbeis Vision Trand White) é de melhor qualidade e atende a todas as especificações que foram definidas no caderno de encargos. Apresenta, também os rótulos Anjo Azul e Nordic Swan, sendo o papel certificado pelo EMAS e ISO 14001, que garante elevados padrões de qualidade e explica o preço mais elevado. Outro benefício importante notado pelos participantes foi a redução dos requisitos administrativos com as outras autoridades, pois Almada assumiu a responsabilidade pelo processo de aquisição, após um acordo alcançado com as diferentes partes através de uma abordagem adequada. O sucesso alcançado permite concluir que será relativamente fácil replicar a actividade no futuro. 27

33 Obstáculos / problemas No início da actividade foram identificados dois obstáculos: As compras conjuntas não eram bem conhecidas em Portugal pelo que foi necessário analisar profundamente a legislação de compras públicas e envolver o departamento jurídico do município para garantir que o processo (desde o protocolo de consórcio à documentação do concurso) fosse adequadamente concebido dentro do quadro legal. Uma vez alcançada, a replicação será mais fácil no futuro. Estarem envolvidas entidades adicionais constituiu um desafio, em parte devido ao facto de não conhecerem bem o processo de compra conjunta e terem uma postura um pouco relutante em relação a este assunto. Devido em parte ao facto de as compras ecológicas nem sempre terem sido uma prioridade e, por outro lado, devido a questões práticas como a existência de contratos para o fornecimento de papel e de, em algumas situações, não ter sido possível especificar as quantidades necessárias antes da publicação do concurso. Avaliação e conclusões Tal como se verificou na Grécia e Espanha, em Portugal alcançou-se um resultado financeiro positivo através da compra a granel, permitindo reduzir o preço dos produtos mais ecológicos. Esta iniciativa foi também de grande valor na medida em que permitiu apresentar um exemplo-piloto bem sucedido, reprodutível, conduzindo ao aumento de interesse pela temática das compras sustentáveis. Nos últimos anos, os concursos públicos mudaram significativamente em Portugal. O novo Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Governo em 2008, estabeleceu como obrigatórias as compras electrónicas para todas as administrações públicas (central e local) e criou a Agência Nacional de Compras. Têm vindo a ser negociados contratos quadro e realizados concurso públicos ao abrigo desses contratos. Observa-se uma nova tendência para a criação de agências de compras regionais para as autarquias locais Alemanha Rhineland Palatinateo Em 2010, o estado federal de Rhineland Palatinateo lançou um convite à participação de outros municípios para compra conjunta de equipamentos IT. No âmbito do concurso foram considerados critérios relacionados com consumo de recursos durante o processo de fabrico, eficiência energética, rejeição de resíduos, bem como aspectos sociais. Mais informação em: Grande Estugarda O projecto lançado em Junho de 2002, teve como objectivo a compra conjunta de consumíveis e equipamentos de escritório, entre municípios da Região da Grande 28

34 Estugarda através de convites, bem como analisar os principais aspectos relacionados com a sua viabilidade legal e organizacional. Em Junho de 2009, o quarto concurso conjunto europeu para aquisição de equipamentos IT foi concluído, tendo participado os municípios de Böblingen, Esslingen a. N., Gäufelden, Herrenberg, Kornwestheim, Leonberg, Ludwigsburg, Remseck, Sindelfingen, Vaihingen a. d. Enz., Weil im Schönbuch, das Landratsamt Göppingen, o Gabinete Distrital de Ludwigsburg, o centro de educação para adultos de Böblingen Sindelfingen e as regiões de Wirtshchaftsförderung e Verband de Estugarda. A relação qualidade/preço melhorou entre 3% a 30 %, dependendo da composição dos catálogos e das práticas anteriores. Mais informação em: Associação de Municipios da Baixa Saxonia (KWL) A KWL possui já experiência de longa data em compras públicas conjuntas. Em 1996, esta estrutura da NSGB que é composta essencialmente por pequenos municípios rurais, recorreu à associação para avaliar a necessidade de aglutinar as necessidades dos municípios, de forma a atingir melhores preços para serviços de fornecimento de energia, internet e telefone, brigadas de incêndio, entre outros. Mais informação disponível em (apenas em Alemão): Avaliação e conclusões De um modo geral, é possível afirmar que as autoridades mais pequenas beneficiaram de melhores preços em virtude da compra de maiores quantidades de produtos Compras públicas conjuntas transfronteiriças A questão das compras públicas transfronteiriças constitui um grande e interessante desafio. Há duas maneiras diferentes de ser bem sucedido e encontrar soluções viáveis. Por um lado, são necessárias as informações sobre as posições das partes interessadas e por outro lado, é necessário um maior conhecimento sobre o trabalho diário dos compradores públicos. Neste âmbito, foi elaborado um questionário e enviado a todos os membros do projecto, para ser preenchido pelos envolvidos nas compras. Diferentes partes interessadas (especialistas em direito e as entidades públicas adjudicantes) deram ideias sobre a realização dos diferentes tipos de parcerias transfronteiriças em matéria de compras públicas. Alemanha 29

