X Legislatura Número: 55 III Sessão Legislativa (2013/2014) Terça-feira, 29 de julho 2014 REUNIÃO PLENÁRIA DE 29 DE JULHO

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1 Região Autónoma da Madeira Diário Assembleia Legislativa X Legislatura Número: 55 III Sessão Legislativa (2013/2014) Terça-feira, 29 de julho 2014 REUNIÃO PLENÁRIA DE 29 DE JULHO Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho Ana Mafalda Figueira da Costa Sumário O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 12 horas e 30 minutos. PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Deu-se início à discussão do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito, sobre Os contratos relativos às parcerias público-privadas Vialitoral e Via Expresso, de acordo com o regimento específico aprovado pela Conferência de Líderes, tendo usado da palavra para intervir, na qualidade de relator, na apresentação do mesmo, o Sr. Deputado Élvio Encarnação (PSD). Intervieram ainda os Srs. Deputados Raquel Coelho (PTP) e Rui Almeida (PAN). A continuação da discussão deste ponto fica agendada para a próxima sessão. O Sr. Presidente declarou encerrada a Sessão às 12 horas e 37 minutos.

2 O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Bom dia, Srs. Deputados. Façam o favor de ocupar os vossos lugares. Estavam presentes os seguintes Srs. Deputados: PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos de Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Ana Maria de Gouveia Serralha Bruno Miguel Velosa Freitas Pimenta Macedo Edgar Alexandre Garrido Gouveia Élvio Manuel Vasconcelos Encarnação Emanuel Sabino Vieira Gomes Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos Jaime Filipe Gil Ramos José António Coito Pita José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Lino Tranquada Gomes José Luís Medeiros Gaspar José Miguel Jardim Olival Mendonça José Paulo Baptista Fontes José Savino dos Santos Correia Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Miguel José Luís de Sousa Nivalda Nunes Silva Gonçalves Roberto Paulo Cardoso da Silva Rui Miguel Moura Coelho Vânia Andrea de Castro Jesus Vicente Estevão Pestana CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) António Manuel Lopes da Fonseca José Lídio Figueira Aguiar José Roberto Ribeiro Rodrigues Lino Ricardo Silva de Abreu Luísa Isabel Henriques Gouveia Maria Isabel Vieira Carvalho de Melo Torres Mário Jorge de Sousa Pereira Martinho Gouveia da Câmara PARTIDO SOCIALISTA (PS) Ana Carina Santos Ferro Fernandes Avelino Perestrelo da Conceição Carlos João Pereira Maria Luísa de Sousa Menezes Gonçalves Mendonça Maximiano Alberto Rodrigues Martins Vítor Sérgio Spínola de Freitas PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Manuel da Mata Vieira Coelho Raquel da Conceição Vieira Coelho PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Freitas Gomes Silva PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) Hélder Spínola de Freitas PARTIDO PELOS ANIMAIS E PELA NATUREZA (PAN) Rui Manuel dos Santos Almeida MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira DEPUTADO INDEPENDENTE José Pedro Correia Pereira Srs. Deputados, dispomos de quórum, declaro aberta a Sessão. Pág. 2

