Acúmulo de massa seca em cinco cultivares de feijão caupi (Vigna unguiculata), em Latossolo Amarelo textura argilo-arenosa
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- Flávio Barata Teixeira
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1 Acúmulo de massa seca em cinco cultivares de feijão caupi (Vigna unguiculata), em Latossolo Amarelo textura argilo-arenosa Bianca Cavalcante da Silva (1) ; Dágila Melo Rodrigues (2) ; Paulo Henrique Batista Dias (2) ; Clenda de Cassia Piedade Miranda (4) ;Ismael de Jesus Matos Viégas (5) ; Jessivaldo Rodrigues Galvão (6) ; (1) Estudante de Graduação em Agronomia Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA e bolsista do PIBIC; Capanema, PA; alicebiacs@gmail.com; (2) Estudante de Graduação em Agronomia Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA; (3) Estudante de Graduação em Agronomia Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA; (4) Estudante de Graduação em Agronomia Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA (5) Professor; UFRA; Capanema, PA; (6)Técnico da Universidade Federal Rural da Amazônia. RESUMO: O feijão-caupi, (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é uma das fabáceas cultivadas mais adaptáveis, versáteis e nutritivas, sendo utilizado como forragem verde, feno, ensilagem, farinha para alimentação animal, adubo verde e proteção do solo. Objetivou-se com este estudo avaliar o acúmulo de massa seca de cinco cultivares em função da idade em Latossolo Amarelo textura argilo-arenosa em condições de casa de vegetação, localizada na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) Campus Belém, Pará. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com cinco repetições, no arranjo fatorial 5 (cultivares) x 6 (épocas de coleta). As cinco cultivares de feijão-caupi foram: BR3-Tracuateua, Sempre-Verde, Pingo de Ouro, Canapu e Guariba. Os resultados de interação época dentro de cultivar mostraram que a Canapu foi a que apresentou os menores dias estimados que proporcionasse 44,7 dias, com a maior produção de massa seca das folhas de 8 g planta -1, em relação as demais, já a massa seca dos ramos, a produtividade máxima ocorreu na cultivar Sempre Verde aos 50,4 dias após plantio (DAP) com 14,8 g planta -1, e a massa seca das raízes foi observada na cultivar Canapu com 13, 3 g planta -1 atingida aos 79,8 DAP, indicando ser tardia. As cultivares mais expressivas em produção de massa seca foram Sempre Verde, Pingo de Ouro e BR3 Tracuateua, as demais foram menos produtivas. Dentre as cinco cultivares, a que respondeu melhor ao tempo pós plantio para produção de grãos, indicando ser precoce foi a cultivar Sempre Verde. Termos de indexação: feijão-caupi, produtividade, crescimento. INTRODUÇÃO O feijão-caupi, feijão-de-corda ou feijão- -macassar (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é uma das fabáceas cultivadas mais adaptáveis, versáteis e nutritivas, sendo muito utilizado como forragem verde, feno, ensilagem, farinha para alimentação animal, adubo verde e proteção do solo (Dutra & Teófilo, 2007). Além disto, é fonte de emprego e renda e possui potencial nutricional com alto teor proteico, energético, fibras alimentares e minerais (Frota et al., 2008). A grande diversidade na utilização dessa espécie, aliada ao seu alto potencial produtivo, tem proporcionado o aumento de pesquisas, nos últimos anos, as quais têm contribuído para melhorar a sua produtividade e 1
2 rentabilidade, que, em conjunto com outros fatores, vêm despertando o interesse de médios e grandes produtores pela cultura (Xavier et al. 2005, Bezerra et al. 2008). O objetivo da pesquisa foi avaliar o acúmulo de massa seca de cinco cultivares de feijão-caupi BR3 Tracuateua, Canapu Guariba, Pingo de Ouro e Sempre Verde em Latossolo Amarelo textura argilo-arenosa em função da idade. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condições de casa de vegetação, localizada na Universidade Federal da Amazônia (UFRA), Campus Belém, Estado do Pará, utilizando substrato de Latossolo Amarelo distrófico, com textura argilo-arenosa, coletado na profundidade de 0 a 20 cm em área tradicional no cultivo do feijão-caupi na comunidade Tauarazinho, município de Capanema. O solo apresentou as seguintes características químicas: ph em água 5,2; matéria orgânica 11,11 g dm -3, P 10 mg dm -3, K 71 mg dm 3 ; Na 3 mg dm 3 ; Ca 1,3 cmolc dm 3 ; Mg 1,4cmolc dm 3 ; Al 0,3 cmolc dm 3. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com cinco repetições, no arranjo fatorial 5 (cultivares) x 6 (épocas de coleta). As cinco cultivares de feijão-caupi estudadas foram: BR3-Tracuateua, Sempre-Verde, Pingo de Ouro, Canapu e Guariba. Foram amostradas por vaso duas plantas de feijão-caupi de cada cultivar. As partes do vegetal estudadas foram: folhas, caule + ramos e raízes em função das idades de 30, 40, 50, 60, 70 e 80 dias após plantio (DAP). A produção de grãos foi a partir dos 60 DAP. Cada órgão do feijão-caupi foi colhido separadamente e com auxílio de balança foi obtido o peso da massa fresca total do órgão, o qual foi devidamente limpo com água destilada e posteriormente acondicionado em saco de papel "kraft" e levado para secar em estufa de ventilação forçada de ar, regulada para operar na temperatura de 70 C, até atingir peso de massa constante, e posteriormente feita a moagem do material. As variáveis para avaliar o acúmulo de massa seca das cinco cultivares de feijão- caupi em função da idade foram massa seca das folhas, ramos, raízes, grãos e massa seca total. Para avaliar o efeito da idade (dias) x cultivar utilizou-se conforme a significâncias equações de regressão e o efeito cultivares dentro de épocas o teste de médias. As análises de variância e regressão foram realizadas com auxílio do programa estastítico SISVAR (FERREIRA 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO As regressões que melhor se ajustaram às produções de massa seca nas folhas, ramos e raízes das cinco cultivares, em função das seis épocas, foram as do segundo grau, sendo significativas a 1% de probabilidade pelo teste de Tukey. Houve interação época dentro de cada cultivar, com isso, verificou-se então que, para massa seca das folhas, a cultivar BR3 Tracuateua, não houve determinação do pico de produção. Já a cultivar Canapu foi a que apresentou o menor dia estimado que permitisse 44,7 dias, com a maior produção de 8 g planta -1, quando comparada com as demais cultivares. Seguida da cultivar Guariba, que em segundo lugar teve o valor estimado de 46,3 DAP para uma produção de massa seca das folhas de 5,4 g planta -1. A cultivar Sempre Verde apresentou uma aferição de 51 DAP para uma massa seca das folhas de 5,2 g planta -1, enquanto a Pingo de Ouro com a maior estimativa de dias, ou seja 70 para expressar uma massa seca de apenas 3,7 g planta -1 (Figura 1). Figura 1. Massa seca das folhas em cinco cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), 2
3 A figura 2, apresenta os resultados de massa seca obtidos dos ramos, em função das diferentes cultivares e épocas após o plantio. Dessa forma, em relação à massa seca dos ramos a produtividade máxima destacada, foi verificada na cultivar Sempre Verde aos 50,4 DAP com 14,8 g planta -1, vindo posteriormente a BR 3 Tracuateua aos 46,8 dias com 12,56 g planta -1 (Figura 2). No entanto, a cultivar Pingo de Ouro sua máxima produtividade estimada foi de de 11,78 g planta -1 que se manifestou aos 67,4 DAP. Com isso, as menores produtividades verificadas de massa seca dos ramos foram observadas nas cultivares Canapu com 7,6 g planta -1 ocorrida aos 52,5 DAP e na Guariba com 8,7 g planta -1 aos 57,5 DAP (Gráfico 2). Figura 2. Massa seca dos ramos em cinco cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), De acordo com a Figura 3, as épocas que promoveram respostas na produção de massa seca das raízes, em relação às cultivares BR3-Tracuateua, Canapu, Guariba, Pingo de Ouro e Sempre Verde, apresentaram análise de variância Pr>Fc= 0,0000. As equações de regressão que melhor se ajustaram para a variável produção de massa seca das raízes em função das épocas, foram as do segundo grau (Figura 3), sendo: Y= 0,0065x2 + 0,8732 x 16,438; Y=0,0039 x2 + 0,6227 x 3
4 11,582; Y=0,0066 x2 + 0,8881 x 16,884; Y=0,0079 x2 + 0,9328 x 18,46; Y=0,0075 x2 + 0,8487 x 13,177 respectivamente para as cultivares citadas acima. Através dos resultados obtidos, verificase que a produtividade máxima estimada de massa seca das raízes foi observada na cultivar Canapu com 13, 3 g planta -1 atingida aos 79,8 DAP, indicando ser tardia (Figura 3). A Guariba expressou uma estimativa de 12,9 g planta -1 ocorrida aos 67,2 DAP, semelhante ao comportamento da BR3 Tracuateua com 12,8 g planta -1 manifestada 67,1 DAP. As cultivares Pingo de Ouro e Sempre Verde apresentaram comportamento semelhantes, sendo a estimativa de 9 g planta -1 e 10,8 g planta -1 de massa seca das raízes correspondendo 59 e 56,6 DAP, respectivamente. Figura 3. Massa seca das raízes em cinco cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), O início da formação das vagens ocorreu entre os 55 e 60 DAP (Figura 4). Em que a cultivar Sempre Verde aos 60 DAP, expressou positivamente maior acúmulo de massa seca quando comparada com as demais cultivares na mesma época após o plantio (Figura 4). Por outro lado, a cultivar Pingo de Ouro não produziu grãos nesse mesmo período, o que pode indicar ter uma produção tardia. Observa-se que as cultivares BR3 Tracuateua, Canapu e Guariba apresentaram uma produção ascendente de grãos, ou seja, aumentando com o decorrer da idade. Em contrapartida, as cultivares Pingo de Ouro e Sempre Verde, a produção foi decrescendo com o decorrer das idades. Assim sendo, o feijão-caupi pode responder aos diferentes estímulos do meio ambiente mudando a sua partição de matéria seca ao longo do ciclo, como resposta fisiológica para garantir a produtividade de grãos ao final do ciclo (SUBRAMANIAN; MAHESWARI, 1992; PRAXEDES et al., 2009; SILVA et al., 2009). Fato que, possivelmente, tenha contribuído com a igualdade de produtividade no final do ciclo em tratamentos que apresentaram diferenças na produção de vagens. 4
