Unidade: APLICAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO PLANEJAMENTO DE DIETAS. Unidade I:
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- Mikaela Brunelli Diegues
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1 Unidade: APLICAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO PLANEJAMENTO DE DIETAS Unidade I: 0
2 Unidade: APLICAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO PLANEJAMENTO DE DIETAS ESTUDO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DE MICRONUTRIENTES DEFINIÇÕES Necessidades Nutricionais: quantidade de energia e nutrientes biodisponíveis nos alimentos, que um indivíduo são deve ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas. Necessidade: definida como o menor nível de ingestão contínua de um nutriente, que irá manter em uma pessoa, um estado de nutrição definido. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS: quantidade de energia e nutrientes que devem conter os alimentos consumidos para satisfazer as necessidades de quase todos os indivíduos da população saudável (média das necessidades de vários conjuntos de indivíduos + 2 desvios-padrão = ATENDENDO 97,5% da população). DRIs (Dietary Reference Intakes) DRIs (Dietary Reference Intakes) termo atual, que inclui nas recomendações conceitos recentes sobre o papel dos nutrientes e dos componentes alimentares na Manutenção da Saúde. DRI(s) - São valores de referência, estimativas quantitativas de ingestão de nutrientes. Devem ser utilizadas para planejar e avaliar dietas para populações saudáveis. DRIs (Dietary Reference Intakes) São valores de referência de ingestão de nutrientes que devem ser utilizados para planejar e avaliar dietas para pessoas saudáveis 1
3 O QUE SÃO VALORES DE REFERÊNCIA? AS DRIs CONSISTEM EM 4 REFERÊNCIAS DE INGESTÃO: 1ª) RDAs = (Recommended Dietary Allowaces) - Ingestão dietética recomendada: é o nível de ingestão dietética diária que é suficiente para atender às necessidades de nutrientes de praticamente todos (97 a 98%) dos indivíduos saudáveis de um determinado grupo de mesmo gênero e estágio de vida. 2ª) UL = (Tolerable Upper Intake Level) - Limite superior Tolerável de Ingestão: é o nível + alto de ingestão diária continuada de um nutriente que aparentemente não oferece nenhum efeito adverso à saúde em quase todos os indivíduos de um estágio de vida ou gênero. A medida que a ingestão aumenta para além do UL o risco potencial de efeitos adversos também aumenta. 3ª) EAR = (Estimated Average Requeriment) Ingestão Média Estimada: é um valor de ingestão diária de um nutriente que se estima que suprir a necessidade de metade (50%) dos indivíduos saudáveis num estágio de vida e sexo. 4ª) AI = (Adequate Intake) - Ingestão Adequada: é utilizada quando não há dados suficientes para a determinação das RDA. Pode-se dizer que é um valor prévio à RDA. Baseia-se em níveis de ingestão ajustadas experimentalmente ou em aproximações da ingestão observada de nutrientes de um grupo de indivíduos aparentemente saudável. Atualmente DRI, EAR, RDA, AI, UL são a mais completa fonte de referência. COMO UTILIZAR AS DRI(S) NA AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE DIETAS Estimar a ingestão dos mesmos através do cálculo das dietas (considerar fontes alimentares e outras fontes como água e suplementos); Determinar qual valor de referência utilizar (avaliação ou planejamento); 2