3 Eram 12 horas e 30 minutos. Não haverá lugar ao período de antes da ordem do dia, vamos entrar, por isso, na nossa ordem de trabalhos. ORDEM DO DIA E temos uma Iª Parte, que tem como ponto 1 a apreciação de um relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito, sobre Os contratos relativos às parcerias público-privadas Vialitoral e Via Expresso, de acordo com o regimento específico aprovado pela Conferência de Líderes. Está à discussão. E dou a palavra, para a intervenção de apresentação do relatório, ao Sr. Deputado Élvio Encarnação. O SR. ÉLVIO ENCARNAÇÃO (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, uma breve apresentação do trabalho que me foi incumbido por esta Assembleia, um trabalho ao qual, antes da apresentação, gostaria de agradecer também a colaboração que foi dada pela antiga Deputada, a Dra. Maria João Monte, pois, sem o recurso aos apontamentos que a mesma retirou nas diversas audições, seria impossível realizar o trabalho que me foi proposto. Tentei fazer um relatório simples, com uma primeira parte, em que se definiu qual era a missão da comissão parlamentar de inquérito, quais eram os objetivos, que foram claramente identificados, que era apurar a legalidade dos atos administrativos praticados pelo Governo Regional subjacentes aos contratos celebrados no âmbito das parcerias público-privadas; um segundo objetivo, que era apurar eventuais responsabilidades decorrentes dos atos administrativos referidos no ponto anterior; e finalmente, um terceiro objetivo, que era apurar os efeitos das contrapartidas para o sector público, decorrentes dos contratos celebrados. Também, ainda nesta primeira parte, foi definida a composição da referida comissão parlamentar de inquérito, assim como fiz referência às nove reuniões realizadas pelos elementos da comissão. O relatório, numa segunda parte, procura transcrever tanto quanto possível, procura relatar tanto quanto possível o resultado das audições que foram aprovadas pela comissão. E, finalmente, termina com uma terceira parte, que são as conclusões e as quais eu passava a enunciar: 1- A legalidade dos atos administrativos praticados pelo Governo Regional, subjacentes aos contratos celebrados no âmbito das PPP não está como nunca esteve em causa. O próprio Tribunal de Contas, consultado previamente à celebração de tais contratos de concessão informou que os mesmos não estavam sujeitos a visto prévio e nos Relatórios elaborados não é colocada em causa a sua legalidade. O Tribunal de Contas nunca apontou qualquer ilegalidade ao funcionamento destas concessões. As empreitadas de construção foram fiscalizadas pelo Tribunal de Contas. A VIALITORAL já foi objeto de fiscalização concomitante e a VIAEXPRESSO pode vir a sê-lo em qualquer altura. 2- Como nada há a apontar quanto à legalidade de tais contratos de concessão, que decorrem de soluções legislativas com legitimidade parlamentar, inexistem consequentemente quaisquer responsabilidades decorrentes desses atos e contratos administrativos. 3- Quanto ao efeito das contrapartidas para o setor público, não foi nem é colocada em causa a importância estruturante das vias integradas nestes contratos. Não foi questionada a estratégia de infraestruturação do território efetuada pelo Governo Regional da Madeira. A Região não foi pioneira neste tipo de contratos que se revelaram um instrumento financeiro a que o Governo Regional recorreu num momento de grande concentração temporal de um vasto conjunto de obras públicas. Estão a ser efetuadas diligências para a renegociação destas PPP, em conformidade com os objetivos fixados pela Troika, as quais se têm revelado complexas dado a banca ser ao mesmo tempo financiadora e acionista. Reduzir serviços, grandes reparações (a segurança tem de manter os standards europeus) e a TIR continuam a ser os objetivos a alcançar, para os quais a Região tem sido assessorada pela UTAP do Ministério das Finanças. As propostas feitas até agora ficaram aquém das expectativas do Governo Regional.. São estas as conclusões que eu pude apurar no âmbito do relatório e que deixava agora à discussão dos Srs. Deputados. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado. Sra. Deputada Raquel Coelho para uma intervenção, tem a palavra. A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Obrigada, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, gostaria de frisar que acho curioso que tenha sido o Deputado Élvio Encarnação a defender este relatório, quando existe outros deputados na bancada do PSD mais conhecedores e mais vocacionados para defender esta matéria. Apartes inaudíveis na bancada do PSD. Quanto ao documento e discussão, acho que não é preciso nenhum relatório, embora que um tendencioso, como este aqui, em discussão, para perceber que as parcerias público-privadas foram claramente um negócio ruinoso para os cofres da Região. Está mais que claro o desrespeito para com o dinheiro dos contribuintes, que só para o ano de 2014 são 140 milhões apenas para a exploração e a manutenção da Via Expresso e da Vialitoral, já que as despesas de construção das vias rápidas estiveram a cargo da Região, ao contrário daquilo que foi feito no plano nacional. Eu acho que é simplesmente incompreensível, numa terra tão paupérrima como a Madeira, a atribuição de um valor tão avultado, tendo em consideração que existem inúmeras faltas noutros sectores da Região, como é o caso da saúde. Pág. 3

