2ª Série do Ensino Médio _ TD 10 _ 10 de maio de 2006 LETRA PARA UMA VALSA ROMÂNTICA
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- Leandro de Oliveira Neves
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1 2ª Série do Ensino Médio _ TD 10 _ 10 de maio de 2006 Texto I LETRA PARA UMA VALSA ROMÂNTICA A tarde agoniza Ao santo acalanto Da noturna brisa, E eu, que também morro, Morro sem consolo, Se não vens, Elisa! Aí nem te humaniza O pranto que tanto Nas faces desliza Do amante que pede Suplicantemente Teu amor, Elisa! Ri, desdenha, pisa! Meu canto, no entanto, Mais te diviniza, Mulher diferente,
2 Tão indiferente, Desumana Elisa! 01. O poema acima pertence a Manoel Bandeira, poeta modernista. Porém, esse mesmo texto apresenta um lirismo muito peculiar ao Romantismo, devido à: (A) busca pela morte. (B) abordagem sobre o papel social da mulher. (C) atitude de vassalagem amorosa. (D) religiosidade expressa. (E) atitude de supervalorização do homem perante a mulher. 02. O exagero é uma das características marcantes do Romantismo. Sendo assim, marque a opção em que o eu lírico expressa-se de forma mais exagerada: (A) "O pranto que tanto /Nas faces desliza" (B) "Morro sem consolo, /Se não vens, Elisa!" (C) "Ri, desdenha, pisa!" (D) "Do amante que pede /Suplicantemente" (E) "Mulher diferente, /Tão indiferente" 03. O homem de todas as épocas se preocupa com a natureza. Cada período a vê de modo particular. No Romantismo, a natureza aparece como: (A) um cenário cientificamente estudado pelo homem; a natureza é mais importante que o elemento humano. (B) um cenário estático, indiferente; só o homem se projeta em busca de sua realização. (C) um cenário sem importância nenhuma; é apenas um pano de fundo para as emoções humanas. (D) confidente do poeta, que compartilha seus sentimentos com a paisagem; a natureza se modifica de acordo com o estado emocional do poeta. (E) um cenário idealizado onde todos são felizes e os poetas são pastores.
3 04. "Era a virgem do mar! Na escuma fria Pela maré das águas embaladas! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia!" A estrofe acima demonstra que a mulher aparece freqüentemente na poesia de Álvares de Azevedo como figura: (A) sensual. (B) concreta. (C) próxima. (D) natural. (E) inacessível. 05. Na poesia lírico-amorosa de Castro Alves, observa-se: (A) uma posição platônica em relação ao amor, sobre o qual versifica em linguagem racional e contida. (B) a idealização da mulher, cantada constantemente como objeto inacessível ao poeta. (C) a preocupação de ocultar, por meio do excesso de figuras de linguagem, os mais recônditos desejos do poeta. (D) uma renovação em relação à de seus antecessores, pela expressão ousada dos impulsos eróticos. (E) a mesma timidez revelada nos devaneios líricos dos poetas da geração byroniana. Texto II Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Soneto do Amor total
4 Numa sempre diversa realidade. Amo-te afim, de um calmo amor prestante E te amo além, presente na saudade Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. E de te amar assim, muito e amiúde É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude. (Vinícius de Morais) 06. Em relação ao texto II, seria correto afirmar que: (A) o eu lírico dirige-se a sua amada. (B) o eu lírico dá ênfase aos sentimentos expressos pela mulher amada. (C) o texto refere-se à realidade exterior, com linguagem denotativa. (D) há presença de um lirismo contido. (E) possui tom narrativo-declamatório. 07. Comparando-se o texto I com o texto II, podemos considerar todas as opções, exceto: (A) No texto I, o eu lírico projeta-se para uma posição inferior à da amada. (B) No texto II, o eu lírico apresenta uma forma de amar amadurecida. (C) Em ambos os textos, a mulher amada assume a função de receptora da mensagem poética. (D) No texto II, a mulher é apresentada de forma mais erotizada.
5 (E) O texto II, pelo seu conteúdo, aproxima-se da fase ultra-romântica do Romantismo. 08. Assinale a alternativa que
6 exemplifica o Condoreirismo na poesia de Castro Alves: (A) " O poeta trabalha!...a fronte pálida Guarda talvez fatídica tristeza... Que importa? A inspiração lhe acende o verso Tendo por musa _ o amor e a natureza!" (B) " O seio virginal, que a mão recata, Em balde o prende a mão... cresce, flutua... Sonha a moça ao relento... Além na rua Preludia um violão na serenata!..." (C) "Caminheiro que passas pela estrada, Seguindo pelo rumo do sertão, Quando vires a cruz abandonada, Deixa-a em paz dormir na solidão." (D) "Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus...? (E) "Se eu te dissesse que cindindo os mares Triste, pendido sobre a vítrea vaga,
7 09. O conhecimento do cronista, a quem se faz referência no primeiro parágrafo, provavelmente tem significativa preocupação com a: (A) filosofia. (B) engenharia. (C) ecologia. (D) estética. (E) antropologia. 10. Com o ofício de escrever, o cronista por certo não ficará enriquecido. Qual das alternativas abaixo justifica a citação em negrito? (A) "notícias melancólicas"; (B) "exaurir a terra"; (C) "histórias novas"; (D) "juntando os tostões"; (E) "tédio e melancolia". 11. Assinale a única opção que pode ser convertida para a voz passiva: (A) "...e me dá notícias melancólicas."(1º parágrafo) (B) "Esse dia talvez ainda esteja muito longe..." (3º parágrafo) (C) "A terra certamente é ruim..." (5º parágrafo) (D) "Que rei sou eu..." (6º parágrafo) (E) "... o palhaço cuida do elefante..." (6º parágrafo) 12. Em: "Numa viagem pelo interior (...) achou tudo feio e triste." (1º parágrafo), os termos destacados são: (A) objetos diretos. (B) objetos indiretos.
8 (C) predicativos do sujeito. (D) objetos diretos pleonásticos. (E) predicativos do objeto. Texto IV (fragmento) "Antigamente, antes das democracias, quando não havia público para os escritores, o homem de letras se tornava quase sempre o cortesão dos poderosos, um ornamento gracioso de aristocratas ou de burgueses; hoje, porém, ele já se pode tornar independente pela possibilidade de viver do apoio e da compreensão de leitores. Permanece, no entanto, o perigo de outra forma de escravidão: o de se vender o escritor às exigências mais vulgares do grande público." 13. "... não havia público para os escritores..." (Álvaro Lins) Eis aí um caso de verbo impessoal: o verbo haver, com significado de existir, não tem sujeito, o que não acontece com o próprio verbo existir. Presente essa informação, marque a frase erradamente construída: (A) Podem existir muitas praias melhores que a do Brasil. (B) Há de haver méritos para os escritores brasileiros. (C) Existirá, um dia, uma melhor credibilidade aos escritores nacionais. (D) Devem haver leitores para todos os tipos de texto. (E) Haverão de existir respostas honestas para essas afirmações. 14. Em: "Permanece, no entanto, o perigo de outra forma de escravidão...", tem-se: (A) predicado verbal, com verbo transitivo indireto. (B) predicado verbal, com verbo intransitivo. (C) predicado nominal, com verbo de ligação. (D) predicado verbo-nominal, com verbo intransitivo. (E) predicado verbo-nominal, com verbo transitivo.
9 15. "...o homem de letras se tornava quase sempre o cortesão dos poderosos...". O termo destacado exerce a função sintática de: (A) objeto direto. (B) objeto indireto. (C) predicativo do sujeito. (D) sujeito. (E) predicativo do objeto.
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