Paul Ricoeur, linguagem, finitude e tradução 1. Fernanda Henriques Universidade de Évora

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1 Paul Ricoeur, linguagem, finitude e tradução 1 Fernanda Henriques Universidade de Évora Et l étranger a toujours été inquiétant: il y a donc d autres façons de vivre que la nôtre? C est à cette «épreuve de l étranger» que la traduction a toujours été une réponse partielle Paul Ricour, Sur la traduction Domenico Jervolino, um dos mais conhecidos comentadores de Paul Ricoeur, publica em 2000, um texto intitulado Herméneutique et traduction. L autre, l étranger, l hôte 2, que ele próprio considera une petite glose en marge de l oeuvre de Paul Ricoeur 3, e no qual adianta a hipótese de leitura de a questão da tradução, assumida como paradigma, poder protagonizar, a par dos paradigmas do símbolo e do texto, um momento fundamental da Hermenêutica ricoeuriana. Nomeadamente, Jervolino defende que a questão da tradução poderia ser uma mediação privilegiada para aceder à fenomenologia hermenêutica do si-mesmo, que, como é sabido, constitui o fio condutor de Soi-même comme un autre. Penso que esta hipótese de leitura é interessante, embora seja necessário dar-lhe corpo para poder aferir a sua fecundidade; contudo, a minha tentativa de compreender a articulação do excurso temático de Ricoeur sobre a tradução, com o sentido estrutural do seu pensar, vai noutra direcção. Assim, o que procuro fazer é compreender os enunciados axiais de Paul Ricoeur acerca da tradução no quadro da sua teorização sobre a linguagem e da sua concepção dos limites da razão, ou seja, com o modo ricoeuriano de conhecer e reconhecer os poderes e os constrangimentos da racionalidade humana. Neste quadro, o texto que a seguir se organiza desenvolver-se-á em três tópicos: 1. caracterização do conceito de tradução, enquanto tarefa interminável; 2. abordagem do mesmo conceito, enquanto tarefa ética; 3. enquadramento das linhas caracterizadoras do conceito ricoeuriano de tradução no sentido global do seu pensar. 1 Comunicação apresentada ao Colóquio Internacional Heidegger, Linguagem e Tradução, Lisboa, 2002, e publicado nas respectivas Actas. 2 JERVOLINO, Domenico, Herméneutique et traduction. L autre, l étranger, l hôte, Archives de Philosophie, nº 63, 2000, pp Ibidem, p

2 A tradução como uma tarefa interminável Embora a entrada de Paul Ricoeur na vida pública filosófica também esteja associada à tradução através da versão para francês de Ideen I, de E. Husserl 4, que levou a cabo enquanto prisioneiro de guerra, a intervenção teórica explícita e sistemática deste autor a propósito da questão da tradução apenas ocorre na década de 90, correspondendo a uma série de composições neste campo temático, de que salientaria: A conferência que realizou, em Abril de 1997, no Institut Historique Allemand, em Paris, no contexto do prémio de tradução para a promoção das relações francoalemãs. A retoma desta conferência, sob a forma de lição, que realizou em Nápoles, na Universidade Frederico II, em Maio do mesmo ano. A lição de abertura da Faculdade de Teologia Protestante de Paris, que proferiu em Outubro de A retoma desta mesma lição, no Colóquio intitulado La bénediction de Babel, organizado por D. Jervolino, em Nápoles, em Maio de Já em 2004, Paul Ricoeur edita estes textos em volume 6 adicionando-lhe um outro, inédito, com o título Un passsage : traduire l intraduisible. Tal conjunto de intervenções é constituído por um tipo de texto que ocorre, por vezes, na obra de Ricoeur, em que a força heurística das ideias releva, sobretudo, da concentração textual produzindo a sugestão de uma espécie de nó problemático ou intriga, para usar um dos conceitos que ele trabalhou, onde surgem, como se fossem quase-personagens, as categorias conceptuais de cujas relações e dinâmicas estruturais e estruturantes vem a resultar um quadro teórico à procura de uma explicitação sistemática mais desenvolvida e ancorada. Neste contexto de leitura, diria que, no caso da tradução, as quase personagens que aí emergem dão figura à trilogia estrangeiro, si-mesmo e hospitalidade, cujos constituintes interagem entre si, no interior da ideia-limite de intraduzível, e se organizam do seguinte modo: 4 Idées Directrices pour une Phénoménologie et une Philosophie Phénoménologique. Pures. Traduction, Introduction et notes par Paul Ricoeur, de Ideen I de E. Husserl, Paris, Gallimard, Esta lição será publicada na revista Esprit, de Junho de 1999, sob o título Le paradigme de la traduction (pp. 8-19). 6 RICOEUR, Paul, Sur la traduction, Paris, Bayard,