4 Depois, não percebo o porquê do Governo Regional e do PSD insistirem que este é um negócio vantajoso para a Madeira e para os madeirenses. Se assim o é, porque é que o esconderam durante tanto tempo da opinião pública? Se era um negócio vantajoso para a Região, porque é que não anunciaram de imediato os termos do contrato? Depois, aqui está bem claro um ato criminoso de esbanjamento de dinheiros públicos, e apesar da constante denúncia de vários partidos aqui representados, nada foi feito, nada foi alterado, no sentido de se diminuir as rendas pagas às parcerias público-privadas. E o que me espanta ainda mais, é que este é um assunto que já foi sobejamente falado, já foi falado na imprensa regional, apesar de escondido pelo Jornal da Madeira, é falado nas redes sociais, na blogosfera, mas parece que muitos madeirenses e porto-santenses não estão atentos. Vejamos só a quantidade de pessoas que estavam na festa do PSD, no Chão da Lagoa. As pessoas parecem não querer saber da realidade Apartes inaudíveis. Burburinho. e da razão que explica o porquê da situação aflitiva em que a Madeira hoje se encontra, e parece que estão dispostas a pagar os milhões que ainda falta pagar até o fim do contrato. É caso para dizer que O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Deputada. A ORADORA:- existem certos deputados aqui nesta Casa que agradecem a devoção masoquista de determinados madeirenses e porto-santenses! Tenho dito. Muito obrigada. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada. Sr. Deputado Rui Almeida para uma intervenção, tem a palavra. O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, acerca deste relatório da comissão parlamentar de inquérito, portanto, os contratos relativos às PPP, Vialitoral e Via Expresso, o que se observa e estranha é a comissão parlamentar de inquérito ter única e exclusivamente membros do PSD para funções identificadas, como presidente, vice-presidente, secretário, relator. E observa-se também dois períodos, um de sete meses, outro de oito meses, sem reuniões, e pode-se discutir se isto realmente é razoável para uma comissão de inquérito. Mas vamos, então, aos resultados que estão neste relatório, das audições. E passo a citar: a RAM não gerava nem disponha de receitas próprias suficientes para fazer face a todo este conjunto de grandes obras.. E isto é o fim da citação. E então, qual foi a solução? Foi fazer, então, estas parcerias, fazer na mesma estas obras (não é?), fazer as parcerias público-privadas e, a meu ver, o que devemos ler aqui é fazer endividamento. Mais à frente (vou fazer outra citação) diz-se: Se pudesse continuar a política de investimentos públicos, sem recurso às PPP, tê-lo-ia prosseguido.. Bem! A meu ver, esta frase é mais um hino ao mesmo, ao endividamento, e é tipo uma alucinação, a meu ver, de querer fazer tudo e logo, e isso, então, levou a justificar a fazer estas parcerias público-privadas. Portanto, e um pouco mais à frente diz-se e reconhece-se, que o serviço através das PPP é mais caro do que se fosse o próprio Governo a fazer, mas, enfim, como queremos as coisas feitas logo, na hora, pagamos mais por isto, portanto, supostamente, todo este investimento feito terá alavancado a nossa economia regional, e, a meu ver, houve um nítido excesso neste tipo de investimento que foi feito (e eu não necessito de estudos para afirmar isto), várias intervenções que, a meu ver, não têm qualquer tipo de retorno, aliás, podem, a meu ver, ter é um retorno negativo em termos da imagem turística, da degradação da imagem turística que isto implicou. Também não é segredo nenhum que existe uma promiscuidade entre a classe política e o sistema financeiro e bancário e que, ao estabelecerem concessões envolvendo um banco, abriram a porta, uma pressão e uma negociata contínua para favorecer estes interesses bancários e financeiros. E também, obviamente, empresários O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- Termino já, Sr. Presidente. também só deputados, obviamente que esta promiscuidade estende-se para além do sistema financeiro e bancário! Portanto, o Governo Regional deve estar a perceber perfeitamente quais são as consequências de se ter envolvido neste tipo de concessões e é, com certeza, muito difícil contrariar, nas renegociações que agora são exigidas, contrariar os amigos com que fez negócios. Para terminar, a meu ver, isto é uma questão de opção política, de alimentar a economia da dívida, e é uma questão que tem a ver com a profunda promiscuidade entre o exercício do poder político e os interesses empresariais! Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado. Sr. Deputado Carlos Pereira para interpelar a Mesa, tem a palavra. Pág. 4

5 O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, nos termos regimentais, o Grupo Parlamentar queria pedir 10 minutos de intervalo. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Concedidos. Estão terminados os nossos trabalhos de hoje. Eram 12 horas e 37 minutos. Faltaram à Sessão os seguintes Srs. Deputados: CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) José Manuel de Sousa Rodrigues PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Luís Gonçalves Rocha ****** Pág. 5