GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI (Vigna unguiculata (L.) WALP.) ORIUNDAS DOS ESTADOS DA PARAÍBA, CEARÁ, PIAUÍ E MARANHÃO

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1 GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI (Vigna unguiculata (L.) WALP.) ORIUNDAS DOS ESTADOS DA PARAÍBA, CEARÁ, PIAUÍ E MARANHÃO G. C. SILVA 1, A. Z. KRONKA 1, J. J. M. BRINGEL 1 e D. P. GOMES 1 Resumo - Avaliou-se a qualidade fisiológica de sementes de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.), oriundas dos estados da Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão. Para o teste de germinação foi empregado o substrato areia previamente peneirada, lavada e esterilizada. Foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes, em caixas plásticas, em condições ambiente de laboratório. A avaliação foi realizada aos quatro e sete dias após a instalação do experimento, através da contagem de plântulas normais, plântulas anormais e infectadas. Sementes não germinadas foram enquadradas na categoria de sementes mortas. Nas sementes oriundas do estado da Paraíba, o vigor e plântulas normais foram maiores na variedade Sempre Verde (92 e 93,4 %) e menor na variedade Mantegão (46 e 51,4 %); nas sementes provenientes do estado do Ceará, observou-se que os valores de vigor e plantas normais foram maiores na variedade Corujinha (82 e 88 %), as variedades Pingo de Ouro e Canapu obtiveram valores semelhantes; naquelas do estado do Piauí, notou-se que as médias foram semelhantes no que se refere ao vigor (48 52 %) e nenhuma das variedades apresentou sementes mortas; as sementes do Maranhão apresentaram vigor padrão (85 a 97,4 %), o percentual de plântulas anormais foi baixo e também não se observaram sementes mortas. Palavras-chave: qualidade fisiológica, vigor, variedades. SEED COWPEA (Vigna unguiculata (L.) walp.) GERMINATION FROM PARAÍBA, CEARÁ, PIAUÍ AND MARANHÃO STATES Abstract - Evaluation the physiologic quality of cowpea seeds (Vigna unguiculata (L) Walp) from the Paraíba, Ceará, Piauí and Maranhão states. To germination test were used the sand substrat sieved, washed and sterelized. It used four replications of 50 seeds, in plastic box, in laboratory conditions. Evaluation was realized four and seven days after the installation of experiment, couting normal plants, annormal plants and infected. No germination seeds were insert like dead seeds. State vigor and normal plants from Paraíba seeds were high in Sempre Verde genotype (92 e 93.4 %) and small in Mantegão ( 46 a 51.4 %); vigor and normal plants from Ceara seeds were high in Corujinha (82 a 88 %), at Pingo de Ouro and Canapu were the same values, and the mean was similar in the Piauí seeds in vigor (48 52 %) and neither show dead seeds; and the Maranhão seeds showed standart vigor (85 97,4 %), small account to anormal plants and no dead plants. Keywords: physiologic quality, vigor, plantules, varieties. 1 Universidade Estadual do Maranhão, Campus Universitário Paulo VI, Tirirical, São Luís, MA. gilvaniacampos@ig.com.br

2 Introdução A agricultura moderna concentra grandes esforços no sentido do aumento de produtividade, utilizando cultivares mais produtivas e com resistência a doenças, obtidas via melhoramento genético, mais recentemente engenharia genética. Esse ganho de qualidade obtido nas cultivares é repassado aos agricultores por meio das sementes, insumo básico e necessário, para a maioria das espécies de interesse agrícola (Delouche, 2006). As sementes de alta qualidade possuem boa capacidade para germinar, emergir, produzir uma população adequada de plantas vigorosas e saudáveis, facilitando a implantação das culturas. A qualidade fisiológica indica a capacidade das sementes germinarem e estabelecerem uma população adequada de plantas. A qualidade fisiológica das sementes se refere a sua capacidade de realizar sua função primeira de propagação, a qual pode ir de zero a um total e perfeita capacidade, comumente descrita ou caracterizada em termos de percentual de germinação e, mais recentemente, vigor (Menezes, 2006). A qualidade é mais considerada e avaliada pelos produtores e que causa maior preocupação, porque sementes sem qualidade fisiológica não servem para a semeadura. Um método rotineiro simples para determinar a qualidade das sementes é o teste de germinação e vigor. É importante realizar este teste para obter informações sobre a qualidade das sementes para fins de semeadura em campo e fornecer dados que possam ser usados, juntamente com outras informações para comparar diferentes lotes de sementes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica (germinação e vigor) das sementes dos estados da Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão. Material e Métodos Para avaliação da qualidade fisiológica, as sementes foram submetidas aos testes de germinação e vigor, de acordo com as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992), conforme descrito a seguir. O teste padrão de germinação foi realizado empregando-se, como substrato, areia previamente peneirada, lavada e esterilizada. Foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes, semeadas em areia, em caixas plásticas, e mantidas em condição ambiente de laboratório. A avaliação foi realizada sete dias após a instalação do experimento, através da contagem de plântulas normais, plântulas anormais e infectadas. Sementes não germinadas foram enquadradas na categoria de sementes mortas. Para a avaliação do vigor das sementes foi adotado o teste da Primeira Contagem de Germinação, realizado concomitantemente ao teste padrão de germinação. Assim, o vigor foi avaliado através da primeira contagem do teste padrão de germinação, realizada no 4º dia do referido teste, sendo o resultado expresso como a média do somatório de plântulas normais das quatro repetições, após o 4º dia de germinação. Resultados e Discussão Os resultados dos testes fisiológicos das sementes foram expressos em porcentagens de vigor, plântulas normais, plântulas anormais e sementes mortas. Nas sementes oriundas do estado da Paraíba o vigor e plântulas normais foram maiores na variedade Sempre Verde (92 e 93,4 %) e menor na variedade Mantegão (23 e 25,7 %), conforme Tabela 1.