3 a categoria de estrangeiro subsume a alteridade sob todas as suas formas: o diferente, o alheio, o outro. Tal categoria designa, por isso, tanto as duas línguas particulares presentes uma à outra no momento de qualquer tradução, com tudo o que cada uma dessas particularidades arrasta consigo, como também qualquer outro que, embora habitando o mesmo universo linguístico que eu, me obriga, em certo sentido, a um exercício de tradução para melhor o compreender, por se dar como pertinente e significativa a posição de Steiner de que compreender é traduzir 7 ; a categoria de si-mesmo, não sendo directamente referida, é, contudo, emergente, quer por estar relacionada com a subjectividade que se vê impelida ao processo de tradução, pela dinâmica do desejo do outro, quer pela marcação da diferença entre a língua materna e a língua estrangeira, delimitando a fronteira entre o próprio e o alheio; por fim, a categoria de hospitalidade representa a estrutura possibilitante da própria relação entre o si-mesmo (o próprio) e o estrangeiro (o alheio). Ricoeur nomeia-a, directamente, como hospitalidade da linguagem (hospitalité langagière), relacionando-a com o prazer de receber na sua língua a língua estrangeira, bem como com o prazer de habitar a língua do outro. Esta categoria exerce um papel fundamental na compreensão da posição de Ricoeur sobre o tema em causa, pondo em evidência a dimensão ética que lhe é conferida, na medida em que a hospitalité langagière é tomada como símbolo de outros tipos de hospitalidade desejáveis, nomeadamente as que se referem às confissões religiosas, pelo que, em última análise, indicia todas as formas de busca de fraternidade e de comunhão 8. Por sua vez, os títulos das intervenções de Ricoeur sobre a tradução Défi et bonheur de la traduction, Le paradigme de la traduction e Un passage :traduire l intraduisible dão conta do modo como esta trilogia conceptual estrangeiro, si-mesmo e hospitalidade é pensada numa relação dinâmica, através das expressões desafio e paradigma e, como já foi dito, na fronteira do intraduzível como limite. A ideia de desafio refere-se à natureza do acto de traduzir, descrevendo-a como o confronto insuperável entre o próprio e o alheio; a de paradigma remete para o facto de esse acto de traduzir consubstanciar, por antonomásia, o modelo segundo o qual o binómio próprio alheio se pode articular no quadro da condição humana, que é, afinal, o das mediações imperfeitas sempre aquém da unificação última, 7 Cf. STEINER, George, Aprés babel, Paris, Albin Michel, 1998 (1ª 1975), com cuja posição Paul Ricoeur dialoga, sobretudo no texto Le paradigme de la traduction. 8 Diz, exactamente, o texto de Ricoeur acerca da hospitalité langagière: C est elle qui fait modèle pour d autres formes d hospitalité que je vois apparentée: les confessions, les religions, ne sont-elles pas comme des langues étrangères les unes aux autres, avec leur lexique, leur grammaire, leur rhétorique, leur stylistique, qu il faut apprendre afin de les pénetrer? Et l hospitalité eucharistique n est-elle pas à assumer avec les mêmes risques de traduction-trahison, mais aussi avec le même renoncement à la traduction parfaite? : RICOEUR, Paul, Sur la traduction, op. cit., p

