Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais IPEPATRO/FIOCRUZ. Ferida Brava (Leishmaniose): Conheça e Aprenda a se proteger

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1 Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais IPEPATRO/FIOCRUZ Ferida Brava (Leishmaniose): Conheça e Aprenda a se proteger Janeiro de 2013

2 O que é? É uma doença infecciosa, não contagiosa, que afeta o homem e diversos outros animais em regiões tropicais e subtropicais do mundo. É causada por protozoários do gênero Leishmania sp. (Figura 1). Figura 1. Forma promastigota de Leishmania sp. em meio de cultura. A leishmaniose é uma doença grave, PROTEJA-SE! Situação em Rôndonia No ano de 2011 foram diagnosticados 63 casos na região de Porto Velho. Em trabalho realizado no ano de 2003 haivam sido resgistradas 78 espécies de flebotomíneos, entre elas Lutzomyia umbratilis, principal vetor da doença na região norte. Transmissão Ocorre quando fêmeas infectadas de flebotomíneos (Figura 2), conhecido popularmente como mosquito-palha, se alimentam em humanos. Na natureza diversos são os animais que servem como reservatório do agente causador da doença (Linhas azuis) e o cachorro é o animal que apresenta a maior importância na manutenção da doença em ambientes urbanos (Linha vermelha) (Figura 3). Figura 2. Flebotomíneo. Figura 3. Reservatórios de Leishmania sp. 2

3 Sintomas Os sintomas em humanos se iniciam com lesões indolores locali- -zadas, principalmente, em áreas expostas da pele (cutânea), lesões em mucosas (boca, nariz e olhos) e nas vísceras (órgãos). Embora apresentem grande variedade de formas, as lesões cutâneas são características por apresentar formato arredondado, bordas elevadas bem delimitadas e fundo avermelhado. Já as lesões mucosas ocorrem frequentemente na boca, nariz ou garganta. Perguntas frequentes LTA Lesão cutânea localizada em estágio inicial (ausência de ulceração e borda elevada). Exame parastiológico direto positivo. Diagnóstico Molecular: Leishmania (Viannia) braziliensis. LTA Lesão em estágio de ulceração inicial, com bordas elevadas e aumento do fluxo de sangue no local da lesão (hiperemia). Exame parasitológico direto positivo. 1 Quais são as áreas de risco? - Os flebotomíneos são encontrados em áreas como galinheiros, chiqueiros etc. São ambientes com acúmulo de umidade e ausência de limpeza, aliada a presença de animais domésticos, restos de comida, folhas e frutos e condições de temperatura adequada. 2 Qual o risco de infecção para meu cachorro? - Cerca de 20%. Essa é a taxa de infecção de cães nas regiões mais problemáticas. 3 Meu cão pode morrer? Sim, mesmo com o tratamento adequado, porém antes de morrer pode servir como reservatório da doença mantendo a transmissão na localidade. 3

4 Perguntas frequentes 4 Todos os bichos que picam transmitem a doença? - Não. A doença não é transmitida por carapanãs, pernilongos ou pium. Apenas fêmeas de mosquito-palha (Figura 4) transmitem a doença. 5 Machos também podem transmitir? - Não, os machos não se alimentam de sangue e, portanto, não podem transmitir a doença. LTA Lesão ulcerada franca, única, arredondada, com bordas elevadas e fundo granuloso. Exame parasitológico positivo. LTA Lesão ulcerada franca grande, arredondada, com hiperemia, bordas elevadas e fundo granuloso. Exame parasitológico positivo. Diagnóstico Molecular: Leishmania (Viannia) braziliensis. Figura 4. Mosquito-palha (Flebotomíneo) LTA Lesão ulcerada franca arredondada, com bordas elevadas e fundo granuloso. Exame parasitológico positivo. 4

5 LTA Lesão na mão com aspecto ectimóide. LTA Lesão com cicatriz central, com borda ulcerada e hiperemia. Positivo no exame parasitológico direto. Diagnóstico Molecular: Leishmania (Viannia) braziliensis. LTA Lesão ulcerada franca múltipla, arredondada, com hiperemia e fundo granuloso. Exame parasitológico positivo. LTA Lesão ulcerada franca com aspecto ovóide e fundo granuloso. Positivo em exame parasitológico. LTA Lesão nasal apresentando eritemia, edema e infiltração. 5

6 Curiosidade Você sabia que os flebotomíneos são encontrados muitas vezes associados a galinheiros e que o cão é um dos principais reservatórios dos protozoários responsáveis pela doença? LTA Lesão nodular. Positivo no exame parasitológico direto. Diagnóstico Molecular: Leishmania (Leishmania) amazonenses. LTA Úlcera em mucosa entre o espaço da cavidade da boca e a raiz da língua. LTA Lesão em placa infiltrativa. Exame parasitológico positivo. Se você apresenta lesão na pele com essas características procure um posto de saúde ou médico com urgência. 6

7 Prevenção As medidas preventivas podem ser divididas em: I Individuais Uso de repelentes à base de DEET (dietiltoluamida) ou icaridina quando entrar em zonas de risco (Figura 5). II Coletivas Uso de mosquiteiro de malha fina (1milímetro) (Figura 6). Figura 5. Aplicação de repelente Figura 6. Mosquiteiro de malha fina. Evitar zona de risco ao final da tarde (anoitecer). Limpeza de quintais e terrenos para evitar o acúmulo de lixo (Figura 7). Destino adequado ao lixo orgânico (restos de comida, folhas e frutos) que caem no chão (Figura 8). Figura 7. Limpeza de quintal. Figura 8. Destino adequado ao lixo orgânico. Tratamento O tratamento é oferecido de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser encontrado em postos de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Hospitais. Se baseia no uso do medicamento correto (receitado pelo médico), repouso e uma boa alimentação, além de cuidados locais na limpeza das lesões, evitando assim contaminações secundárias. O tratamento deve ser seguido conforme orientação do médico. 7

8 Proteja-se!!! Ficha Técnica Produção: Energia Sustentável do Brasil - ESBR, Usina Hidrelétrica Jirau Instituto de Pesquisas em Patologia Tropicais IPEPATRO/FIOCRUZ Texto e diagramação: Moreno Souza Rodrigues IPEPATRO/FIOCRUZ/UFMG Fotos: Cesarino Aprígio IPEPATRO/FIOCRUZ Cipriano F. Silva Junior CEPEM/UNIR Diagnóstico Lesões: Cesarino Aprígio IPEPATRO/FIOCRUZ Arte: Gaspar Kipnel Pedro Paulo A.C. Mello Ton Barbosa Revisão: Bruna Paes ESBR/UHE-Jirau Fernanda Benincasa ESBR/UHE-Jirau Fábio M. da Costa CNEC/UHE-JIrau Luiz Herman G. Soares IPEPATRO/FIOCRUZ Elis P. Batista IPEPATRO/FIOCRUZ Alexandre A. Silva IPEPATRO/FIOCRUZ/UNIR