Nome do Responsável Cargo CPF Jorge da Motta e Silva Presidente da Telebrás Manoel Elias Moreira Diretor Superintendente

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1 GRUPO II CLASSE I 2ª Câmara TC / Natureza: Prestação de Contas, exercício de 2009 Entidade: Telecomunicações Brasileiras S.A. Telebrás Responsáveis: Jorge da Motta e Silva (Presidente, CPF nº ) e Manoel Elias Moreira (Diretor Superintendente, CPF nº ) Advogado constituído nos autos: não há SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS. TELEBRÁS. EXERCÍCIO DE MANUTENÇÃO, POR PRAZO INDETERMINADO, DO PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO POR SERVIÇOS PRESTADOS PISP. AUDIÊNCIAS. ACOLHIMENTO DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA. REGULARIDADE COM RESSALVA DAS CONTAS DO TITULAR DA ENTIDADE. REGULARIDADE DO OUTRO RESPONSÁVEL. RELATÓRIO Adoto como Relatório o parecer do Diretor da 1ª Secex, com cujas conclusões manifestouse de acordo o Secretário: Trata-se de Prestação de Contas da Telebrás exercício O processo encontra-se sobrestado em razão de despacho proferido, em 19/5/2011, pelo Ministro Relator José Jorge, até o deslinde do TC /2009-2, conforme pareceres emitidos nos autos pela unidade técnica (peça 13). Nos termos do disposto no art. 10 da Instrução Normativa nº 57/2008, devem ser considerados, para fins da análise desta prestação de contas, apenas os responsáveis a seguir destacados: Nome do Responsável Cargo CPF Jorge da Motta e Silva Presidente da Telebrás Manoel Elias Moreira Diretor Superintendente O sobrestamento destes autos foi proposto pela 1ª Secex tendo em vista que: Os Srs. Jorge da Motta e Silva e Manoel Elias Moreira foram ouvidos em audiência naquelas contas [TC / Tomada de Contas da Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações, exercício 2008], tendo em vista a manutenção, por prazo indeterminado, do Programa de Indenização por Serviços Prestados PISP no âmbito da Telebrás, em flagrante ofensa ao princípio da finalidade e ao interesse público. O processo se encontra com proposição de mérito no Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator José Jorge. Considerando que a deliberação a ser proferida naqueles autos pode vir a ensejar a aplicação de multa aos responsáveis por estas contas, trazendo, por decorrência, reflexos no julgamento de sua gestão, entendemos que cabe o sobrestamento destes autos, até o julgamento do TC / O referido TC / Tomada de Contas da Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações, exercício 2008, foi apreciado, em 23/8/2011, pelo Colegiado da 2ª Câmara, ocasião em que foi prolatado o Acórdão 6.767/

2 4. Em relação ao ponto que tratava do Programa de Indenização por Serviços Prestados PISP, o Ministro-Relator consignou em seu Voto: 13. No tocante aos Srs. Jorge da Motta e Silva e Manoel Elias Moreira, então Presidente e Diretor da Telebrás, respectivamente, recordo que estes foram instados a se manifestar acerca da manutenção, por prazo indeterminado, do Programa de Indenização por Serviços Prestados Pisp no âmbito da Telebrás, em flagrante ofensa ao princípio da finalidade e ao interesse público. 14. Primeiramente, faço ressalva à conclusão contida nas defesas desses responsáveis de que o Tribunal, ao expedir determinação à Secretaria-Executiva/MC e à Casa Civil, teria reconhecido que a Telebrás não poderia por si só extinguir o programa ou teria ultrapassado os limites de atuação da empresa. O comando, na verdade, teve o propósito de exigir dos referidos órgãos maior atenção sobre o problema, mas não afastar ou diminuir a competência da Telebrás para tal. 15. Vejo, agora, no entanto, talvez melhor tivesse o Tribunal naquela oportunidade determinado à própria Telebrás a extinção do programa, já que, em última instância, essa decisão cabia à própria entidade, por meio de deliberação de sua Diretoria Colegiada, conforme reconheceram as diversas manifestações constantes dos autos, inclusive aquela emitida em parecer do setor jurídico da entidade em Assim, nada obstante concordar, a princípio, com o Sr. Secretário de que não foram cabalmente declinados pelos responsáveis os supostos entraves burocráticos e jurídicos que impediam a extinção do programa, entendo não ser este o foro apropriado para avaliação da conduta dos gestores da Telebrás, a qual deve ser analisada no contexto das respectivas contas anuais da entidade. 