4 Dependendo do foco de avaliação (indivíduo ou grupo) a seleção do padrão de referência será da seguinte forma: PLANEJAMENTO DE DIETAS AVALIAÇÃO DE DIETAS Grupo Indivíduos Grupo Indivíduos EAR RDA EAR EAR (AI) (AI) UL (AI) UL UL UL A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS 4 VALORES DE REFERÊNCIA EAR RDA AI UL Como utilizar os valores de referência das DRI(s) RDA = EAR + 2SD Para indivíduos Para grupos EAR: utilizada para avaliar a EAR: utilizada para estimar a probabilidade de inadequação da prevalência do consumo inadequado ingestão habitual entre o grupo RDA: a ingestão habitual neste nível RDA: não deve ser utilizado para ou acima tem baixa probabilidade de avaliar ingestão de grupos inadequação AI: a ingestão habitual neste nível ou AI: a ingestão média usual neste nível 3
5 acima tem baixa probabilidade de inadequação UL: a ingestão habitual acima deste nível pode levar a riscos adversos em indivíduos devido à ingestão excessiva de nutrientes ou acima implica em baixa prevalência de inadequação de ingestão UL: utilizado para estimar a porcentagem da população com potencial risco de efeitos adversos devido à ingestão excessiva de nutrientes Fonte: FISBERG e cols, INTERPRETAÇÃO QUALITATIVA DA ADEQUAÇÃO DA INGESTÃO Ingestão em relação a AI Interpretação qualitativa Ingestão a AI A ingestão média provavelmente está adequada se avaliada por um grande número de dias Ingestão < AI A adequação da ingestão não pode ser determinada Ingestão em relação a UL Interpretação qualitativa Ingestão a UL Risco potencial de efeitos adversos se a ingestão observada incluiu um grande número de dias Ingestão < UL A ingestão provavelmente é segura se observada por uma grande número de dias Ingestão em relação a Interpretação qualitativa EAR Ingestão = a EAR 50% de chance de inadequação Ingestão < EAR Ingestão provavelmente inadequada Ingestão entre EAR e RDA Risco de inadequação Ingestão em relação a Interpretação qualitativa RDA Ingestão = a RDA 2 a 3% de chance de inadequação Ingestão >= RDA Gde nº dias observação = inadequação pouco provável Ingestão entre RDA e UL - sem risco de inadequação Fonte: adaptado de ref. 1 4
6 COMO UTILIZAR NA PRÁTICA AS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Como exemplo, teremos que estabelecer um planejamento alimentar quanto à ingestão de micronutrientes, para uma mulher de 42 anos. COMO AVALIAR E PLANEJAR A DIETA? Supondo que esse indivíduo passou por uma consulta nutricional e relatou sua alimentação habitual. Os passos que devem ser seguidos serão: 1) Estabelecer os valores de referência de micronutrientes utilizados no planejamento e avaliação da dieta; 2) Estabelecer os valores de referência para avaliar a ingestão e então analisar a dieta habitual quanto à ingestão de micronutrientes; 3) Estabelecer os valores de referência de micronutrientes adequados ao indivíduo para Como exemplo, veja o quadro abaixo que apresenta os valores de referência dos micronutrientes (cálcio, ferro, vitamina B1, B2, Niacina e Vitamina C), destinados ao caso apresentado e que estão apresentados seguindo os passos recomendados anteriormente: 1) Estabelecer os valores de referência de micronutrientes utilizados no planejamento e avaliação da dieta MICRONUTRIENTES PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO Limites Ca (mg) Fe (mg) B1(mg) B2(mg) Niacina(mg) Vit C(mg) EAR 8,1 0,9 0, RDA 18 1,1 1, AI 1000 UL ND ND ) Estabelecer os valores de referência para avaliar a ingestão e então analisar a dieta habitual quanto à ingestão de micronutrientes. 5