35 Cidade de Munique Os especialistas em Munique referiram problemas resultantes da realização de concursos transfronteiriços, não recomendando tal prática. Registaram-se problemas no reconhecimento de concursos nacionais em colaboração com outras cidades. Existe ainda o risco de criação de uma situação de monopólio, mas esta questão parece ser problemática apenas no âmbito da legislação alemã. Aústria O Umweltverband Vorarlberg é a associação de todas as comunidades de Vorarlberg fundada para a realização de compras ecológicas e económicas. É feita a compra de grupos de produtos diferentes para cada membro. Esta associação trabalha com algumas cidades alemãs, no âmbito de um projecto Interreg. Os resultados observados foram: Nenhuma política de protecção a fornecedores regionais Legislação de compras públicas diferente nos diversos países e falta de clareza relativamente a quem os concorrentes podem recorrer para esclarecimentos ou outros assuntos Difícil de gerir, especialmente na elaboração da documentação do concurso Custos elevados Foram apontados três cenários possíveis, de acordo com a Lei de compras públicas 11 : 1. Compra conjunta de produtos comuns através de uma plataforma (independentemente da forma que a organização tome) Perguntas a serem respondidas Qual a base legal válida para o concurso (diferentes legislações de compras públicas)? Qual a lei de protecção (onde se pode apresentar recurso) que é aplicável aos fornecedores que aderirem ao concurso? 2. A compra conjunta é efectuada por um corpo comum que age em representação da plataforma É necessário legalizar a proposta em nome de todos, se as questões no âmbito do primeiro ponto forem resolvidas. Perguntas a serem respondidas Esta representação é estabelecida no resultado de um concurso? Esta representação tem uma base legal? 11 Contacto: Mag. Alexandra Terzaki, Geschäftsführerin, Terzaki Unternehmensberatung Gatterburggasse 6/2/15, A-1190 Wien, m: +43 (0) , t: +43 (1) f: +43 (1) , office@terzaki.at, 30

36 Esta representação tem por base um contrato? Qual a lei de protecção responsável pelos fornecedores? 3. Cada um dos participantes da plataforma faz compras individualmente. No entanto, haverá uma cooperação informal no que diz respeito às compras e economia. Este tipo de cooperação permite um intercâmbio de informações, sem quaisquer problemas relativos ao direito das compras públicas. Deve ainda ser dada atenção à protecção de dados e acordos especiais confidenciais. 31

37 7. A experiência no âmbito do projecto PRO-EE 7.1. Portugal Compras energeticamente eficientes Em Portugal foram identificados dois grupos de produtos prioritários para as actividades de compra definidas neste projecto: sistemas de iluminação pública exterior e veículos energeticamente eficientes. No âmbito do projecto Pro-EE foram desenvolvidos pelo LNEG critérios que poderão ser utilizados no futuro por organizações que pretendam adquirir este tipo de produtos. Numa fase inicial foi realizada uma pesquisa de mercado, bem como uma pesquisa bibliográfica, tendo em vista o levantamento dos fornecedores e produtos existentes e em desenvolvimento nos sectores da iluminação LED (Light Emitting Diode) e veículos eléctricos. Apesar destas tecnologias apresentarem características de eficiência energética, e outras, que as tornam uma boa alternativa às tecnologias convencionais, é importante salvaguardar que são ainda emergentes e como tal os seus impactes ambientais não são ainda totalmente conhecidos. Por este motivo, os critérios definidos visam seleccionar os melhores produtos disponíveis em termos globais, e não apenas em termos de eficiência energética. Sistemas de iluminação pública De forma a dar seguimento a estas actividades estabeleceram-se contactos informais com vários fornecedores de iluminação LED e veículos eléctricos, com o objectivo de aumentar o conhecimento sobre estas tecnologias emergentes e assim definir critérios adequados para introdução nos respectivos processos de compra. Na sequência destas actividades o Município de Torres Vedras implementou o projectopiloto Rua LED em Santa Cruz, que consistiu na substituição de 23 luminárias convencionais por tecnologia LED. No município de Cascais, está a decorrer o projecto de Valorização Energética do Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal, onde se procederá à substituição de 43 pontos de luz com lâmpadas de vapor de mercúrio por iluminação LED. Os critérios desenvolvidos incluem aspectos de eficiência energética (eficácia luminosa), durabilidade dos equipamentos (tempo de vida útil, resistência mecânica e à corrosão), bem como aspectos relacionados com o desempenho fotométrico da solução global (temperatura de cor, distribuição da luz, etc.). Veículos energeticamente eficientes Na área dos veículos eficientes, o município de Torres Vedras encontra-se na fase final de desenvolvimento de um concurso para a aquisição de um mini-autocarro eléctrico para circulação no centro histórico da vila. Os critérios incluídos referem-se à inclusão de 32