17. Julgo, assim, porquanto naquele âmbito poderão melhor ser sopesadas as circunstâncias e as razões pelas quais os gestores da Telebrás não promoveram a extinção do Pisp, incluindo o fato de que foi, realmente, na sua gestão à frente da Telebrás que a extinção do programa começou a ser tratada. 18. Assim, divergindo dos pareceres, abstenho-me neste momento de emitir juízo acerca da conduta dos agentes da Telebrás, inclusive do Sr. Manoel Elias Moreira, ex-diretor da Telebrás, para o qual os pareceres propunham o acolhimento das justificativas, remetendo-se a análise para as respectivas contas anuais, para exame em conjunto e em confronto. (grifou-se). 5. Verifica-se, portanto, que não mais subsiste o motivo que levou ao sobrestamento destes autos. 6. Dando cumprimento ao encaminhamento determinado pelo Ministro-Relator, ao item 18 do Voto proferido, resta concluir a análise destas contas. 7. Nos autos do TC / Tomada de Contas da Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações, exercício 2008, os senhores Jorge da Motta e Silva e Manoel Elias Moreira foram ouvidos em audiência em razão da manutenção, por prazo indeterminado, do Programa de Indenização por Serviços Prestados PISP no âmbito da Telebrás, em flagrante ofensa ao princípio da finalidade e ao interesse público. 8. Nos ofícios de comunicação das audiências, os responsáveis foram devidamente informados que a rejeição das razões de justificativa pelo Tribunal poderia ensejar a aplicação de multa prevista no art. 58 da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 268 do Regimento Interno do TCU (TC /2009-2, documentos e ). 9. Os responsáveis encaminharam suas razões de justificativa, as quais foram analisadas em 10/9/2010 (TC /2009-2, fls ). 2

3 10. Em pareceres convergentes, o Auditor e a Diretora, embora hajam reconhecido que a Diretoria da Telebrás é que tem a competência para extinguir um programa que não mais se justifica, ponderaram que se, por um lado, os justificantes não extinguiram um plano que consideram prejudicial à empresa e que não mais se justifica, por outro lado, não podem ser responsabilizados pela ampliação do prazo de adesão ao programa por período indeterminado medida adotada pela diretoria da Telebrás na 978ª Redir, em 1998, razão pela qual propuseram o acolhimento das justificativas. 11. Conquanto estivesse de acordo com os demais pontos abordados na instrução, o senhor Secretário manifestou divergência em relação à análise do ponto que versava sobre o programa de demissão voluntária da Telebrás, havendo proposto que fossem acolhidas as razões de justificativa do senhor Manoel Elias Moreira e rejeitadas as apresentadas pelo senhor Jorge da Motta e Silva, pelo que deveria ser-lhe aplicada a multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei nº 8.443/1992 (TC /2009-2, fls ). 12. O Ministério Público junto ao TCU, por meio do Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, quanto a esse ponto, manifestou-se em consonância com o Parecer do titular da 1ª Secex. 13. A instrução e os pareceres mencionados encontram-se inseridos nos autos, agrupados na peça Alinho-me a tais entendimentos, pelas razões já expendidas nos autos pelo Secretário e o ilustre Procurador. Observo, adicionalmente, que a questão que ensejou a audiência não foi o ato de ampliação do prazo de adesão ao programa por período indeterminado, mas sim a continuidade injustificada do Programa. O fato de a prorrogação por tempo indeterminado haver sido deliberada em 1998 não constituía um impedimento perpétuo ao regular exercício da ação administrativa, especialmente no que se refere à necessidade de extinção de um programa oneroso que há muito perdera razões de existência, tornando-se prejudicial aos interesses da empresa. 