OBSERVAÇAO DA LEISHMANIOSE VICERAL CANINA NA ROTINA DA CLINICA DE PEQUENOS ANIMAIS EM SANTARÉM PARÁ

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "OBSERVAÇAO DA LEISHMANIOSE VICERAL CANINA NA ROTINA DA CLINICA DE PEQUENOS ANIMAIS EM SANTARÉM PARÁ"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CELSO PIRES ROTHEBARTH OBSERVAÇAO DA LEISHMANIOSE VICERAL CANINA NA ROTINA DA CLINICA DE PEQUENOS ANIMAIS EM SANTARÉM PARÁ BELÉM - PARÁ 2009

2 CELSO PIRES ROTHEBARTH OBSERVAÇAO DA LEISHMANIOSE VICERAL CANINA NA ROTINA DA CLINICA DE PEQUENOS ANIMAIS EM SANTARÉM PARÁ Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido UFERSA, como exigência final para a obtenção do titulo de especialista em Clinica Médica de Pequenos Animais. Orientador: Dr. Vitor Marcio Ribeiro-UFMG BELÉM - PARÁ 2009

3 CELSO PIRES ROTHEBARTH OBSERVAÇAO DA LEISHMANIOSE VICERAL CANINA NA ROTINA DA CLINICA DE PEQUENOS ANIMAIS EM SANTARÉM PARÁ Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido UFERSA, para a obtenção do titulo de especialista em Clinica Médica de Pequenos Animais. PROVADA EM: 08/Agosto/2009 BANCA EXAMINADORA Profª. Dra. Silvia Maria Mendes Ahid Presidente Prof.M.Sc. Paulo Henrique Sá Maia Primeiro Membro Med. Vet. Maria Das Dores Paiva Ribeiro Segundo Membro

4 Chegará o dia em que os homens conhecerão o intimo dos animais. Nesse dia um crime contra um animal será um crime contra a humanidade (Leonardo Da Vinci)

5 RESUMO O presente trabalho baseia-se na analise de 312 exames para diagnostico de Leishmaniose Visceral Canina, solicitados no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2008, e a analise das fichas clinicas dos animais examinados, na cidade de Santarém Pará. A análise dos dados mostra que a incidência da doença ocorre principalmente nos primeiros anos de vida dos animais (47,1% primeiro ano e 26,9% segundo ano) tem uma leve predileção pelo sexo feminino, onde 55,4 das fêmeas examinadas fora soro reagentes, enquanto apenas 51,8% dos machos. Os principais sintomas observados são dermatose generalizada (62,8%); Dermatite periocular e alterações oculares (40,7%); Linfadenomegalia (38,3%); Anemia (36,5%); Onicogrifose (22,2%); Epistaxe (15%); E assintomáticos (3%). Foi observado que um numero elevado de animais (87%) apresentou até três dos sintomas descritos, considerados oligossintomaticos e um numero menor (10%) mostrou-se polissintomatico. Também foi observado que aqueles animais que já foram examinados anteriormente com resultado positivo, cujos proprietários queriam apenas a confirmação desse resultado, essa confirmação ocorreu em apenas 72% dos casos, o que demonstra a impossibilidade de confiar exclusivamente no primeiro resultado obtido. Entre os proprietários dos animais examinados, observamos que um alto percentual (33,3%) tem conhecimento da doença e pediram o exame do animal por suspeita de que o mesmo estivesse com a doença, e 69% destes estavam corretos em suas suspeitas, enquanto 148 (47,4%) proprietários foram surpreendido com a sugestão de que fosse feito o exame de seu animal e quando a suspeita partiu do médico Veterinário a confirmação da suspeita ocorreu em 50% dos animais. Palavra chave: Leishmaniose, Calazar, zoonose

6 SUMMARY The present work is based on analyzes of 312 examinations for diagnosis of Canine Visceral Leishmaniasis, requested in the period of January of 2007 the December of 2008, and it analyzes it of the clinical fiches of the examined animals, in the city of Santarem Para Brazil. The analysis of the data sample that the incidence of the illness occurs mainly in the first years of life of the animals (47.1% first year and 26.9% as year) has a light predilection for the feminine sex, where 55, 4 of reacting examined the females outside serum, while only 51.8% of the males. The main observed symptoms are generalized dermatoid (62.8%); Dermatitis around of eyes and ocular alterations (40.7%); Linfadenomegalia (38.3%); Anemia (36.5%); Onicogrifose (22.2%); Epistaxe (15%); and without symptoms (3%). was observed that 87% of animals presented until three symptoms and 10% presented complex symptoms associating multiple symptoms. Also it was observed that those animals that already had been examined previously with positive result, whose proprietors they wanted only the confirmation of this result, this confirmation occurred in only 72% of the cases, what it demonstrates the impossibility to trust the first gotten result exclusively. It enters the proprietors of the examined animals, we observe that one high percentage (33.3%) has knowledge of the illness and had asked for the examination of the animal for suspicion of that the same was with the illness, and 69% of these were correct in its suspicion, while 148 (47.4%) proprietors had been surprised at the suggestion of that the examination of its animal was made and when the suspicion it broke of the medical Veterinarian the confirmation of the suspicion occurred in 50% of the animals. Word key: Leishmaniasis, Calazar, zoonosis

7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição da casuística da Leishmaniose Visceral Canina na Clinica Veterinária Planeta Animal Santarém Pará Tabela 2 Sintomas dos animais reagentes, em ordem de incidência Tabela 3 Raças examinadas Tabela 4 Animais com exame soropositivo prévio, e o resultado do novo exame em, números absolutos e relativos Tabela 5 Sintomas encontrados nos animais não reagentes Tabela 6 Classificação sintomática dos animais soro reagentes... 39

8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Crianças com sintomas de leishmaniose Figura 2 Formas promastigota de Leishmania sp Figura 3 - Lesões cutâneas em cão Figura 4 - Linfadenomegalia em cão da raça rotweiller Figura 5 Alterações perioculares Figura 6 - Dermatose seca no dorso de cão Figura 7 Onicogrifose Figura 8 - Animais assintomáticos soro reagentes Figura 9 - Motivos pelos quais os animais foram levados a clínica Figura 10 Idade dos animais soro reagentes... 38

9 13 SUMARIO 1 INTRODUÇÃO... 2 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECIFICOS REVISAO DE LITERATURA HISTÓRICO ETIOLOGIA CLASSIFICAÇÁO ZOOLÓGICA HOSPEDEIROS CICLO BIOLOGICO E PATOGENIA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO CONTROLE E LEGISLAÇÂO VACINA... 4 MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUÇÂO CONCLUSAO... REFERÊNCIAS......

10 14 1. INTRODUÇAO As Leishmanioses são doenças de ampla distribuição geográfica, que afetam principalmente as espécies humana e canina, tendo como reservatório e fonte de infecção primária, animais silvestres parasitados por protozoários do gênero Leishmania spp. Esse gênero, dependendo da espécie envolvida pode produzir uma variedade de doenças na espécie humana, tais como a leishmaniose cutânea (LC), com acometimento da pele com ulceras profundas, muco cutânea (LMC), com lesões mutilantes da face, cutânea difusa (LCD), em que toma grandes áreas da derme e a vísceras (LV), mais importante devido a alta mortalidade quando não tratada adequadamente. Nos cães, provoca a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) e com muito menor freqüência a forma cutânea (LCC). Os agentes causadores, isolados em todas as apresentações clinicas, tanto em cães quanto em humanos, são semelhantes entre si, mas não idênticos, e sua transmissão se da através da picada de flebotomíneos hematófagos do gênero Phlebotomus na Europa, áfrica e Ásia, e Lutzomyia nas Américas, com exceção da Oceania e Antártida, nas demais regiões do globo já foram descritos casos da doença. No Brasil, a doença tem sido relatada há muitos anos (1908, relatos de um surto de úlceras em Bauru SP.) e nos anos recentes tem recebido destaque na mídia especializada devido seu deslocamento das áreas remotas e de baixa densidade populacional, para atingir grandes cidades das regiões mais desenvolvidas, onde acomete cães, que servem de reservatório para o protozoário que via vetores acomete a

11 15 espécie humana, gerando acaloradas discussões técnicas sobre a melhor forma de combater o avanço desta enfermidade. Neste trabalho descrevemos a doença em cães, seus sintomas, freqüência, diagnóstico clinico e sorológico, particularidades e dificuldades encontradas no seu controle, quando observadas do ponto de vista da clinica medico veterinária aplicada às populações que a ela tenham acesso. Não temos a pretensão de relatar dados numéricos que possam gerar políticas publicas ou soluções para a população em geral, função esta dos centros de controle de zoonoses, distribuídos pelo nosso país. Debruçamo-nos sobre a realidade de uma população que deseja ter cães saudáveis numa cidade de porte médio (300 mil habitantes), com índices de desenvolvimento precários e imersa na selva amazônica as margens do maior complexo fluvial deste planeta.

12 16 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL: Relatar os sinais clínicos dos animais soropositivos para Leishmaniose Visceral Canina (LVC) (Elisa, RIFI) na cidade de Santarém PA, 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: a) Observar o grau de repetição do resultado naqueles animais que apresentam um resultado positivo em exame anterior; reagentes; b) Observar a existência de animais que mesmo assintomáticos são soro c) Alertar os colegas clínicos veterinários para a doença e suas características nos cães; d) Observar o grau de conhecimento da doença pela população.

13 17 3 REVISAO DE LITERATURA 3.1 HISTORICO A leishmaniose é uma das mais antigas doenças descrita e observadas pela humanidade, já no primeiro século da era cristã encontramos descrições da sua forma cutânea, e nas Américas, temos esculturas em cerâmica com deformações típicas da enfermidade, a partir do ano 400 DC. Em 1882, foi relatado por Clarke a Rapport Sanitaire de Lássam, um surto de kala-azar ocorrido em 1869 numa população indígena (da índia), e Laveran associou um surto de esplenomegalia e anemia que acometeu crianças da ilha Spetzia na Grécia, com a doença conhecida então como kala-azar (Figura 1). Figura 1 crianças com sintomas de leishmaniose Em 1903, William B. Leishman descreveu a doença em um soldado oriundo da Índia, que morreu no Royal Victoria Hospital, na Inglaterra, desse paciente o autor isolou e observou um parasito que pensou ser um tripanossomo alterado, nesse mesmo ano Donovan observando o parasito em esfregaços esplênicos de pacientes com os mesmos sintomas afastou a possibilidade de ser um tipo de tripanossomo, e deu inicio a era da Leishmania SP.

