E quando é má. ideia pensar. Como pensa?

Transcrição

1 E quando é má ideia pensar Como pensa?

2 O seu cérebro não é tão fiável como pensa e prega-lhe algumas partidas! Movido pela necessidade de eficiência, toma alguns atalhos que, de forma geral, nos facilitam a vida. E quando esses atalhos se desequilibram e começam a ser responsáveis por espirais de mal-estar?

3 Tudo ou nada Tendência para fazer avaliações de acordo com categorias extremas, em branco e preto. Uma distorção particularmente complicada quando a aplica às suas qualidades pessoais, e que está na base do perfeccionismo. Levado por esta distorção, uma falha, por mínima que seja, leva-o a uma auto-avaliação de fracasso. Ou presta ou não presta. Ou é bom, ou é mau. Bestial ou besta Esta distorção impede o realismo, porque a realidade é complexa, cheia de meios-tons, ângulos, faces e arestas. A realidade não se conforma a categorias absolutas. Lembre-se de procurar os meiostons da próxima vez que der por si numa avaliação negativa absoluta, contrapondo exemplos do seu passado e outras qualidades presentes

4 Generalização excessiva Tendência para assumir que algo que nos aconteceu uma ou algumas poucas vezes, acontece sempre e continuará a acontecer. O medo da rejeição está, muitas vezes, assente nesta forma distorcida de ler a realidade. Ninguém é aceite a 100% por 100% das pessoas. E, no entanto, é fácil assumir uma rejeição ou um afecto negativo como: ninguém gosta de mim e nunca vão gostar de mim. Esteja especialmente atento a algumas palavras que podem aparecer no seu discurso interno: sempre, nunca, todos, ninguém, E quando não estiverem a contribuir para o seu bem-estar, lembre-se de nunca pensar nunca e sempre evitar sempre. E lembre-se, também, que existem 7 biliões de pessoas à face da terra

5 Filtro mental Imagine um copo de água, límpido e transparente. Agora imagine uma gota de tinta-da-china, a diluir-se, transformando a água numa mancha negra Estamos a aplicar um filtro mental quando seleccionamos um único aspecto negativo e nos aplicamos mentalmente a considera-lo e a ruminar sobre ele, até que toda a realidade fique contaminada negativamente. Quando se está deprimido, por exemplo, este processo de abstração selectiva funciona como uns óculos que apenas permitem que o negativo seja visto. Errou 2 perguntas em 100? Fica a pensar nessas duas perguntas, achando-se burro e entristecendo-se com isso E ignorando que um resultado de 98% será provavelmente brilhante.

6 Desqualificar o positivo É quase um passo à frente da anterior! Como assim? Porque esta distorção implica que se transformem eventos neutros ou mesmo positivos em negativos. Se está a achar que isto já é muito à frente e seguramente não lhe acontece, lembre-se do último elogio que recebeu. Dexeme contar-lhe como foi a história: ou viu o elogio e começou a pensar: Hummm vê-se logo que não me conhece ou está a dizer isto só por dizer ou deve querer qualquer coisa. Junte esta e a anterior e não se espante por andar em baixo. Parte de uma sensação de que não vale grande coisa e, quando algo menos bom acontece, sente que acabou de demonstrar isso mesmo, ignorando todos os seus bons resultados. E tem um bom resultado e ignora-o, achando que foi obra do acaso e/ou que não foi tão bom assim.

7 Saltar para conclusões Quando se assumem conclusões a partir de factos insuficientes. Dois exemplos comuns são a leitura da mente e a bola de cristal. Na leitura da mente, interpretamos sinais dos outros verbais e não verbais, assumindo que querem dizer algo sobre nós. O chefe resmungou-lhe um bom dia de má-vontade? Mas o que é que eu fiz de errado? Porque é que ele me acha incompetente?. Perguntando, talvez descubra que ele tem asma e apenas passou uma má noite Lê a bola de cristal quando imagina que algo de negativo lhe vai acontecer e assume que isso é um facto. Um exemplo comum é quando nos sentimos mal regra geral, achamos que o malestar nunca vai acabar e não vamos aguentar e Na maioria das vezes, ignorando completamente taxas de sucesso e prognóstico.

8 Maginificar e minimizar Magnificamos, a nosso desfavor, quando olhamos para os nossos defeitos, erros, medos e imperfeições e os vemos muito maiores ou mais importantes do que aquilo que são. Levado ao extremo, chamamoslhe catastrofização: algo de negativo que passaria despercebido, mas que transformamos numa catástrofe pessoal, de impacto assustador nas nossas vidas. Minimizamos quando olhamos para as nossas virtudes, pontos fortes, êxitos e qualidades e as vemos como insignificantes e sem grande importância. Duas lentes para olharmos para dois conjuntos complementares entre si mas que, desta forma, se tornam desproporcionados e nos criam uma realidade interna de mal-estar.

9 Raciocínio emocional Acontece-nos quando usamos a forma como nos sentimos como prova de uma dada realidade. Se me sinto inferior aos outros, é porque sou inferior aos outros. Se me sinto culpado, é porque fiz algo de errado. O problema disto é que as emoções não demonstram nada e decorrem, em grande medida, daquilo que pensamos e também do que fazemos. Ora nesta distorção o que acontece é pormos o movimento circular a girar em sentido contrário: partimos da emoção para dar como válido o que pensamos sobre nós, a vida ou os outros. Em vez de quê? De partirmos do mal-estar emocional para descobrir o que estamos a pensar e fazer que o está a originar e, então, desafiar e alterar essa origem.

10 Devia, ter que Desafio-o a fazer este exercício: durante um dia ou outro período de tempo, conte o nº de vezes que, ao falar com outros ou nos seus diálogos internos, usa expressões como estas. Vai ficar surpreendido com a forma como dominam o seu discurso. Aplicados ao próprio, é uma forma amadora de automotivação: tenho de fazer isto, devia ser aquilo. E qual é o problema? Não funciona! O efeito é precisamento o oposto: a frustração e o desencorajamento. Quando aplicados aos outros, é uma forma de nos irmos recordando dos nossos imperativos morais e da nossa frustração por os outros não se conformarem às nossas expectativas, o que apenas origina zanga e dificuldades relacionais. Substitua por gostava, escolho, prefiro

11 Personalizar Esta distorção tem uma filha chamada culpa Ocorre quando assume a responsabilidade por um acontecimento negativo, ainda que nada aponte objectivamente para isso. Muitos pais, por exemplo, entram numa espiral de culpa quando existem problemas com os seus filhos más notas, maus comportamentos ainda que nada leve a crer que tenham qualquer responsabilidade nisso. Esta distorção prende-se com uma confusão lógica entre influência e controlo milhares de pessoas e situações influenciam um resultado, de formas complexas, imprevisíveis e difíceis de gerir. O que não acontece, a não ser na ficção, é um ser humano controlar outro ser humano ou situação a ponto de, sozinho, conseguir obter um determinado resultado.

12 Falámos-lhe nalgumas das mais comuns distorções cognitivas, responsáveis por muito malestar humano. Com paciência e persistência, pode ir identificando-as em si e mudando perspectivas mentais, aumentando o realismo do que pensa e como o pensa.

13 Sabemos que é difícil fazê-lo sozinho é precisa uma condução de um psicólogo qualificado, sobretudo quando já estamos a falar de uma depressão instalada ou de um quadro ansioso desenvolvido. Se for esse o seu caso, marque consulta na Oficina de Psicologia, tal como milhares de pessoas já o fizeram, com bons resultados!

14 Em Portugal e no Brasil Contacto@oficinadepsicologia.com