Unidade: Alimentação da infância ao envelhecimento. Unidade I:
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- Amélia Santos Carrilho
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1 Unidade: Alimentação da infância ao envelhecimento Unidade I: 0
2 Unidade: Alimentação da infância ao envelhecimento ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA PRÉ ESCOLAR Período compreendido entre 1 e 6 anos de idade que requer o conhecimento das características biopsicossociais para ter uma abordagem nutricional adequada. Quanto às características dessa fase que interferem no padrão alimentar, temos: Ritmo de crescimento menor (12 cm no 2º ano; 8 a 9 cm no 3ª ano e 7 cm nos anos seguintes); O crescimento até os 2 anos é o reflexo das condições de nascimento e ambientais e a partir dos 2 anos o potencial genético interfere no crescimento; Necessidades quantitativas de nutrientes mais baixas, que determina uma menor ingestão de alimentos; Apresenta apetite irregular, com flutuações diárias; O estado nutricional precisa ser constantemente avaliado para determinar se a ingestão está suficiente para atender as necessidades nutricionais; Ganho de peso 2 a 2,5kg/ano; Inapetência nessa fase leva a ansiedade materna e anorexia para chamar atenção; No início do 3º ano a criança deve abandonar da mamadeira; A criança nesse período ainda é dependente da mãe; Tem grande interesse pelo meio ambiente; Tem a manifestação da vontade própria. 1
3 Deve-se avaliar o exame físico da criança e nesse aspecto, o mesmo deve ser: EXAME FÍSICO Pele seca e brilhante Ganho de peso e altura Bom desenvolvimento e firmeza muscular Bom desenvolvimento e saúde dos dentes Boa postura Cabelo brilhoso Olhos límpidos Estado de alerta e curiosidade Conduta dietética Nessa fase a educação alimentar atua como profilaxia de distúrbios alimentares uma vez que a alimentação inadequada = sequelas. Deve-se estimular a participação ativa na alimentação com a utilização de copo, caneca, colher e estimular que as crianças se alimentem sozinha. Realizar de 5 a 6 refeições/dia. A alimentação deve ser igualada à família a partir de 1 ano de idade (com adaptações quanto aos condimentos, alimentos 2
4 gordurosos e frituras). O leite nessa fase ainda é importante fonte de cálcio, mas deve-se estimular a ingestão de derivados como: iogurte, queijo, coalhada, mingau etc. As hortaliças fonte de minerais e vitaminas deve ser ingerida crua ou cozida, purês, refogadas, suflês, sopas., e introduzir de maneira gradual. As frutas devem estar nas sobremesas e lanches. Evitar a monotonia alimentar através de habilidades culinárias, como por exemplo com a utilização de prato único (torta de batata com carne e legumes, etc.) Respeitar volume e capacidade gástrica oferecendo pequena quantidade de alimentos nas refeições Na recusa da refeição principal, não oferecer leite. Oferecer mais tarde. Não oferecer líquidos com as refeições (sucos, refrigerantes ou outros líquidos). Não supervalorizar alimentos. Os alimentos industrializados podem ser utilizados com restrição. Estabelecer horários para a ingestão de doces e refrigerantes. 3
5 ESCOLAR Considerando as características biológicas, o escolar é o período compreendido entre 7 anos até a puberdade e a partir daí seria o adolescente. Quanto às características dessa fase que interferem no padrão alimentar, temos: Características Aumento de peso 2300g/ano Altura 5cm/ano, 7 anos 7x peso do nascimento Maior socialização e independência levam a melhor aceitação de preparações mais elaboradas Melhora do apetite Redução da ingestão láctea pode comprometer a formação óssea Fase em que ocorre repleção energética (desvio do peso acima do normal) Aos 6 anos primeiros dentes permanentes TGI mais desenvolvido com capacidade gástrica semelhante ao adulto Padrão alimentar = adulto Independente da mãe Escolhe seus próprios alimentos 4
6 Conduta dietética A educação nutricional para formação hábitos alimentares Importância ao aspecto, cor, sabor e odor das preparações Começa interesse pelo preparo dos alimentos Adequar o esquema alimentar ao horário das escolas Estimular a criança no preparo dos alimentos Fracionar a alimentação em seis refeições ao dia Refeições volumosas levam os intervalos maiores Evitar alimentos de alta densidade energética ADOLESCÊNCIA É o período de transição entre a infância e a vida adulta, caracterizado por mudanças somáticas, psicológicas e sociais. Características Compreende a faixa etária entre os 10 e 19 anos de idade Segundo período máximo de crescimento Aumento de massa corporal, desenvolvimento físico e maturação de órgãos O crescimento é resultante da interação constante das influências genéticas, ambientais, nutricionais, hormonais, sociais e culturais. 5
