Resumo Aula-tema 07: Gestão de Custos
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- Lorenzo Angelim Salvado
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1 Resumo Aula-tema 07: Gestão de Custos Vimos até então que a gestão contábil e a gestão financeira são de extrema importância para decisões gerenciais, pois possibilitam ao pequeno gestor compreender as principais ferramentas e os principais indicadores utilizados na apuração de resultados que revelarão se a empresa está obtendo sucesso ou, pelo menos, caminhando em direção a ele. Nesse sentido, a gestão de custos vem agregar ainda mais conhecimento ao pequeno empreendedor, pois os dados e as informações obtidas através da análise e da mensuração dos custos possibilitam um melhor planejamento financeiro e uma administração mais eficiente. Ferronato (2011, p. 151) explica que a gestão de custos é intermediária à gestão financeira e à gestão contábil, sendo complementar às duas técnicas gerenciais. Por ser intermediária, utiliza-se dos conceitos financeiros e dos conceitos da contabilidade, além de adicionar outras técnicas extracontábeis a fim de atingir os objetivos propostos, que são fornecer dados para as decisões empresariais. O estudo da gestão de custos inicia-se pela definição e diferenciação dos seguintes termos, segundo o autor do livro-texto: Gastos: é todo sacrifício econômico para aquisição de um bem ou serviço ou para a realização de uma atividade ou transação como, por exemplo, os gastos com compras de matéria-prima para produção ou os gastos com a folha de pagamentos dos funcionários. Para todo gasto, existe um desembolso, entendido como o pagamento pelo sacrifício, podendo ocorrer antes, durante ou depois do gasto realizado. Investimentos: são todos os gastos que possuem alguma finalidade específica e que futuramente trará benefícios econômicos, os quais, com o passar do tempo, serão transformados em custos ou despesas. Um exemplo de investimento é o gasto com aquisição de matéria-prima para estocagem que, futuramente, se transformará em produtos para venda, trazendo retornos financeiros. Custos: são todos os gastos relacionados à produção de bens e/ou execução de serviços. Como exemplo de custos, tem-se os salários
2 dos funcionários, que trabalham na produção ou transformação dos produtos/serviços. Despesas: são todos os gastos necessários ao funcionamento da empresa e que ocorrem após a produção de bens e serviços. Salários com funcionários da área administrativa são exemplos de despesas. Perdas: são todos os gastos ocorridos de forma involuntária ou anormal. Um incêndio na empresa ou uma greve de funcionários são contabilizados como perdas por serem fatos anormais e involuntários. O quadro a seguir apresenta exemplos dos gastos nas operações de empresas de três segmentos diferentes: prestadora de serviço, comercial e indústria. Conceito/ Operação Investimento Custo Despesa Quadro 1: Exemplos de gastos nas operações Prestação de serviços (salão de beleza) Compra de produtos químicos para cabelos, compra de secador de cabelo. Utilização dos produtos químicos, depreciação dos equipamentos utilizados na prestação do serviço. Propaganda. Perda de Perdas equipamentos por enchente (despesa) Fonte: Miranda, Comercial (supermercado) Compra de mercadorias para venda, compra de imobilizado da loja. Estoque de mercadoria vendida. Comissão de vendas. Consumo de estoques por incêndio. Industrialização (produção de chocolates) Compra de matériaprima (leite), compra de máquinas. Utilização da matéria-prima para produção, depreciação das máquinas. Salário dos funcionários do administrativo. Pedaços de chocolates retirados como excesso. Todas as despesas (assim como as perdas) são consideradas contas redutoras do patrimônio líquido. Já os custos estão diretamente relacionados ao lucro. Assim, é mais vantajoso às empresas reduzirem despesas do que reduzirem custos. Cardoso, citado por Ferronato no livro-texto, traz o seguinte depoimento com relação à redução de custos:
