TERCEIRA GERAÇÃO ROMÂNTICA

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1 TERCEIRA GERAÇÃO ROMÂNTICA A partir de 1850 o mundo entra em uma nova era: a segunda fase da Revolução Industrial. Este período de desenvolvimento e progresso ocorreu com a descoberta da mistura entre ferro e carbono que produzia o aço, possibilitando o fabrico de motores mais duráveis e de combustão interna. Assim, as potências europeias (e mesmo os Estados Unidos) começam a desenvolverem-se em um ritmo frenético, necessitando de mais matéria prima e mercado consumidor para os produtos industrializados. A primeira necessidade passa a ser satisfeita pelos países africanos e asiáticos que são colonizados, saqueados e divididos ao sabor de conchavos políticos europeus (Neocolonialismo) e a venda pode ser (e é) realizada por toda a Europa, nos países colonizados e em continentes mais distantes como América e Ásia. Vive-se a euforia do progresso: estaleiros produzem navios para o transporte de mercadorias e pessoas; trilhos de trem cortam todos os continentes proporcionando um transporte de mercadorias e passageiros de forma mais rápida e eficiente; viagens outrora demoradas se tornam mais e mais comuns e pesquisadores podem percorrer o mundo na busca por conhecimento. Desenvolve-se o Positivismo, doutrina filosófica de Augusto Comte que pregava o progresso e a ordem como as grandes máquinas motoras da sociedade. Charles Darwin viaja no Beagle em uma circunavegação que proporcionará escrever a obra A origem das Espécies (1859) e suscitar a dúvida de que tanto negros como brancos eram diferentes e aqueles, inferiores a estes. Naquele momento não mais cabia a escravidão, abolida em muitos países por ser considerada uma agressão ao ser humano em um mundo moderno. No entanto, em muitos lugares e mesmo no Brasil outros interesses podiam se escondiam sob a beleza da liberdade ofertada aos escravos: livrar os fazendeiros (que eram a classe política e econômica mais importante do país) do ônus de manter escravos novos (crianças) e velhos em suas terras, além de criar um futuro mercado consumidor para as grandes potências que eram intermediadas por seus interesses. Abolir a escravidão irritou alguns, mas foi extremamente interessante para produtores de artigos de consumo importados. Pois foi neste momento que se destacou um dos mais vigorosos poetas sociais brasileiros: o jovem Castro Alves. Alves lutou por tudo que a seu ver significava progresso: a Proclamação da República e a Libertação dos Escravos. Inicia-se uma poesia de cunho social, também chamada de Hugoana (em homenagem a Victor Hugo, poeta e escritor francês engajado em lutas sociais) ou Condoreira (fazendo referência ao condor, pássaro de altos voos); uma poesia abolicionista, enfim. Castro Alves ( Poeta dos Escravos ) Nascido em 1847 e falecido em 1871, aos 24 anos de idade. Em 1862 foi fazer os preparatórios para o curso de Direito no Recife e em 1864 ingressa na faculdade, destacando-se como um jovem engajado em lutas libertárias contra a abolição e a favor da Proclamação da República. Em 1867 deixa a faculdade e parte para a Bahia ao lado da atriz Eugênia Câmara, que vai representar a peça de autoria do poeta, Gonzaga, ou a Revolução de Minas. Ao lado dela veio para o Rio (onde travou contato com José de Alencar e Machado de Assis) e estabeleceu-se em São Paulo, matriculando-se no curso de Direito. Separando-se da amante, passa o tempo em caçadas, época em que fere o pé. Parte para o Rio de Janeiro e sofre a amputação do membro, indo depois convalescer na Bahia, onde publica a obra Espumas Flutuantes (1870), um ano antes de morrer.