15. Ademais, não se trata de mera discussão formalista a respeito de o agente administrativo haver ou não exercido uma faculdade que se encontrava em sua órbita de decisão. Em realidade, a inação do dirigente acarretou efeitos prejudiciais concretos no exercício, haja vista a decisão do Presidente da Telebrás de processar, de acordo com as regras do PISP, o desligamento de dois empregados que estavam cedidos à Anatel, sem a orientação prévia do Ministério supervisor (Ofício CT.l000/093/2009, de 24/7/2009, à fl. 126 do Anexo 5), segundo assinalado na instrução técnica (fl. 698). 16. Cabe salientar que aos responsáveis chamados em audiência foi assegurado o regular exercício do contraditório e da ampla defesa no âmbito do TC /2009-2, razão pela qual se faz desnecessária a realização de nova audiência nestes autos, o que somente teria efeitos protelatórios à resolução do processo. 17. O fato de a questão suscitada em audiência ser o único ponto capaz de macular as contas não é capaz de revestir de efeitos atenuantes a reprovável conduta do agente. Ao contrário, cabe salientar que, no exercício em questão, a empresa encontrava-se em vias de extinção, sem qualquer atividade-fim a ser alcançada. Desse modo, as questões afetas à gestão do pessoal remanescente tornavam-se uma das principais áreas de competência do dirigente, o que reveste de maior gravidade a condução dada à questão pelo dirigente, bem assim os atos antieconômicos dela derivados. 18. Em face do exposto e considerando, ainda, o teor da instrução inserida na peça 10 dos autos, remeto à consideração superior a seguinte proposta de encaminhamento: 3

4 a) julgar irregulares as contas do senhor Jorge da Motta e Silva, presidente da Telebrás, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea b, da Lei nº 8.443/1992 e, consequentemente, aplicar-lhe a multa prevista no art. 58, inciso I, da Lei nº 8.443/1992; b) julgar regulares as contas do senhor Manoel Elias Moreira, dando-lhe quitação plena, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443, de 1992; c) arquivar o presente processo, com fundamento no art. 169, inciso IV, do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União. 2. O Ministério Público, representado nos autos pela Subprocuradora Geral Cristina Machado da Costa e Silva, manifestou-se favoravelmente à proposição da unidade técnica. É o Relatório. VOTO Cuidam os autos da Prestação de Contas da Telecomunicações Brasileiras S/A - Telebrás, relativas ao exercício de A 1ª Secex, com o endosso do Ministério Público, propôs a irregularidade das contas do Sr. Jorge da Motta e Silva, então presidente da Telebrás, aplicando-lhe multa, bem como a regularidade das contas do Sr. Manoel Elias Moreira, então Diretor Superintendente, dando-lhe quitação plena. 3. A questão que suscitou a proposta da unidade técnica está relacionada ao Programa de Indenização por Serviços Prestados PISP, aprovado em setembro de 1998, por meio de deliberação da diretoria da Telebrás, objetivando proporcionar suporte financeiro para os empregados da empresa que, em face de sua dissolução, deveriam buscar recolocação no mercado de trabalho, no contexto da privatização e da reestruturação do setor de telecomunicações brasileiro. 4. A irregularidade apontada diz respeito à manutenção do programa por prazo indeterminado, circunstância que estaria em flagrante ofensa ao princípio da finalidade e ao interesse público. 5. Os Srs. Jorge da Motta e Silva e Manoel Elias Moreira foram ouvidos em audiência no TC /2009-2, processo relativo à Tomada de Contas da Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações, exercício de 2008, sendo as razões de justificativa oferecidas pelos responsáveis também analisadas naqueles autos. 