14 18 No Brasil em 1912 a doença já era conhecida, e o cientista Gaspar Viana fez grande contribuição à ciência, quando iniciou a aplicação de tártaro emético (antimonial trivalente) em pacientes com a doença cutânea e obteve sucesso. O mesmo tratamento foi utilizado por Castellani em 1914 em pacientes com a enfermidade na forma visceral e observou que o índice de mortalidade foi grandemente reduzido nos pacientes tratados. Iniciou-se assim a estiboterapia (estibogluconato de sódio). 3.2 ETIOLOGIA Os agentes etiológicos das varias apresentações clinicas da leishmaniose são protozoários que se apresentam sob duas formas: a forma promastigota e a forma amastigota. A forma promastigota caracteriza-se por possuir formato alongado (forma de leptomas), medindo de 10 a 15 m de comprimento por 2,3 a 5 Mm de largura, com cinetoplasto (mitocôndria grande e com funções especificas) e flagelo livre (mais longo que o corpo, cerca de 15 Mm). Este flagelo sai da extremidade mais grossa do parasito que é a extremidade anterior. Essa forma aparece no tubo digestivo dos flebótomos e nos meios de cultura. Já a forma amastigota possui aspecto arredondado ou ovóide e mede, conforme a espécie, de 3 a 6 Mm de comprimento por 2 a 4mm de largura, tem membrana delgada, núcleo arredondado (ou ovóide) e excêntrico que ocupa de metade a 2/3 do maior diâmetro do parasito e cinetoplasto com forma de bastonete com localização próxima ao núcleo. Pelos métodos de Leishmania e Giensa o citoplasma se cora de azul, sendo que o cinetoplasto se cora de vermelho-violaceo homogêneo e o núcleo de vermelho-purpura com aspecto granuloso. Essa forma é encontrada in vivo em tecidos humanos e de animais vertebrados sensíveis a inoculação do parasito dentro e fora de macrófagos, e in vitro em culturas de macrófagos a 37ºC (figura 2 ) 3.3 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA As leishmânias são classificadas no filo Protozoa, classe Mastigophora, ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae e gênero Leishmania. Esse gênero inclui diversas espécies que provocam quatro manifestações físicas na espécie humana, a saber:

15 19 Leishmaniose visceral Calazar. A mais séria forma da doença, fatal se não tratada. Leishmaniose cutânea Úlcera de Bauru, Cratera da lua. A mais comum manifestação, causando uma ou mais lesões simples da pele, que cicatrizam depois de poucas semanas ou meses; deixam, entretanto, cicatrizes de má aparência. Leishmaniose muco cutânea Espúndia, Nariz de anta. Começa com uma lesão simples na pele e mucosa que pode se expandir, causando hedionda destruição tissular, particularmente no nariz e na boca. Leishmaniose cutâneodifusa Leishmaniose dérmica pós-calazar. Produz lesões disseminadas e crônicas, que lembram lesões lepromatosas e são de difícil tratamento (TILLEY; SMITH, 2003, LUZ et al., 2005). As principais espécies envolvidas com as formas tegumentares no continente americano, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), são Leishmania amazonensis, L. brasiliensis, L. guyanensis, L. lainsoni, L. naiffi e L. shawi. A forma visceral, nas Américas, é provocada pela L. chagasi, que está também presente na Europa e na África, onde é chamada de L. infantum. A outra espécie envolvida com a leishmaniose visceral ocorre na Índia é uma antroponose e também provoca o quadro tegumentar conhecido como leishmaniose dérmica pós-calazar (REY, 2001, LUZ et al., 2005). Figura 2 Formas promastigota de Leishmania sp As leishmanioses são zoonoses em cujo processo os animais domésticos e silvestres exercem o papel de reservatórios, com exceção da L. donovani, agente da leishmaniose visceral na Índia, cuja transmissão se dá entre os humanos por meio da

16 20 picada do vetor Phlebotomus argentipes contaminado e é considerada uma antroponose (LUZ et al,, 2005). Em cães, a espécie predominante na sua apresentação visceral (LVC), é a L. chagasi, antes conhecida como L. infantum, principalmente no velho mundo 3.4 HOSPEDEIROS Os hospedeiros invertebrados chamados vetores, são insetos de diversas espécies de flebotomíneos, popularmente chamados de mosquito palha, birigui ou tatuquira. Há várias espécies de Lutzomyia entre os flebótomos envolvidos com a transmissão da Leishmaniose Tegumentar Americana. Elas medem de 2 a 3 mm de comprimento. As mais freqüentes são a L. intermédia, a L. pessoai, a L. wellcomei, a L. whitmani, a L. umbratilis, a L. anduzei, a L. flaviscutellata, a L. migonei e a L. ubiquitalis. Na transmissão da Leishmaniose Visceral Americana é citada principalmente a L. longipalpis e, em alguns focos, são citadas a L. evansi (Venezuela) e a L. cruzi (Mato Grosso) (REY, 2001, LUZ et al., 2005). O meio intestinal do vetor é necessário para uma parte do ciclo do parasita. Certos componentes da saliva do vetor favorecem o desenvolvimento da infecção pela leishmania. Especialmente um peptídeo maxadilan, potente vasodilatador, favorece a infecciosidade das formas promastigotas metacíclicas no hospedeiro. Na natureza estima-se que os vetores inoculam cerca de 10 a 100 parasitas para induzir uma lesão (LUZ et al., 2005). Entre os hospedeiros vertebrados da leishmaniose visceral estão os animais silvestres (gambá, raposa), canídeos domésticos (cão), felinos domésticos (gato) e o homem (LUZ et al., 2005) A transmissão das leishmânias ocorre principalmente a partir da picada do inseto vetor contaminada. A L. infantum pode ser transmitida, ainda, por meio de transfusão sangüínea e acidentes de laboratório. A transmissão congênita ou pelo coito não foi descrita em cães, embora alguns pesquisadores considerem essa possibilidade (LUZ et al., 2005). A epidemiologia primitiva, e ainda a mais importante, têm como reservatórios principais os animais silvestres, que são picados por Lutzomyia spp, e estas, por sua vez,

17 21 irão infectar novos animais silvestres. Mas eventualmente, homens e animais domésticos são infectados, ao penetrarem no ambiente florestal, onde circula o parasito. A população susceptível é constituída principalmente de trabalhadores empenhados em obras de desbravamento, como a abertura de estradas, as derrubadas para o aproveitamento agrícola do solo e outras finalidades, bem como a de lenhadores, garimpeiros, etc., estão sujeitos aos mesmos riscos os familiares que vivem na orla florestal ou em casas construídas em clareiras abertas no seio das matas. O parasitismo de rato domestico, em zona não-florestal do Ceará, mostra a evolução do ecossistema para uma condição epidemiológica particular. Explica-se de modo análogo a leishmaniose em áreas suburbanas ou em zonas rurais onde apenas o cão (às vezes o gato) tem sido encontrado com infecção. Neste caso, o ciclo biológico passou a compreender os animais domésticos como reservatórios, Lutzomyia spp. Como vetores, que por sua vez irão infectar novos animais domésticos e o homem (REY, 2001). 3.5 CICLO BIOLOGICO E PATOGENIA O ciclo biológico da Leishmania sp começa com sua inoculação no hospedeiro vertebrado, através da picada do vetor, onde este recebe a inoculação das formas promastigota, que são fagocitadas por células dendríticas, e dentro dessas evoluem para forma amastigota. Essas formas, quando conseguem vencer a resistência do organismo hospedeiro, multiplicam-se intensamente, e rompem as células que as contem e caem no meio tissular, onde se difundem pelo organismo do hospedeiro vertebrado, que servira de fonte alimentar para outro flebótomo que ingere sangue contendo macrófagos com o parasita em seu interior, no tubo digestivo do inseto essa célula se rompem e as formas amastigotas se transformam em promastigota e invadem a parede do tubo digestivo do hospedeiro invertebrado se alojando no esôfago e faringe do mesmo onde amadurecem e se transformam em promastigota metacíclica que é infectante e será inoculada em algum vertebrado na próxima refeição do inseto. (LUZ et al., 2005) A patogenia pode ser explicada a partir da multiplicação das amastigotas que produzem um processo inflamatório com atração de novas células para o sítio da infecção, gerando um infiltrado inflamatório composto por linfócitos e macrófagos que leva à formação de um nódulo denominado leishmanioma ou cancro de inoculação.

18 22 Esse nódulo está localizado no sítio da picada do inseto vetor e, em geral, passa despercebido. O processo se expande pela multiplicação do parasita em novas células, agravando o infiltrado inflamatório e levando à ulceração superficial da pele; segue-se a necrose da epiderme e da membrana basal que culmina com uma lesão ulcerocrostosa. A úlcera tem formato circular, bordas altas e fundo granuloso vermelho intenso (TILLEY; SMITH, 2003). Conforme a espécie envolvida, haverá manifestação cutânea, muco cutânea, cutaneodifusa e visceral. A manifestação visceral ocorrerá com a visceralização do protozoário por via linfática ou sangüínea, alcançando todos os órgãos e levando a alterações como linfadenomegalia, esplenomegalia, hepatomegalia, anemia arregenerativa, aplasia de medula óssea, pneumonia, dermatite seborréica, descamativa e onicogrifose, insuficiência renal crônica, diarréias, uveítes granulomatosas, encefalites e meningites (TILLEY; SMITH, 2003). No cão, o período de incubação médio da doença visceral é superior a quatro meses. Entre 50% e 60% dos cães infectados são assintomáticos, o que sugere a existência de animais resistentes. Entre os sinais físicos observados predominam os cutâneos (ALMEIDA; OLIVEIRA, 1997, TILLEY; SMITH, 2003). Os sinais cutâneos podem ser o cancro de inoculação, localizado, geralmente, na cabeça (lábios e narinas) (Figura 2) nas pontas de orelhas ou no abdômen, (raramente observado na rotina clinica). Esses sinais surgem cerca de 20 dias após a infecção, medem de 10 a 15 mm e levam a uma lesão do tipo ulcerocrostosa, com 2 a 3 cm de diâmetro (ALMEIDA; OLIVEIRA, 1997, TILLEY; SMITH, 2003). Após a inoculação, passado um período entre cinco e seis meses, 75% apresentaram generalização. Outros sinais cutâneos são alopecia periorbital, dermatite seborréica, hiperqueratoses, úlceras com aspecto de queimaduras, nódulos subcutâneos (que podem ser pequenos ou grandes e são mais freqüentes em cães da raça boxer) e erosões (mais freqüentes na ponta da orelha e nariz). Em geral, não ocorre prurido. Podem ocorrer alopecias generalizadas, perionixis ou onicogrifose. Também são observados sinais gerais como linfadenomegalia (em 90% dos casos), emagrecimento (em 65%), abatimento, fadiga, prostração, febre, anemia, nefrite auto-imune com alterações da função renal, hepatosplenomegalia, hemorragias nasal, digestiva e ocular,

19 23 lesões oculares (conjuntivite, edema de córnea, úlcera de córnea), poliartrites, transtornos digestivos e vasculites (ETTINGER; FELDMAN, 1997). As lesões renais são a principal causa de óbito por Leishmaniose Visceral Canina. Sinais neurológicos por encefalites, meningites e mielites também são observados (ETTINGER; FELDMAN, 1997). Figura 3 lesões cutâneas em cão Atualmente a LVC vem sendo considerada como doença imunomediada devido às alterações na atividade das células T e B, o que provoca uma grande formação de imunocomplexos circulantes que se depositam nas paredes dos vasos sangüíneos, causando patologias diversas como vasculite, uveíte, glomerulonefrite e artrite (GARCIA; ALONSO et al., 1996, NOLI, 1999). Segundo Marzochi et al. (1984) apenas uma pequena parcela dos cães com infecção natural apresenta a forma clínica da doença, sendo a presença da resposta humoral associada à doença clínica, enquanto que a resposta celular tem sido observada em animais assintomáticos na dependência da competência imunológica (MORENO et al., 1999). Desta forma a resposta das células T auxiliares é decisiva para resolução do processo infeccioso, onde as células Th1 iniciam a imunidade celular e as células Th2 facilitam a imunidade humoral (BIAZZONO, 2003). Sendo assim, os animais podem ser classificados de acordo com quadro clínico apresentado em: assintomáticos, oligossintomáticos ou sintomáticos (BRASIL, 2004).