38 sistema de travagem regenerativa (permite a conversão de energia cinética em electricidade) e tempo de vida útil e autonomia das baterias. Integração das compras sustentáveis nos planos locais de eficiência energética Os municípios de Cascais e Torres Vedras elaboraram um plano de eficiência energética com o envolvimento das partes interessadas, com especial atenção para o contributo que as compras sustentáveis podem dar para a redução dos consumos energéticos. Numa primeira fase, foi realizado um diagnóstico das estratégias de eficiência energética já implementadas ou planeadas no município, com os departamentos relevantes, tendo em conta os 4 sectores mais importantes para a eficiência energética: iluminação pública, transportes, edifícios e compras. Em seguida foram definidos objectivos a curto, médio e longo prazo, com acções detalhadas para cada um dos sectores. Este diagnóstico permitiu a elaboração de um plano integrado de eficiência energética. Numa fase posterior foram realizados em Cascais e Torres Vedras workshops para envolvimento das partes interessadas externas previamente identificadas (cidadãos, empresas locais, fornecedores, etc.) com o objectivo de informar e sensibilizar sobre o plano de eficiência energética dos municípios, bem como recolher informação e identificar acções que estes agentes possam empreender e como os municípios poderão apoiar ou promover estas acções. As iniciativas realizadas em Cascais e Torres Vedras contaram com a presença de diversas entidades que, de forma interessada, deram o seu contributo para os planos de eficiência energética dos respectivos Concelhos. Formação Em Portugal foram realizados o curso de formação em compras públicas sustentáveis e a Conferência de Compras Públicas Sustentáveis. Estas acções contaram com a colaboração da Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP), sendo a grande maioria dos formandos técnicos de compras da administração central e local. Foram abordadas questões como a introdução de critérios ambientais nos processos de compras, a operacionalização das estratégias das organizações através das Compras Sustentáveis e a importância da elaboração de estratégias de compras públicas sustentáveis nas organizações. No que se refere à componente prática, os formandos aplicaram os conhecimentos adquiridos na elaboração de um caderno de encargos para a aquisição de produtos ou serviços com aplicação prática na sua organização. Estes trabalhos, realizados em grupo, foram apresentados na forma de posters na Conferência Compras Públicas Sustentáveis. Esta conferência decorreu no LNEG no dia 25 de Março de 2010 e foram abordados temas como o envolvimento do mercado, as políticas europeias relacionadas com o consumo sustentável e a rotulagem ambiental. No âmbito deste evento realizou-se uma mesa redonda subordinada ao tema Experiência na administração central e local onde diversos organismos públicos puderam apresentar as suas estratégias e acções concretas na área das compras públicas sustentáveis. 33

39 Nesta conferência realizaram-se ainda sessões paralelas sobre iluminação pública LED e veículos eléctricos, com a presença de fornecedores destas tecnologias e que puderam apresentar os seus produtos em stands montados no local do evento. De destacar o facto de durante a Conferência Compras Públicas Sustentáveis a Citröen ter efectuado a primeira apresentação pública nacional em Portugal do veículo eléctrico Citröen C-Zero. Introdução de critérios de compra sustentável em processos de concursos públicos O LNEG tem vindo a trabalhar com várias entidades públicas (municípios de Cascais e Torres Vedras, Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, Agência Nacional de Compras Públicas e Central de Compras da Área Metropolitana de Lisboa) na introdução de critérios de sustentabilidade nos processos de concurso. Os critérios foram desenvolvidos para a compra de um mini-autocarro eléctrico, produtos de higiene, água engarrafada e para os acordos-quadro de equipamento de escritório e iluminação interna e externa. Foi dada particular atenção à sensibilização das autoridades sobre o consumo racional e não apenas a inclusão de critérios ambientais nos concursos. Além de critérios ambientais, alguns critérios sociais também foram incluídos, principalmente relacionados com os direitos dos trabalhadores e os princípios fundamentais, de acordo com as principais convenções da Organização Internacional do Trabalho. O sucesso alcançado nos concursos será avaliado pelas entidades adjudicantes, através do preenchimento de um questionário desenvolvido pelo LNEG. Envolvimento com o mercado de iluminação LED Vários fornecedores de LED s foram convidados a participar em reuniões informais para discutir os produtos para iluminação exterior disponíveis no mercado. Estas reuniões decorreram de forma individualizada e foram realizadas durante os meses de Julho a Setembro, no concelho de Cascais. Com o objectivo de preparar atempadamente as reuniões foi enviado um questionário aos fornecedores com o objectivo de validar os critérios de LED desenvolvidos até ao momento Espanha Formação nacional do Pro-EE, em Múrcia, Espanha A formação piloto em compras públicas ecológicas e energeticamente eficientes teve lugar em Múrcia, nos dias 27 e 28 de Abril de 2010, tendo sido organizada pela câmara municipal de Múrcia e Ecoinstitut Barcelona. Foi constituída por um workshop técnico e por uma sessão de formação. O workshop teve como alvo os decisores políticos, gestores públicos, agentes da Agenda 21 e autoridades públicas. A sessão de formação teve como 34