6. Quando da apreciação do processo, prevaleceu entendimento externado por este Relator, no sentido de não ser ali o foro apropriado para avaliação da conduta dos gestores da Telebrás, devendo a mesma ser analisada no contexto das respectivas contas anuais da entidade. Em consequência, mediante o Acórdão 6.767/2011-2ª Câmara, Ata n. 30, foi exarada determinação para que fosse juntada cópia da deliberação às contas da Telebrás (exercícios de 2009 e 2010), para exame em conjunto e em confronto. 7. Especificamente sobre o mérito, os pareceres, tanto no TC / quanto nestes autos, são unânimes em se manifestar pelo acolhimento das razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Manoel Elias Moreira, reconhecendo que, dentro do limite de sua competência, o aludido responsável sempre defendeu de forma vigorosa a extinção do PISP pela Telebrás. Não havendo reparo a fazer nos exames levados a efeito, acompanho a conclusão da unidade técnica, endossada pelo Ministério Público. 4

5 8. Quanto ao Sr. Jorge da Motta e Silva, observo que, nada obstante os pareceres serem uniformes nestes autos pelo não acolhimento de suas justificativas, no TC / o Auditor encarregado da instrução e a Diretora manifestaram-se de forma contrária a esse entendimento, ou seja, pelo acatamento da defesa do responsável. 9. Primeiramente, considero oportuno, para melhor compreensão da matéria, reproduzir trecho do parecer da Diretora naquele processo, em que historia os fatos: (...) em 3/3/2006, o Sr. Manoel Elias Moreira, então integrante do Departamento Jurídico da Telebrás, no Parecer nº 04/1200-TB (fls. 59/68, anexo 5), entendendo necessário o encerramento do PISP, submeteu a matéria à consideração do então Presidente da Telebrás, Sr. Jorge da Motta e Silva, com vistas à eventual decisão administrativa da Diretoria da Telebrás pela extinção do PISP. O ex-presidente da Telebrás, por sua vez, decidiu por encaminhar correspondência ao Ministério das Comunicações, em 8/3/2006. Nesse documento, ao tempo em que historiou a situação do PISP e referendou a avaliação do Departamento Jurídico daquela empresa sobre a questão, ressaltou o fato de que a maioria dos empregados integrantes do seu quadro de pessoal estava cedida a outros órgãos, notadamente a Anatel. Em face dessa situação, e dos possíveis impactos decorrentes de um desligamento em massa pela extinção do programa, submeteu a questão àquele Ministério, quanto ao melhor e oportuno momento para decisão a ser adotada pela Diretoria da Empresa (fls. 12/15, anexo 5). Em resposta, o Ministério informou que a empresa teria competência administrativa para deliberar sobre a questão, não se manifestando sobre os eventuais impactos quanto ao funcionamento daquela Agência. Inconformado, o ex-presidente da Telebrás renovou a consulta, ressaltando os possíveis reflexos negativos à Anatel pela dispensa dos 213 empregados a ela cedidos. Reconhecendo a importância da alegação da Telebrás, o Ministério das Comunicações enviou à Casa Civil da Presidência o Aviso nº 00157/2006/MC, de 22/7/2006, sugerindo a realização de reunião, com a participação de representantes do MPOG, do MC e dos presidentes da Telebrás e da Anatel, para que se chegasse a um consenso sobre o impasse. Foi exatamente essa informação - a qual reconheceu a efetiva necessidade de que os eventuais impactos da extinção do PISP, notadamente quanto ao quadro de pessoal da Anatel, fossem objeto de discussão mais detida pelas partes envolvidas -, bem assim o tempo decorrido desde a remessa do documento sem que providências efetivas fossem adotadas, que fundamentaram a deliberação deste Tribunal, contida no Acórdão 956/2008 2ª. Câmara, cujo não atendimento está sendo objeto de análise nestes autos. Ressalte-se que, de início, esta unidade técnica propôs que a determinação fosse encaminhada