2 Navio Negreiro - Johann M. Rugendas Um Poeta Vigoroso Castro Alves destaca-se como a voz mais expressiva da terceira geração romântica, não só por ter sido consagrado o poeta dos escravos, mas, principalmente, pelo tom vigoroso de sua poesia, de versos ressonantes, indignados, expressivos. Inscrito na categoria de poeta condoreiro, sua poesia difere muito da de outros poetas das gerações anteriores: ela é feita para ser declamada, gritada em praça pública uma poesia da grandiloqüência, pelo menos no que se refere à denúncia dos horrores da escravidão ou à defesa de interesses políticos. Desse modo, valeu-se com freqüência de inúmeras figuras de linguagem e construção como as hipérboles, num exagero intencional, que reforçava suas idéias. É o que se pode ver em qualquer trecho do poema O livro e a América. Talhado para as grandezas, P ra crescer, criar, subir, O Novo Mundo nos músculos Sente a seiva do porvir. Estatuário de colossos Cansado doutros esboços Disse um dia Jeová: Vai, Colombo, abre a cortina Da minha eterna oficina... Tira a América de lá. A poesia abolicionista de Castro Alves demonstra que ele apreendeu muito bem o que ensinava o mestre francês Victor Hugo, ou seja, a possibilidade de registrar artisticamente não apenas o belo, mas, também, o grotesco. Nesse sentido, o francês lega ao brasileiro a audácia das imagens, no empenho da luta. É o que se pode sentir através do poema O navio negreiro (ou Tragédia no mar ), inserido na obra Os escravos. Dividido em seis partes, o Poeta começa por descrever lentamente o ambiente onde vai se passar a tragédia: Stamos em pleno mar... Doudo no espaço Brinca o luar doirada borboleta E as vagas após ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta.

3 A grandiloqüência vem com toda força na quarta parte do poema, onde o exagero cumpre, sem dúvida, a função de emocionar: Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da roda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual n um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!... Em outros poemas de Os escravos, como Vozes d Africa, usa e abusa de recursos sonoros, cromáticos, oposições, comparações, construindo, desse modo, uma poesia rítmica, com um vocabulário riquíssimo e efeitos altamente estéticos. Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?... Qual Prometeu tu me amarraste um dia Do deserto na rubra penedia - Infinito: galé!... Por abutre - me deste o sol candente, E a terra de Suez - foi a corrente Que me ligaste ao pé... O cavalo estafado do Beduíno Sob a vergasta tomba ressupino E morre no areal. Minha garupa sangra, a dor poreja, Quando o chicote do simoun dardeja O teu braço eternal. Minhas irmãs são belas, são ditosas... Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas Dos haréns do Sultão. Cena do filme Amistad de Steven Spielberg Ou no dorso dos brancos elefantes Embala-se coberta de brilhantes Nas plagas do Hindustão.

4 Por tenda tem os cimos do Himalaia... Ganges amoroso beija a praia Coberta de corais... A brisa de Misora o céu inflama; E ela dorme nos templos do Deus Brama, - Pagodes colossais... A Europa é sempre Europa, a gloriosa!... A mulher deslumbrante e caprichosa, Rainha e cortesã. Artista - corta o mármor de Carrara; Poetisa - tange os hinos de Ferrara, No glorioso afã!... Sempre a láurea lhe cabe no litígio... Ora uma c'roa, ora o barrete frígio Enflora-lhe a cerviz. Universo após ela - doudo amante Segue cativo o passo delirante Da grande meretriz. Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada Em meio das areias esgarrada, Perdida marcho em vão! Se choro... bebe o pranto a areia ardente; talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente! Não descubras no chão... E nem tenho uma sombra de floresta... Para cobrir-me nem um templo resta No solo abrasador... Quando subo às Pirâmides do Egito Embalde aos quatro céus chorando grito: "Abriga-me, Senhor!..." O amor: erotismo O amor, em Castro Alves, se apresenta ligado ao sensualismo, pois o poeta faz uma poesia dedicada a uma mulher muito próxima, que fala aos seus sentidos, sugerindo, a todo instante, a posse. Assim, a amada não aparece distante, sonhada, intocada como em outros poetas românticos. Sua poesia amorosa, mais passional era composta com muito envolvimento. Entretanto, não falta ternura a ela, mas uma ternura motivada pelo efetivo contato amoroso. É o caso do poema Boa-noite, onde encontramos trechos que sugerem a tal sensualidade: Boa noite, Maria! Eu vou,me embora. A lua nas janelas bate em cheio. Boa noite, Maria! É tarde... é tarde.. Não me apertes assim contra teu seio. Boa noite!... E tu dizes - Boa noite. Mas não digas assim por entre beijos...