7 AVALIAÇÃO DE DIETAS VALORES DE Ca (mg) Fe (mg) B1(mg) B2(mg) Niacina(mg) Vit C(mg) REFERÊNCIA EAR 8,1 0,9 0, (AI) 1000 UL ND ND A partir do quadro acima o que se observa é que os valores considerados adequados seriam aqueles que se situam entre o EAR ou (AI) e o UL, ou seja, se tirarmos como exemplo o Ferro, se utilizaria os valores entre 8,1mg/dia e 45mg/dia. Para analisar a ingestão, devem-se determinar as quantidades de nutrientes ingeridas. Sendo assim, vamos supor que o a mulher de 42 anos, que tivemos como exemplo anterior, ingerisse as quantidades de micronutrientes apresentada a seguir: Referência Ca (mg) Fe (mg) B1(mg) B2(mg) Niacina(mg) Vit C(mg) Ingestão 820 0,78 1,2 1, Como se avaliaria a sua ingestão? AVALIAÇÃO DE DIETAS VALORES DE Ca (mg) Fe (mg) B1(mg) B2(mg) Niacina( Vit C(mg) REFERÊNCIA mg) EAR 8,1 0,9 0, (AI) 1000 UL ND ND Ingestão 820 0,78 1,2 1, Análise da Inadequado Inadequa Adequa Adequado Adequado Adequado ingestão do do O que se observa é que as ingestões dos nutrientes que se apresentaram entre os valores de EAR e UL, estavam adequadas. 6
8 OBSERVE O EXEMPLO ABAIXO QUE SE REFERE À INGESTÃO DE NIACINA EAR UL 11mg/dia 35mg/dia INGESTÃO 16mg ou seja, se observa que a ingestão está entre os valores de ear (11mg) e UL (35mg). Sendo assim pode-se dizer que está adequado. Agora, vamos supor que você fosse elaborar uma dieta para essa mulher. Quais valores de referência você deveria ter como base? Veja a tabela a seguir, o que você deveria observar para planejar essa dieta. Limites Ca (mg) Fe (mg) B1(mg) B2(mg) Niacina(mg) Vit C(mg) RDA 18 1,1 1, AI 1000 UL ND ND A partir do quadro acima você pode verificar que deveria se basear entre os valores de RDA e UL. ESTUDO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DE MACRONUTRIENTES Nutrientes Energéticos Os nutrientes energéticos (proteína, lipídeo e carboidrato) são os responsáveis por atender as calorias do valor energético total exigido da dieta. Esses nutrientes fornecem o seguinte valor calórico/grama: Nutriente Proteína Lipídeo Carboidrato kcal/g 4kcal/g 9kcal/g 4kcal/g 7
9 Sendo assim, uma vez que as dietas devem ser balanceadas, deve-se primeiro estabelecer as quantidades, em calorias e gramas, dos nutrientes energéticos na dieta e em cada uma das refeições, sempre respeitando as quantidades recomendadas. Abaixo é apresentada a distribuição energética preconizada pela FAO/OMS, 2003 e DRI/2001. NUTRIENTES DRI, 2001 FAO/OMS,2003 PROTEÍNA 10% A 35% 10% A 15% GORDURA 20% A 35% 15% A 30% CARBOIDRATO 45% A 65% 55% A 75% O quadro a seguir apresenta a recomendação da FAO/OMS de ingestão de nutrientes.(fao/oms/ 2003) Nutrientes Quantidade(% do total de energia) Gordura Total 15 30% Ácidos graxos saturados < 10% Ácidos graxos polinsaturados (PUFAs) 6 10% Ácidos graxos polinsaturados n-6 (PUFAs) 5-8% Ácidos graxos polinsaturados n-3 (PUFAs) 1-2% Ácidos graxos trans < 1% Ácidos graxos monoinsaturados (MUFAs) Pela diferença* Total de carboidratos 55 75% Açúcares < 10% Proteínas 10 15% Colesterol < 300mg/dia Cloreto de Sódio (Sódio) < 5g/dia (< 2 g/dia) Frutas e vegetais 400g/dia Fibra total > 25g/dia 8
10 Para se determinar as quantidades desses nutrientes de acordo com o VET emprega-se a seguinte fórmula: Gramas do nutriente = VET x % recomendada do nutriente Vamos exemplificar: Qual a quantidade em gramas e calorias de carboidrato, que uma dieta de 2000 kcal deve ter para atender as recomendações da FAO/OMS, kcal x 55% = 1000 = 275g de carboidrato 4kcal/g) 4kcal/g) 2000kcal x 75% RESPOSTA: uma dieta de 2000kcal dever ter entre 1000kcal e 1500kcal e em gramas deve ser entre 275g e 375g de carboidrato. 9
11 Referências FISBERG, R. M.; SLATER, B. Inquéritos Alimentares: Métodos e Bases Científicas. Barueri: Manole, GALISA, M.; GUIMARAES, A. Cálculos Nutricionais: Conceitos e Aplicações Práticas. São Paulo: M.Books, PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos Alimentos: Fundamentos Básicos da Nutrição. Barueri, Sp: Manole,
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