Interpretação de Exames Laboratoriais nas Deficiências de Minerais
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- Arthur Araújo Bentes
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1 Interpretação de Exames Laboratoriais Aplicados à Nutrição Clínica Interpretação de Exames Laboratoriais nas Deficiências de Minerais Prof. Marina Prigol
2 Minerais São elementos com funções orgânicas essenciais que atuam tanto na forma iônica (forma solúvel) quanto como constituintes de enzimas forma não solúvel), hormônios e proteínas nos tecidos. Compõem 4% do peso corporal. CLASSIFICAÇÃO: A) Macrominerais: Ca, P, Mg...etc (quantidades maiores que 100 mg/dia) B) Microminerais: Cu, Fe, Se, Zn... etc. C) Minerais tóxicos: Hg, Pb, Cd, Al, As etc
3 Cálcio Mineral mais abundante do corpo humano. (50% ligado a ptn, 40 % livre (íonizado) que é a aforma ativa, 10 % ligado a anions sericos (fosfato, bicarbonato)) -Transmissão nervosa, coagulação, contração muscular e composição óssea. Avaliação laboratorial: Cálcio Sérico total (CaST): Não pode ser usado como parametro isolado, pode ter como interferente os níveis de albumina. Cálcio Sérico Ionizado (CaSI): Associado a medida de CaST. Sofre influencia nas situações de acidose e alcalose. Cálcio Urinário (CaU): Usado com mais frequência nos casos de hipercalciúria, mas tambem utilizado para acompanhamento de pacientes com hipocalciúria em uso de vit D.
4 Fósforo Segundo mineral mais abundante do corpo humano. (10% ligado a ptn, 10 % livre ou ionizado, 80 % complexado com o cálcio e o magnésio). -Componente do ATP, DNA, essencial nas membranas, metabolismo dos carboidratos, contração muscular e equilíbrio acidobásico, mineralização dos ossos. Hipo: dieta rica em CHO paciente desnutrido. Hiper: calcificação ectópica. Avaliação laboratorial: Não existem marcadores fidedignos no sangue. Fósforo urinário utilizado em alguns casos: Insuficiência renal cronica e hipoparatireoidismo (eleva), e raquititmo hipofosfatêmico, osteomalácia e tumores (diminui).
5 Magnésio Participa de cerca de 300 sistemas enzimáticos (Metabolismo de CHO, PTN e LIP). (65% está no osso; 34% intracelular, principalmente músculos; 1% no plasma). Hipo: fraqueza, formigamento, tremor, tetania. Hiper: vomito, sudorese, sonolência. Avaliação laboratorial: Magnésio Sérico (MgS): Pouco sensível Magnésio Urinário: A mesma quantidade absorvida é excretada na urina (teste de sobrecarga de magnésio).
6 Ferro Elemento traço fundamental no organismo humano (3-4 gramas no organismo 2,5 na hemoglobina) -Transporte de oxigenio, componente de hemoglobina, mioglobina e citocromos e várias enzimas. Após absorvido o ferro (tanto de origem heme quanto não heme) se complexa a ptn (ferritina e quando em excesso = hemossiderina) o transporte ocorre pela glicoproteína (transferrina).
7 Deficiência se manisfesta de forma progressiva. -Depleção de ferro: Esgotamento das reservas; -Deficiência funcional de ferro: Baixo fornecimento de ferro para a medula óssea; Deficiência de ferro propriamente dita manifestaçoes clinicas e redução de hemoglobina e hematócrito. Avaliação laboratorial: Ferro sérico (FeS)= de forma isolada tem pouco valor. Ferritina: Exame mais fidedigno mostra estoques corporais de ferro. Estagio inicial. Doenças hepáticas que lesionam o fígado podem interferir. Determinação de hemoglobina: Estágio avançado da anemia.
8 Cobre Funções fisiológicas, bioquímica e imunológica. Avaliação laboratorial: Medida da ceruloplasmina proteína que transporta 60 a 90% do cobre circulante. Dosagem de cobre plasmático Dosagem de cobre na urina Pouco utilizadas
9 Zinco Participa de cerca de 300 sistemas enzimáticos Metabolismo de CHO, PTN, Hormônios e divisão celular) Mas de 95% do Zn é intracelular Avaliação laboratorial: Dosagem de zinco sérico (ZnS).
