Brasília, 14 de abril de 2015 às 08h57 Seleção de Notícias. CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional
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- João Brezinski Deluca
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1 Brasília, 14 de abril de 2015 às 08h57 Seleção de Notícias CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional
2 Valor Econômico BR Temas de Interesse Colunas e Editoriais Cúpula das América cria um promissor clima de distensão OPINIÃO Temas de Interesse Colunas e Editoriais Morte e esperança em alto-mar OPINIÃO Governo defenderá novo modelo de investimento FINANÇAS JULIANO BASILE Temas de Interesse Comércio Internacional Yoshiaki Nakano YOSHIAKI NAKANO Temas de Interesse Questões Trabalhistas Levy prepara produtores para tempos de vacas mais magras AGRONEGÓCIOS O Estado de S. Paulo BR 'Indústria chega sem fôlego ao ajuste' ECONOMIA VINICIUS NEDER Foxconn não cumpre promessas no Brasil ECONOMIA Investimento deve continuar em queda ECONOMIA Após 14 semanas, mercado reduz projeção de inflação ECONOMIA Agro ajuste: chegou a hora? ECONOMIA Governo anuncia aumento de juros agrícolas nesta semana ECONOMIA
3 Mercosul não está na lista de prioridades da União Europeia ECONOMIA Folha de S. Paulo BR Temas de Interesse Pronatec Governo Dilma adia de novo início das aulas do Pronatec COTIDIANO Temas de Interesse Colunas e Editoriais Vladimir Safatle VLADIMIR SAFATLE Temas de Interesse Colunas e Editoriais Sol para todos OPINIÃO O Globo BR Temas de Interesse Colunas e Editoriais Míriam Leitão MÍRIAM LEITÃO MIRIAM LEITÃO Terceirização: sindicatos querem escolher quem acionar na Justiça ECONOMIA GERALDA DOCA JUNIA GAMA Brasil Econômico BR Federações FIESP Câmara vota ajustes na lei da terceirização BRASIL PATRYCIA MONTEIRO RIZZOTTO
4 Temas de Interesse Colunas e Editoriais Valor Econômico Cúpula das América cria um promissor clima de distensão A sétima Cúpula das Américas, pela primeira vez, terminou com a promessa de novos tempos, com mais possibilidades abertas para o futuro do que pelo passado das criticas ao veterano imperialismo da potência dominante na região, os Estados Unidos. A retomada de relações entre EUA e Cuba, após mais de 50 anos de animosidades e um feroz bloqueio econômico, trouxe um arejamento crucial para as relações entre os países no continente que não chegou a ser contaminado pela subsistência de velhos antagonismos, como os apresentados na retórica inflamada de governos "bolivarianos" do Equador, Venezuela e Bolívia. Livre da obrigação de concorrer a novo posto eletivo e sem muita liberdade de movimento no plano doméstico - as duas Casas do Congresso estão nas mãos dos rivais republicanos-, Barack Obama deu forma e dinamismo à política externa. No Oriente Médio, obteve histórico acordo nuclear com o Irã, embora arestas importantes do compromisso ainda devam ser aparadas. Na América Latina, o esforço se dirigiu a encerrar o anacrônico embargo econômico a Cuba, em um momento em que o governo de Raul Castro enfrenta novas dificuldades e acena com algumas reformas em sua ossificada ditadura. OPINIÃO A estreia de Cuba na Cúpula foi marcada pelo encontro histórico de mais de uma hora entre Raúl Castro e Obama, e pelo discurso de 49 minutos do líder cubano, no qual mesclou a defesa dasconquistas de suarevolução comum ataque às conhecidas intervenções americanas na região. O tom mais importante foi expresso quando, por exemplo, Raúl disse de sua "disposição ao diálogo respeitoso e à convivência civilizada entre ambos os Estados, dentro de nossas profundas divergências". Exatamente pelas divergências, Raúl pediu paciência quanto à evolução do novo entendimento entre as duas nações, em um recado aos EUA e ao público doméstico. Barack Obama, por seu lado, não se furtou a defender as liberdades e os direitos humanos, claramente ausentes na ilha de Cuba, mas se comprometeu a olhar para frente e deixar no passado a herança da "guerra fria". Os EUA não retiraram, porém, o status de país que promove o terrorismo de Cuba, mas deve fazê-lo em breve, até mesmo para ser fiel à realidade dos fatos contemporâneos. Isolada, e com prestígio declinante, a ditadura cubana não patrocina mais aventuras armadas. A distensão com Cuba não mudou a clivagem no continente entre os que têm laços comerciais e políticos mais intensos com os EUA e os que mantêm equidistância, cautelosa ou belicosa com os americanos. Parte da animosidade foi estimulada pouco antes da Cúpula, após a esdrúxula inclusão da Venezuela entre os países que ameaçavam a segurança dos EUA, um erro diplomático crasso. O governo venezuelano, que vetou a possibilidade de um comunicado finalda Cúpula, obtevecomisso tudo que precisava para denunciar a atitude imperial da qual os EUA não abrem mão em suas relações com a América Latina e seu suposto interesse em derrubar Maduro. A aproximação dos EUA com Cuba deixou os bolivarianos, como Maduro, Rafael Corrêa, do Equador e Evo Morales, presidente da Bolívia, um pouco mais histéricos do que de costume. Às voltas com uma profunda crise econômica e política, Maduro perdeu as condições de nutrir Cuba com petróleo barato e deixou de contar com pg.4