4 tendo em conta a sua finitude constitutiva. O intraduzível representa a exclusão da hipótese da tradução perfeita condenando o acto de traduzir a desenvolver-se no interior da alternativa entre fidelidade e traição. O desafio, demonstra Ricoeur, consiste em, apesar de tudo, se teimar em traduzir sabendo-se, embora, que o paradigma da tradução é o das mediações imperfeitas, ou seja, do trabalho residual, constitutivamente inacabado e aberto a formas diferentes de expressão, sempre movimentado dentro de um processo de equivalências sem identidade, carecendo, por isso, de suporte ou de legitimação última. O desafio consiste em continuar a desejar-se traduzir apesar de se saber que não existe a tradução perfeita, que esta será tão-somente o infinitamente procurado. Uma boa tradução diz Ricoeur apenas pode ambicionar ser uma presumível equivalência, não fundada numa identidade de sentido demonstrável. Uma equivalência sem identidade 9. Superar este estatuto suporia a possibilidade de existência de um terceiro texto entre o texto ponto de partida, o texto a traduzir, e o texto de chegada, o texto traduzido, que corresponderia ao horizonte de aferição ou de critério da tradução realizada. Como tal texto é inacessível a uma razão limitada, cuja expressão discursiva se concretiza no interior de um processo hermenêutico, não existe critério absoluto da boa tradução 10. Deste modo, a uma tradução que não satisfaz só se pode contrapor outra tradução diferente e, supostamente melhor, evidenciando-se, por esta via, que o trabalho de tradução é uma tarefa interminável. No contexto desta reflexão, Paul Ricoeur dá como exemplo da dimensão interminável da tradução as sucessivas e sistemáticas traduções a que são sujeitos os chamados textos clássicos, acrescentando que é na retradução que melhor se observa a pulsão de tradução desenvolvida pela insatisfação em relação às traduções existentes. 11 É no interior desta perspectiva, que Paul Ricoeur aproxima o trabalho de tradução do trabalho da memória e do trabalho do luto, tal como Freud os concebeu. Diz ele: Trabalho de tradução conquistado sobre as resistências íntimas motivadas pelo medo, pela aversão ao estrangeiro, percepcionado como uma ameaça dirigida contra a nossa própria identidade linguística. Mas também trabalho de luto em relação à renúncia do próprio ideal de tradução perfeita. 12 Esta associação do conceito de tradução ao trabalho da memória releva, pois, em primeiro lugar, das resistências inscritas no pórtico do acto de tradução, na sua antecâmara, resistências essas advenientes quer da língua materna quer da língua estrangeira e ancoradas na dupla raiz do auto-conceito que cada língua tem 9 Esta ideia é reiterada por Ricoeur em todos os textos ; cf, Ibidem, p.13-14,19, 40, Ibidem. p Ibidem, p Ibidem, pp

5 do seu valor e da sua identidade e, por outro lado, do estigma da não-traduzibilidade ou do fantasma do intraduzível, que paira como ameaça sobre o conceito de tradução. Mas, em segundo lugar, as resistências, tal como o processo de rememoração, vão ocorrendo no desenrolar do acto efectivo de traduzir, em virtude de uma certa incomensurabilidade entre as línguas que afecta não só todos os níveis operatórios da linguagem 13 isto é, a estrutura de cada língua, como também a própria maneira específica segundo a qual as línguas reconstroem o real ao nível do discurso. Esta incomensurabilidade manifesta-se em diferentes aspectos dos textos a traduzir e diverge, também, em função do género de textos que se traduzem. No caso dos textos filosóficos, Paul Ricoeur chama a atenção para as maître-mots ou Grundwörter que representam um dos grandes constrangimentos do acto de traduzir filosofia, por serem [...] condensados de textualidade longa, onde contextos inteiros se reflectem 14. Em suma, podemos dizer com ele, que o fantasma teórico da intraduzibilidade se materializa na prática da tradução numa série de constrangimentos ou resistências provenientes de dimensões diferentes transportadas pela diversidade das línguas e que é [...] a esse complexo de heterogeneidades que o texto estrangeiro deve a sua resistência à tradução e, nesse sentido, a sua intraduzibilidade esporádica. 15 Mas, como se disse, para Paul Ricoeur a tradução está também associada ao trabalho do luto, consistindo esta dimensão do acto de traduzir na renúncia à ideia de tradução perfeita como meta alcançável e, portanto, obrigando quem faz ofício de tradutor a ter de viver com uma deficiência constitutiva, aceitando-a como ponto de partida da acção. A tradução como uma tarefa ética Traduzir é, pois, uma prova, continua a dizer Ricoeur, no duplo sentido de ser algo pelo qual se tem de passar e pelo qual é doloroso passar 16. É aqui, nesta ideia de prova, que ganha corpo a dimensão ética da tradução, ou melhor ainda, a tradução como uma tarefa ética. Na verdade, é no campo da acção humana, como um fazer produtor de cultura, que se joga e se contextualiza a teorização ricoeuriana sobre a tradução, como fica indiciado pelo facto de quase todas as categorias de que se serve para caracterizar ou tematizar a questão da tradução poderem ser enquadradas no foro ético: desafio, estrangeiro, próprio, fidelidade traição, hospitalidade Ibidem, p Ibidem, p. 12. Ricoeur continua esta análise(p.13) acrescentando que: Non seulement les champs sémantiques ne se superposent pás, mais les syntaxes ne sont pás équivalentes, les tournures de phrases ne véhiculent pas les mêmes héritages culturels. 15 Ibidem, p. Ibidem, p Ibidem, p. 8. 5