40 público-alvo os gestores públicos com responsabilidade na área da informática, manutenção de edifícios e iluminação pública.o workshop técnico incluiu uma mesa redonda com os participantes das administrações públicas nacionais, regionais e locais. A discussão centrou-se na implementação de planos de acção e políticas para a eficiência energética e compras públicas ecológicas, bem como uma apresentação de um conjunto de ferramentas para as compras públicas conjuntas. Cada uma das administrações públicas participantes assumirá um papel diferente, a fim de promover e implementar as GPP em maior escala: desenvolvimento de critérios para compras públicas conjuntas em colaboração com os lados da oferta e da procura, introdução de critérios de GPP nos acordos-quadro da Agência Nacional de Compras, facilitando o intercâmbio entre as administrações e simultaneamente apoiar os municípios na criação de redes. Um dos destaques da sessão de formação foi a apresentação de Anna Pramborg da TCO Development. Ms. Pramborg introduziu dois aspectos do programa de certificação da TCO. O primeiro, relativo aos detalhes técnicos sobre os critérios e parâmetros de desenvolvimento e da abordagem multi-atributo. O segundo, em relação ao TCO como parte de uma " Estratégia de IT ecológica", que também inclui outros aspectos como o trabalho com o comportamento do utilizador e outros benefícios ambientais durante o ciclo de vida de IT. No segundo dia de formação realizaram-se apresentações interactivas e exercícios práticos, incluindo uma apresentação de ferramentas para a compra de energia eficiente e sua aplicação prática nas propostas dos participantes. A formação foi concluída com uma apresentação sobre o estado da arte da construção e manutenção de iluminação pública. Com base nas experiências das duas cidades mentoras, Murcia e San Sebastian, a formação incidiu sobre a importância de combinar elementos estratégicos (tais como a sensibilização dos actores envolvidos), com ferramentas técnicas, critérios comuns e intercâmbios a um nível mais abrangente Áustria No âmbito do projecto Pro-EE, foi iniciado o processo de inclusão de critérios ambientais nos procedimentos de compras. A Associação de Municípios da Alta Áustria apoia as autoridades públicas na elaboração dos concursos. A nível local, os Municípios são as entidades compradoras, sendo controlados pelo Departamento Regional para os Assuntos Municipais, no que respeita a aspectos financeiros. Este departamento facilita o acesso à e-shop da plataforma de compras públicas nacional. A experiência demonstra que os municípios se esforçam por comprar mais produtos locais, como forma de incentivar PME s locais. Só raramente são considerados critérios ambientais nos processos de compra. 35

41 Informação sobre os produtos ecológicos disponíveis pode ser encontrada no site Algumas agências de ambiente e energia também disponibilizam documentação e consultoria sobre este assunto. De acordo com os objectivos do projecto Pro-EE, os concursos elaborados pelo Departamento de Compras e Gestão de Edifícios da Região da Alta Áustria estão igualmente abertos à participação dos municípios, sendo as condições de acesso as mesmas que para a autoridade regional. Como regra, os procedimentos de compra são limitados a , no sentido de evitar a necessidade de elaboração de procedimentos mais complexos. Os critérios ambientais constituem uma parte essencial do concurso. No caso de a introdução destes critérios resultar em custos adicionais, é dado apoio financeiro aos municípios. Aproximadamente metade dos municípios da região da Alta Áustria aderiu à Climate Alliance, dispondo da possibilidade de obter apoio financeiro através do Special Grant Support Scheme disponibilizado pela Região. Teoricamente, todas as actividades com possível impacte climático, que não estejam incluídas em nenhum dos diplomas legais existentes, são abrangias por este esquema. O projecto Pro-EE pretende ir mais longe, através da promoção de serviços de compras activos para os municípios, facilitando a adopção de uma política municipal face às alterações climáticas. O governo regional pode ainda definir outras formas de financiamento adicional para actividades especiais dos 444 municípios. Em 2007, foi estabelecido um aumento do imposto sobre combustíveis, de forma a obter-se financiamento adicional para medidas de combate às alterações climáticas. Na Alta Áustria, esta medida resultou num orçamento anual adicional de 9,5 milhões de. As políticas e acções a desenvolver ao abrigo deste orçamento são definidas anualmente através de um processo que permite a compra de produtos ecológicos pelos municípios. Plataforma regional da Alta Áustria para compras e demonstração tecnológica No âmbito do projecto PRO-EE foi estabelecida uma parceria entre dois departamentos do Governo da Alta Áustria, a Upper Austrian Academy for Environment and Nature e o Departamento de Gestão e Contratação de Serviços de Construção, favorecendo assim as actividades de ambos. Além de fomentar a colaboração entre ambos, também foram aperfeiçoados os métodos de aproximação aos fornecedores na fase de pré-compra. A Academia está apta a cooperar com parceiros externos no lançamento de projectospiloto e o Departamento de Construção é um serviço central com contactos regulares com muitas empresas e organizações de compras. Contratos pré-comerciais O projecto PRO-EE permite levar a cabo projectos-piloto sobre tecnologias inovadoras na Alta Áustria em colaboração com múltiplos fabricantes e fornecedores. Ao contrário do procedimento utilizado para implementar iniciativas deste tipo no passado, agora é desenvolvido um plano estratégico, sendo uma parte importante estabelecer contactos entre aqueles actores que estão a desenvolver trabalho na mesma área. Em primeiro lugar foram organizadas conferências focadas em questões energéticas; em Setembro de 2009 foi realizada uma conferência de três dias sobre tecnologias energéticas, onde tiveram lugar três workshops sobre métodos para assegurar e acelerar a penetração de tecnologias inovadoras no mercado. A conferência possibilitou o contacto entre profissionais da área e também entre estes e as autoridades públicas. Durante a 36