5 Temas de Interesse Colunas e Editoriais Valor Econômico Continuação: Cúpula das América cria um promissor clima de distensão um dos nortes ideológicos firmes na bússola do chavismo, representado por Cuba, agora aproximando-se de seu grande rival Aos poucos, Maduro está perdendo até o apoio de sócios do MercosuL Após anos de complacência com as ações autoritárias dos chavistas, o Brasil começou a subir o tom no tratamento da questão democrática. A presidente Dilma foi inusualmente clara, no decorrer da reunião, ao declarar que é contrária à prisão de rivais políticos, como Maduro tem sistematicamente feito com a oposição em seu país. Odiálogoentre a presidentedilmaeobama se beneficiou da atmosfera de relaxamento das tensões que permeou a Cúpula. Obama esclareceu que o episódio de espionagem a Dilma não se repetirá. A presidente parece ter arquivado a questão e finalmente agendou uma reunião de trabalho com os EUA, o primeiro passo para uma retomada séria de relações bilaterais, antes impedida seja pelo descaso americano para com a região, seja por preconceitos ideológicos do governo brasileiro. E um novo ponto de partida básico para discussões profícuas e mutuamente benéficas. pg.5
6 Temas de Interesse Colunas e Editoriais Valor Econômico Morte e esperança em alto-mar OPINIÃO entanto, podería marcar o início de uma abordagem mais sólida para proteger ecossistemas oceânicos, em particular no que se refere à sobrepesca, responsável pelos declínios acentuados em muitas espécies. A conservação e governança oceânica estão em um momento crucial. Por Derek Tittensor Tubarões e seus primos, as arraias, antecedem os dinossauros. Sobreviveram à catastrófica extinção em massa que exterminou o Tyrannosaurus Rex e todos os demais, assim como à extinção do Permiano-Triãssico, que dizimou 96% das espécies marinhas. Mesmo as linhagens de tubarão que evoluíram mais recentemente, como a de tubarão-martelo, existem há mais de 30 milhões de anos. Ainda assim, em apenas algumas décadas, 25% de todos os tubarões e arraias passaram a estar em risco de extinção. A culpa é nossa - assim como a responsabilidade de reparar a situação. As populações de tubarões e arraias não estão sozinhas. Muitos outros elementos da biodiversidade marinha - em especial corais, mamíferos marinhos, aves oceânicas e tartarugas-também estão também lutando para resistir âs pressões humanas. Como resultado, ecossistemas marinhos estão ameaçados de dissolução e de ficarem cada vez menos estáveis e menos produtivos. Dada a grande variedade de ameaças à vida marinha - entre as quais, a pesca em excesso, as mudanças climáticas, a poluição e o desenvolvimento costeiro-é fácil, talvez até racional ser pessimista. Este ano, no O desafio à frente não deve ser subestimado. Enfrentá-lo vai exigir superar um dos obstáculos mais difíceis para a conservação marinha: assegurar a sustentabilidade da biodiversidade em 60% dos oceanos mundiais, que estão além da jurisdição de cada Estado. Dentro do limite de 200 milhas náuticas que abrange suas zonas econômicas exclusivas (ZEEs), alguns países valeram-se de uma combinação de leis firmes, boa gestão e supervisão eficaz para preservar ecossistemas e populações de peixes (também houve demasiados exemplos do contrário). Fora das ZEEs, contudo, há uma complicação muito nociva: há acesso livre de facto para a maioria dos recursos vivos, o que os deixa vulneráveis a uma exploração exagerada. Embora tenham surgido diversas tentativas bem intencionadas para melhorar a gestão desses recursos, todas dependem de que agentes individuais estejam dispostos a abrir mão dos benefícios econômicos de curto prazo do uso intensivo dos recursos em nome do bem comum delongo prazo. Quando qualquer engajamento em um processo internacional traz custos, sempre haverá a tentação de não jogar dentro das regras, de cumpri-las sem grande comprometimento ou de nem engajar-se. Isso é especialmente verdadeiro para questões ambientais, em que o capital político necessário é alto; a necessidade de apoio praticamente unânime é crucial; as questões podem ser controversas; e os benefícios são distribuídos desproporcionalmente e colhidos apenas em um longo horizonte de tempo. pg.6
7 Temas de Interesse Colunas e Editoriais Valor Econômico Continuação: Morte e esperança em alto-mar Um pouco de familiaridade com a "realpolitik" das mudanças climáticas é suficiente para indicar que isso é um desafio intimidador - se não insuperável -, acompanhado dos mais difíceis dilemas sociais e políticos: o dilema do prisioneiro, o problema do cavaleiro livre e a tragédia dos comuns. Atualmente, um emaranhado de leis - incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, as diretrizes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação(FAO, na sigla em inglês) e o Acordo sobre as Populações de Peixes, assim como a Convenção sobre Espécies Migratórias de Animais Selvagens - regem as atividades que podem afetar a biodiversidade em alto-mar. Ainda assim, a proteção dos recursos vivos continua limitada-e repleta de lacunas. Por exemplo, como nem todos os países são signatários desses acordos, embarcações podem escolher que bandeira usar para não ficarem presas a regras (uma "bandeira de conveniência"). Algumas áreas de pesca continuam excluídas da jurisdição de qualquer um dos órgãos regionais que atuam na gestão dos recursos. Como resultado, a pesca ilegal, não regulamentada e não declarada movimenta bilhões de dólares por ano. Um passo promissor, recomendado por um grupo de trabalho da ONU em janeiro, é a criação de um novo acordo, de cumprimento legalmente obrigatório, sobre a biodiversidade em alto-mar, que estará pronto para ser avaliado em setembro pela Assembléia Geral da ONU. Essa estrutura coordenada e harmonizada pode ajudar a fechar lacunas regionais na governança; a forçar órgãos existentes responsáveis a trabalhar para melhorar seus resultados; e, em algum momento, a permitir o desenvolvimento de novos órgãos dedicados à gestão e proteção de ecossistemas, não apenas de populações de peixes. Isso, por sua vez, pode servir de catalisador para a cooperação necessária para criar áreas protegidas em alto-mar, o que permitiria a recuperação de ecossistemas exauridos ou danificados. Naturalmente, em nome da efetividade, essas áreas precisam ser monitoradas. Um desenvolvimento promissor é o uso de tecnologia de satélites para detectar e lidar com violações de pesca por embarcações. Isso podería trazer profundas mudanças para melhor na gestão oceânica, em particular em países com grandes ZEEs e com capacidade de supervisão marítima limitada. Um sistema coordenado para reagir a violações também é vital É possível fechar portos a embarcações que infrinjam as regras por meio do Acordo sobre Medidas do Estado do Porto, atualmente aguardando ratificação. A conservação e governança oceânica estão em um momento crucial Os recursos marinhos não podem ser sobre-explorados indefinidamente. Um futuro acordo de "biodiversidade além da jurisdição nacional", fortalecido por novas formas de monitoramento do cumprimento das regras, podería melhorar imensamente a gestão oceânica. A dificuldade é que, em qualquer cenário, uma melhor gestão presume que optemos pela sustentabilidade delongoprazo em vez do lucro decurto prazo. Resta saber se vamos superar nossa propensão a escolher a forma inversa. pg.7
8 Temas de Interesse Colunas e Editoriais Valor Econômico Continuação: Morte e esperança em alto-mar -- Os recursos marinhos não podem ser sobre-expl orados indefinidamente. Um futuro acordo de "biodiversidade além da jurisdição nacional", fortalecido por novas formas de monitoramento, podería melhorar imensamente a gestão oceânica Derek Tittensor é cientista sênior de biodiversidade marinha no Centro de Monitoramento da Conservação Mundial (WCMC) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e professor-adjunto de biologia na Dalhousie University. Copyright Project Syndicate, oject-syndlcate.org pg.8
9 Valor Econômico Governo defenderá novo modelo de investimento Integrantes do governo brasileiro vão defender durante a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, nesta semana, em Washington, uma nova prática de investimentos na área de infraestrutura no país. FINANÇAS A segunda linha vai nesse sentido, já que prevê o fortalecimento da área de governança na infraestrutura. O governo pretende elaborar projetos capazes de oferecer aos investidores uma visão de longo prazo para os aportes. O objetivo é mostrar que os aportes de capitais para esses projetos no Brasil podem se tornar um ativo alternativo a outras opções de renda fixa e variável que estão disponíveis no mercado, possuem baixo risco e costumam ser mais atrativas. A reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial é uma oportunidade para os governos dos países apresentarem suas metas e propostas a investidores em busca de novos aportes de capital. Segundo estimativas do Banco Mundial, para obter taxas mais favoráveis de crescimento, os países em desenvolvimento devem investir US$ 1 trilhão por ano em infraestrutura até A instituição calcula que esse montante estaria disponível, mas há dificuldades para canalizá-lo aos países que necessitam de recursos. No caso dos emergentes, os aportes do setor privado para infraestrutura vêm caindo. Em 2012, os emergentes - Brasil incluído - receberam US$ 186 bilhões e, em 2013, foram US$ 150 bilhões, segundo cálculos do banco. A delegação brasileira, sob o comando do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá vários encontros com investidores e deverá apresentar três linhas gerais para aportes em infraestrutura. A primeira é a criação de melhores instrumentos para investidores na área de "project finance". Diante do ajuste fiscal, os aportes diretos do BNDES estão sofrendo uma redução natural. Por isso, há a necessidade de fazer com que os investimentos tenham novas formas de sustentação. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, os investimentos em infraestrutura, como aqueles feitos por meio da aquisição de debêntures, costumam envolver riscos mais elevados, o que aumenta a taxa de retorno. As dificuldades para a realização desses aportes eram solucionadas a partir da atuação do BNDES, que entrava com subsídios aos projetos, garantindo a realização. Agora, esse cenário mudou e o governo pretende elaborar projetos com prêmio baixo e modicidade tarifária. A ideia é oferecer recursos por meio das linhas de financiamento do BNDES com TJLP, atualmente em 6% ao ano, às empresas que captem recursos adicionais no mercado, como debêntures. Se essa meta for atingida, a expectativa é que haverá uma alavancagem no mercado de capitais, vista como necessária e positiva pela Fazenda. A terceira linha envolve um esforço do governo para reduzir riscos regulatórios e garantir previsibilidade nas regras para a participação nos projetos. Essas medidas dariam mais segurança a investidores internacionais. O objetivo é criar condições para que o mercado comece a reduzir o custo do capital para investimentos no Brasil. Como a Fazenda espera obter resultados num curto prazo, os encontros com investidores devem ser intensificados a partir de quinta-feira, quando Levy chegará em Washington, e estendidos até a semana que vem, já que o ministro irá a Nova York para mais reuniões logo após o fim do evento do FMI. pg.9
10 Valor Econômico Continuação: Governo defenderá novo modelo de investimento Nesses diálogos não haverá a defesa de aportes num setor específico da economia, mas na área de infraestrutura como um todo. "O objetivo será, sobretudo, o de apresentar mudanças nos modelos de concessão num contexto de busca de maior atratividade do setor privado para investir nessas áreas e dinamização do mercado de capitais no Brasil", informou uma fonte da área econômica. Também não será feita a defesa de uma modalidade específica de investimento, mas a apresentação de um novo ambiente no país para a realização de aportes. pg.10
11 Temas de Interesse Comércio Internacional Valor Econômico Desafios de crescimento no longo prazo Yoshiaki Nakano Praticamente todos os analistas econômicos concordam que a implementação do ajuste fiscal, como anunciado pelo governo, não tem condições de fazer a economia brasileira crescer de forma sustentada no longo prazo. São necessárias reformas e medidas para dinamizar a economia do lado da oferta, particularmente, ampliando a taxa de investimento e acelerando o crescimento da produtividade do trabalho. Para alcançar o nosso potencial de crescimento existem problemas de natureza estrutural, além dos problemas de política macroeconômica, que há muito tempo vêm sendo apontados, como a precária infraestrutura física; excessiva e desestimulante intervenção e controle burocrático do Estado; péssima qualidade dos serviços públicos; baixa qualificação da nossa mão de obra; reduzida taxa de inovação; baixa competitividade da indústria brasileira, enfim o "custo Brasil". Além de remover todos os obstáculos estruturais mencionados acima para aumentar a taxa de investimento e acelerar o aumento da produtividade é preciso reindustrializar o Brasil. Somente com a diversificação e avanço da indústria de transformação em setores mais intensivos de tecnologia será possível criar e expandir setores dinâmicos de serviços, intensivos em tecnologia e de alto valor agregado. Mas a reindustrialização no novo contexto de globalização, neste início de século XXI, impõe desafios muito maiores comparativamente aos meados do século passado. Yoshiaki Nakano YOSHIAKI NAKANO A globalização do comércio internacional e a integração global da indústria deram-se comandadas pelas grandes empresas multinacionais, que dominam os setores mais dinâmicos, e implantaram um sistema de otimização logística global, gerando cadeias globais de valor. E este processo se concretizou por meio de acordos setoriais, regionais e bilaterais de comércio. Enquanto esta globalização baseada em acordos de livre comércio ocorria de forma acelerada desde a década de 80, o Brasil se posicionou fortemente contra estes acordos, na presunção arro gante de que o Brasil, por ser um país continental, seria um "global trader" de bens finais. Nada, portanto, de nos integrarmos às cadeias globais de valor. Isto é, insistimos no modelo de economia fechada, na ilusão de montarmos uma indústria autossuficiente, verticalmente integrada, como era o objetivo do processo de substituição de importações. É preciso redistribuir competências para aproximar o Estado do mercado e dos empresários Mas esta estrutura industrial desconectada do comércio global não tem competitividade e está sendo desmontada há décadas - a chamada desindustrializaçâo precoce - e hoje atingimos uma situação dramática: a sua participação no valor agregado nacional (PIB) deverá cair para um dígito em poucos anos. A solução neoliberal de abrir simplesmente a indústria seria, simplesmente, decretar o fim imediato da indústria de transformação. Sem política adequada de preços macroeconômicos, sem reformas para remover os obstáculos estruturais, sem eliminar o "custo Brasil", seria um suicídio. A tentativa de replicar modelos pg.11