7 PUBERDADE FASE FINAL Fase inicial (10 a 14 anos) Estirão de crescimento Aumento da secreção hormonal Maturação sexual 15 aos 19 anos Desaceleração dos processos PUBERDADE Processo influenciado por fatores ambientais, nutricionais e sociais Crescimento ósseo pela ação hormonal (condrogênsese) A puberdade varia entre os indivíduos e entre os sexos O início é primeiro nas meninas Crescimento médio: 9 a 10cm/ano para os meninos e 8cm/ano para as meninas Ganho de peso: meninos 8kg e 6 a 8 kg para as meninas Meninos têm maior estímulo da massa muscular (testosterona) Meninas maior aumento da gordura corporal (estrogênio) Hábitos alimentares Todas as mudanças que ocorrem na adolescência interferem no comportamento alimentar e o consumo alimentar pode ser influenciado por: 6
8 Valores sócio-culturais Conhecimento da nutrição Necessidades e características psicológicas Imagem corporal Convivências sociais Situação financeira familiar Alimentos ingeridos fora de casa Aumento de consumo de alimentos semi-prontos Mídia Hábitos e preferências alimentares Disponibilidade de alimentos Facilidade de preparo Preferências alimentares Elevado teor de gordura saturada e colesterol Grande quantidade de açúcar e sal junk food (elevado teor de gordura saturada, sódio, açúcar e pouca quantidade de nutrientes) Essa prática pode levar ao aumento da gordura corporal e sobrepeso O sobrepeso na adolescência está associado ao risco de sobrepeso na vida adulta e risco para doenças crônicas não transmissíveis. 7
9 Conduta dietética Comer variedade de alimentos Realizar 5 refeições diárias (café, almoço e jantar e 2 lanches) Manter um peso saudável balanceando "ingestão" e gastos calóricos Escolher uma dieta pobre em gorduras saturadas e colesterol Comer frutas, verduras/legumes e grãos integrais Beber líquidos em quantidade adequada Evitar "guloseimas", "refrigerantes" e beliscar Evitar consumir gorduras saturadas e trans para profilaxia de aterosclerose e doença coronariana na vida adulta. Controle da ingestão de sal para prevenção de hipertensão arterial. Consumo adequado de cálcio para formação adequada da massa óssea e profilaxia da osteoporose na vida adulta. ENVELHECIMENTO Segundo a Organização Mundial da Saúde, o envelhecimento inicia aos 60 anos. Nesta fase, as alterações fisiológicas e anatômicas do próprio envelhecimento têm repercussão na saúde e nutrição do idoso. 8
10 Os fatores que interferem na nutrição são: o Menor sensação dos órgãos do sentido (diminuição das papilas gustativas) o Menor sensibilidade para doce e salgado o Redução na sensação de sede o Menor sensibilidade aos odores o Menor secreção salivar o Maior incidência de cárie o Alteração na dentição (perda de dentes, próteses mal adaptadas) o Alteração na secreção gástrica pior absorção de Ca, Fe, B12 o Diminuição enzimas pior digestão, absorção o Diminuição dos movimentos peristálticos que leva a obstipação o Isolamento familiar e social o Desinteresse pela alimentação o Depressão: padrão alimentar variado o Perda de rendimentos - aposentadoria o Imobilidade Devido às alterações acima, o idoso pode ter consequência negativas no seu estado nutricional devido à ingestão insuficiente de alimentos. A seguir veja as consequências decorrentes de tais alterações: 9
11 Menor prazer de comer Menor ingestão de alimentos Dificuldades na digestão dos alimentos Deficiência na absorção dos nutrientes Obstipação intestinal Alteração de consistência na dieta em função das dificuldades apresentadas Dificuldades financeiras para aquisição de alimentos Dificuldade para preparar os alimentos Menor prazer de comer Redução na ingestão de alimentos e água Determinantes do hábito alimentar O hábito alimentar não é determinado somente pelas preferências ou mudanças fisiológicas A integração social também determina o hábito alimentar Acesso ao transporte Condição financeira Todos os fatores acima predispõem o idoso a uma falta de preocupação consigo (autocuidado), levando a uma alimentação deficiente tanto nos aspectos quantitativos como qualitativos, colocando-os em risco nutricional. 10
12 Conduta dietética Local das refeições deve ser tranquilo Convívio familiar e social é importante Deve se alimentar sozinho, sempre que possível. Adaptar utensílios se necessário Evitar líquidos durante as refeições e 30 minutos antes e oferecê-los a cada 1 ou 2 horas entre as refeições Retirar cascas e ossos de alimentos Alimentação colorida e variada com temperos suaves e evitando os picantes Evitar o excesso de sal Estimular o consumo de frutas, verduras e legumes Reduzir a ingestão de gorduras, especialmente as saturadas colesterol e triglicérides. Aumentar o consumo de líquidos para prevenir constipação e auxiliar na função renal 11
13 Referências GALISA, M.; GUIMARAES, A. Cálculos Nutricionais: Conceitos e Aplicações Práticas. São Paulo: M.Books, MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11. ed. São Paulo: Roca, 2005 PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos Alimentos: Fundamentos Básicos da Nutrição. Barueri, Sp: Manole,
14 13 Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, São Paulo SP Brasil Tel: (55 11)
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