42 conferência foi lançado um projecto-piloto para compra de iluminação pública LED e carros eléctricos. Em segundo lugar, o principal objectivo é o estabelecimento de uma plataforma para encontros entre os responsáveis das compras das autoridades públicas da região, os municípios, os fabricantes e os distribuidores. Até recentemente, as 444 câmaras municipais da Alta Áustria trabalhavam independentemente. Em resultado do projecto Pro-EE, foram organizadas reuniões entre os membros da plataforma, com início em Setembro de O desafio é mudar os antigos hábitos de compra que não tinham um bom desempenho ambiental. De uma perspectiva económica, a cooperação tem estado assegurada desde Setembro de 2009 com a aprovação de um programa da Academia do Ambiente e Natureza que facilitou a realização da primeira fase de realização dos contactos. O objectivo é definir o potencial de redução de emissões de CO2 e os custos das instalações necessários para haver estas reduções até O Instituto da Energia da Universidade de Linz foi o centro escolhido para desenvolver a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias que representaram o primeiro passo para o cumprimento dos objectivos. Actividades primeiros projectos-piloto Teste e demonstração de luminárias solares LED Várias companhias desenvolveram recentemente novos produtos baseados na tecnologia LED, para instalação à margem da rede eléctrica. Estes encontram-se em fase de testes e demonstração previamente à sua comercialização. Para o efeito foi estabelecida uma rede que envolve fornecedores, institutos de pesquisa e companhias eléctricas. Cinco fornecedores estiveram interessados em colaborar. A companhia energética Wels Strom providenciou o espaço do seu showroom sem nenhum custo. O Centro Austríaco de Inovação Solar e a Universidade Técnica de Wels são os responsáveis deste programa. Os representantes das câmaras têm a possibilidade de receber serviços de consultoria. A Academia da Alta Áustria para o Ambiente e Natureza organizou visitas, a primeira das quais foi o evento inicial da Conferência sobre Tecnologia Energética da Alta Áustria, realizada em Setembro de Projectos de teste e demonstração de mini-camiões eléctricos Os mini-camiões são muito apropriados para efectuar serviços municipais como por exemplo transporte de refeições para idosos, jardinagem e recolha do lixo. Podem percorrer curtas distâncias e revelam-se bastante eficientes apesar dos frequentes arranques e paragens. Duas companhias na Alta Áustria oferecem produtos para testar e demonstrar. Este projecto faz parte de um projecto mais abrangente e está pronto para um convite nacional para a e-mobilidade regional. Inovação em Instrumentos de financiamento na Alta Áustria exemplo: Certificados virtuais de CO2 Até ao momento, só alguns sectores de CO2 foram considerados nas externalidades da actividade humana. O Esquema Europeu de Comércio de Licenças de Emissão (CELE) é um bom exemplo. Neste projecto da Academia da Alta Áustria do Ambiente e Natureza são internalizados os preços do CO2, sendo usados como fonte de financiamento extra para medidas ambientais, relacionadas com o clima. Em cooperação com empresas contratantes, as medidas são co-financiadas de modo a que produzam condições de 37

43 retorno positivo, sendo assim impulsionadas. As emissões de CO2 evitadas são calculadas pelo contratante e verificadas por uma empresa consultora externa. A estas emissões é atribuído um certificado, que é usado na compensação de emissões resultantes das actividades da Academia das Alta Áustria do Ambiente e Natureza (ex. seminários). A conversão da iluminação pública dum pequeno município foi um projecto apoiado neste âmbito Grécia A cidade de Maroussi, parceira no projecto Pro-EE, desenvolveu um plano energético local. A primeira fase consistiu num diagnóstico energético à organização, com recurso à ferramenta Energy Efficiency Scan, tendo em vista a identificação dos principais sectores relevantes em termos de eficiência energética. Dentro do conjunto de acções relacionadas com a introdução de critérios de eficiência energética nas compras públicas, o plano energético da cidade de Maroussi integrou a substituição de 2500 sistemas de iluminação convencionais em O sistema antigo era constituído por lâmpadas de mercúrio de alta pressão que foram substituídas por lâmpadas de halogenetos metálicos. Estimam-se poupanças energéticas na ordem 40%. No sentido de implementar com eficácia as acções previstas no âmbito do Pro-EE, foi seguida uma abordagem estratégica, tendo por base duas prioridades diferentes do projecto, tal como ilustrado na Figura 4. 2 prioridades principais objectivos do projecto Pro-EE Integração de critérios de eficiência energética nos procedimentos de compras públicas Implementação de compras públicas conjuntas Categorias de produtos Iluminação exterior Iluminação interior Equipamento de escritório Veículos de transporte Figura 4 Abordagem do projecto Pro-EE Foi ainda elaborado um folheto informativo que descreve a metodologia para a implementação de um esquema de compras públicas conjuntas na Grécia, bem como um fluxograma que ilustra as acções propostas no âmbito do projecto. No âmbito do projecto Pro-EE foi feito um levantamento das potencialidades de uma eventual troca de luminárias para iluminação pública em termos de poupança energética no município. Uma vez superada esta fase, elaborou-se um caderno de encargos para 38

44 levar a cabo a compra de novas lâmpadas de halogenetos metálicos em substituição das antigas lâmpadas de vapor de mercúrio de alta pressão. As poupanças teóricas são apresentadas na Tabela 1. Tabela 1 Poupanças expectáveis com a substituição das lâmpadas de vapor de mercúrio por halogenetos metálicos na cidade de Maroussi Tipo de lâmpada Mercúrio de alta pressão Halogenetos metálicos Potência (W) Casquilho Ε40 E40 Fluxo luminoso (lm) 12,700 17,000 Tempo de vida (h) 16,000 32,000 Preço ( /unidade) Tempo de operação anual (h/ano) 3,650 3,650 Electricidade total consumida anualmente (kwh/ano) Preço da electricidade ( /kwh) Poupanças energéticas anuais 40.00% kwh kwh kg/kwh de Emissões de CO kg electricidade produzida As cidades de Holargos, Amaroussion e Kalithea/Rhodes Estes municípios são parceiros do projecto europeu LEAP (Local Authorities EMAS and Procurement) No âmbito do projecto, sete empresas municipais gregas participaram num processo concursal com o fim de comprar conjuntamente papel reciclado. As etapas foram as seguintes: Estabelecer um comité de avaliação constituído por representantes das empresas dos sete municípios. Determinação das especificações técnicas e critérios para a compra do papel reciclado. Aprovação do caderno de encargos. Elaboração de contratos idênticos entre as sete empresas e os respectivos fornecedores de papel vencedores. As poupanças económicas derivadas do processo de compra conjunta compensaram o acréscimo de custos resultantes da introdução de critérios ambientais, pelo que se conseguiram poupanças de até 2,5% Itália O município de Ferrara, parceiro no projecto Pro-EE, foi uma das primeiras administrações públicas italianas a implementar acções na área da sustentabilidade, 39