12 Temas de Interesse Comércio Internacional Valor Econômico Continuação: Yoshiaki Nakano do Japão, Coréia do Sul e China, criando empresas campeãsmundiais nãoéopção, pois amaioria dos setores é dominada por multinacionais, que têm estratégia própria, ainda mais em um país com taxa de câmbio instável, tendência à sobreapreciação e que se nega a fazer acordos de livre comércio. Resta a política industrial Mas até agora as sucessivas políticas industriais têm sido uma sucessão de fracassos, partindo de diagnósticos errados, com ausência de pragmatismo e uma coleção de sonhos e desejos nunca realizados, sempre embasados num modelo de indústria que referimos acima e na ilusão de que seríamos um "global trader". Sem uma visão global da dinâmica industrial, excluindo-se dos acordos de livre comércio, governos incompetentes incapazes de definir claramente a direção estratégica, ficamos presos ao passado e à visão de industrialização da primeira metade do século passado. Estamos assim condenados à semi-estagnação, com indústria declinante e crescimento dependente da agricultura e serviços pessoais? Creio que não, mas os desafios são enormes. Precisamos sim de uma radical mudança na visão estratégica, uma profunda reforma na ordem política e, dentro desta, uma reforma drástica na burocracia brasileira e na forma como ela se relaciona ção dos mercados. Precisamos sim de uma redistribuição de competências, para cada nível da federação para aproximar o Estado do mercado e dos empresários. Não pode ser mais uma ação estatal de cima para baixo. A ação do Estado deve ser interativa e experimental o esforço do empreendedor, inovação, aproveitamento de oportunidades locais são fundamentais. Ao Estado cabe o papel se suprir as falhas de coordenação dos mercados e esta coordenação é sempre específica para cada indústria. Esta tarefa de transformação gigantesca se iniciaria pela implantação de um sistema regionalmente descentralizado, do que Hausmann e Rodrik chamaram de "auto-descoberta" no que somos bons e competitivos, isto é, onde temos vantagens competitivas. Aí sim, quem sabe podemos ter uma Nova Política Industrial, completamente diferente das anteriores e adequada para este início de século XXI. Não custa sonhar! Yoshiaki Nakano com mestrado e doutorado na Comell University, é professore diretor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (F- GV/EESP) e escreve mensalmente neste espaço. pg.12
13 Temas de Interesse Questões Trabalhistas Valor Econômico Levy prepara produtores para tempos de vacas mais magras Política agrícola Edna Simão AGRONEGÓCIOS agropecuária é uma das atividades que respondem com mais facilidade e rapidez aos indicadores econômicos. Estamos contando com isso". De Rio Verde (G0) Em evento com agricultores ontem em Rio Verde (GO), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, preparou o setor de agronegócios para conviver com condições mais restritivas de crédito neste ano devido ao cenário de ajuste nas contas públicas. Durante tradicional feira anual promovida pela cooperativa Comigo, Levy e a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, informaram que o governo deverá anunciar as regras para a contratação de crédito para pré-custeio até o fim desta semana. Já as condições do Plano Safra 2015/16 deverão ser conhecidas até o fim de maio. Os ministros não informaram qual será o volume total de recursos do plano, nem suas taxas de juros. Kátia Abreu confirmou, contudo, que a presidente Dilma deverá editar uma medida provisória autorizando a liberação de recursos prometidos - e ainda represados - para atender à demanda dos produtores pelos subsídios aos prêmios do seguro rural. "A presidenta garantiu que eu poderia usar R$ 300 milhões deste Orçamento, e será via MP. Nós pagaremos todo o seguro agrícola. Isso já está negociado, com data marcada com as seguradoras. E não vai atrapalhar a tomada de recursos, tomada do crédito e, muito menos, o seguro da próxima safra", disse. A ministra tentou tranquilizar os agricultores quanto ao aumento das taxas de juros que serão praticadas no pré-custeio e no próximo Plano Safra. "A presidenta Dilma não permitiria, e nem o ministro Joaquim Levy, nenhum juro incompatível com o setor. A Sem revelar quanto os juros poderão subir, Levy complementou que deve trabalhar por um aumento do crédito para a classe média rural do país entre 20% e 25% neste ano. E garantiu que haverá recursos suficientes, dentro do realismo, para atender ao setor. Kátia Abreu foi além. "Não teremos diminuição de recursos no Plano Safra. Mas sou franca com meus amigos: os juros não serão os mesmos. Estamos em outras condições fiscais. Teremos ajuste nos juros, masserãolimites epercentuais compatíveis com nossa realidade". Ela também destacou que é preciso pensar em um Plano Safra de médio e longo prazos que "respeite" as condições financeiras do Tesouro Nacional. "Não queremos trabalhar no improviso", disse, acrescentando que está sendo desenhado no ministério uma Lei Agrícola para o Brasil nos moldes da que é adotada nos EUA. Em um auditório com a capacidade máxima para 690 pessoas lotado, Levy apresentou um rápido diagnóstico da economia e ressaltou que o país passa por um momento de "ajuste e reequilíbrio". "Não podemos correr risco com a questão fiscal". Para o ministro, o momento é de "recalibrar algumas coisas". "Nós estamos vivendo um momento diferente em que o câmbio ajuda nos preços de várias coisas e também impacta nos custos", frisou, ressaltando que no balanço final isso é favorável para o setor. Sobre o projeto de terceirização de trabalhadores, que atrai grande atenção do setor, Levy defendeu que as contribuições trabalhistas, no caso da pg.13
