PALAVRAS DO GOVERNADOR TASSO JEREISSATI POR OCASIÃO DA ABERTURA DO SEMINÁRIO "LIDERANÇA JOVEM NO SECULO XXI", AOS 07/03/2002 ~j ~/02
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- Augusto Barros Felgueiras
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1 PALAVRAS DO GOVERNADOR TASSO JEREISSATI POR OCASIÃO DA ABERTURA DO SEMINÁRIO "LIDERANÇA JOVEM NO SECULO XXI", AOS 07/03/2002 ~j ~/02 Excelentíssimo Senhor Enrique Ig lesias, Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Excelentíssi~Senhora Ruth Cardoso, Primeira Dama do Brasil, Demais Autoridades, Senhoras e Senhores, -4 É com grande honra e imensa satisfação que apresento minhas mais cordiais boas-vindas aos participantes do Seminário "Liderança Jovem no Século XXI", primeiro evento oficial da Reunião Anual das Assembléias de Governadores do BID e da UI, que Fortaleza e o Estado do Ceará têm o privilégio de sediar neste ano.
2 O Ceará recebe de braços abertos a cada um dos participantes de um evento que vem destacar a força da liderança jovem na construção de um futuro melhor para toda a região. A população mundial já passa de seis bilhões e o Brasil, como o maior país da América Latina, ocupa o 50 lugar dentre as nações mais populosas, com 172 milhões de hgbitantes, representando 2,8% população mundial. - Qual é o maior desafio para os jovens no século XXI? - 1 Sem dúvida, uma das maiores preocupações refere- ao mercado de trabalho, cada vez mais competitivo e excludente. da Segundo a Organização Internacional do Trabalho (Oir), a economia brasileira terá de crescer 5% ao ano só para manter a atual taxa de desemprego, que é de 7,8O/0. Isso significa que um volume líquido de 22 milhões de novos postos de trabalho terá de ser criado até Sem dúvida um grande desafio!
3 Por outro lado, as análises disponíveis mostram que o jovem é a maior vítima do desemprego. Nos anos 90, esse cenário foi agravado ainda mais. Entre 1989 e 1997, o Brasil perdeu 2,5 milhões de postos de trabalho e 62% deles eram ocupados por jovens. A taxa de desemprego juvenil cresceu de 4,5% para 13,9%. O número de jovens excluídos do mercado chega a mais de três milhões, o que corresponde quase à metade dos desempregados. -.- As antigas portas de ingresso no primeiro emprego - a construção civil para os pobres, bancos e comércio para a classe média e administração pública e gerência no setor privado para os ricos, foram limitadas. Por outro lado, as exigências no processo de. seleção aumentam, e as vagas existentes passam a ser ocupadas pelos adultos com mais qualificação e experiência.
4 As saídas para o problema são conhecidas. Elas envolvem a adoção de um modelo de crescimento econômico mais intensivo na criação de empregos e uma política educacional mais voltada para as exigências do mercado. A grande dificuldade é pôr em prática uma estratégia consistente e abrangente para operar essas duas mudanças. Pesquisas realizadas no Brasil e noutros países mostram que a escolaridade ainda faz a diferença e, /I apesar dos enormes avanços já alcançados, grandes investimentos precisam ser feitos, não só para ampliar as oportunidades de aprendizagem como, especialmente, no tocante à qualidade do ensino. Por.outro lado, apesar das expectativas depositadas nas novas tecnolog'ias como fator de redução das desigualdades, as assimetrias existentes parecem resultar, ao contrário, no aumento das diferenças entre os povos. Tecnologias como a Internet, por exemplo, têm o poder de transformar a educação, porém, a menos que o acesso seja garantido a todos, ela estará apenas ampliando a diferença de aprendizagem e
5 oportunidades entre ricos e pobres. Há fortes esperanças de que os governos, o setor privado e a sociedade civil se unam para fazer frente a esse desafio. Organizações não- governamentais e mesmo governos locais têm mostrado que podem solucionar alguns velhos problemas que os Governos Nacionais e o setor IL privado têm dificuldade de resolver, baseando suas ações em inovações tecnológicas e gerenciais, além de articularem e envolverem a participação da sociedade em diversos compromissos, como o trabalho voluntário, dos jovens em busca de um futuro melhor para todos. A hora é dos jovens, e cabe a eles - com o apoio de todos - buscar o seu espaço. Observamos, com satisfação, que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) vem estabelecendo estratégias de ação com e para a juventude, criando magníficos mecanismos de cooperação internacional. No entanto, em muitos países da América
6 Latina, inclusive o Brasil, faltam ações objetivas e espaços para que as lideranças jovens exerçam o seu verdadeiro papel que é o de alavancar o desenvolvimento nacional. Todavia, a falta de informações precisas sobre o futuro faz com que os jovens não tenham a noção exata do que fazer. Conforme mostrou 4 recente pesquisa, a maioria dos universitários entram no ensho superior em busca de formação em vez de informação, não se interessando por política e/ou economia, sendo bem menos politizados do que os das gerações passadas. Insistem em profissões clássicas, desconhecendo as perspectivas de novas áreas em ascensão. O mercado de trabalho neste Século XXI exige, cada vez mais, que os profissionais saibam ouvir, se comunicar, procurar resultados e ter uma vida pessoal saudável, além de disporem de conhecimentos de línguas, tecnologia e informática e de estarem engajados socialmente. As evidências mostram quais seriam os
7 caminhos para reduzir as taxas de desemprego e, por conseguinte melhara perspectivas para os jovens. Afirmam que a reversão do quadro só acaba com o crescimento econômico sustentado, capaz de criar bastante emprego. Outros apontam a necessidade de redução do custo da contratação da mão-de-obra, o estímulo ao crédito, com maiores financiamentos e menores taxas de juros. Há quem defenda a restrição a importações e a redução da jornada de trabalho, mas o que fica bem patente é a imprescindível criação de mecgnismos para a qualificação profissional. Mas, afinal, quais são as perspectivas para o jovem neste novo Século? Os números mostram que, nos moldes atuais, terão menos oportunidades os que não estiverem devidamente preparado para os novos tempos, especialmente se os níveis de educação forem baixos. Diante desse cenário, cabe aos jovens se organizarem e lutarem por - mudançãç. Penso que t
8 experiências exitosas em diversos países para aumentar a 'empregabilidade" dos jovens em áreas como cultura, lazer e assistência social poderiam ser melhor conhecidas e adotadas com ajustes na América Latina em geral e no Brasil em particular. Porque não seguirmos os bons exemplos? Por fim, concluo dizendo que a existência de um grande número de jovens constitui, ao invés de um problema, um patrimônio inestimável e um extraordinário potencial de competitividade no cenário mundial. Todos clamam por oportunidades e caberia ao Poder!Público a definição das políticas para a juventude. Entretanto, face aos múltiplos e complexos problemas nacionais, a responsabilidade por soluções deve partir de todos. Está em jogo o futuro de milhões de jovens e, por conseqüência, de todas as Nações, e as soluções dependem de todos nós. MUiTO OBRIGADO
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