45 através de uma abordagem participativa bottom up, baseada nos princípios da Agenda 21. Este documento foi um resultado da Cimeira do Rio, de 1992, e consiste num programa de acção para o desenvolvimento sustentável, cobrindo áreas tão vastas como os transportes, crescimento económico, gestão de resíduos e eficiência energética. Desde 1994 que o município de Ferrara tem vindo a desenvolver e implementar um manual sobre compras públicas ecológicas, englobando diferentes categorias de produtos: alimentos biológicos, papel reciclado, equipamentos com reduzido consumo energético e energia produzida a parte de fontes renováveis. Além disso, o envolvimento de toda a administração no sistema de gestão ambiental implementado (baseado na norma ISO 14001) contribui para consolidar a preocupação relativamente aos impactes ambientais da organização e à forma como minimizá-los através da melhoria contínua. No âmbito do projecto, o município dedicou a sua atenção a uma categoria de produtos excluídos deste manual e à utilização de uma nova ferramenta de compras que contribua para influenciar o mercado no sentido do desenvolvimento de produtos e serviços energeticamente eficientes. A Agenda 21 Local (LA21) envolveu o departamento de sistemas de informação na compra de equipamentos ICT para toda a administração. No sentido de realizar um concurso inovador, a LA21 recorreu ao Mercado Electrónico para a Administração Pública (MEPA), que consiste numa plataforma electrónica a partir da qual os fornecedores pré-qualificados disponibilizam os seus produtos e serviços às entidades da administração pública. Estas, por sua vez, podem adquirir os produtos directamente através de encomendas de produtos listados na plataforma, ou publicar pedidos para apresentação de propostas a um ou mais fornecedores. Neste âmbito, a LA21 contou com a CONSIP, uma empresa pública de aprovisionamento criada em 1997 pelo Ministério da Economia e Finanças, responsável por implementar, a nível nacional, um programa de racionalização da despesa pública com bens e serviços, através do uso de tecnologias de informação e ferramentas inovadoras, como o MEPA. A LA21 e o departamento municipal de sistemas de informação definiram as especificações mínimas para equipamentos ICT, que por sua vez foram fixados a nível nacional pela CONSIP. De acordo com o novo Plano de Acção Nacional para as Compras Públicas Ecológicas, caso estas especificações sejam aplicadas nos concursos, então a compra pode ser considerada ecológica. Consumo de energia equivalente à última versão do rótulo Energy Star (Energy Star 5.5), Nordic Swan ou equivalente; Reduzidos níveis de ruído de acordo com as normas ISO 7779 e ISO 9296 Baterias de longa duração de acordo com a Directiva 2006/66/CE Monitores LCD contendem um teor de mercúrio inferior ou igual a 3 mg, dando preferência a produtos com rótulo ecológico, Nordic Swan ou equivalente Adicionalmente a estes critérios, a LA21, em conjunto com o referido departamento, tiveram em consideração a relação custo-benefício, na tentativa de fixar um preço máximo aceitável no concurso. Elaboraram as especificações técnicas para os produtos e integraram-nas com critérios ambientais referentes a rótulos ecológicos específicos, nas suas versões mais actualizadas, respeitando o princípio da livre competição, estabelecido tanto na legislação nacional como europeia. A LA21 e o departamento de SI decidiram testar esta metodologia através da compra de produtos energeticamente eficientes a nível local, tendo em vista influenciar outros municípios e províncias italianos para aderirem a futuras compras conjuntas. 40

