EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS E MODELO DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA DAS ESE. (a propósito do Decreto-Lei n.º 29/2011, de 28 de Fevereiro)
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- Fátima Alcântara Meneses
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1 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS E MODELO DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA DAS ESE (a propósito do Decreto-Lei n.º 29/2011, de 28 de Fevereiro) Rui Medeiros Novembro 2011
2 I. Eficiência energética nos edifícios públicos: uma oportunidade difícil de concretizar
3 I. Uma oportunidade difícil de concretizar Necessidade de conceber um projecto economicamente interessante para a Administração Pública Um projecto que seja capaz de responder aos desafios orçamentais actuais (desenvolvimento de uma politica de racionalização do consumo de energia nos edificios e equipamentos públicos através de um modelo contratual que assegure economias de energia para o Estado) Um modelo que, além de gerar poupança de energia (contribuindo para a estratégia clima-energia), não envolva a realização de despesas ou investimentos públicos significativos
4 I. Uma oportunidade difícil de concretizar Necessidade de, simultaneamente, criar condições para a criação de um verdadeiro mercado público para as ESSE, com consequente promoção de uma nova actividade económica privada (a aposta num cluster no sector das ESEs) Relevância da criação de um mercado público para as ESE incumbidas da implementação de medidas de melhoria da eficiência energética em edifícios e equipamentos públicos Importância de dar um sinal positivo ao mercado e de conferir credibilidade e experiência às empresas de serviços energéticos
5 I. Uma oportunidade difícil de concretizar Necessidade de configurar um modelo de contratação pública fléxível e não burocrático, mas em conformidade com as exigências comunitárias
6 II. A dificuldade em descobrir a curvatura do círculo: em busca de um modelo de negócio interessante simultaneamente para um Estado sem dinheiro e para as ESEs sem financiamento
7 II. O problema do modelo de negócio Um esquema win-win: realidade ou utopia?
8 II. O problema do modelo de negócio Alguns modelos abstractos Modelo em que o Estado suporta e paga os custos das obras e dos equipamentos, pagando à ESE uma quantia pela gestão dos equipamentos e pelos serviços de melhoria da eficiência energética prestados Modelo de Guaranteed Savings o Estado garante à ESE um annual fee Modelo de Shared Savings modelo em que o valor das economias de energia é repartido entre o Estado e a ESE
9 II. O problema do modelo de negócio A preferência do Decreto-Lei n.º 29/2011 por um modelo de Shared Savings Objectivos centrais dos contratos de gestão de eficiência energética Aumentar a eficiência na utilização final da energia O aumento da eficiência energética é aferido exclusivamente em função das economias de energia efectivamente conseguidas Produção de energia permitida apenas acessoriamente e sem relevância na avaliação das propostas (tónica na poupança) Regime remuneratório Definido o baseline, a entidade pública identifica uma determinada meta de economias de energia, a qual, se não for alcançada, constituirá risco integral da empresa de serviços energéticos Na falta de estipulação contratual, a empresa de serviços energéticos será remunerada na medida em que consiga obter economias de energia superiores àquelas que estão garantidas à entidade pública (sem prejuízo do regime aplicável à vertente acessória da produção de energia)
10 II. O problema do modelo de negócio Relevância do preço contratual e do critério e factores de adjudicação Sentido do chamado preço contratual diferença entre acréscimo de economias de energia em relação ao valor garantido contratualmente (artigo 15.º) Proposta economicamente mais vantjosa apurada em função da maior economia de energia para a entidade adjudicante (artigo 16.º)