14 Temas de Interesse Questões Trabalhistas Valor Econômico Continuação: Levy prepara produtores para tempos de vacas mais magras terceirização, sejam pagas pela empresa contratante. Segundo ele, isso evitaria que o trabalhador tivesse uma surpresa indesejada no futuro. "O avanço das medidas no Congresso Nacional são fundamentais para trazer tranquilidade para o trabalhador e um ambiente de segurança para o investidor", afirmou. O ministro reforçou que o objetivo do governo é disponibilizar os recursos para o Plano Safra, inclusive para o custeio, o mais rápido possível. Mas também reiterou que tudo será feito de acordo com a atual situação fiscal do país. "Precisamos decidir rapidamente essas questões, inclusive as que estão no Congresso". Para o ministro, é fundamental que o país volte a crescer e fortaleça sua classe média, inclusive no campo. E louvou o agronegócio, que definiu como uma atividade com "pujança incrível". pg.14
15 O Estado de S. Paulo 'Indústria chega sem fôlego ao ajuste' ECONOMIA tradicional comportamento "pare e siga" ("stop and go") do crescimento econômico, sempre dependente da atividade global. A seguir, os principais trechos da entrevista: Como a indústria enfrentará a crise atual? Aperto. 'A indústria trabalha há muito tempo com câmbio apreciado', diz Kupfer Entrevista Davld Kupfer, professor da UFRJ --- Para economista, período de ajuste da economia não pode ser longo, sob o risco de pôr as empresas em situação ainda mais difícil Vinícius Neder - A indústria brasileira chega ao contexto de mudança de rumo na economia ''bastante mal posicionada" e "sem fôlego". Por isso, o período de ajustes não pode se estender mais do que um ano ou um ano e meio, segundo o economista David Kupfer, que, após três anos e meio como assessor da Presidência do BN- DES, está de volta ao Grupo de Indústria e Competitividade (GIG) da UFRJ, para se dedicar à pesquisa acadêmica. Para ele, o que falta é a sinalizaçãodos caminhos após o ajuste. Semisso, o risco é o investimento seguir retraído e, quando a economia se recuperar, a volta da demanda ser atendida com capacidade produtiva antiga, improdutiva e de alto custo. O resultado é inflação pressionada e o Há um compromisso com um ajuste, eminentemente fiscal, que tem como elementos a retomada de umsuperávit primário, a manutenção da taxa de juros elevada por um período de tempo em torno de dois anos e a transição para uma taxa de câmbio mais desvalorizada. É uma mudança importante no mix macroeconômico. Tudo está um pouco apoiado em como esse momento vai ser digerido pelo sistema econômico. Se a economia consemix, então, vamos ter um quadro que vai trazer alguma mudança nos setores (industriais) que vão estar em expansão, realizando investimentos mais intensivos em modernização, ou mesmo em substituição de equipamentos. O ajuste e o novo mix são positivos para a indústria? Ainda estamos numa fase em que o ajuste está sendo colocado como um fim em si mesmo. A percepção é de um ajuste como uma etapa necessária para alguma coisa que não sabemos o que é. Não há uma visão de política econômica mais longa que permita extrair implicações para a atividade produtiva em geral. Há uma necessidade de completar uma transição em direção a uma taxa de câmbio mais desvalorizada, que traz implicações relativamente profundas sobre a organização do tecido industrial. A indústria passou muito tempo com câmbio apreciado? Sim, o que significa que está há muito tempo trabalhando com uma baixa competitividade de ex- pg.15
16 O Estado de S. Paulo Continuação: 'Indústria chega sem fôlego ao ajuste' portação, trabalhando com uma rentabilidade nas operações internas comprimida pelo preço de importação, particularmente em manufaturados, que tem levado, na medida do possível, àquele processo de substituição de insumos locais por insumos importados, numa tentativa de reduzir os custos de produção. Com a mudança do dólar, essa estratégia, que é uma estratégia de flexibilidade de "sourcing" (fornecedores), entra em xeque. Como a indústria está posicionada perante o ajuste? A indústria chega bastante mal posicionada porque ela já vem sem gordura para poder acomodar esse período de retração. A indústria já vem sem fôlego e isso sugere que o período de ajustamento não pode se estender demais, porque se isso não se resolver num tempo satisfatório, essas empresas já sem fôlego talvez enfrentem dificuldades maiores. O que seria tempo satisfatório? Éumano,umanoepouco,daqui para 2016, para meados de A gente não pode, e isso é parte de uma agenda de política econômica, deixar o sistema industrial hibernando, esperando a bonança, para voltar a se colocar em movimento. De algum modo, há que se criar as condições para que, rapidamente, o investimento retome, para que, quando a economia melhorar e voltar a crescer, você já esteja construindo capacidade nova. O que pode ocorrer se a indústria ficar hibernando? Suponha que tudo funcione macroeconomicamente, daqui aumanoemeio aeconomia começa acrescer, e a gente não terá capacidade de atender esse crescimento e vai atender com a capacidade prévia existente, com