5 Figura 4. Massa seca dos grãos em cinco cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), *Valores seguidos das mesmas letras na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. *DAP= Dias Após Plantio. Os resultados da produção de massa seca total, interação cultivares dentro de cada época, encontram-se na Tabela 1. Aos 30 e 40 DAP as maiores produções de massa seca total foram das cultivares Sempre Verde com 22,1 e 23,71 g planta -1, e a BR3 Tracuateua com 19,25 e 25,76 g planta -1 respectivamente, as quais obtiveram resultados superiores em relação as demais cultivares. Aos 50 DAP a menor produção de massa seca total ocorreu na cultivar Canapu, enquanto as demais não diferiram entre si. Aos 60 DAP quando iniciou a produção de grãos, as cultivares Pingo de Ouro e Sempre Verde não diferenciaram-se entre si, e apresentaram um maior acúmulo de massa seca total. Aos 70 DAP, a menor produçaõ foi verificada na cultivar Canapu com 29,56 g planta -1, quando comparada com as demais. Aos 80 DAP não ocorreu variação da produção de massa seca total, ou seja, as cultivares não diferiram. A produção de massa seca total nas cultivares aumentou até 60 DAP para posteriormente diminuir com a idade (Tabela 1). Tabela 1. Massa seca total em cinco cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), em função da idade. Massa seca total (g) Cultivares Idade P. OURO 16,95 ab 17,76 b 32,6 a 42,81 a 37,27 a 26,64 a GUARIBA 13,08 b 15,32 b 28,89 a 33,69 b 30,62 bc 31,58 a BR3 T. 19,25 a 25,76 a 28,54 a 35,6 b 35,44 ab 30,07 a CANAPU 13,23 b 14,91 b 21,57 b 33,92 b 29,56 c 29,2 a S. VERDE 22,1 a 23,71 a 32,6 a 42,81a 37,27 a 31,58 a *Valores seguidos das mesmas letras não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. *DAP= Dias Após Plantio. 5
6 CONCLUSÕES As cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata), mais expressivas em crescimento foram, Sempre Verde, Pingo de Ouro e BR3 Tracuateua, as demais foram menos produtivas. Dentre as cinco cultivares, a que respondeu melhor dias após plantio para produção de grãos, indicando ser precoce, foi a cultivar Sempre Verde. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador pelo trabalho que desenvolve em prol da instituição, e da preocupação da carreira profissional para com os seus orientados. a. Periódicos: REFERÊNCIAS BEZERRA, A. A. C. et al. Comportamento morfoagronômico de feijão-caupi, cv. BRS Guariba, sob diferentes densidades de plantas. Revista Ciências Agrárias, Belém, v. 55, n. 3, p , BEZERRA, A. A. C. et al. Morfologia e produção de grãos em linhagens modernas de feijão-caupi submetidas a diferentes densidades populacionais. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Campina Grande, v. 8, n. 1, p , DUTRA, A. S.; TEÓFILO, E. M. Envelhecimento acelerado para avaliar o vigor de sementes de feijão-caupi. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 29, n. 1, p , PRAXEDES, S. C.; FERREIRA, T. M.; FILHO, E. G. Acúmulo de prolina e aminoácidos em cultivares de feijão caupi com tolerância diferencial à salinidade. Revista Caatinga, Mossoró, v. 22, n. 3, p , SUBRAMANIAN, V. B.; MAHESWARI, M. Compensatory growth-responses during reproductive phase of cowpea after relief of water-stress. Journal of Agronomy and Crop Science, v. 168, n. 2, p , b. Capítulo de livro: FROTA, K. M. G. et al. Composição química do feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), cultivar BRS Milênio. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 28, n. 2, p , SILVA, F. E. O. et al. Desenvolvimento vegetativo do feijão-caupi irrigado com água salina em casa de vegetação. Revista Caatinga, Mossoró, v. 22, n. 3, p , XAVIER, G. R. et al. Variabilidade genética em acessos de caupi analisada por meio de marcadores RAPD. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 40, n. 4, p , c. Trabalho em Anais: FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do SISVAR (Sistema para Análise de Variância) para Windows In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., São Carlos, Anais. São Carlos, Universidade Federal de São Carlos, p
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