6 Esta perspectiva de Paul Ricoeur de articular a tradução no plano da ética tem várias radicações, contudo, a primeira dessas radicações é, certamente, o modo não-catastrófico como ele interpreta o mito de Babel, que vê como a constatação sem condenação de uma separação originária 17. Nessa medida, [...] a dispersão e a confusão das línguas, anunciadas pelo mito de Babel, vêm coroar esta história da separação colocando-a no coração do exercício da linguagem. Assim estamos, assim existimos, dispersos e confusos e chamados a quê? Obviamente à tradução. 18 É, então, como um imperativo da condição humana que a tradução se configura. Por isso, dirá Ricoeur, sempre se traduziu porque sempre os humanos transaccionaram costumes, ideias e bens, no processo de habitar e de transformar o mundo. Daí que, no horizonte da obra de Walter Benjamin, se defina o tempo depois de Babel como o da tarefa do tradutor : A tradução é bem, então, uma tarefa, não no sentido de uma obrigação constrangedora, mas no sentido de coisa a fazer para que a acção humana possa simplesmente continuar [...]. 19 É também desta raiz que, a meu ver, ganha sentido a opção ricoeurina de não entrar no velho debate dilemático traduzibilidade-intraduzibilidade, deslocando a questão do campo especulativo para o prático e definindo-a no seio de outro dilema, o da fidelidade-traição que, todavia, tem sobre o primeiro a vantagem de ser mais fecundo, por poder servir de princípio de acção. É interessante ressaltar, de novo, o facto de os termos do dilema transportarem uma ressonância ética, tal como acontece com a metáfora de Franz Rosenzweig, a que reiteradamente Ricoeur se reporta, que relaciona a tradução com o [...]servir a dois senhores, o estrangeiro no seu carácter de estrangeiro e o leitor no seu desejo de apropriação 20. Impulsionada, na origem, pela dimensão ética a actividade de traduzir termina também no campo ético, porque, originando novos textos, isto é, novos produtos culturais, tal actividade resolve, na acção, a questão da incomensurabilidade entre as línguas, superando a dimensão teórica do incomparável pela construção de produtos culturais comparáveis. Nesta perspectiva, a tradução é [...] um fazer, à procura da sua teoria 21. E é um fazer com toda a amplitude da acção humana ética: é um fazer de risco e de criatividade e no âmbito da negociação entre o próprio e o alheio, o si-mesmo e a alteridade: Grandeza da tradução, risco da tradução: traição criadora do original, apropriação igualmente criadora da língua de acolhimento: construção do comparável Ibidem, p Ibidem, pp Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p