20 DIAGNOSTICO Devido à grande variedade de sintomas da doença e a grande porcentagem de cães assintomáticos, o diagnóstico clínico da leishmaniose visceral canina constitui-se, muitas vezes, em um desafio para o médico veterinário. Em áreas endêmicas, a prevalência da infecção em cães pode chegar a mais de 50%, enquanto a prevalência da doença varia entre três e dez por cento. As alterações laboratoriais encontradas no hemograma, na urinálise ou em determinações bioquímicas são inespecíficas e sem valor diagnostico. As alterações histopatológicas também são inespecíficas e as lesões são semelhantes àquelas observadas em outras doenças infecciosas e imunomediadas, alem de não ser de utilidade pratica na rotina clinica. Outro aspecto importante é a ausência de teste diagnóstico 100% específico e sensível. Por ser uma doença de notificação compulsória (não se sabe a quem o clinico deve notificar), o diagnóstico da leishmaniose visceral deve ser feito da forma mais precisa possível e para isso é importante que se conheça o método utilizado, suas limitações e sua interpretação clínica (GARCIA; FEITOSA, 2006). Existem basicamente três categorias de provas utilizadas para o diagnóstico da leishmaniose visceral: os métodos parasitológicos, os métodos sorológicos e os métodos moleculares (GARCIA; FEITOSA, 2006). O diagnostico parasitológico é uma forma segura de diagnóstico da leishmaniose visceral, é a observação direta de formas amastigotas do parasito em esfregaços de órgãos linfóides, sendo o esfregaço dos linfonodos e da medula óssea os mais comumente utilizados devido a facilidade de obtenção do material. Exames citológicos de aspirados esplênicos e hepáticos também podem ser utilizados, entretanto sua realização é mais trabalhosa. É o método mais utilizado nas clinicas veterinárias e a técnica, se realizada apropriadamente é rápida e pouco traumática. A especificidade desse método é virtualmente elevada, mas, dependendo do tempo despendido a procura do parasito, a sensibilidade passa a ser de no máximo 80% em cães sintomáticos e menor em cães assintomáticos. A sensibilidade depende do grau de parasitemia, do tipo de material biológico coletado e do tempo de leitura da lâmina. A principal desvantagem do método é a baixa sensibilidade, ao redor de 60% ou variando de 50 a 83% para amostras colhidas de medula óssea, menor que 30% ou variando entre 30-

21 25 85% para citologias de linfonodos, e 71-91% quando a avaliação de ambos os tecidos é combinada. Ocasionalmente, também se observam parasitos em impressões citológicas obtidas abaixo de crostas e escamas cutâneas ou pela aspiração de nódulos cutâneos. Também podem ser realizada biópsias de pele coletada de áreas macroscopicamente normais. O local mais sugerido é a parte superior do focinho, área em que os vetores preferencialmente se alimentam (REY, 2001, GARCIA; FEITOSA, 2006). As formas amastigotas são reconhecidas pela sua forma esférica e ovóide, medindo 2-5μm e contendo núcleo arredondado e um cinetoplasto alongado. O encontro de parasitos no material examinado depende do número de campos observados e sua identificação não é difícil se forem numerosos. Contudo, em muitos casos, especialmente em animais assintomáticos, apenas poucas formas amastigotas estão presentes nos tecidos, tornando o diagnóstico incerto. Esse problema pode ser solucionado com a utilização de técnicas mais sensíveis, tais como a imunohistoquímica (GARCIA; FEITOSA, 2006). Técnicas de imunohistoquímica ou imunocitoquímica são métodos altamente sensíveis e específicos para a detecção do antígeno de Leishmania em tecidos. Nessas técnicas, imunoglobulinas conjugadas a enzimas são utilizadas para identificar antígenos em cortes histológicos parafinados ou congelados, exames citológicos e esfregaços sanguíneos. As vantagens das técnicas de imunohistoquímica são a sensibilidade, a especificidade e a simplicidade. O alto grau de contraste obtido entre os parasitos e as células hospedeiras permite rápido diagnóstico da infecção, mesmo quando o número de parasitos é baixo. Para tanto pode-se utilizar qualquer tecido, mas os mais utilizados são a pele, o fígado e os órgãos linfóides. A grande vantagem da imunohistoquímica sobre as técnicas de imunofluorescência é que, na primeira os tecidos podem ser examinados por meio de microscopia de luz convencional (GARCIA; FEITOSA, 2006). cultivo em meios específicos. Formas amastigotas do parasito, inoculadas em meios de cultura especiais contendo Agar e sangue de coelho, transformam-se em formas promastigotas, porém o crescimento destas, demanda pelo menos três a cinco dias. O clássico meio de NNN (Novy, Mc NeaL e Nicolle) é o mais comumente empregado, mas existem outros como RPMI-1640 e HO-MEM. Esses meios de diagnóstico possuem baixa sensibilidade, especialmente nos estágios iniciais da doença, quando a carga parasitaria é pequena. Embora as culturas sejam úteis para o isolamento

22 26 e a identificação do parasito, elas não são utilizadas na rotina clinica. (GARCIA; FEITOSA, 2006). A inoculação experimental de amostras de tecidos de pacientes com suspeita de leishmaniose visceral em hamsters não tem valor prático no diagnóstico da doença devido ao seu tempo de positividade, que pode chegar a seis meses. Além disso, podem ocorrer resultados falso-negativos. O xenodiagnóstico é uma técnica para a detecção e o isolamento de patógenos que utiliza o seu vetor natural. Ele não tem sido proposto como técnica diagnóstica de rotina, uma vez que requer a formação de colônias de vetores. O xenodiagnóstico tem sido empregado para investigar aspectos epidemiológicos com relação ao papel do estado clínico, tratamento de cães com leishmaniose visceral e infectividade aos vetores (GARCIA; FEITOSA, 2006 A detecção de anticorpos anti leishmania circulantes, utilizando técnicas sorodiagnósticas, constitui um instrumento essencial no diagnóstico da leishmaniose visceral canina. Animais doentes desenvolvem resposta imune humoral e produzem altos títulos de IgG anti leishmania. A soro conversão ocorre aproximadamente três meses após a infecção e os títulos permanecem elevados por, pelo menos dois anos. Entretanto, os testes sorológicos devem ser interpretados com cautela, uma vez que não são 100% sensíveis. Esses testes podem falhar em detectar cães infectados no período pré-patente e antes da soro conversão, em detectar cães que nunca farão soro conversão e ainda cães soropositivos que se convertem em soronegativos, mas ainda permanecem infectados. Animais com menos de três meses de idade não devem ser avaliados por métodos sorológicos, pois podem apresentar resultados positivos pela presença de anticorpos maternos. A possível correlação entre os títulos de anticorpos anti leishmania e a severidade dos sintomas da doença ainda é controversa (GARCIA; FEITOSA, 2006). A colheita de material biológico para o diagnóstico sorológico pode ser realizada por meio da obtenção de soro, colhendo-se sangue venoso total, ou pela obtenção de um eluato (sangue eluído), método no qual amostras de sangue são colhidas por punção da veia marginal auricular do cão utilizando-se micro lancetas descartáveis e transferidas por capilaridade para um papel de filtro padronizado; o sangue obtido no papel do filtro é posteriormente ressuspendido em solução salina tamponada com fosfato (GARCIA; FEITOSA, 2006). Podem ser utilizados testes sorológicos como fixação de complemento, hemaglutinação indireta, imunoeletroforese, imunofluorescência indireta, ELISA (com

23 27 diferentes modificações tais como Dot-ELISA, FML-ELISA, Fast-ELISA, BSM- ELISA, slide-elisa), imunoprecipitação em gel e Western blot. A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) apresenta sensibilidade que varia entre 90 e 100% e especificidade de 80 a 100%. A especificidade deste teste é prejudicada pela presença de reações cruzadas com doenças causadas por outros tripanossomatídeos. Portanto, seus resultados não devem ser utilizados como indicadores de infecção leishmaniótica específica. A utilização de antígenos recombinantes ou purificados, como as glicoproteínas de membrana gp63, gp72, gp70 e rk39 específicas do gênero Leishmania, melhora a sensibilidade e a especificidade da técnica de ELISA, sendo o rk39 o antígeno mais promissor. Entretanto, ainda podem ocorrer reações cruzadas com outros tripanossomatídeos. O teste de ELISA apresenta sensibilidade que varia entre 71 e 100% e especificidade 85 e 100% (GARCIA; FEITOSA, 2006). As diversas técnicas sorológicas diferem em 2 aspectos: tipo de antígeno de Leishmania utilizado e sistema para detectar e amplificar a presença de anticorpos anti- Leishmania. O tipo de antígeno utilizado é o ponto crítico do diagnóstico de infecções por protozoários. Em geral, as técnicas que utilizam organismos completos, como a aglutinação direta e a imunofluorescência indireta, apresentam resultados mais confiáveis do que aquelas que usam antígenos lisados (fixação de complemento) (GARCIA; FEITOSA, 2006). As técnicas sorológicas recomendadas atualmente pelo ministério da saúde para o inquérito canino são a imunofluorescência indireta (RIFI) e o ELISA. A RIFI ainda é o teste de eleição para ser utilizado em inquéritos epidemiológicos por reunir uma série de vantagens, tais como: facilidade de execução, rapidez, baixo custo e sensibilidade e especificidade adequadas em relação a outras técnicas (GARCIA; FEITOSA, 2006). Existem ainda testes comerciais de imunocromatografia utilizados em humanos e animais. A maioria destes testes é constituída por métodos que empregam anticorpos monoclonais anti-igg de cão e antígenos de Leishmania de diferentes fontes. Eles são atrativos devido à simplicidade de uso e a rápida resposta, de cerca de 10 minutos. A avaliação da eficácia dos kits para a detecção de leishmaniose visceral canina demonstrou especificidade entre 61 e 75% com uma sensibilidade variando de 35 a 77% (GARCIA; FEITOSA, 2006). Infelizmente tais kits não são encontráveis no mercado nacional. Dentre os métodos moleculares, o da reação em cadeia da polimerase (PCR), que permite identificar e ampliar seletivamente seqüências de DNA do parasito

24 28 constitui-se em uma nova perspectiva para o diagnóstico da leishmaniose visceral, pois pode apresentar sensibilidade e especificidade próximas a 100%. A detecção do DNA do parasito é possível em uma variedade de tecidos, incluindo medula óssea, biópsias cutâneas, aspirados de linfonodos, sangue, cortes histológicos de tecidos parafinados e também no vetor. Nas amostras de sangue a sensibilidade é de apenas 60%, provavelmente devido ao baixo número de parasitos presentes no sangue periférico. Amostras obtidas na medula óssea têm apresentado menor sensibilidade do que as de pele para detecção do DNA do parasito. Um resultado positivo em amostra de medula óssea evidencia disseminação do parasito para os órgãos internos após a inoculação através da pele. A principal desvantagem das técnicas moleculares é que elas requerem laboratórios bem equipados e habilidade técnica. De maneira geral, a técnica de PCR é mais eficiente para detectar estágios iniciais de infecções, enquanto as técnicas sorológicas são mais eficazes para diagnosticar estágios avançados da infecção, embora muitos casos positivos possam se converter em soronegativos durante o curso da infecção. A sensibilidade do PCR chega a 88% logo após a infecção, mas declina até cerca de 50% nos meses subseqüentes. Contrariamente, a sensibilidade da sorologia é pequena no início da infecção (41%), mas alta (93%-100%) nas fases subseqüentes. Esses achados demonstram que durante infecções naturais múltiplos métodos diagnósticos devem ser utilizados e que uma única técnica pode não identificar todos os animais infectados (GARCIA; FEITOSA, 2006). Os métodos imunológicos de diagnostico incluem a intradermorreação, teste de leishmanina, ou teste intradérmico de Montenegro é um teste cutâneo que avalia a resposta imune celular por meio de uma reação de hipersensibilidade do tipo tardia e tem se mostrado um método auxiliar no diagnóstico da leishmaniose tegumentar nas suas formas clinica cutâneo e mucocutânea. A leishmanina consiste de promastigotas cultivadas in vitro, lavadas e diluídas em solução salina devem ser usadas como reagente controle. A suspensão é homogeneizada e aplicada por via intradérmica e a leitura é realizada após 48 a 72 horas. O local é palpado para a aferição do tamanho do granuloma. Ao contrario do que ocorre na leishmaniose tegumentar, na leishmaniose visceral humana a intradermorreação é sempre negativa durante o curso clínico da doença, mas pode ser positiva em indivíduos assintomáticos ou após a cura clínica. Para a utilização em humanos já existem padronizações quanto às concentrações de promastigotas e às características das preparações de leishmaninas, diferentemente do que ocorre em

25 29 relação aos cães, espécie que foi objeto de poucas investigações, para a qual ainda não existe padronização do método (REY, 2001, GARCIA; FEITOSA, 2006). Sendo um método que se aplica ao diagnostico da formas cutâneas desta enfermidade, formas mais freqüentes na espécie humana, na rotina clinica de cães, ela não tem aplicação.