5 Mas não mo digas descobrindo o peito, Mar de amor onde vagam meus desejos! Julieta do céu! Ouve... a calhandra já rumoreja o canto da matina. Tu dizes que eu menti?... pois foi mentira... Quem cantou foi teu hálito, divina! Se a estrela-d'alva os derradeiros raios Derrama nos jardins do Capuleto, Eu direi, me esquecendo d'alvorada: "É noite ainda em teu cabelo preto..." É noite ainda! Brilha na cambraia Desmanchado o roupão, a espádua nua O globo de teu peito entre os arminhos Como entre as névoas se balouça a lua... É noite, pois! Durmamos, Julieta! Recende a alcova ao trescalar das flores. Fechemos sobre nós estas cortinas... São as asas do arcanjo dos amores. A frouxa luz da alabastrina lâmpada Lambe voluptuosa os teus contornos... Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos Ao doudo afago de meus lábios mornos. Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos Treme tua alma, como a lira ao vento, Das teclas de teu seio que harmonias, Que escalas de suspiros, bebo atento! Ai! Canta a cavatina do delírio, Ri, suspira, soluça, anseia e chora... Marion! Marion!... É noite ainda. Que importa os raios de uma nova aurora?!... Como um negro e sombrio firmamento, Sobre mim desenrola teu cabelo... E deixa-me dormir balbuciando: Boa noite! formosa Consuelo. Obras: Poesias: Espumas Flutuantes Os Escravos Teatro: Gonzaga ou a Revolução de Minas

6 BOX; O Navio Negreiro (Caetano Veloso) 'Stamos em pleno mar Era um sonho dantesco... o tombadilho, Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças... mas nuas, espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs. E ri-se a orquestra, irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja... se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa dos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia E chora e dança ali! Desenho esquemático de um navio 'tumbeiro'. Um de raiva delira, outro enlouquece... Outro, que de martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra E após, fitando o céu que se desdobra Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..." E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais! Qual num sonho dantesco as sombras voam... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanaz!... Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus... Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noite! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!... Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são?... Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa musa, Musa libérrima, audaz!

7 São os filhos do deserto Onde a terra esposa a luz. Onde voa em campo aberto A tribo dos homens nus... São os guerreiros ousados, Que com os tigres mosqueados Combatem na solidão... Homens simples, fortes, bravos... Hoje míseros escravos Sem ar, sem luz, sem razão... São mulheres desgraçadas Como Agar o foi também, Que sedentas, alquebradas, De longe... bem longe vêm... Trazendo com tíbios passos Filhos e algemas nos braços, N'alma lágrimas e fel. Como Agar sofrendo tanto Que nem o leite do pranto Têm que dar para Ismael... Lá nas areias infindas, Das palmeiras no país, Nasceram crianças lindas, Viveram moças gentis... Passa um dia a caravana Quando a virgem na cabana Cisma das noites nos véus......adeus! ó choça do monte!......adeus! palmeiras da fonte!......adeus! amores... adeus!... Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se eu deliro... ou se é verdade Tanto horror perante os céus... Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão? Astros! noite! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!... E existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia?!... Silêncio!... Musa! chora, chora tanto Que o pavilhão se lave no seu pranto... Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra, E as promessas divinas da esperança... Tu, que da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu na vaga, Como um íris no pélago profundo!......mas é infâmia demais...