ao Ministério das Comunicações e à Casa Civil, no que contou com a aquiescência do Ministério Público junto ao TCU. Todavia, no Acórdão, houve o encaminhamento da determinação à SE/MC e à Casa Civil, não ocorrendo qualquer interposição de recurso a respeito. Todos os órgãos envolvidos foram cientificados da decisão. Como visto, a Casa Civil repassou à Secretaria Executiva a responsabilidade pela deliberação sobre a oportunidade da extinção do PISP e esta, por sua vez, repassou-a a Telebrás. Em face da clara disposição contida no item 1.2 do Acórdão 956/2008 2ª. Câmara, a Telebrás se manifestou pelo aguardo da decisão da SE/MC. A SE/MC, na pessoa do Sr. Fernando R. Lopes de Oliveira, solicitou, então, manifestação da Consultoria Jurídica do MC. Esta, embora tenha destacado, mais uma vez, a competência da Telebrás para extinção do programa, manifestou-se, em 3/10/2008, pela necessidade de que a SE/MC continuasse interagindo junto aos demais agentes envolvidos, em face dos aspectos 5

6 atinentes ao quadro de pessoal da Anatel, visando ultimar as providências para delimitar a oportunidade e conveniência para extinção do PISP. Nesse sentido, o Sr. Fernando R. Lopes de Oliveira solicitou à Telebrás, em 15/10/2008, diagnóstico detalhado e circunstanciado da situação atual dos empregados cedidos, informações que seriam imprescindíveis para subsidiar a decisão conjunta de Governo com a participação da Casa Civil da Presidência da República, Ministério das Comunicações e Telebrás, visando ultimar as providências para delimitar a oportunidade e conveniência da extinção do PISP e atender o que preconiza o item 1.2 do Acórdão em referência. Em face das informações enviadas, o Sr. Fernando, em 8/12/2008, remeteu a questão à Assessoria Especial de Controle Interno que, por sua vez, encaminhou-as à CGU, em 18/3/2009. Esta, preventivamente, requereu que a Telebrás suspendesse novos desligamentos, no que, ao que consta, foi atendida. A manifestação conclusiva da CGU foi emitida em agosto/2009, recomendando à SE/MC que ultimasse as providências para a extinção do PISP, bem assim à Telebrás que suspendesse as medidas acautelatórias recomendadas anteriormente, passando a analisar novos pleitos de desligamento à luz das orientações expedidas pelo Ministério. A Telebrás comunicou, então, à SE/MC que aguardaria tais orientações para fins de análise de novos pleitos de adesão ao PISP. Não tendo recebido qualquer manifestação e, diante do pedido de desligamento de dois funcionários, terminou por promovê-lo seguindo as regras ainda vigentes, conforme informou, previamente, à SE/MC, em 24/9/2009. Mais uma vez, não houve qualquer manifestação a favor ou contrária aos procedimentos adotados por parte da SE/MC, que se limitou a enviar cópia desse último comunicado à CGU. Apenas em 18/1/2010, precisamente três dias antes do início dos trabalhos de inspeção, houve emissão de parecer da Consultoria Jurídica do MC, reafirmando a já reconhecida competência administrativa da Telebrás para deliberar quanto à extinção do PISP, ao tempo que manteve o entendimento de que a SE/MC deveria continuar a interagir junto aos demais envolvidos para ultimar as providências para extinção do PISP. (...). 10. De fato, não procede a alegação do Sr. Jorge da Motta de que a Telebrás não teria possibilidade de rescindir unilateralmente o PISP. Consoante restou demonstrado, inclusive por vários pareceres jurídicos emitidos, a competência para decidir administrativamente acerca da extinção do programa era da empresa. 11. Além disso, poderia o ex-presidente ter adotado as medidas visando ao encerramento do PISP desde a primeira consulta formulada ao Ministério das Comunicações, já que obteve como resposta que a tomada de decisão cabia à Telebrás. 