26 TRATAMENTO Os tratamentos da Leishmaniose tanto visceral quanto da tegumentar têm praticamente o uso dos mesmos princípios ativos, onde os mais utilizados são: antimoniais pentavalentes, anfotericina B, aminosidina, alopurinol, entre outros que associados aos já citados melhoram o tratamento (PESSÔA; MARTINS, 1982). O tratamento pode ser feito ambulatorialmente, embora pacientes graves devam ser hospitalizados. Algumas bactérias podem aproveitar-se do fato de que o animal está imunossuprimido e causar uma infecção que agrava ainda mais o quadro clínico do paciente sendo tratado por leishmaniose (CIMERMAN et al., 1999). As recaídas acontecem freqüentemente dentro de seis meses após o término do tratamento. Além disso, a opção pelo tratamento leva em conta outros fatores como a condição clínica do paciente, visto que alguns dos fármacos utilizados no tratamento são nefros tóxicos (CIMERMAN et al., 1999). Uma vez analisada a condição do paciente o médico veterinário deve ter uma conversa franca com o proprietário, deixando-o esclarecido de que a Leishmaniose não tem cura quando em estado crônico, de que medidas profiláticas juntamente com o tratamento e seus custos devem ser avaliados (CIMERMAN et al., 1999). Antimoniatos pentavalentes: São os fármacos de primeira escolha, são utilizados dois compostos, antimoniato de meglubina e estibogluconato de sódio (Pentosan). O mecanismo de ação destes fármacos ainda não está bem esclarecido, mas sabe-se que eles atuam nas formas amastigotas da Leishmania, inibindo a atividade glicolítica e a via oxidativa de ácidos graxos, inibindo a síntese de ATP e a replicação do seu DNA, o levando à morte (PESSÔA; MARTINS, 1982, CIMERMAN et al., 1999). No Brasil é utilizado o antimoniato de meglubina, que é apresentado em ampolas de 5 ml contendo 1.5g do sal. O protocolo recomendado é de 20 mg do Sb 5+ /Kg de peso/dia até o máximo de 850 mg, em doses diárias por 20 dias consecutivos. As vias de administração de escolha são a subcutânea e a intramuscular (CIMERMAN et al., 1999). Os antimoniais são ligeiramente excretados pelos rins, geralmente nas primeiras oito horas (CIMERMAN et al., 1999).

27 31 Anfotericina B: alternativa eficaz para tratar pacientes que não apresentam boa resposta aos antimoniais. Seu mecanismo de ação se dá a partir da ligação do princípio ativo com ésteres da membrana plasmática (CIMERMAN et al., 1999). A dose recomendada diariamente é de 0.5 mg/kg/dia ou três vezes por semana, iniciando com uma dose de 0.5mg/Kg/dia, aumentando até atingir 1.0mg/Kg/dia, não excedendo a 50mg por aplicação, até alcançar a dose total de 1 a 3g ou 20-30mg/Kg/dia, alcançada com 6-8 semanas de tratamento (CIMERMAN et al.,1999). A anfotericina B é altamente nefrotóxica e deve ser ministrada de preferência em ambiente hospitalar, pois necessita de um rigoroso monitoramento do paciente. A anfotericina encapsulada em lipossomos tem sido descrita como mais efetiva e menos tóxica no tratamento da Leishmaniose humana, e pode ser utilizada futuramente no tratamento canino (CIMERMAN et al., 1999). Atualmente tem sido proposto o uso de anfotericina B lipossomal (ambisone) e também diluída em emulsão lipídica, com o objetivo de diminuir sua toxidade, e os resultados tem sido promissores, apesar do alto custo destes produtos no mercado. Aminosidina: é um antibiótico aminoglicosídeo com ação em protozoários. Seu mecanismo de ação inclui efeitos sobre a síntese protéica e alteração da permeabilidade da membrana plasmática dos parasitos. As vias de administração podem ser a subcutânea e intramuscular. A dose indicada é 14-16mg/Kg/dia por vinte dias consecutivos (CIMERMAN et al., 1999). Tem como principal efeito colateral a nefro toxicidade e ototoxicidade Tem sido usado com bons resultados quando associado ao alopurinol e glucantime. Porém não é muito utilizado aqui no Brasil, pois é comercializado na Itália. Alopurinol: pode ser utilizado juntamente com antimoniais como tratamento de segunda linha. Tem vida média no sangue de quarenta minutos, sendo rapidamente metabolizado em oxipurinol, menos ativo. A dose recomendada é de 6.7 a 10mg/Kg de peso, três vezes ao dia, durante seis semanas (20 a 30mg/Kg/dia). Possui raros efeitos colaterais, mas estes podem ser: febre, leucopenia e hepatite. A via de aplicação é a via oral. Imunoterapia: O uso da Vacina leishmune tem sido praticado em animais soropositivos, em doses elevadas tem mostrado serem capas de induzir uma forte imunidade humoral capaz de impedir o progresso da doença. (usa-se um diluente para diluir dois frascos do liofilizado e aplica-se por via sub cutânea com intervalos de 21 dias).

28 32 Na Europa tem sido utilizada a molécula miltefosine (Milteforan, Virbac) na dosagem de 2 mg/kg via oral por um período não inferior a 28 dias, com resultados amplamente benéficos aos pacientes. Os cães em tratamento devem ser revisados a cada três meses por meio de exames físicos e laboratoriais, como sorologia para mensuração do título de anticorpos, bioquímica sérica, hemograma completo, proteinograma e pesquisa de parasitos na pele (LUZ et al., 2005)

29 CONTROLE E LEGISLAÇAO Outro aspecto relevante associado ao combate da Leishmaniose Visceral Canina é o controle do vetor no ambiente e centrado no cão. A utilização de inseticidas tópicos em loções ou incorporados em coleiras tem sido pesquisada com destaque nos últimos anos. Exercem efeito repelente e letal sobre os flebótomos e os resultados publicados, em testes de campo, são satisfatórios no controle da leishmaniose visceral. Os resultados obtidos e publicados com a utilização do colar inseticida demonstram que, se colocado em pelo menos 80% da população canina de uma determinada região, a transmissão do agente é interrompida. Além disso, o colar inseticida não perturba o meio ambiente. Está claramente demonstrado que a utilização do colar inseticida promove melhores resultados em relação ao controle da doença humana e canina que a eliminação dos cães soropositivos (LUZ et al., 2005). Praticas de controle de insetos devem ser estimuladas a qualquer tempo e em qualquer lugar, seja na forma de pulverizações com inseticidas, uso de produtos repelentes, cultivo de plantas repelentes, praticas de higiene e limpeza que dificultem a reprodução dos insetos e aumento geral do conhecimento da população sobre a doença e seus mecanismos, tem mostrado ser um caminho eficiente para a redução da incidência da enfermidade. Na legislação brasileira, a leishmaniose é uma doença de notificação obrigatória e é regida pelo decreto do Senado Federal N , de 14 de março de 1963, que a considera endemia rural (LUZ et al., 2005). Entre as normas técnicas do referido decreto para o combate às leishmanioses, destacam-se o art. 1º ( O combate às leishmanioses tem por objetivo a interrupção da transmissão da doença do animal ao homem, e/ou inter-humana ); o art. 3º ( O Departamento Nacional das Endemias Rurais executará as seguintes medidas profiláticas) : a) investigação epidemiológica; b) inquéritos extensivos para descoberta de cães infectados; c) eliminação dos animais domésticos doentes; d) campanhas sistemáticas contra os flebótomos nas áreas endêmicas; e) tratamentos dos casos humanos.

30 34 O art. 5º ( A educação sanitária será realizada com o objetivo de esclarecer a população sobre a importância do cão na epidemiologia da doença, ressaltando a necessidade da eliminação do cão doente ); o art. 8º ( Nas áreas endêmicas será obrigatório o exame dos cães, visando manter o controle da zoonose ); e o art. 9º ( Os cães encontrados doentes deverão ser sacrificados, evitando-se, porém, a crueldade ). Com o passar dos anos, a doença foi inserida no contexto das legislações estaduais e municipais sobre zoonoses, definindo-se que os animais soropositivos, além dos doentes, devem ser sacrificados. Dessa forma, os médicos veterinários são desestimulados a tratar os cães infectados. Entretanto, ante o fenômeno da urbanização da doença e a inegável humanização dos animais de estimação, a questão surge como um grave problema em vista da decisão entre eliminarem-se ou tratarem-se os cães. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o sacrifício como medida ideal de controle, porém reconhece as limitações dessa prática quando cães de alto valor afetivo e econômico são infectados. No Brasil, o constrangimento provocado por essa medida é relatado por profissionais ligados ao setor público e responsáveis pelo controle da leishmaniose visceral quando da busca do cão positivo para eliminação. Esse momento, entendido como portador de forte componente emocional, significa, dada a importância do cão no ambiente familiar, a determinação da sentença de morte para um membro da família. São crescentes as ocorrências de recusa em entregar o animal, o que, conseqüentemente, mantém a cadeia de transmissão (LUZ et al., 2005). A ausência de alternativas leva muitos proprietários a remover seus animais para outros ambientes, às vezes não atingidos pela doença, gerando, dessa forma, um foco de dispersão do agente; ou acarretando ações judiciais envolvendo cidadãos e poder público. É o caso de uma jurisprudência, verificada em Belo Horizonte, favorável à preservação de um cão infectado e tratado. O claro desejo da comunidade em optar pelo tratamento de seus cães é expresso por 80% dos proprietários que se descobrem proprietários de um animal doente. Alem disso a inexistência de programas de controle permanentes e eficazes do cão vadio, que perambula pelos centros urbanos e representa fonte potencial de disseminação de Leishmania e de outros agentes zoonóticos. Esse fenômeno também é documentado na China, onde a eliminação dos animais infectados também é adotada e encontra forte antagonismo popular. Estudos de modelagem matemática indicam, desde 1996, que a eutanásia de cães soropositivos deveria ser em escala de importância, a terceira medida adotada.