8 Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo... Andrada! arranca este pendão dos ares! Colombo! fecha a porta de teus mares! Sousândrade (um romântico pré-moderno) Joaquim de Sousa Andrade, Sousândrade, nasceu em 9 de julho de 1832, na Fazenda Nossa Senhora da Vitória, próxima ao Rio Pericumã, município de Alcântara, Estado do Maranhão e morreu em 21 de abril de 1902, na Cidade de São Luís-MA. Marcou presença na literatura desde o lançamento de Harpas Selvagens (1859), seguido de Guesa Errante (1866). Formado em Letras e Engenharia de Minas em Paris, na Sorbonne, esteve também na Inglaterra, nos Estados Unidos, e até na terra dos Incas, trazendo, de sua viagem, um poema diferente, inspirado na lenda peruana, no sentimento de fraternidade latino-americano. Sonhador da República que queria diamante incorruptível, ao ser ela proclamada no Brasil, foi prefeito (intendente) de São Luís e aboliu os trabalhos aos domingos, criou escolas para pobres e para operários (escola noturna), e instituiu no ensino o regime de frequência mista. Criou o desenho da bandeira do Maranhão. Ensinou grego no Liceu Maranhense. Data de 1889 seu último grande projeto: criar a Universidade da Atlântida, em cujo benefício viajou ao Rio de Janeiro, na esperança de obter apoio e para cuja sede estava disposto a doar sua Quinta Vitória. No entanto, não conseguiu realizar tão grande sonho. A primeira universidade do Brasil somente viria na década de 1930 e, quanto à sua, o Maranhão precisaria esperar mais trinta anos. Suas principais obras são: Harpas Selvagens, O Guesa, ou Guesa Errante, Obra Poética, Novo Éden, O Inferno de Wall Street. Obra: Considerado em sua época um escritor extravagante, Sousândrade acaba reabilitado pela vanguarda paulistana da década de 50 (os concretistas) como um caso de "antecipação genial" da livre expressão modernista. Criador de uma linguagem dominada pela elipse (supressão de termos), por orações reduzidas e fusões vocabulares (neologismos), foge do estilo exagerado dos românticos. Seu aspecto inovador inclui também o uso de latinismos (palavras latinas), helenismos (palavras gregas), arcaísmos (palavras fora de uso) e outras invenções pessoais: metáforas complexas e aliterações, onomatopeias e criações gráficas, etc. Trata-se de um poeta experimental, que surge como um corpo estranho dentro de sua época literária. O sol ao pôr-do-sol (triste soslaio!)...o arroio Em pedras estendido, em seus soluços Desmaia o céu d'estrelas arenoso E o lago anila seus lençóis d'espelho... Era a Ilha do Sol, sempre florida Ferrete-azul, o céu, brando o ar pureza