um estoque de capital de relativamente baixa produtividade, defasado tecnologicamente. Aí, a oferta vai encontrar uma demanda mais animada, mas ela vai fazer isso com custos crescentes e vamos ter pressões inflacionárias. Vai parecer que há uma inflação de demanda, mas não pode existir inflaçãodedemandase agente está numprocesso deestagnação há quatro anos. O que ocorre se esse quadrose repetir com o câmbio elevado? Vai acontecer o que é o padrão histórico recente, dos últimos 30 anos, que é o "stop and go". A economia começa a crescer, rapidamente encontra restrições, a inflação começa a reagir e a aumentar, a política (monetária) é obrigada a atuar, para fazer a economia caber na capacidade de produção. A gente vai saber claramente que a economia brasileira só poderá ter um surto de crescimento se as condições externas forem muito favoráveis. Como isso não é esperado, o nosso "stop and go" será mais "stop" do que "go". pg.16
17 O Estado de S. Paulo Foxconn não cumpre promessas no Brasil ECONOMIA únicos feitos fora da China, custam aproximadamente US$ 1 mil como é o caso do iphone 5S de 32 gigabytes - e está entre os maiores valores do mundoe cercadeduas vezes o preço nos EstadosUnidos. Montagem. Reunião na fábrica da Foxconn, em Jundiaí: só empregos sem qualificação As vendas de iphones da Apple no Brasil ainda sobem. As remessas subiram mais de 40%, para 2,9 milhões no ano passado, de acordo com pesquisas da Gartner. A Apple não quis comentar. Representantes do governo brasileiro e da Foxconn recusaram-se a falar sobre a razão de resultados tão abaixo das previsões iniciais. Investimentos da empresa taiwanesa no País ficaram abaixo do prometido em Quando a taiwanesa Foxconn aceitou em abril de 2011 que fabricaria produtos da Apple no País, a presidente Dilma Rousseff e seus conselheiros prometeram que até US$ 12 bilhões em investimentos nos próximos seis anos transformariam o setor de tecnologia brasileiro e o colocariam na vanguarda do desenvolvimento de telas sensíveis ao toque. Uma nova cadeia de suprimentos seria criada, gerando empregos de alta qualidade e derrubando os preços de cobiçados aparelhos eletrônicos. Quatro anos depois, no entanto, nada disso se tomou realidade. A Foxconn criou apenas uma pequena fração dos 100 mil empregos que o governo projetou, e a maior parte das vagas é de baixa qualificação. Há poucos sinais de que tenha sido catalisadora do setor de tecnologia brasileiro ou criado uma cadeia de suprimentos local. Os iphones agora produzidos perto de São Paulo, os Atraso. Enquanto a Foxconn aumentou a montagem de iphones e ipads no Brasil durante 2012, colhendo benefícios fiscais, a empresa fez compromissos públicos e previu um investimento inicial de R$ 1 bilhão para criar um parque industrial local de produção decomponentesem dois anos em Itu,no interior de São Paulo. Hoje, o local permanece vazio. Escavadeiras começaram a nivelar a terra no fim do ano passado. O vereador Givanildo da Silva, que ajudou na doação de aproximadamente 100 hectares de terra para a Foxconn, desde então se virou contra o projeto. "As pessoas estão realmente frustradas", disse. "Ainda estamos esperando todos aqueles empregos que até agora são promessas vazias." A prefeitura de Itu disse, em comunicado, que deu todo o apoio necessário para levar a Foxconn à cidade, recusando-se a informar as razões do atraso. A Foxconn disse, em nota, que a fábrica deve se tomar operacional até o fim deste ano,elevandosua força de trabalho a mais de 10 mil funcionários no Brasil, apesar de não fornecer seu número atual de funcionários ou informar quantos trabalham atualmente nos produtos da Apple. pg.17
18 O Estado de S. Paulo Continuação: Foxconn não cumpre promessas no Brasil A Foxconn tem hoje cinco fábricas no País quefazem produtos sob contrato para várias companhias de tecnologia, incluindo uma unidade que produza aparelhos da Apple em Jundiaí, a 50 km de São Paulo. Sem futuro. Trabalhadores entrevistados do lado de fora da fabrica disseram que ainda não há trabalho tão qualificado. "Você ouve Foxconn e Apple e logo pensa que é algo especial. Mas não há glamour lá. E um trabalho sem saída", disse Andressa Silva, de 19 anos. Andressa testa iphones na fabrica por cerca de US$80 por semana, cerca de US$ 15 acima do salário mínimo. Ela e diversos colegas reclamaram do trabalho monótono e da falta de oportunidades de ascensão. Evandro Oliveira Santos, líder do sindicato local de metalúrgicos, disse à Reuters que a entidade está organizando uma greve na fabrica. Seria a quarta paralisação em quatro anos. A Foxconn recusou um pedido de visita à fábrica, mas disse que trabalha para atender padrões internacionais. --- Reconhecimento "Você ouve os nomes Foxconn e Apple e logo pensa queéalgo especial. Mas nãoháglamour lá (nafábrica da empresa). É um trabalho sem saída." Andressa Silva FUNCIONARIA DA UNIDADE DA FOXCONN EM JUNDIAÍ pg.18