31 35 Trabalhos realizados no Brasil concluem que a retirada de cães soropositivos tem surtido efeito temporário na diminuição da força de transmissão entre os animais; e, de acordo com estudos controlados, a propagação do Calazar não foi significativamente afetada pela exclusiva eliminação de cães soropositivos. Os resultados inconsistentes obtidos no controle da leishmaniose visceral, associados ao caráter descontínuo das políticas de saúde, têm suscitado debates nos órgãos responsáveis pelo controle da doença. A decisão pelo tratamento da Leishmaniose Visceral Canina se deve ao conhecimento de que a doença não é uniformemente fatal e de que alguns cães podem apresentar cura espontânea. Os experimentos de tratamentos variados levaram à elaboração de protocolos que oferecem boas possibilidades de cura clínica, baixo índice de recidivas e diminuição ou supressão da capacidade infectante da pele. Entretanto, o tratamento é também complexo, prolongado e, em alguns casos, ineficiente. Apesar de todo o esforço da comunidade veterinária em ampliar o debate e encontrar soluções viáveis para o controle desta zoonose, em julho de 2008 foi editada e publicada uma portaria interministerial com o objetivo de impedir os Médicos Veterinários de tratar animais doentes (portaria 1.429/2008, de 14 de julho de 2008).

32 VACINAÇÃO Com o inicio da comercialização da vacina Leishmune, pelo laboratório Fort Dodge, no ano de 2003, abriu-se uma porta para aqueles interessados em proteger seus animais contra leishmaniose, e que vivem em áreas endêmicas. Esta vacina, desenvolvida pela Dra. PALATNIK, a partir do isolamento de um antígeno existente na parede celular do parasita, a lipo proteína, fucose manos ligand, FML tem auxiliado médicos veterinários e proprietários a controlarem a doença nas áreas endêmicas. A vacina somente é comercializada à Veterinários cadastrados e treinados pelo Laboratório Fort Dodge, e somente deve ser aplicada naqueles animais que não tem anticorpos contra leishmaniose, portanto soronegativos nos exames ELISA e RIFI, cada animal deve receber três doses com intervalo de 21 dias entre as doses, e o reforço anual com uma dose, um ano após a aplicação da primeira dose. Inicialmente a vacina foi comercializada apenas nas regiões endêmicas, porem no inicio de 2009, após mais de 70 mil animais vacinados e confirmada a sua proteção em mais de 97% dos animais vacinados, sua comercialização esta sendo realizada em todo o território nacional. Também em 2009 o Laboratório Hertape Calier, lançou uma nova vacina contra essa doença, utilizando outro antígeno, porem sobre estas as informações ainda são raras e o tempo poderá confirmar sua eficácia. O uso da vacina gerou um acalorado debate entre clínicos e servidores públicos, sendo que em ambos os lados existem profissionais a favor e contra o uso das vacinas, porem a medida que novos estudos vão sendo publicados, os favoráveis a vacinação vão sendo municiados. Saraiva et al (2005), demonstraram que cães vacinados com Leishmune previnem o desenvolvimento de formas promastigota da Leishmania no inseto vetor, desta forma age como bloqueadora da transmissão da doença, seja para cães ou humanos. Nogueira et al, (2005), demonstraram que cães vacinados com Leishmune a 11 meses não são transmissores da enfermidade. Ambos aumentam os indícios de que a vacinação de cães pode ser uma solução auxiliar no controle da leishmaniose, seja ela canina ou humana.

33 37 4 MATERIAIS E MÉTODOS O material do nosso trabalho são os cães de nossos clientes, nossos pacientes, ao longo dos anos de 2007e Neste período trabalhamos com aproximadamente 4000 cães. Foram examinados 312 cães, pelo método sorológico (ELISA e RIFI), para diagnostico de Leishmaniose Visceral Canina (LVC), o material (soro sangüíneo) foi colhido de maneira adequada, e enviado ao Instituto H. Pardini, em Belo Horizonte, onde os exames foram realizados. Todos os animais são domiciliados na área urbana da cidade de Santarém PA, e foram trazidos dos mais diversos bairros da cidade. Antes da solicitação do exame, foi feito uma cuidadosa anamnese, onde foram coletados dados como sexo, idade, raça entre outros, e nela os proprietários relatam suas observações e um exame clínico onde o Médico Veterinário observa os sintomas clínicos nesses animais, que foram agrupados em seis subgrupos, conforme os sintomas apresentados, que são: 1-Linfadenomegalia, (linfonodos poplíteos e pré escapulares); (Figura 4) 2-Alopecia ou dermatite periocular (incluindo lesões macroscópicas nos olhos);(figura 5) 3-Dermatose (doenças da pele de maneira geral, sarnas, micoses, dermatites etc. Em uma ou varias áreas do corpo) (Figura 6) 4-Onicogrifose (crescimento exagerado das unhas) (Figura 7) 5-Epistaxe (sangramento nasal); 6-Anemia clinica (confirmada ou não pelo hemograma, acompanhada ou não pelos sintomas desta, apatia, sonolência, edemas etc.); 7-Animais assintomáticos (Figura 8). Considerando que a clinica mantêm em seus registros aproximadamente 6 mil animais cadastrados, e recebe cerca de mil animais por ano, já excluídas as consultas repetidas e revisões foram atendidos aproximadamente 2000 animais no período 2007/2008, e entre esses foram selecionados os animais examinados (312), portanto cerca de 16% dos animais que foram trazidos a clinica foram examinados devido algum

34 38 dos motivos alinhavados acima, e, aproximadamente 8% Desses pacientes são soro reagentes para LVC. Figura 4 Linfadenomegalia Figura 5 alterações perioculares

35 39 Figura 6- Dermatose seca em cães Figura7 Onicogrifose

36 Figura 8 Animais assintomáticos soro reagentes 40

37 41 5 RESULTADOS E DISCUSSAO O critério de seleção dos animais que seriam examinados foi uma das seguintes razoes, que suscitou suspeita da doença, que são: (Figura 11): Dermatose clinica;vacinação de rotina; Suspeita, pelo proprietário de que seu animal tenha LVC; - Desejo (pelo proprietário ou pelo Médico veterinário) da confirmação de um exame anterior positivo; Início do processo vacinal contra LVC (figura 3) 28; 9% 32; 10% 104; 33% 23; 8% 125; 40% MOTIVO 1 = DERMATOSE MOTIVO 2 = V. ROTINA MOTIVO 3 = SUSPEITA MOTIVO 4 = CONFIRMAÇAO MOTIVO 5 = VACINA Figura 9 Motivos pelos quais os animais foram levados à clínica. Foram examinados 312 cães, sendo 164 (52,5%) machos e 148 (47,5%) fêmeas, destes; 167 (53,5%) foram soro reagente para os testes, e os demais não foram reagentes. Tabela 1 Distribuição da casuística da Leishmaniose Visceral Canina na clinica veterinária Planeta anima, em Santarém Pará. SEXO TOTAL % POSITIVOS % NEGATIVOS % MACHOS , , ,2 FEMEAS , , ,5 TOTAL , ,5 Fonte: Dados do Estudo

Gênero Leishmania. século XIX a febre negra ou Kala-azar era temida na Índia. doença semelhante matava crianças no Mediterrâneo

Gênero Leishmania. século XIX a febre negra ou Kala-azar era temida na Índia. doença semelhante matava crianças no Mediterrâneo Leishmaniose Leishmaniose é um espectro de doenças produzidas por Leishmania sp. cuja manifestação clínica varia de infecção assintomática tica à morte Gênero Leishmania Histórico século XIX a febre negra

Leia mais

Leishmaniose. Família: Trypanosomatidae (da mesma família que o Trypanosoma cruzi, causador de Chagas).

Leishmaniose. Família: Trypanosomatidae (da mesma família que o Trypanosoma cruzi, causador de Chagas). Leishmaniose Parasito Reino: Protozoa Filo: Sarcomastigophora (porque possui flagelo) Ordem: Kinetoplastida (porque tem cinetoplasto) Família: Trypanosomatidae (da mesma família que o Trypanosoma cruzi,

Leia mais

FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE

FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE CLASSIFICAÇÃO: FILO SARCOMASTIGOPHORA(flagelos, pseudópodes ou ambos) SUBFILO MASTIGOPHORA (protozoários com 1 ou + flagelos) FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE: São nove gêneros que parasitam

Leia mais

RESPONSABILIDADE NA CONDUTA TERAPÊUTICA EM CASOS DE LVC. Dra Liliane Carneiro Diretora do CENP/IEC/MS CRMV/PA Nº 1715

RESPONSABILIDADE NA CONDUTA TERAPÊUTICA EM CASOS DE LVC. Dra Liliane Carneiro Diretora do CENP/IEC/MS CRMV/PA Nº 1715 RESPONSABILIDADE NA CONDUTA TERAPÊUTICA EM CASOS DE LVC Dra Liliane Carneiro Diretora do CENP/IEC/MS CRMV/PA Nº 1715 A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença infecciosa provocada pelo protozoário

Leia mais

Agente etiológico. Leishmania brasiliensis

Agente etiológico. Leishmania brasiliensis Leishmaniose Agente etiológico A leishmaniose é causada por protozoários flagelados chamados Leishmania brasiliensis e Leishmania chagasi, que invadem e se reproduzem dentro das células que fazem parte

Leia mais

Trypanosoma cruzi Doença de Chagas

Trypanosoma cruzi Doença de Chagas Disciplina de Parasitologia Trypanosoma cruzi Doença de Chagas Profa. Joyce Fonteles Histórico Histórico 1908- Carlos Chagas MG encontrou o parasito no intestino de triatomíneos. 1909- descrição do primeiro

Leia mais

LEISHMANIOSES 31/08/2015. Leishmanioses: etiologia. Leishmanioses: distribuição mundial

LEISHMANIOSES 31/08/2015. Leishmanioses: etiologia. Leishmanioses: distribuição mundial LEISHMANIOSES L E I S H M A N I O S E T E G U M E N T A R A M E R I C A N A L E I S H M A N I O S E V I S C E R A L http://www.zoonoses.org.br/ Fonte: http://www.mdsaude.com/ Fonte: http://www.wspabrasil.org/

Leia mais

Complexo Leishmania donovani Forte tendência a visceralização (baço, fígado, medula óssea e órgãos linfóides).

Complexo Leishmania donovani Forte tendência a visceralização (baço, fígado, medula óssea e órgãos linfóides). ORDEM: KINETOPLASTIDA FAMÍLIA: TRYPANOSOMATIDAE GÊNERO: Leishmania Classificações: A) SUBGÊNEROS: Leishmania Viannia B) COMPLEXOS: Parasitologia (Nutrição) Aula 4 (26/03) Leishmania Profa. Adriana Pittella

Leia mais

Universidade de São Paulo -USP. Leishmanioses. Luciana Benevides. Ribeirão Preto- 2013

Universidade de São Paulo -USP. Leishmanioses. Luciana Benevides. Ribeirão Preto- 2013 Universidade de São Paulo -USP Leishmanioses Luciana Benevides Ribeirão Preto- 2013 Tópicos abordados Definição Leishmaniose Vetores Parasita Manifestações clínicas Epidemiologia Classificação das doenças

Leia mais

Relações Parasitas e Hospedeiros. Aula 06 Profº Ricardo Dalla Zanna

Relações Parasitas e Hospedeiros. Aula 06 Profº Ricardo Dalla Zanna Relações Parasitas e Hospedeiros Aula 06 Profº Ricardo Dalla Zanna Conteúdo Programático Unidade 2 Hemoparasitoses o Seção 2.1 Toxoplasmose e Doença de Chagas o Seção 2.2 Leishmaniose oseção 2.3 Malária

Leia mais

NOVO CONCEITO. Nova proposta para a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina UMA DUPLA PROTEÇÃO PARA OS CÃES. CONTRA O VETOR E O PATÓGENO!