7 O conceito de tradução no interior do pensar ricoeuriano Fiel ao modo peculiar de constituir a tessitura dos seus textos, Ricoeur constrói a sua posição sobre a tradução com referência explícita a duas obras que representam duas abordagens opostas da mesma temática: a de Antoine Berman, L épreuve de l étranger e a de George Steiner, Aprés Babel 23. Todavia, no meu entender, é o horizonte de Steiner que permite levar mais longe a compreensão da posição ricoeuriana sobre a tradução na relação com as estruturas fundantes do seu pensar. Tal como a interpreto, a relação que Paul Ricoeur estabelece com George Steiner é de proximidade afastamento. De proximidade, porque Ricoeur. assume como princípio pessoal, o postulado da obra de Steiner de que compreender é traduzir, como acima se disse, e, portanto, tal como este autor, também Ricoeur considera que a tradução, neste sentido largo de interpretação, pertence à natureza do próprio acto de comunicar, no interior de cada língua histórica. De proximidade, igualmente, porque Ricoeur, ao definir o paradigma da tradução dentro do contexto das mediações imperfeitas, caracterizando o trabalho de traduzir como uma equivalência sem adequação, assume uma posição paralela à de Steiner quando este designa o processo de traduzir como uma arte exacta e o coloca no quadro de uma dinâmica hermenêutica pautada pela circularidade entre a confiança no sentido e a busca de fidelidade e equilíbrio. De afastamento, na medida em que, embora ambos os autores considerem que compreender a questão da tradução exige e supõe a compreensão da natureza da linguagem humana, cada um deles dá forma a essa natureza da linguagem pela acentuação de perspectivas diferentes. Duas coisas, da concepção geral que Steiner defende em After Babel sobre a linguagem, perturbam o pensar ricoeuriano sobre o mesmo tema. Por um lado, a enfatização que naquela obra é feita acerca de que a intencionalidade estruturante da linguagem humana não é dizer o real, mas opor-se a ele, e, por outro, a defesa de que essa intencionalidade se enraíza numa propensão para o hermetismo e para a não-comunicação. Neste sentido, não obstante as linhas de proximidade existentes entre os dois autores em causa, as posições de cada um deles sobre a tradução marcam vectores diferentes: Steiner fecha-se na relação de si a si-mesmo 24, no desejo de manter o segredo, na defesa do que é próprio, apontando, assim, para a ideia de um fundo intraduzível em todo o falar humano, em função da natureza hermética e mistificadora da linguagem. 23 BERMAN, Antoine L épreuve de l étranger, Paris, Gallimard, 1995; STEINER, George, Aprés babel, op. cit.. 24 RICOEUR, Paul, Sur la traduction, op. cit., p.51. 7

8 a esta perspectiva Ricoeur prefere contrapor aquilo a que chama a alternativa prática fidelidade traição e, nesse âmbito, apelar para a possibilidade inscrita na linguagem de se poder dizer a mesma coisa de outra maneira. Este ponto de vista de Ricoeur sobre a fecundidade teoricamente infinita da linguagem humana assenta, por um lado, na sua concepção de a linguagem corresponder a um trabalho de explicitação e de elaboração. Esse trabalho é, antes de mais, o que a subjectividade faz sobre si mesma, na e pela linguagem, transformando a experiência íntima, privada e solitária de um ser, que dá conta de si num mundo que o engloba, enquadra e ultrapassa, numa discursividade logóica, pública e partilhável. Neste sentido, a linguagem, para Ricoeur, é sempre trabalho e transporte: trabalho para produzir luz racional e possibilidade de partilha comunicativa; transporte de um querer dizer, de um fundo ontológico, que, enquanto tal, permanece inesgotável. Por outro lado, a dimensão intencionalmente infinita da fecundidade da linguagem recorta-se também do tema maior da obra de Ricoeur que corresponde a um modo de ver a linguagem como promessa de sentido, isto é, como configuração de maneiras sempre novas e outras de habitar a realidade 25. Este tema é o que atravessa toda a sua actividade textual dos anos 70 e 80, sobre a inovação semântica, onde procura legitimar, como portadores de significação, todos os usos da linguagem, configurando uma prática filosófica que, sem abandonar a sua especificidade própria, todavia, se abra ao exercício de explorar a riqueza conceptual decorrente da intercepção das diferentes esferas do discurso humano 26. É este seu olhar duplo sobre a natureza da linguagem humana que suporta a sua interpretação sobre a tradução, concebendo-a como uma tarefa possível, fecunda e imperativa, mas interminável, o que, aliás, coalesce com um conceito de razão, enraizado em Kant, que descreve a razão como um imprescindível desejo de unidade, sem que, contudo, esse desejo possa ser acompanhado do poder de o concretizar num discurso totalmente unificado. Para Ricoeur, como para Kant, a razão humana será sempre importunada por questões que não pode nem evitar, nem resolver. 25 Sobre este assunto ver, especialmente: RICOEUR, Paul, Interpretation Theory:discourse and the surplus of meaning, Texas, The Texas Christian University Press, 1976 ; La métaphore vive, Paris, Seuil, 1975; Temps et récit.(i,ii,iii), Paris, Seuil, 1983, 1984, Trabalhei este tema em: HENRIQUES, Fernanda, Filosofia e Literatura. Um percurso hermenêutico com Paul Ricoeur, (tese de doutoramento), Évora, Universidade de Évora,

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