10 Selênio Essencial em várias vias metabólicas. 60% está na forma de selenoproteinas. Avaliação laboratorial: Quantificação de Selenio plasmática; Quantificação de selenoproteínas; Determinação da enzima glutationa peroxidase.
11 -O primeiro estágio dos mecanismos patogenéticos de doenças carenciais é a ingesta insuficiente de oligoelementos; -A segunda etapa é a compensação metabólica, que ocorre com o estabelecimento dos sistemas alternativos; -A terceira, é a descompensação dos sistemas metabólicos, -A quarta é a fase das modificações bioquímicas e funcionais, que se caracteriza pelo surgimento de sinais e sintomas.
12 Mineralograma
13 A determinação de elementos - traço é mais fidedigna se realizada em amostras de tecido (cabelo, pele ou unha), sendo mais facilmente realizada no cabelo. Os níveis dos minerais presentes são 10 a 15 vezes maiores do que os níveis sanguíneos. O couro cabeludo humano possui, em média, de a fios, sendo que estão em repouso e 100 fios caem por dia. O cabelo é composto por água (4 a 13%),proteínas (85 a 93%), lipídios (2,5 %) e resíduos (0,21 a 0,80%). Os macroelementos do cabelo são: carbono (46%), nitrogênio(16%), enxofre (4%), oxigênio (28%) e cálcio (0,3%); outros minerais apresentam-se como microelementos ou elementos-traço. O cabelo ideal para a realização do mineralograma é o do couro cabeludo. O cabelo da cabeça revela a situação atual do indivíduo. A amostra a ser encaminhada para determinação não pode haver recebido tintura e/ou permanente nos últimos 3 meses, uma vez que estes procedimentos interferem diretamente com alguns elementos do mineralograma. Técnica: espectrofotometria de absorção atômica.
14 Sangue, cabelo ou urina? O mineralograma é feito no Brasil principalmente a partir de fios de cabelo. Mas análise do sangue e da urina também é utilizada. Há diferenças entre esses três tipos de exame. -A observação do fio de cabelo mostra a quantidade de minerais presentes por um período pequeno, semanas. -O sangue permite o diagnóstico do estado do paciente por até 60 dias. -O diagnóstico por meio da urina serve para verificar, durante o tratamento, se as substâncias tóxicas em excesso estão sendo liberadas do organismo, e, consequentemente, se o tratamento está dando resultado.
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17 J.A., 36 anos, feminina, recorreu a um serviço médico de urgência por intensa dor, em cólica, na região lombar direita, com irradiação para a fossa íliaca direita, acompanhada de profusa sudorese e palidez. Concomitantemente apresentou episódio de hematúria macroscópica. Ante a suspeita clínica de cólica renal, foi feito um RX simples de abdômen, que evidenciou dois pequenos cálculos radiopacos no trajeto do ureter direito, em seu terço inferior; áreas circunscritas de rarefação óssea nos ossos da bacia. A paciente foi medicada para dor e transferida para um hospital geral, a fim de fazer tratamento conservador e investigar a etiologia da litíase renal. Ali, na entrevista com o clínico, não relatou história prévia ou familiar de cálculos renais. Referiu estar a 8 meses fazendo dieta para obesidade, com restrição calórica importante e isenta de frutas. Em vista disso, foilhe prescrito um complexo vitamínico, dose de duas cápsulas diárias. Para reforçar as vitaminas, resolveu tomar por conta própria uma associação de vitaminas A e D, na dose de 1 ml (1 mg vit. D UI de vit. A) por via oral, diariamente. Afora os sintomas já referidos, queixou-se de cefaléias freqüentes, noctúria e parestesia nas mãos e nos pés. Ao exame físico só foi constatado obesidade. Os exames complementares mostraram: Cálcio sérico total = 12 mg/dl (normal: 8,8 a 10,4 mg dl) Cálcio sérico ionizado = 6,1 mg/dl (normal: 4,6 a 5,2 mg/dl) Cálcio urinário = 350 mg/dia (normal até 300 mg/dia para mulher) Parcial de Urina = hematúria e cristalúria. Como você interpretaria a apresentação da paciente? O que estava causando seu quadro clínico?
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