NOVO CONCEITO. Nova proposta para a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina UMA DUPLA PROTEÇÃO PARA OS CÃES. CONTRA O VETOR E O PATÓGENO! NOVO CONCEITO Nova proposta para a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina UMA DUPLA PROTEÇÃO PARA OS CÃES. CONTRA O VETOR E O PATÓGENO! Repelente de uso tópico para cães Vacina recombinante contra Leishmaniose

Leia mais

Audiência Pública 17/08/2015. Projeto de Lei 1.738/2011

Audiência Pública 17/08/2015. Projeto de Lei 1.738/2011 Audiência Pública 17/08/2015 Projeto de Lei 1.738/2011 Prof. Vitor Márcio Ribeiro PUC Minas A LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL O primeiro caso no Brasil foi descrito por Migone L.E.,em 1913 O paciente era

Leia mais

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE DA IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA UTILIZANDO CEPA DE LEISHMANIA SPP. ISOLADA DE CÃO DA CIDADE DE ARAGUAÍNA-TO NO DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA. Emerson Danillo

Leia mais

LEISHMANIOSE CANINA (continuação...)

LEISHMANIOSE CANINA (continuação...) LEISHMANIOSE CANINA (continuação...) Prof. Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria CRITÉRIOS CLÍNICOS PARA SUSPEITA DE

Leia mais

Leishmaniose Tegumentar Americana

Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmaniose Tegumentar Americana (Leishmania) Prfª. M.Sc. Yara Bandeira Azevedo UNIFAN Leishmania Filo: Sarcomastigophora Subfilo: Mastigophora Ordem: Kinetoplastida Família: Trypanosomatidae Gênero:

Leia mais

LEISHMANIOSE HUMANA E CANINA

LEISHMANIOSE HUMANA E CANINA LEISHMANIOSE HUMANA E CANINA O QUE É LEISHMANIOSE? É uma doença CAUSADA por protozoários do gênero Leishmania No Brasil existem atualmente seis espécies de protozoários responsáveis por causar doença humana.

Leia mais

Leishmanioses. Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

Leishmanioses. Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn Leishmanioses Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn Porque estudar a leishmaniose? Leishmaniose visceral Doença negligenciada associada

Leia mais

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA DOTTA, Silvia Cristina Nardy Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAMED Garça LOT, Rômulo Francis Estangari ZAPPA, Vanessa Docentes da Associação

Leia mais

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE - DF HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA M CALAZAR GERMANO DA SILVA DE SOUZA R 2

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE - DF HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA M CALAZAR GERMANO DA SILVA DE SOUZA R 2 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE - DF HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA M EM PEDIATRIA CALAZAR GERMANO DA SILVA DE SOUZA R 2 www.paulomargotto.com.br CALAZAR DEFINIÇÃO ÃO: Zoonose

Leia mais

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública LEISHMANIOSE CANINA Leishmanose Tegumentar America LTA Leishmania Visceral - LV Adivaldo

Leia mais

INFORME TÉCNICO PARA MÉDICOS VETERINÁRIOS LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA

INFORME TÉCNICO PARA MÉDICOS VETERINÁRIOS LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE COORDENADORIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Avenida Anchieta, 200 11º andar Centro CEP: 13015-904 Tel. (19) 2116-0187 / 0286 E-mail: covisa@campinas.sp.gov.br

Leia mais

Módulo: Nível Superior Dezembro/2014 GVDATA

Módulo: Nível Superior Dezembro/2014 GVDATA Módulo: Nível Superior Dezembro/2014 GVDATA Classificada no grupo de doenças extremamente negligenciadas Leishmanioses Volta Redonda Barra Mansa Rio de Janeiro Niterói Definição de Caso suspeito Todo individuo

Leia mais

SITUAÇÃO ATUAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ

SITUAÇÃO ATUAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ SITUAÇÃO ATUAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ Ana Paula Cunha Gomes Bouty Médica Veterinária Assessora Técnica GT-Leishmanioses NUVET/COVIG/SESA Leishmaniose Visceral A leishmaniose visceral

Leia mais

[ERLICHIOSE CANINA]

[ERLICHIOSE CANINA] [ERLICHIOSE CANINA] 2 Erlichiose Canina A Erlichiose Canina é uma hemoparasitose causada pela bactéria Erlichia sp. Essa bactéria parasita, geralmente, os glóbulos brancos (neste caso, Erlichia canis)

Leia mais

TÍTULO: OCORRÊNCIA DE LEISHMANIA SP DETECTADA POR PCR EM LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA PARTICULAR DE SP

TÍTULO: OCORRÊNCIA DE LEISHMANIA SP DETECTADA POR PCR EM LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA PARTICULAR DE SP Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: OCORRÊNCIA DE LEISHMANIA SP DETECTADA POR PCR EM LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA PARTICULAR

Leia mais

14/06/12. Esta palestra não poderá ser reproduzida sem a referência do autor

14/06/12. Esta palestra não poderá ser reproduzida sem a referência do autor 14/06/12 Esta palestra não poderá ser reproduzida sem a referência do autor ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFÊNCIA DO AUTOR. LEISHMANIOSE VISCERAL TRANSMISSÃO EM BANCO DE SANGUE Dra. Margarida

Leia mais

Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! Leishmaniose

Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora!  Leishmaniose Leishmaniose Sob a denominação genérica de leishmaniose, a ciência médica descreve um grupo de doenças infecciosas causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos ao homem por mosquitos do

Leia mais

Leishmanioses. Silvia Reni B. Uliana ICB - USP

Leishmanioses. Silvia Reni B. Uliana ICB - USP Leishmanioses Silvia Reni B. Uliana ICB - USP Síndromes clínicas Localizada L. braziliensis L. amazonensis etc. Leishmaniose tegumentar Mucocutânea Disseminada L. braziliensis L. braziliensis Difusa L.

Leia mais

Portaria de Instauração de Procedimento Administrativo

Portaria de Instauração de Procedimento Administrativo REPRESENTANTE: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE CLÍNICOS VETERINÁRIOS DE PEQUENOS ANIMAIS REPRESENTADOS: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO E MINISTÉRIO DA SAÚDE Portaria de Instauração de Procedimento

Leia mais

Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Rio de Janeiro 01/01/2007 a 07/11/2017

Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Rio de Janeiro 01/01/2007 a 07/11/2017 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS

Leia mais

LEISHMANIOSE VISCERAL REVISÃO DE LITERATURA VISCERAL LEISHMANIASIS REVIEW

LEISHMANIOSE VISCERAL REVISÃO DE LITERATURA VISCERAL LEISHMANIASIS REVIEW LEISHMANIOSE VISCERAL REVISÃO DE LITERATURA VISCERAL LEISHMANIASIS REVIEW BRANDÃO, Talita Galvão Evaristo Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de

Leia mais

REGINA LUNARDI ROCHA. Departamento de Pediatria FM/UFMG Serviço DIP-HC/UFMG

REGINA LUNARDI ROCHA. Departamento de Pediatria FM/UFMG Serviço DIP-HC/UFMG REGINA LUNARDI ROCHA Departamento de Pediatria FM/UFMG Serviço DIP-HC/UFMG LEISHMANIOSE VISIERAL Antropozoonose de áreas tropicais Febre, hepatoesplenomegalia, palidez, emagrecimento Hipoalbuminemia, hipergamaglobulinemia,

Leia mais

Medico Vet..: HAYANNE K. N. MAGALHÃES Idade...: 11 Ano(s) CRMV...: 2588 Data da conclusão do laudo.:05/08/2019

Medico Vet..: HAYANNE K. N. MAGALHÃES Idade...: 11 Ano(s) CRMV...: 2588 Data da conclusão do laudo.:05/08/2019 Análise Clínica No.005053808 Data de Coleta: 18/07/2019 1/5 HEMOGRAMA COMPLETO Amostra: Sangue Total Método: Automação em equipamento Mindray BC- 2800 VET. Lâminas coradas (Panótico e Azul Cresil Brilhante).

Leia mais

Nota Técnica nº 13 LEISHIMANIOSE VICERAL

Nota Técnica nº 13 LEISHIMANIOSE VICERAL CENTRO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS E RESPOSTA EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE Nota Técnica nº 13 LEISHIMANIOSE VICERAL Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Departamento de Epidemiologia/

Leia mais

LEISHMANIOSE CANINA Prof. Rafael Fighera

LEISHMANIOSE CANINA Prof. Rafael Fighera LEISHMANIOSE CANINA Prof. Rafael Fighera Serviço de Consultoria Diagnóstica Veterinária Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria Leishmaniose

Leia mais

Febre maculosa febre carrapato

Febre maculosa febre carrapato A febre maculosa, também conhecida como febre do carrapato é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que é intracelular obrigatória e tem como vetor biológico o carrapato

Leia mais

Aula Prática II: Protozoários - Família Trypanosomatidae.

Aula Prática II: Protozoários - Família Trypanosomatidae. UFF Universidade Federal Fluminense. PUNF - Polo Universitário de Nova Friburgo. Curso de Biomedicina. Disciplina: Parasitologia Professora: Aline Caseca Volotão. Monitora: Lorraine Herdy Heggendornn.

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 3. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 3 Profª. Tatiane da Silva Campos Poliomielite Doença viral aguda; paralisia flácida de início súbito; déficit motor instala-se subitamente e a evolução

Leia mais

LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE. Protista SUB-REINO: REINO: Protozoa FILO: Sarcomastigophora SUBFILO: Mastigophora CLASSE:

LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE. Protista SUB-REINO: REINO: Protozoa FILO: Sarcomastigophora SUBFILO: Mastigophora CLASSE: PROTOZOÁRIOS Sarcomastigophora Apicomplexa Ciliophora Mastigophora Sarcodina Babesia Balantidium Trypanosoma Giardia Entamoeba Acanthamoeba Naegleria Eimeria Isospora Sarcocystis Trichomonas Endolimax

Leia mais

Unir forças para não expandir

Unir forças para não expandir Alerta à População A leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave, causada por um parasito transmitido para pessoas e cães por meio da picada de um inseto (vetor) muito pequeno, conhecido como mosquito

Leia mais

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais Profa. Claudia Vitral Importância do diagnóstico laboratorial virológico Determinar a etiologia e acompanhar o curso de uma infecção viral Avaliar a eficácia

Leia mais

Análise Clínica No Data de Coleta: 22/03/2019 1/5 Prop...: RAIMUNDO JURACY CAMPOS FERRO Especie...: CANINA Fone...: 0

Análise Clínica No Data de Coleta: 22/03/2019 1/5 Prop...: RAIMUNDO JURACY CAMPOS FERRO Especie...: CANINA Fone...: 0 Análise Clínica No.005048230 Data de Coleta: 22/03/2019 1/5 HEMOGRAMA COMPLETO Amostra: Sangue Total Método: Automação em equipamento Mindray BC- 2800 VET. Lâminas coradas (Panótico e Azul Cresil Brilhante).

Leia mais

BIOLOGIA. Qualidade de Vida das Populações Humanas. Principais doenças endêmicas no Brasil. Prof. ª Daniele Duó.