46 O recurso a um Mercado Electrónico A metodologia adoptada na compra de produtos ICT, pela LA21 do município de Ferrara, teve como principais objectivos: Sensibilizar para os benefícios da compra de equipamentos ICT mais eficientes, sem um aumento significativo dos custos Criar boas práticas, replicáveis em outras administrações públicas A LA21, em colaboração com o departamento de ambiente, especialista de ambiente e o departamento de SI, decidiram recorrer à compra electrónica (e-procurement) no concurso para aquisição dos equipamentos ICT. Compra electrónica pode ser definida como o conjunto de tecnologias, procedimentos, acções e condições organizacionais que permitem a selecção e compra de produtos e serviços online. O mercado electrónico para a administração pública difere dos procedimentos tradicionais para o desenvolvimento dos concursos, em vários aspectos: É uma plataforma electrónica que permite que o valor dos concursos não ultrapasse o limiar comunitário; É um mercado selectivo, no qual fornecedores previamente qualificados e autorizados disponibilizam os seus produtos e serviços directamente online, ao mesmo tempo que as autoridades públicas registadas consultam os seus catálogos, podendo efectuar uma compra directa ou pedido para apresentação de propostas; É uma ferramenta de mercado especificamente desenvolvida para ir de encontro às necessidades das administrações públicas e fornecedores; Baseia-se num catálogo de produtos e serviços certificados através de um processo de certificação gerido pela CONSIP; Minimiza a utilização de papel e consumo de energia, indo de encontro à comunicação da Comissão Europeia sobre consumo e produção sustentáveis (COM 2007/803) (de acordo com um estudo recente da CNIPA (Centro Nazionale per Informatica nella Pubblica Amministrazione), um documento de 3 páginas custa à administração pública cerca de 20 ). É uma ferramenta dinâmica e segura, na qual os produtos e serviços estão listados num catálogo com um formato padronizado. A abordagem utilizada na redacção do caderno de encargos foi especificar os critérios de eficiência energética, mínimos e adicionais, atribuindo-lhes uma ponderação, para selecção das propostas. O departamento de SI elaborou uma lista dos equipamentos e respectivas características necessárias, tal como monitores, impressoras, scanners, placas gráficas, gravadores de CD, projectores e discos externos. Para cada tipo de produto foram definidas as especificações técnicas básicas incluindo critérios de desempenho ambiental, fazendo referência a rótulos ecológicos existentes (ex. Energy Star, TCO ou equivalente). A informação foi complementada por dados de um estudo preliminar realizado pela CONSIP, para determinação das especificações técnicas mínimas relacionadas com desempenho energético, bem como critérios adicionais, de acordo com a disponibilidade do mercado. Foram elaboradas especificações técnicas (Quadro 5) e definidos critérios de adjudicação (Figura 5), sob a forma de um contrato. Neste documento é feita referência directa ao projecto Pro-EE, é explicado o 41

47 enquadramento legal, em particular o código dos concursos públicos e a lei municipal relativa a equipamentos ICT, e é explicado o critério da proposta economicamente mais vantajosa, que será considerado na selecção das propostas, sendo ponderados não só o preço como também critérios de eficiência energética, correspondentes às versões actualizadas do rótulo Energy Star, TCO ou equivalentes. Os rótulos referidos revelaram ser populares entre os fornecedores, que conseguiram facilmente identificar as suas versões mais recentes. Para os ajudar nesta tarefa, foi fornecida uma Environmental Qualification Sheet (Folha de qualificação ambiental) onde os fornecedores deveriam descrever as características relacionadas com eficiência energética dos seus produtos, face ao solicitado nos critérios de adjudicação. Foram também definidas as condições a obedecer na execução do contrato, nomeadamente garantia contra defeitos de fabrico e avarias e assistência on-site, a realizar no máximo após 7 dias após a comunicação da avaria ao fornecedor. O mercado electrónico revelou ser flexível em situações de concursos sem resposta, ajudando a administração pública a superar este tipo de obstáculos. Na realidade, o MEPA (Mercado Electrónico para a Administração Pública) permite adiar a data de fecho do concurso, pouco tempo antes desse limite, de modo a possibilitar aos fornecedores disporem de mais tempo para realizarem a sua oferta. Também permite que se faça um novo pedido de oferta antes da data expirar de modo a que possa ser melhorada. Em situações em que o mercado tem uma baixa reactividade, a implementação de uma boa estratégia de comunicação e informação irá incentivar o mercado a oferecer produtos mais eficientes em termos energéticos e serviços disponíveis, a divulgação dos critérios de eficiência energética no site oficial do município ou através de folhetos de divulgação ou outra forma de comunicação permite a disseminação ainda antes da abertura das propostas, sem que seja necessário efectuar qualquer referência a rótulos ecológicos ou marca registada (a menos que se use a expressão ou equivalente ) de forma a prevenir qualquer situação discriminatória. Esta estratégia pode ajudar a que se encontre o único fornecedor qualificada capaz de fornecer todos os produtos necessários, sendo certificada pelo mercado. Com antecedência deverá ser adoptada uma boa comunicação e estratégia de formação que visam aumentar o conhecimento e familiaridade com a ferramenta à escala local. A Agenda 21 Local e o Departamento de SI do Município de Ferrara aprovou uma formação prévia e uma estratégia de comunicação para os funcionários municipais envolvidos e os fornecedores locais a fim de sensibilizá-los para os benefícios de usar esta ferramenta de contratação electrónica. Além disso, uma acção específica foi dirigida para organizar e participar em eventos nacionais. Em Outubro de 2008, a Agenda 21 Local do Município de Ferrara organizou uma Conferência do Pro-EE no quadro de um dos eventos nacionais mais importantes na área das compras públicas sustentáveis: GPP net BuyGreen Forum em Cremona, com o envolvimento do Ministério do Ambiente, CONSIP, Ecológica Consulting Ecosistemi, o vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Ferrara e a participação local dos municípios e da Agência Regional de Protecção Ambiental (ARPA). O objectivo foi apresentar o projecto Pro-EE às partes interessadas, os seus principais objectivos e metas. O público-alvo era composto por empresas privadas, o Departamento de Ambiente do Banco da Itália e as administrações públicas. 42