3 Tabela 1. Análise fisiológica de feijão-caupi provenientes do estado da Paraíba. Sempre-verde 92,0 93,4 4,0 2,6 Canapú 77,0 78,0 20,0 2,0 Mantegão 46,0 51,5 44,5 4,0 Araújo (1985) encontrou valores de 22,25 a 80 %, analisando 10 amostras do estado da Paraíba, observando que as porcentagens de germinação das sementes de feijão-caupi, durante 2 anos, em mais da metade das amostras, foram inferiores a 70 %, portanto abaixo dos padrões mínimos exigidos pela legislação. Em relação às sementes provenientes do estado do Ceará, observa-se que os valores de vigor e plantas normais foram maiores na variedade Corujinha (82 e 88 %); as variedades Pingo de Ouro e Canapú obtiveram valores semelhantes (Tabela 2). Tabela 2. Análise fisiológica de feijão caupi provenientes do estado do Ceará. Corujinha Pingo-de-Ouro Canapú Valores superiores foram encontrados por Torres & Bringel (2005), que avaliaram a qualidade fisiológica das sementes de feijão-caupi, oriundas do estado do Rio Grande do Norte e obtiveram lotes com médias de 85% e 93% de germinação e vigor de 51% a 78%. No que se refere às sementes do estado do Piauí, nota-se que as médias foram semelhantes no que se refere ao vigor (48 52 %) (Tabela 3). Tabela 3. Análise fisiológica de feijão-caupi provenientes do estado do Piauí. MNC MNC MNC Marques et al.(2006) avaliaram sementes de feijão oriundas de Minas Gerais, verificando valores de germinação abaixo do padrão, sendo 67 e 60,6 % nas cultivares Pérola (originadas das cidades de Paracatu e Unaí), além de cultivares Talismã, do estado de Goiás (cidade de Cristalina), cujo percentual foi 62 % de germinação. As sementes do Maranhão apresentaram um padrão de vigor (85 a 97,4 %), o percentual de plântulas anormais foi baixo, e não se observaram sementes mortas (Tabela 4).

4 Tabela 4. Análise fisiológica de feijão caupi provenientes do estado do Maranhão. Procedência Zé Doca 97,5 97,5 2,5 0 Itapecurú 85 96,5 3,5 0 Chapadinha 93 98,5 1,5 0 Nas análises de Araújo (1985), os valores do teste de vigor foram em média 36 %. Os resultados mostram que as condições de preservação das sementes eram impróprias para o armazenamento. A capacidade germinativa também pode ser reduzida pela ação de fungos (Aspergillus spp. e Penicillium spp.) e bactérias (Bacillus subtillis) que causam a deterioração das sementes durante o armazenamento. (Menten, 1991). Sementes que produzem plântulas anormais não são incluídas na contagem da germinação, embora a emergência da raiz primária e subseqüente desenvolvimento tenham sido realizados. Por exemplo, um resultado de germinação de 60%, não implica, necessariamente, que 40% das sementes estejam mortas. A ficha de anotações da análise de sementes indica a percentagem de plântulas normais e anormais, sementes dormentes e mortas, observadas no teste. Sob condições de campo, as plântulas anormais teriam poucas condições de desenvolverem-se e tornarem-se plantas produtivas, sendo por isso, desconsideradas na percentagem final de germinação (Franzin, 2006). Alguns patógenos transportados por sementes podem não causar a morte de sementes e plântulas, mas afetar o vigor das plantas. Essa debilitação pode ser causada pela interferência em diversos processos fisiológicos vitais às plantas. O bloqueio no transporte de água e nutrientes é ocasionado pela ocorrência de lesões no colo ou nas hastes, e pelas infecções vasculares. Como resultado, tem-se o desenvolvimento de plantas pouco vigorosas, muito sensíveis a qualquer tipo de estresse e mais vulneráveis ao ataque de outras doenças e pragas (Menten, 1991). Conclusão Após o teste de germinação, pode-se concluir que as sementes dos quatros estados apresentaram boa qualidade fisiológica, pois apresentaram níveis de germinação acima do recomendado pela legislação. Referências ARAÚJO, E. Avaliação da qualidade das sementes usadas para plantio no estado da Paraíba. Agropecuária Técnica, v.4 n. ½, BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Regras para análise de sementes. Brasília, p. DELOUCHE, J. C. Qualidade e Desempenho da Semente. Seed News. Disponível em http//: Acesso em FRANZIN, S. M. O que é vigor de sementes? Centro de Ciências Rurais - Departamento de Fitotecnia - Núcleo de Sementes - Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em http//: textos/vigor.pdf. Acesso em 11 de jan de 2006.

5 MARQUES, R. O.; ALVES, V. M.; LIMA, M. L. P.; ARRUDA, G. M. T. Avaliação sanitária e fisiológica de grãos de feijão oriundos de Unaí MG, Paracatu MG e Cristalina GO. Summa Phytopathologica, v. 32, Suplemento. MENEZES, N. L. Testes rápidos para a determinação da qualidade das sementes. Centro de Ciências Rurais - Departamento de Fitotecnia - Núcleo de Sementes - Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em http//: Acesso em 07 de jan de MENTEN, J. O. M. Prejuízos causados por patógenos associados às sementes. In: MENTEN, J. O. M. Patógenos em sementes: detecção, danos e controle químico. Piracicaba: ESALQ/FEALQ, p TORRES, S. B.; BRINGEL, J. M. M. Avaliação da qualidade sanitária e fisiológica de sementes de feijão-macassar. Caatinga, Mossoró, v.18, n.2, p.88-92, 2005.