19 O Estado de S. Paulo Lu Aiko Otta Investimento deve continuar em queda Depois de atingir, em 2014, a menor taxa dos últimos cinco anos, os investimentos deverão continuar em queda este ano.éo quepreveemos pesquisadoresjosé Roberto Afonso e Bernardo Fajardo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "A perspectiva é negativa e a situação, bastante complicada", resumiu Fajardo. O ajuste nas contas públicas, a crise das construtoras e o rebaixamento da nota de crédito da Petrobrás serão os principais obstáculos. O trabalho decompõe os investimentos nos últimos 20 anos entre setor privado, setor público e empresas estatais. O objetivo foi compreender como cada grupo atuou na formação bruta de capital fixo no País e, assim, traçar uma perspectiva para o futuro e uma estratégia de recuperação. Eles constataram queo setorprivado, responsável pela maior fatia dos investimentos, atua conforme os ciclos de alta e baixa da economia. De forma que, no atual quadro, tende a reduzir seus gastos em expansão da capacidade de produção. A menos que haja um conjunto de estímulos consistentes, e não as desonerações tributárias e subsídios localizados que marcaram o governo anterior. O setor enfrenta no momento um grande gargalo, que é a redução e encarecimento do crédito. ECONOMIA Estatais. Comparando o quadro de 2014 com o de 20 anos atrás, os pesquisadores constataram que ataxa de investimento caiu no período, de 20,75% do Produto Interno Bruto (PIB) para 16,81% do PIB. O único grupo que apresentou aumento nos investimentos foram as empresas estatais, que passaram de 0,76% do PIB para 1,86% do PIB. Elas, que representavam 3,68% do total dos investimentos em 1994, responderam por 11,08% em Esse movimento foi liderado pela Petrobrás, que se converteu numa alternativa do governo para estimular os investimentos, principalmente após a crise de 2008/2009. Em 1994, ela representava 57,8% do total das estatais, passando para 89,1% em Mas a estratégia de puxar os investimentos pela estatal do petróleo começou a falhar em já em "A operação Lava Jato contribuiu, mas o principal é a perda de credibilidade da Petrobrás por questões gerenciais e o corte do rating", avaliou Fajardo. O rebaixamento da nota de avaliação de crédito vai encarecer as captações de recursos da empresa e puxar para baixo seus investimentos este ano. O que evitou uma queda mais acentuada do investimento no ano passado foi o setor público, notadamente Estados e municípios. --- Os números mostram que quem remou contra a maré da baixa na economia nos últimos anos, buscando aumentar investimentos em momentos de crise, foram as empresas estatais e o próprio governo, notadamente os de Estados e municípios. Porém, há problemas nesses dois motores. No caso das estatais, pelas dificuldades enfrentadas pela principal delas, a Petrobrás. No setor público, por causa do ajuste fiscal. Impactos "A operação Lava Jato contribuiu, mas o principal é a perda de credibilidade da Petrobrás." Bernardo Fajardo PESQUISADOR DO IBRE/FGV pg.19
20 O Estado de S. Paulo Após 14 semanas, mercado reduz projeção de inflação ECONOMIA administrados pelo governo. As projeções para os preços administrados se mantiveram em 13% para 2015, mesmo valor da semana passada. Um mês antes, a mediana estava em 12%. Para o BC, os preços administrados devem apresentar alta menor, de 11% em Analistas ouvidos pelo boletim Focus, do Banco Central, preveem inflação de 8,13% este ano e de 5,60% em 2016 Victor Martins Depois de 14 semanas consecutivas de projeções em alta, os analistas ouvidos pelo Banco Central para o boletim Focus reduziram a previsão para a inflação deste ano. Apesar da redução, o número continua elevado e muito acima do limite de tolerância, definido em 6,5%. Nesta semana, os analistas passaram a projetar 8,13% para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); na semana passada essa expectativa estava em 8,20%. O cenário para o Produto Interno Bruto (PIB) apesar de negativo, não piorou entre uma semana e outra. A projeção continua sendo uma retração de 1,01%. Essa foi a primeira vez, também depois de 14 semanas seguidas de deterioração, que esse indicador apresentou estabilidade. Há quatro semanas, a previsão do PIB indicava uma queda de 0,78%. Para 2016, a expectativa do PIB caiu de 1,10% para 1%. Energia. A previsão do BC leva em conta variações ocorridas, até fevereiro, nos preços da gasolina (84%) e do gás de bujão (1,2%). Além disso, o Banco Central prevê redução de 4,1% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 38,3% nos preços da eletricidade em Já para 2016, a expectativa no boletim Focus é a de que a pressão para a inflação dos preços administrados seja menor. A mediana das estimativas continuou em 5,50% pela nona vez consecutiva. Top 5. Entre o grupo de analistas que mais acertam as previsões, chamado de Top 5, a expectativa para a inflação piorou. A mediana para o IPCA deste ano segue acima da banda superior de 6,5% da meta e passou de 844% para 8,73%. Quatro semanas atrás, estava em 8,33%. Para o fim de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi mantida em 5,60%. Já no Top 5, a projeção para a inflação ao final do ano que vem foi corrigida para próximo do limite máximo de tolerância ao passar de 5,64% para 640% - um mês antes estava em 5,61%. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação do Parte desse quadro é puxada pelo ajuste dos preços pg.20
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