48 Em Fevereiro de 2010, a Agência 21 Local participou no Workshop Nacional Procedures and Opportunities to buy green" organizado pelo Climate Alliance Itália que teve lugar no edifício da Província de Perugia dirigido às administrações públicas interessadas em compras ecológicas. Quadro 5 Especificações técnicas do concurso para compra de equipamentos ICT pelo minicipio de Ferrara Designação das características básicas do produto Monitor LCD 21'': ecrã LCD; Dimensão diagonal 21,3``; Resolução 1600x1200; Luminosidade 300; Contraste 1000:1; Tempo de resposta 16 ms; Entrada vídeo D-Sub, DVI, USB, VGA; Ângulo visual 176/176; Certificação ENERGY STAR. (Modelo de referência: NEC 2170NX LCD 21) Informações sobre as características ambientais do produto Certificação Energy Star ou equivalente Consumo de Energia: Funcionamento normal 58W USB não activa; poupança de energia menos de 2W; desligado menos de 1W TCO 03 ou equivalente GEEA / rótulo de energia (rótulo europeu do Grupo de Energia Eficiente em Electrodomésticos) ou equivalente Outras informações: Este monitor deve ser fornecido com um dispositivo avançado de poupança de energia. Quando o sinal VESA DPMS (Display Power Management Signalling) é transmitido para o monitor, a modalidade de poupança de energia é activada. Figura 5 Critérios de adjudicação do concurso para compra de equipamentos ICT pelo minicipio de Ferrara 43

49 8. Aprendizagem e recomendações 8.1. Portugal Em Portugal as compras conjuntas entre organizações são difíceis de conciliar. A realização de acordos quadro, quer a nível da administração pública central (Agência Nacional de Compras Públicas, ANCP), quer a nível da administração pública local (como é o exemplo da Central de Compras Electrónica das Área Metropolitana de Lisboa, CCE-AML) poderá ser uma forma de compra conjunta, dada a tendência para a agregação das necessidades. Recomendações Plano de Eficiência Energética O plano de eficiência energética deve estar coordenado com outros instrumentos que já existiam no município, como por exemplo o Pacto dos Autarcas, a Agenda 21 local, os Sistemas de Gestão do Ambiente ou o Plano de Acção para as Alterações Climáticas. Quando existem Planos de Acção de Eficiência Energética derivados de outros instrumentos estratégicos, é importante verificar que incluem acções na área das compras sustentáveis. O Plano de Acção de Eficiência Energética deve estar de acordo com as directrizes nacionais de eficiência energética. As partes interessadas externas devem ser envolvidas cedo no processo, preferencialmente no princípio da elaboração do Plano de Eficiência Energética. A realização de sessões de brainstorming com as partes interessadas é uma forma muito eficiente de envolvimento, especialmente para propor medidas a serem implementadas pelo municipio. De forma a ter em conta o compromisso das partes interessadas externas devem propor e implementar medidas para serem realizadas por eles. é necessário um maior processo de envolvimento, muito bem planeado e incluindo informação, formação, com acompanhamento regular e incentivos. Uma medida especificamente mencionada pelas partes interessadas como sendo uma boa ferramenta é o desenvolvimento de um guia prático destinado às partes interessadas externas sobre diversas áreas de eficiência energética. No que se refere às partes interessadas internas representativas de departamentos chave (tráfego, ambiente, compras, manutenção, obras públicas, planeamento, iluminação) devem estar representadas ao mais alto nível, nomeadamente através dos directores de departamento. Este envolvimento é importante para garantir que as medidas vão ser realmente implementadas Áustria 44

50 Organizações regionais conseguem obter por vezes melhores condições financeiras nos produtos que compram do que organizações nacionais: comprar em maiores quantidades nem sempre significa ao menor preço. A colaboração entre entidades nacionais e regionais faz sentido, dependendo do grupo ou quantidade de produtos a adquirir; Nas compras a nível municipal a economia local é um tema prioritário, pelo que, as entidades de compras públicas centralizadas deverão contemplar também soluções descentralizadas (por ex. redes de fornecedores locais); Por vezes nem todas as entidades que participam na compra conjunta têm acesso a toda informação; Grupos de trabalho ou agências locais dão um importante contributo na promoção de compras públicas ecológicas a nível municipal Grécia Durante a análise do potencial de implementação do projecto nas autoridades públicas gregas, foi identificada uma barreira significativa: a falta de uma agência central de compras públicas para municípios da mesma região. Esta lacuna poderá estar na origem de dificuldades burocráticas relacionadas com os procedimentos de compras conjuntas, gestão individual das necessidades de compra por parte de cada autoridade pública, bem como complicações legais dos procedimentos administrativos. Um parâmetro importante relacionado com as características inerentes a cada entidade é a diferente alocação de responsabilidades na área das compras. Em alguns municípios, o departamento de compras está integrado na Câmara e noutros em empresas públicas municipais. Outro importante obstáculo a ultrapassar é a relutância dos municípios em participar em processos de compras públicas conjuntas, o que poderá advir da existência de ligações com fornecedores locais. Para implementação de esquemas de compras públicas conjuntas no futuro, deverá ser dado ênfase a critérios de eficiência energética. Para atingir este objectivo, alguns passos devem ser seguidos: Estabelecimento de uma rede de autoridades públicas, preocupadas e motivadas para a integração de critérios de eficiência energética nos procedimentos de compras; Esclarecer e re-solucionar questões legais em aberto, relacionadas com a realização de concursos públicos conjuntos entre municípios e empresas públicas. Determinação da natureza do procedimento adequado à natureza dos participantes; Consensualização quanto aos critérios comuns a utilizar pelos municípios pertencentes à rede estabelecida. 45

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