11 II. O problema do modelo de negócio A rejeição de uma lógica binária pura e abertura do Decreto-Lei n.º 29/2011 a soluções de partilha do risco Modo de fixação do preço contratual cabe na autonomia das partes (artigo 15.º) O critério da maior economia de energia para a entidade adjudicante carece de ser densificado, devendo atender, designadamente, ao prazo contratual (artigo 16.º), o qual deve assegurar a amortização do investimento e condições de rendibilidade (artigo 29.º) Assunção do princípio da partilha de riscos (artigo 28.º, n.º 2)
12 II. O problema do modelo de negócio A importância de uma elaboração participada e de cláusulas equilibradas no procedimento de feitura dos cadernos de encargo na fase-piloto (o eventual papel de uma comissão de acompanhamento plural)
13 III. Um regime de contratação pública inovador
14 III. Um regime de contratação pública inovador A importância da configuração de um contrato com lógica concessória Relevância da caracterização do contrato como contrato atípico, mas com lógica concessória Regime especial de contratação pública, mas conforme com os princípios das boas práticas de contratação e com o Direito Comunitário
15 III. Um regime de contratação pública inovador Um projecto amigo da concorrência mas flexível Regime de contratação pública flexível e capaz de dinamizar o mercado das ESE Regime alternativo e não substitutivo dos procedimentos de formação de contratos públicos previstos no CCP (artigos 5.º e 10.º)
16 III. Um regime de contratação pública inovador Relevância do sistema de qualificação Evitar concurso público ad hoc (para cada edifício) e, apesar de tudo, assegurar total transparência Preferência pelo sistema de qualificação em vez de acordo-quadro gerido pela ANCP (os acordos-quadros não estão pensados para fazer a avaliação subjectiva dos concorrentes e pressupõem avaliação das propostas)
17 III. Um regime de contratação pública inovador Caracterização do sistema de qualificação Instituição de um ou vários sistemas de qualificação (em função da especificidade dos contratos a celebrar v.g. em razão do conteúdo das prestações a assumir pela empresa ou em função do volume de investimento necessário) Abertura do sistema de qualificação a novos players (artigo 8.º) Papel da DGEG na concepção, definição, implementação, gestão e avaliação dos sistemas de qualificação em relação às entidades vinculadas ao sistema de qualificação pública (artigo 6.º, n.º 2)
18 III. Um regime de contratação pública inovador Procedimento de formação dos contratos 1.ª Fase do procedimento adjudicatório: Convite a empresas de serviços energéticos qualificadas no âmbito do(s) sistema(s) de qualificação Apresentação (precedida de vistoria) e selecção das propostas iniciais admitidas à fase subsequente 2.ª Fase do procedimento adjudicatório: Realização de auditoria energética por parte dos concorrentes cujas propostas iniciais tenham sido seleccionadas Negociação das propostas com todos ou alguns dos concorrentes, quando tenha lugar Apresentação e análise das propostas finais Adjudicação
19 III. Um regime de contratação pública inovador Um procedimento pouco atractivo? Possibilidade de simplificação do procedimento e de desoneração dos convidados quando exista uma prévia auditoria energética (artigo 11.º, n.º 2) Relevância do planeamento da intervenção nos edifícios públicos e da autonomização de uma fase-piloto Possibilidade de seleccionar para a segunda fase apenas um concorrente (artigo 12.º, alínea a))
20 III. Um regime de contratação pública inovador Convites e concorrência Regra geral: convite a todas as ESE qualificadas Possibilidade de adopção de um sistema de rotatividade (artigo 18.º, n.º 2)
21 III. Um regime de contratação pública inovador Execução dos contratos administrativos de gestão de eficiência energética sujeita a um regime específico de Direito Público
22 IV. Um quadro normativo incompleto
23 IV. Um quadro normativo incompleto Prioridade: instituição pela DGEG de sistema(s) de qualificação de empresas de serviços energéticos
24 IV. Um quadro normativo incompleto A importância da aprovação por portaria, porventura após fase-piloto, de cadernos de encargos tipo (apesar do prazo de noventa dias estabelecido no n.º 5 do artigo 13.º)
25 IV. Um quadro normativo incompleto Tudo depende, agora, da vontade política
26 Rua Garrett, n.º Lisboa Portugal Tel: (+351) Fax: (+351) /02 Rua Pedro Homem de Mello, n.º 55, 5º andar Porto Portugal Tel: (+351) Fax: (+351)
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