BIOLOGIA. Qualidade de Vida das Populações Humanas. Principais doenças endêmicas no Brasil. Prof. ª Daniele Duó. BIOLOGIA Qualidade de Vida das Populações Humanas Principais doenças endêmicas no Brasil Prof. ª Daniele Duó - História da Epidemiologia Hipócrates (mais de 2000 anos) fatores ambientais influenciam a

Leia mais

MALÁRIA. Agentes etiológicos (Protozoários) Plasmodium vivax Plasmodium falciparum Plasmodium malariae Plasmodium ovale

MALÁRIA. Agentes etiológicos (Protozoários) Plasmodium vivax Plasmodium falciparum Plasmodium malariae Plasmodium ovale MALÁRIA Agentes etiológicos (Protozoários) Plasmodium vivax Plasmodium falciparum Plasmodium malariae Plasmodium ovale Vetores (Insetos) Culicidae gênero Anopheles A. (Nyssorhincus) darlingi A. (N) aquasalis

Leia mais

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO ALERTA EPIDEMIOLÓGICO Gerência de Vigilância Epidemiológica - Diretoria de Vigilância em Saúde SMS Florianópolis, SC 13 de dezembro de 2017 Leishmaniose Visceral Humana Em 08/12/2017 foi confirmado mais

Leia mais

1º EM BIOLOGIA PROFESSOR JOÃO C5, 8 H19, 29, 30 PROTOZOOSES. Biologia Professor João

1º EM BIOLOGIA PROFESSOR JOÃO C5, 8 H19, 29, 30 PROTOZOOSES. Biologia Professor João 1º EM BIOLOGIA PROFESSOR JOÃO PROTOZOOSES Biologia Professor João DOENÇA DE CHAGAS Sinônimo: Tripanossomíase americana Agente Etiológico: Trypanosoma cruzi (protozoário flagelado) Vetor (transmissor):

Leia mais

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO MUNICÍPIO DE SELVÍRIA/MS DE 2011 A 2015

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO MUNICÍPIO DE SELVÍRIA/MS DE 2011 A 2015 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO MUNICÍPIO DE SELVÍRIA/MS DE 2011 A 2015 Talita Barbosa de Amorim Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas de Três Lagoas FITL/AEMS

Leia mais

Anemia Infecciosa das Galinhas

Anemia Infecciosa das Galinhas Anemia Infecciosa das Galinhas Leonardo Bozzi Miglino Programa de Pós-graduação - UFPR Mestrado Ciências Veterinárias 2010 Histórico: Isolado e descrito no Japão (1979), chamado de agente da anemia das

Leia mais

RESUMOS DE PROJETOS

RESUMOS DE PROJETOS 181 RESUMOS DE PROJETOS... 182 RESUMOS DE PROJETOS 182 ATIVIDADE ANTIPARASITÁRIA DE BYRSONIMA INTERMEDIA SOBRE FORMAS EPIMASTIGOTAS DE TRYPANOSOMA CRUZI... 183 EFEITO IN VITRO DE INIBIDORES DE PROTEASES

Leia mais

Disciplina de Parasitologia

Disciplina de Parasitologia Disciplina de Parasitologia Curso de Medicina 2018 Tema: Leishmanioses Profa. Dra. Juliana Quero Reimão Generalidades O que é Leishmaniose? Doença infecciosa, de manifestação cutânea ou visceral, causada

Leia mais

LEISHMANIOSE: Uma Grande Endemia. Beatriz S Stolf Depto de Parasitologia ICB II- USP

LEISHMANIOSE: Uma Grande Endemia. Beatriz S Stolf Depto de Parasitologia ICB II- USP LEISHMANIOSE: Uma Grande Endemia Beatriz S Stolf Depto de Parasitologia ICB II- USP Endêmica em 98 países ~12 milhões de pessoas infectadas 2 milhões de casos novos / ano 350 milhões de pessoas ameaçadas

Leia mais

Apresentação Pitch: Método Alternativo para Tratamento da Leishmaniose. II TechNordeste Fortaleza, 2017

Apresentação Pitch: Método Alternativo para Tratamento da Leishmaniose. II TechNordeste Fortaleza, 2017 Ministério da Saúde FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz Ceará Apresentação Pitch: Método Alternativo para Tratamento da Leishmaniose II TechNordeste Fortaleza, 2017 MÉTODO PARA TRATAR LEISHMANIOSE Título

Leia mais

PERFIL DA POPULAÇÃO CANINA DOMICILIADA DO LOTEAMENTO JARDIM UNIVERSITÁRIO, MUNICÍPIO DE SÃO CRISTÓVÃO, SERGIPE, BRASIL

PERFIL DA POPULAÇÃO CANINA DOMICILIADA DO LOTEAMENTO JARDIM UNIVERSITÁRIO, MUNICÍPIO DE SÃO CRISTÓVÃO, SERGIPE, BRASIL 1 PERFIL DA POPULAÇÃO CANINA DOMICILIADA DO LOTEAMENTO JARDIM UNIVERSITÁRIO, MUNICÍPIO DE SÃO CRISTÓVÃO, SERGIPE, BRASIL ALINE R. DE MENEZES 1, ROSEANE N. S. CAMPOS 2, MARIA JOSÉ DOS SANTOS 1, CLEODOM

Leia mais

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA PARAÍBA: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA PARAÍBA: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA PARAÍBA: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA EPIDEMIOLOGICAL SITUATION OF VISCERAL LEISHMANIASIS IN PARAÍBA: A PUBLIC HEALTH QUESTION Suzanna Cavalcante LINS

Leia mais

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais Profa. Claudia Vitral Importância do diagnóstico laboratorial virológico Determinar a etiologia e acompanhar o curso de uma infecção viral Avaliar a eficácia

Leia mais

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO Nº 01/2018 DIVEP/SUVISA/SESAB

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO Nº 01/2018 DIVEP/SUVISA/SESAB GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA Secretaria da Saúde do Estado da Bahia Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica ALERTA EPIDEMIOLÓGICO Nº 01/2018 DIVEP/SUVISA/SESAB

Leia mais

PARASITOSES EMERGENTES e OPORTUNISTAS

PARASITOSES EMERGENTES e OPORTUNISTAS PARASITOSES EMERGENTES e OPORTUNISTAS Parasitoses emergentes: Doenças parasitárias comuns em animais e que têm sido assinaladas com maior frequência no homem ultimamente. Parasitoses emergentes Motivos:

Leia mais

Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais IPEPATRO/FIOCRUZ. Ferida Brava (Leishmaniose): Conheça e Aprenda a se proteger

Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais IPEPATRO/FIOCRUZ. Ferida Brava (Leishmaniose): Conheça e Aprenda a se proteger Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais IPEPATRO/FIOCRUZ Ferida Brava (Leishmaniose): Conheça e Aprenda a se proteger Janeiro de 2013 O que é? É uma doença infecciosa, não contagiosa, que afeta

Leia mais

DIAGNÓSTICOS SOROLÓGICO NAS INFECÇÕES BACTERIANAS. Sífilis

DIAGNÓSTICOS SOROLÓGICO NAS INFECÇÕES BACTERIANAS. Sífilis DIAGNÓSTICOS SOROLÓGICO NAS INFECÇÕES BACTERIANAS Sífilis Sífilis Agente Etiológico Doença crônica sistêmica Família Spirochaetaceae Espiroqueta: Treponema pallidum, sub espécie pallidum Motilidade Característica:

Leia mais

LEISHMANIOSE EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA

LEISHMANIOSE EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA LEISHMANIOSE EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA SAITO, Angela Satiko NAKASATO, Fernanda Hatsue Discentes da Faculdade de Medicina Veterinária de Garça FAEF/FAMED SARGASSO, Fabiana Médica Veterinária da Clínica

Leia mais

Lamentável caso de Mormo, em Minas Gerais

Lamentável caso de Mormo, em Minas Gerais Lamentável caso de Mormo, em Minas Gerais O Mormo é uma doença infecto-contagiosa que acomete os Equinos e Asininos e tem como agente causador a bactéria Burkholderia mallei; Mormo é uma Zoonose porque

Leia mais

NOTA TÉCNICA FEBRE AMARELA SESA/ES 02/2017. Assunto: Informações e procedimentos para a vigilância de Febre Amarela no Espírito Santo.

NOTA TÉCNICA FEBRE AMARELA SESA/ES 02/2017. Assunto: Informações e procedimentos para a vigilância de Febre Amarela no Espírito Santo. NOTA TÉCNICA FEBRE AMARELA SESA/ES 02/2017 Assunto: Informações e procedimentos para a vigilância de Febre Amarela no Espírito Santo. Considerando a ocorrência de casos e óbitos suspeitos de Febre Amarela

Leia mais

Diário Oficial Imprensa Nacional Nº 52 DOU de 16/03/17 Seção 1 p.62 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA - DF MINISTÉRIO DA SAÚDE GABINETE DO MINIS

Diário Oficial Imprensa Nacional Nº 52 DOU de 16/03/17 Seção 1 p.62 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA - DF MINISTÉRIO DA SAÚDE GABINETE DO MINIS Diário Oficial Imprensa Nacional Nº 52 DOU de 16/03/17 Seção 1 p.62 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA - DF MINISTÉRIO DA SAÚDE GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 782, DE 15 DE MARÇO DE 2017 Define

Leia mais

Eficiência da PCR convencional na detecção de Leishmania spp em sangue, pele e tecidos linfoides

Eficiência da PCR convencional na detecção de Leishmania spp em sangue, pele e tecidos linfoides Eficiência da PCR convencional na detecção de Leishmania spp em sangue, pele e tecidos linfoides Aluna: Carina de Mattos Soares Orientadora: Dra Cídia Vasconcellos Supervisora: Dra Vânia Lucia Ribeiro

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. ZIKA VIRUS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. ZIKA VIRUS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS ZIKA VIRUS Aula 2 Profª. Tatiane da Silva Campos DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE ZIKA PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL Caso suspeito: - Pacientes que apresentem

Leia mais

3/15/2013 HIPERSENSIBILIDADE É UMA RESPOSTA IMUNOLÓGICA EXAGERADA A DETERMINADO ANTÍGENO. O OBJETIVO IMUNOLÓGICO É DESTRUIR O ANTÍGENO.

3/15/2013 HIPERSENSIBILIDADE É UMA RESPOSTA IMUNOLÓGICA EXAGERADA A DETERMINADO ANTÍGENO. O OBJETIVO IMUNOLÓGICO É DESTRUIR O ANTÍGENO. HIPERSENSIBILIDADE É UMA RESPOSTA IMUNOLÓGICA EXAGERADA A DETERMINADO ANTÍGENO. O OBJETIVO IMUNOLÓGICO É DESTRUIR O ANTÍGENO. NO ENTANTO, A EXACERBAÇÃO DA RESPOSTA PODE CAUSAR GRAVES DANOS AO ORGANISMO,

Leia mais

TRYPANOSOMA EVANSI EM EQUINOS

TRYPANOSOMA EVANSI EM EQUINOS TRYPANOSOMA EVANSI EM EQUINOS INTRODUÇÃO A trypanosomose equina, também conhecida como mal-das-cadeiras ou surra é uma doença que tem uma distribuição geográfica extremamente ampla. Ela ocorre no norte

Leia mais

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus Estratégias Isolamento em sistemas vivos Pesquisa de antígeno viral Pesquisa de anticorpos Pesquisa do ácido nucléico viral (DNA ou RNA) Pré requisitos para

Leia mais

Giardíase Giardia lamblia

Giardíase Giardia lamblia UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA Campus Itaqui Curso de Nutrição Parasitologia Giardíase Giardia lamblia Mestrando : Félix Munieweg felix_muniewe@hotmail.com Classificação taxonômica G. lamblia G. intestinalis

Leia mais

Febre Amarela: O que você precisa saber sobre a doença

Febre Amarela: O que você precisa saber sobre a doença Febre Amarela: O que você precisa saber sobre a doença A febre amarela vem preocupando a sociedade brasileira. O número de casos no Brasil é o maior desde 1980. A OMS (Organização Mundial de Saúde) incluiu

Leia mais

ESTUDO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO NORDESTE

ESTUDO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO NORDESTE ESTUDO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO NORDESTE Raquel Costa e Silva 1 ; Karla Gomes Cunha 2 ; Gerlane Guedes Delfino da Silva³; Lucas Ermando Ricardo da Silva 4 ; Josimar dos

Leia mais

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Leishmaniose visceral canina no município de São Vicente Férrer, Estado de Pernambuco, Brasil