9 E as vias-lácteas sendas odorantes Alvas, tão alvas!... Sonoros mares, a onda d'esmeralda Pelo areal rolando luminosa... As velas todas-chamas aclaram todo o ar. O Guesa O Guesa é considerado uma narrativa que não segue um desenvolvimento lógico-linear, mas que evolui, predominantemente, no plano da memória, tendo como pano de fundo a lenda indígena da Guesa Errante. Para escrever o longo poema de 13 cantos, o poeta se revestiu da figura do Guesa, um personagem lendário conhecido por meio do culto solar dos indígenas da Colômbia. O Guesa, cujo nome significa errante, sem lar, era uma criança roubada dos pais e destinada a cumprir o destino mítico de Bochicha, Deus do Sol. Seria educado no templo da divindade até os 10 anos de idade, quando deveria partir para as peregrinações de deus, chegando ao final do sacrifício ritual aos 15 anos. Este ritual seria realizado numa praça de forma circular, onde o adolescente era preso a uma coluna e cercado de sacerdotes, chamados de cheques, e morto a golpes de flechas. Depois de morto, seu coração seria arrancado e oferecido ao sol, enquanto seu sangue seria recolhido em vasos sagrados. Terminado o ritual, iniciava-se o novo ciclo astrológico de quinze anos em que uma outra criança seria raptada (o novo guesa), dando início a uma nova cerimônia. Sua obra mais perturbadora é O Guesa, poema em treze cantos (os de número VI, VII, XII e XIII não foram terminados). Baseado na lenda indígena do Guesa Errante, em que o Guesa é uma criança roubada aos pais pelo deus do Sol e educado no templo da divindade até os dez anos, sendo sacrificado aos 15 anos, após longa peregrinação pela "estrada do Suna". Na condição de poeta maldito, Sousândrade identifica seu destino pessoal com o do jovem índio. Porém, no plano histórico-social, o poeta vê no drama de Guesa o mesmo dos povos aborígenes da América, condenando as formas de opressão dos colonialistas e defendendo uma república utópica. Eia, imaginação divina! Os Andes Vulcânicos elevam cumes calvos, Circundados de gelos, mudos, alvos, Nuvens flutuando que espetac los grandes! Lá onde o ponto do condor negreja, Cintilando no espaço como brilhos D olhos, e cai a prumo sobre os filhos Do lhama descuidado; onde deserto, O azul sertão, formoso e deslumbrante, Arde do sol o incêndio, delirante Coração vivo em céu profundo aberto! Nos áureos tempos, nos jardins da América Infante adoração dobrando a crença Ante o belo sinal, nuvem ibérica Em sua noite a envolveu ruidosa e densa. Cândidos Incas! Quando já campeiam Os hérois vencedores do inocente Índio nu; quando os templos s incendeiam, Já sem virgens, sem ouro reluzente, Sem as sombras dos reis filhos de Manco, Viu-se (que tinham feito? e pouco havia A Fazer-se ) num leito puro e branco

10 A corrupção, que os braços estendia! E da existência meiga, afortunada, O róseo fio nesse albor ameno Foi destruído. Como ensaguentada A terra fez sorrir ao céu sereno! Foi tal a maldição dos que caídos Morderam dessa mãe querida o seio, A contrair-se aos beijos, denegridos, O desespero se imprimi-los veio, - Que ressentiu-se verdejante e válido, O floripôndio em flor; e quando o vento Mugindo estorce-o doloroso, pálido, Gemidos se ouvem no amplo firmamento! E o sol, que resplandece na montanha As noivas não encontra, não se abraçam No puro amor; e os fanfarrões d Espanha, Em sangue edêneo os pés lavando, passam. (O Guesa errante canto I) Um dos mais importantes trechos do poema, O Inferno de Wall Street, aproxima-se do delírio em virtude de sua fala anárquica, caótica e fragmentada. O momento refere-se à passagem do Guesa por Nova Iorque e a descoberta dos males que o capitalismo trazia ao mundo e às populações mais pobres, em especial às latino-americanas. Neste aspecto Sousândrade antecipa em muitos anos o posicionamento crítico e a escrita automática e neológica dos modernistas. Referências Bibliográficas ABDALA Jr. Benjamin e CAMPDELLI, Samira Youssef. Tempos da literatura brasileira. São Paulo: Ática, AMORA, Antônio Soares. O Romantismo. São Paulo: Cultrix, BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, CANDIDO, Antônio. Formação da literatura brasileira (momentos decisivos). Belo Horizonte: Itatiaia, CANDIDO, Antonio. Iniciação à literatura brasileira: resumo para principiantes. 3ª ed. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, CANDIDO. Literatura e sociedade. 9ª ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, CANDIDO e CASTELO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira das origens do Romantismo. São Paulo: Difusão Europeia do livro, CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura brasileira. 2º grau. São Paulo: Atual Editora, CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura portuguesa. 2º grau. São Paulo: Atual Editora, COUTINHO, Afrânio. O barroco. In: A literatura no Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, MARTINS, Heitor. Neoclassicismo. Brasília: Academia Brasileira de Letras, MERQUIOR, J. Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: Top Books, MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira: romantismo. São Paulo: Cultrix, NICOLA, José de. Literatura portuguesa - da Idade Média a Fernando Pessoa. São Paulo: Scipione, NICOLA, José de. Literatura brasileira - das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, REVISTA USP, São Paulo, n.56, p , dezembro/fevereiro

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