12. Nada obstante, considero pertinentes as ponderações da então Diretora da 1ª Secex, no sentido de que o Ministério das Comunicações acabou assumindo a responsabilidade pela condução do problema, quando requereu à Casa Civil a convocação de reunião para deliberar sobre a matéria, em razão das alegações apresentadas pelo Presidente da Telebrás quanto aos possíveis impactos no quadro de pessoal da Anatel. 13. Tal posicionamento, aliás, foi reforçado após o Acórdão 956/2008 2ª Câmara, contra o qual não foi interposto recurso. Em tal deliberação, foram encaminhadas determinações à Casa Civil e à Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações para que providências efetivas sobre o tema fossem tomadas. Como já tive a oportunidade de me manifestar anteriormente, talvez melhor tivesse o Tribunal naquela oportunidade determinado à própria Telebrás a extinção do programa, não deixando dúvidas quando à competência exclusiva da empresa para adotar as medidas necessárias à extinção do PISP. 6

7 14. De qualquer maneira, não me parece totalmente descabida a atuação do Presidente da empresa, diante de conflitos de interesse reconhecidos pelo próprio Ministério. 15. Nesse particular, valho-me mais uma vez do parecer da Diretora, para ressaltar que, quando da emissão do Parecer/MC/CONJUR/APC nº /2008, de 3/10/2008, a Consultoria fez menção a ofícios emitidos pela Anatel, manifestando sua intenção de manter naquela autarquia o corpo técnico da Telebrás, em face de sua qualificação. Além disso, há a informação contida nas contas da Anatel, exercício de 2009, que aponta a presença de 210 empregados requisitados, de um total de integrantes do quadro de recursos humanos da autarquia, 13,5% do total. Tais circunstâncias, por sua relevância, certamente motivaram o Presidente da Telebrás a efetuar consulta ao Ministério, até porque se trata de uma empresa a ele vinculada. 16. Além disso, não se pode ignorar o fato de que foi na gestão do Sr. Jorge da Motta e Silva em que a extinção do programa começou realmente a ser tratada. 17. Ante o exposto, concordo com o Auditor e a Diretora que se manifestaram no TC / pelo acolhimento das razões de justificativa do então presidente da Telebrás, devendo suas contas serem julgadas regulares com ressalva. Com essas considerações, VOTO por que seja adotado o Acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado. TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 28 de fevereiro de JOSÉ JORGE Relator ACÓRDÃO Nº 1087/ TCU 2ª Câmara 1. Processo nº TC / Grupo II; Classe de Assunto: II Prestação de Contas, exercício de Responsáveis: Jorge da Motta e Silva (CPF ) e Manoel Elias Moreira (CPF ) 4. Entidade: Telecomunicações Brasileiras S.A. Telebrás 5. Relator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora Geral Cristina Machado da Costa e Silva 7. Unidade Técnica: 1ª Secretaria de Controle Externo 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Prestação de Contas da Telecomunicações Brasileiras S.A. Telebrás, relativas ao exercício de ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara,ante as razões expostas pelo Relator, em: 7

8 9.1. acatar as razões de justificativa apresentadas pelos Srs. Jorge da Motta e Silva e Manoel Elias Moreira; 9.2. com fulcro nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, julgar regulares com ressalva as contas do Sr. Jorge da Motta e Silva, dando-lhe quitação; 9.3. com fulcro nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, julgar regulares as contas do Sr. Manoel Elias Moreira, dando-lhe quitação plena. 10. Ata n 5/2012 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 28/2/2012 Ordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC / Especificação do quorum: Ministros presentes: Augusto Nardes (Presidente), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator) Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho. (Assinado Eletronicamente) AUGUSTO NARDES Presidente (Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE Relator Fui presente: (Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA Subprocuradora-Geral 8