Inovação e testes clínicos. Mansueto Almeida (IPEA) 30/08/2011
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- Silvana Gil Nobre
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1 Política industrial, Inovação e testes clínicos Mansueto Almeida (IPEA) 30/08/2011
2 Política Industrial PITCE 2003/2007: política voltada ao fomento à inovação com destaque para promoção de setores estratégicos: software, semicondutores, bens de capital, fármacos e medicamentos; Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) : política voltada para o formação de grandes empresas e promoção de diversos setores com metas agregadas e objetivos setoriais. Programa Brasil Maior: ( ) política voltada ao aumento da inovação, exportação, agregação de valor, desoneração do investimento produtivo, etc.
3 Características de uma Política Industrial Política industrial, por definição, visa criar vantagens comparativas; Política industrial é um processo de tentativa e erro; não sabemos exante o que poderá ou não dar certo. Mais do que decidir o que apoiar é preciso ter regras de saída; terminar incentivos a setores ou atividades que não mostram resultados esperados; Política industrial ocorre em um ambiente de crescente incerteza e complexidade. É preciso de uma ampla parceria público-privada na linha do que Peter Evans (1994) chamou de embedded autonomy
4 Como funciona uma política industrial Política industrial para funcionar precisa de uma burocracia eficiente recrutada por critérios meritocráticos com relação próxima aos setores incentivados.não se faz política industrial apenas com boas intenções. Se funcionários públicos não forem bem pagos e bem treinados, corre-se o risco de captura pelo setor privado. É preciso transparência na relação entre entes públicos e privados e avaliação das politicas. A sociedade exige uma série de controle dos resultados do gasto com educação e saúde e o mesmo vale para politicas setoriais.
5 O Que é Política Industrial Velha política industrial: construção de novos setores política dos anos 70 para construir o setor petroquímico; Nova política industrial: o estado atua muito mais no fomento à P&D e inovação e estado tem papel mais forte como coordenador de investimentos privados. Nem toda política de fomento setorial envolve o uso de recursos fiscais vultosos. Na verdade, muito do que fazemos e chamamos de política industrial não passa de simples concessão de subsídios para empresas que já são competitivas em setores que já temos vantagem comparativas.
6 BNDES: reforça vantagens comparativas Desembolsos do BNDES Indústria de Transformação R$ milhões
7 BNDES: Temos Dinheiro Maiores Aplicações Diretas do BNDES em 2008 Grupo Empresarial Setor Maiores aplicações diretas do BNDES em 2008 (R$) Participação societária do BNDES no capital do grupo em 2008 Bertin S/A Alimentos/Carnes ,92% JBS S/A Alimentos/Carnes ,00% Marfrig Frigoríficos Alimentos/Carnes ,66% Independência Alimentos/Carnes ,89% Fonte: BNDES Empréstimos + Capital de Risco
8 Investimentos Mapeados pelo BNDES
9 Sobram recursos dos Fundos Setoriais
10 Política de fomento ao complexo farmoquímico Há ainda no Brasil um certo preconceito em relação a testes clínicos não é inovação. Mas sem testes clínicos não conseguiremos exportar remédios nacionais; Ao que parece, há também problemas regulatórios no setor. No Brasil, leva-se muito tempo para aprovar testes clínicos: 12 a 14 meses. Há problemas de operacionalização da comissão de ética e pesquisa (Conep) em parte devido a falta de pessoal. Há ainda no setor de fármacos um medo excessivo das multinacionais.
11 Exemplos; Não existe criação de competências sem parcerias Exemplo 1: IPOD. A montagem do IPOD envolve a combinação de 451 partes. Embora o produto seja montado na china, quase todos os componentes vem de outras países na Ásia. Quem ganha com o IPOD? Do preço final de US$ de US$ 300, a china fica com 1% do preço: US$ 4.. A Apple que criou o produto e utiliza componentes importados de diversos países para fica com US$ de cada IPOD vendido.
12 O Que fazer? Não existe hoje no mundo modelos de promoção setorial fechados que tenham sucesso. Caso do IPOD (Hal Varian):
13 Modelo Embraer Modelo Embraer envolve parceira entre uma empresa nacional com diversas empresas multinacionais para o desenvolvimento de produtos de ponta. A maior parte dos principais fornecedores de sistemas para a Embraer encontra-se empresarialmente em posições superiores à da empresa brasileira. Dentre essas, vale destacar três que se encontram entre as 10 maiores: a United Technologies (Pratt& Whitney) e General Eletric e RollsRoyce, fornecedoras de motores e turbinas. A Embraer é, hoje, uma empresa que pode ser descrita como uma integradora de uma cadeia de empresas produtoras de aeropartes, aeroestruturase aviônicosem escala global. Os grandes parceiros de risco da Embraer são grandes empresas multinacionais em diversos países
14 Modelo EMBRAPA Criamos na década de 70 uma empresas de pesquisa com uma política voltada para pesquisa agropecuária. O forte da EMBRAPA é a qualidade dos seus pesquisadores: possui hoje empregados, dos quais são pesquisadores -18% com mestrado,74% com doutorado e 7% com pós-doutorado. O orçamento da Empresa para 2010 foi de R$ 1,8 bilhão. Desde a lei de proteção de cultivares de 1997, Embrapa começou várias parcerias com multinacionais: Monsanto, Syngenta, Bayer, etc. Essas parcerias são renovadas todos os anos e trazem bons resultados para a EMBRAPA.
15 Modelo Petrobrás A empresa aumentou sensivelmente o conteúdo nacional nos últimos anos. A despeito do elevado conteúdo local obtido nos investimentos mais recentes em E&P, é importante ressaltar que boa parte das compras realizadas pela indústria do petróleo no mercado doméstico são feitas de fornecedores estrangeiros instalados no Brasil. Embora os fornecedores de capital estrangeiro sediados no Brasil representem apenas 2% do número total de fornecedores presentes no cadastro de fornecedores da PETROBRAS, eles representaram 20% das compras realizada pela empresa no mercado doméstico entre 2004 e 2007
16 Compras da Petrobrás no mercado doméstico segundo a origem do capital da empresa fornecedora 2004 a 2007
17 Elevado Suporte de Recursos Públicos Empréstimos dos Bancos Públicos p/ Petrobrás Exposição do BNDES ao Grupo Petrobrás
18 Conclusão Inovar no setor farmoquímicoenvolve, necessariamente, uma politica mais ativa na atração de investimentos em testes clínicos. Não há porque as empresas brasileiras se isolarem das multinacionais. É preciso estudar formas de aumentar parcerias com multinacionais e desenvolver tecnologias nacionais. A promoção de testes clínicos envolve mais mudanças institucionais e vontade política do que incentivos fiscais e financeiros. A metodologia de testes clínicos com experimento controlado é inclusive o que há mais de mais moderno na avaliação de políticas públicas. E esse tipo de teste não deveria ser importado.
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