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Leishmaniose visceral canina no município de São Vicente Férrer, Estado de Pernambuco, Brasil PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Leishmaniose visceral canina no município de São Vicente Férrer, Estado de Pernambuco, Brasil Otamires Alves da Silva* e Geovania Maria da Silva

Leia mais

LUIZ CLAUDIO FERREIRA

LUIZ CLAUDIO FERREIRA COMPARAÇÃO DA SENSIBILIDADE ENTRE AS TÉCNICAS DE HIBRIDIZAÇÃO IN SITU, HISTOPATOLOGIA E IMUNO-HISTOQUÍMICA PARA DIAGNÓSTICO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA EM AMOSTRAS DE PELE LUIZ CLAUDIO FERREIRA

Leia mais

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA INFORME Nº 33/2017 MONITORAMENTO DOS CASOS E ÓBITOS DE FEBRE AMARELA NO BRASIL INÍCIO DO EVENTO: Dezembro de 2016

Leia mais

Profilaxia da Raiva Humana

Profilaxia da Raiva Humana GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Leia mais

Classe Nematoda. Ascaridíase

Classe Nematoda. Ascaridíase Classe Nematoda - Os parasitos pertencentes a essa classe possuem características em comum, como: - São pseudocelomados; - Possuem sistema digestório completo; - Alguns são geo-helmintos (verdadeiros),

Leia mais

LEISHMANIOSE VISCERAL EM ANIMAIS E HUMANOS

LEISHMANIOSE VISCERAL EM ANIMAIS E HUMANOS LEISHMANIOSE VISCERAL EM ANIMAIS E HUMANOS Mayara Barbosa Santiago Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas de Três Lagoas - FITL/AEMS Íria Maria Abel Santos Graduanda em Medicina Veterinária,

Leia mais

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA INFORME Nº 35/2017 MONITORAMENTO DOS CASOS E ÓBITOS DE FEBRE AMARELA NO BRASIL INÍCIO DO EVENTO: Dezembro de 2016

Leia mais

Manual de Vigilância e Controle das Leishmanioses

Manual de Vigilância e Controle das Leishmanioses Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso Superintendência de Vigilância em Saúde Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental Gerência de Vigilância de Vetores e Antropozoonoses Manual de Vigilância

Leia mais

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA INFORME Nº 34/2017 MONITORAMENTO DOS CASOS E ÓBITOS DE FEBRE AMARELA NO BRASIL INÍCIO DO EVENTO: Dezembro de 2016

Leia mais

05/03/2017. Zoonose. Cocobacilos gram (-) Colônias Lisas B. suis (A e M) B. abortus (A) B. melitensis (M)

05/03/2017. Zoonose. Cocobacilos gram (-) Colônias Lisas B. suis (A e M) B. abortus (A) B. melitensis (M) Doença infectocontagiosa crônica provocada por bactérias do Gênero Brucellasp. Impacto econômico Queda na produção e aborto Repetição de cio / retenção de placenta Zoonose Cocobacilos gram (-) Colônias

Leia mais

Heterologous antibodies to evaluate the kinetics of the humoral immune response in dogs experimentally infected with Toxoplasma gondii RH strain

Heterologous antibodies to evaluate the kinetics of the humoral immune response in dogs experimentally infected with Toxoplasma gondii RH strain 67 4.2 Estudo II Heterologous antibodies to evaluate the kinetics of the humoral immune response in dogs experimentally infected with Toxoplasma gondii RH strain Enquanto anticorpos anti-t. gondii são

Leia mais

Toxoplasmose. Filo: Apicomplexa (porque possui complexo apical)

Toxoplasmose. Filo: Apicomplexa (porque possui complexo apical) Toxoplasmose Parasito Reino: Protozoa Filo: Apicomplexa (porque possui complexo apical) Ordem: Eucoccidiida Família: Sarcocystidae Gênero: Toxoplasma Espécie: Toxoplasma gondii - É uma doença cosmopolita.

Leia mais

Profa. Carolina G. P. Beyrodt

Profa. Carolina G. P. Beyrodt Profa. Carolina G. P. Beyrodt Agente etiológico: Toxoplasma gondii (Protozoário coccídeo do Filo Apicomplexa) Histórico Isolado em 1908 de um roedor do deserto: Ctenodactylus gondii 1923 descrição do primeiro

Leia mais

NOVOS DESAFIOS NA QUALIDADE DE VIDA DOS ANIMAIS INFECTADOS POR LEISHMANIOSE VISCERAL USO DA MILTEFOSINA

NOVOS DESAFIOS NA QUALIDADE DE VIDA DOS ANIMAIS INFECTADOS POR LEISHMANIOSE VISCERAL USO DA MILTEFOSINA NOVOS DESAFIOS NA QUALIDADE DE VIDA DOS ANIMAIS INFECTADOS POR LEISHMANIOSE VISCERAL USO DA MILTEFOSINA Mv, PhD, Fábio dos Santos Nogueira Sócio Fundador do BRASILEISH; Mestre e Doutor pela UNESP Botucatu

Leia mais

LEISHMANIOSES Dra. Cristiana de Melo Trinconi Tronco

LEISHMANIOSES Dra. Cristiana de Melo Trinconi Tronco LEISHMANIOSES Dra. Cristiana de Melo Trinconi Tronco Laboratório de Leishmanioses Instituto de Ciências Biomédicas II Universidade de São Paulo USP Leishmanioses Leishmanioses - Ciclo de vida - Leishmanioses

Leia mais

do Vale do Araguaia UNIVAR - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO MATO GROSSO

do Vale do Araguaia UNIVAR -   LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO MATO GROSSO 1 JORDANA BELOS DOS SANTOS 1, ANDRÉ LUIZ FERNANDES DA SILVA 2, PATRÍCIA GELLI FERES DE MARCHI 2, ISABELLA RODRIGUES DA SILVA CONDE 1 1 Acadêmicas do Curso de Medicina Veterinária das Faculdades Unidas

Leia mais

INFECÇÃO SIMULTÂNEA POR Leishmania chagasi E Ehrlichia canis EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS EM SÃO LUÍS, MARANHÃO, BRASIL

INFECÇÃO SIMULTÂNEA POR Leishmania chagasi E Ehrlichia canis EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS EM SÃO LUÍS, MARANHÃO, BRASIL INFECÇÃO SIMULTÂNEA POR Leishmania chagasi E Ehrlichia canis EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS EM SÃO LUÍS, MARANHÃO, BRASIL SIMULTANEOUS INFECTION BY Leishmania chagasi AND Ehrlichia canis IN NATURALLY

Leia mais

RESUMOS COM RESULTADOS ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)

RESUMOS COM RESULTADOS ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS) 217 RESUMOS COM RESULTADOS... 218 ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)... 220 RESUMOS COM RESULTADOS 218 ATIVIDADE ANTIPARASITÁRIA DA VIOLETA GENCIANA SOBRE EPIMASTIGOTAS DE TRYPANOSOMA CRUZI... 219 219 Pesquisa

Leia mais

Hepatite A. Género Hepatovírus, Família dos Picornaviridae

Hepatite A. Género Hepatovírus, Família dos Picornaviridae Hepatite A Género Hepatovírus, Família dos Picornaviridae 160 casos de Hepatite A foram notificados de 1 de janeiro a 7 de abril 50% dos quais foram internados Do total de doentes, 93% eram adultos jovens

Leia mais

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Política Nacional de Imunização Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Política Nacional de Imunização Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO Política Nacional de Imunização Parte 4 Profª. Tatiane da Silva Campos Estamos constantemente expostos a agentes infecciosos (parasitas, bactérias, vírus e fungos). Defesa desses

Leia mais

Palavras-chaves: Doença cutânea, mosquito-palha, doenças tropicais, Leishmania.

Palavras-chaves: Doença cutânea, mosquito-palha, doenças tropicais, Leishmania. HISTÓRIA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO ESTADO DE GOIÁS JANINE VARGAS RESUMO O presente projeto visa realizar o levantamento histórico da doença leishmaniose tegumentar americana no Brasil, especificamente

Leia mais

ASSOCIAÇÃO DA CARGA PARASITÁRIA NO EXAME CITOLÓGICO DE PUNÇÃO BIÓPSIA ASPIRATIVA DE LINFONODO COM O PERFIL CLÍNICO DE CÃES COM LEISHMANIOSE VISCERAL.

ASSOCIAÇÃO DA CARGA PARASITÁRIA NO EXAME CITOLÓGICO DE PUNÇÃO BIÓPSIA ASPIRATIVA DE LINFONODO COM O PERFIL CLÍNICO DE CÃES COM LEISHMANIOSE VISCERAL. ASSOCIAÇÃO DA CARGA PARASITÁRIA NO EXAME CITOLÓGICO DE PUNÇÃO BIÓPSIA ASPIRATIVA DE LINFONODO COM O PERFIL CLÍNICO DE CÃES COM LEISHMANIOSE VISCERAL. WALESSON DE ARAUJO ABREU 1 ; HELCILEIA DIAS SANTOS

Leia mais

A crescente ameaça global dos vírus da Zika, Dengue e Chikungunya

A crescente ameaça global dos vírus da Zika, Dengue e Chikungunya A crescente ameaça global dos vírus da, Dengue e Chikungunya A crescente urbanização e viagens internacionais facilitam a propagação dos mosquitos vetores e, portanto, as doenças virais que eles carregam.

Leia mais

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO CONCURSO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM TEMA 11 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO DESENVOLVIMENTO DE VACINAS O que faz uma vacina? Estimula

Leia mais

Vigilância Epidemiológica das Doenças Negligenciadas e das Doenças relacionadas à pobreza 2017

Vigilância Epidemiológica das Doenças Negligenciadas e das Doenças relacionadas à pobreza 2017 Vigilância Epidemiológica das Doenças Negligenciadas e das Doenças relacionadas à pobreza 2017 OMS doenças tropicais negligenciadas Bouba Doença de Chagas Dengue Dracunculíase Equinococose (Hidatidose)

Leia mais

PROTOZOOLOGIA. Filo CILIOPHORA

PROTOZOOLOGIA. Filo CILIOPHORA Filo CILIOPHORA Filo CILIOPHORA Família BALANTIDIIDAE Balantidium coli Habitat: Intestino grosso PROTOZOOLOGIA Morfologia: organismo revestido por cílios, bastante móvel, mede 300µm, na parte anterior

Leia mais

Semi-Árido (UFERSA). 2 Farmacêutico bioquímico, Mestre em Ciência Animal. UFERSA 3

Semi-Árido (UFERSA).  2 Farmacêutico bioquímico, Mestre em Ciência Animal. UFERSA 3 DIAGNÓSTICO CITOPATOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM REGIÃO ENDÊMICA DO NORDESTE DO BRASIL CITOPATHOLOGICAL DIAGNOSIS OF CANINE VISCERAL LEISHMANIOSIS IN NORTHEAST BRAZIL'S ENDEMIC REGION Yannara

Leia mais

PROGRAMA DE PG EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP

PROGRAMA DE PG EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP QUESTÕES ESPECÍFICAS Questão 5 Observou-se recentemente, nos anos de 2017 e 2018, uns dos eventos epidêmicos de febre amarela mais graves no Brasil, considerando-se a série histórica de 1980-2018. O vírus

Leia mais

Toxoplasmose. Zoonoses e Administração em Saúde Pública. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

Toxoplasmose. Zoonoses e Administração em Saúde Pública. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn Universidade Federal de Pelotas Departamento de Veterinária Preventiva Toxoplasmose Zoonoses e Administração em Saúde Pública Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn Por que estudar a toxoplasmose Zoonose Soroprevalência

Leia mais