3 (...) os custos têm uma relação direta com o lucro, ainda mais evidente, se pudermos considerar que seja o primeiro sacrifício que a empresa realiza para obter as receitas e consequentemente o lucro. Assim, cortar custos e despesas pode ser algo que implique diretamente em se perderem lucros. (CARDOSO apud FERRONATO, 2011, p. 153) Segundo Miranda (2010), considerando a apropriação dos custos em relação aos produtos e serviços, estes podem ser classificados como diretos e indiretos. Os custos diretos são aqueles diretamente relacionados ao produto ou serviço e cujo consumo pode ser efetivamente medido. Já os custos indiretos são aqueles em que o consumo de produtos ou serviços não é identificável, e consequentemente necessitam de rateio para a apropriação. Como exemplo de custo direto, há as matérias-primas utilizadas na fabricação dos produtos, cujos gastos estão diretamente relacionados ao produto que a utilizou; já como custo indireto, o aluguel da fábrica, cujo gasto terá que ser rateado entre todos os produtos fabricados. Os custos podem ser considerados como variáveis e fixos, de acordo com a forma como se comporta em função da quantidade produzida. Os custos variáveis são aqueles que mudam de acordo com o volume de produção. Já o custo fixo permanece o mesmo independentemente do volume produzido. Utilizando-se do mesmo exemplo citado anteriormente, a matéria-prima utilizada na fabricação de um produto pode ser considerada um produto variável. Quanto maior for o volume produzido, maior será o gasto da matéria-prima necessária, variando de acordo com sua produção. O aluguel da fábrica, além de ser considerado um custo indireto, também será um custo fixo, pois seu gasto será o mesmo independente do que a empresa produziu (MIRANDA, 2010). Dentro do contexto da gestão de custos, é fundamental que o gestor saiba exatamente qual a quantidade de mercadorias, produtos ou serviços que devem ser produzidos e vendidos de modo que a empresa consiga cobrir todos os seus custos e despesas, o que é denominado como ponto de equilíbrio. O ponto de equilíbrio mede exatamente o momento em que as vendas se igualam aos custos e despesas. A partir desse resultado, qualquer unidade a mais que for vendida proporcionará lucro à empresa.
4 Figura 1: Ponto de Equilíbrio Fonte: Martins, Para o cálculo do ponto de equilíbrio é primordial entendermos o significado de margem de contribuição. A margem de contribuição é calculada pela subtração do custo variável unitário pelo preço de venda do produto, ou seja, MC = Preço de Venda Custo Variável Unitário. No caso de uma empresa cujo produto apresenta preço de venda igual a $ 100,00 e custo variável do produto igual a $ 30,00, temos que sua margem de contribuição é de $ 70,00. Destacam-se três importantes formas de apuração do ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio contábil, o ponto de equilíbrio econômico e o ponto de equilíbrio financeiro. O ponto de equilíbrio contábil, ou seja, o momento em que os custos e despesas se igualam às vendas e o lucro contábil é igual a zero, é obtido através do seguinte cálculo: PEc = Custos e Despesas Totais Fixos MC Utilizando-se como exemplo a mesma empresa citada para o cálculo da margem de contribuição, suponhamos que seus custos e despesas fixas sejam de $ 1.000,00. O PEc = = 14,28 ou 15 unidades, o que significa que abaixo de 15 unidades produzidas e vendidas a empresa obterá prejuízo contábil. Em contrapartida, se a empresa produzir e vender mais que 15 unidades, obterá lucro contábil.
5 No ponto de equilíbrio econômico leva-se em consideração um mínimo de retorno ou lucro esperado pelos sócios. Assim, temos a seguinte fórmula para seu cálculo: PEe = Custos e Despesas Totais Fixos + Lucro esperado MC Suponhamos que a mesma empresa deseja obter como retorno para um determinado período o valor de $ ,00. O PEe = = 157,14. Ou seja, para que a empresa obtenha um lucro de $ ,00 precisará produzir e vender, pelo menos, 158 unidades. No ponto de equilíbrio financeiro são excluídas as despesas que não sofrem desembolso imediato como, por exemplo, a depreciação de máquinas e equipamentos. Assim, temos a seguinte fórmula para seu cálculo: PEf = Custos e Despesas Totais Fixos - Depreciação MC Assim, se a empresa anterior teve $ 150, 00 dos seus custos e despesas fixos relativos à depreciação de seus bens, tem-se o seguinte ponto de equilíbrio financeiro: PEf = = 12,14. Para finalizar, é importante que o pequeno empreendedor conheça também sobre a gestão de custos, para que saiba diferenciar os gastos da empresa e classificar seus custos, a fim de obter informações que o auxiliarão no desenvolvimento das melhores estratégias empresariais. Conceitos Fundamentais Rateio - divisão proporcional dos custos e despesas indiretas.
6 Referências FERRONATO, Airto João. Gestão Contábil-financeira de micro e pequenas empresas: sobrevivência e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª Edição. São Paulo: Atlas, MIRANDA, R. A. de M. Gestão dos principais sistemas de custeio. Material da 1ª Aula da Disciplina Gestão Estratégica de Custos e Formação de Preços, ministrada no Curso de Pós Graduação Lato Sensu TeleVirtual MBA em Gestão Estratégica de Negócios Anhanguera-UNIDERP REDE LFG, 2010.
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