II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARÚJA. Assistência de Enfermagem na Artroplastia do Quadril
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- Sara Fagundes Madureira
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1 II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARÚJA Assistência de Enfermagem na Artroplastia do Quadril Erica Ferreira Daniele da Silva Araújo Lucia B. Silva Gonçalves Rosangela Silva Resumo: As fraturas do colo do fêmur continuam desafiando a ortopedia, e apesar da melhoria das técnicas e dos implantes disponíveis, o número de casos desse tipo de fratura entre adultos jovens tem crescido devido ao aumento da intensidade dos traumas. Entre os idosos, o aumento deve-se ao aumento da perspectiva e da qualidade de vida. As importantes complicações dessa fratura, como necrose avascular e não consolidação, parecem depender da gravidade do deslocamento da fratura, da qualidade da redução e da estabilidade da fixação. Esse estudo bibliográfico propõe mostrar importância da assistência perioperatória de enfermagem que é oferecida ao paciente com fratura de colo de fêmur, assim como a seus familiares. Palavras chave: Artroplastia do quadril -substituição reconstrução Seção 5 Apresentação: Oral Introdução O procedimento cirúrgico da artroplastia do quadril iniciou-se na década de 50 assim como as primeiras publicações em técnicas cirúrgicas. A realização da primeira cirurgia de artroplastia total do quadril, ocorreu na década de 60 com a utilização de um componente metálico, um acetabular de polietileno de alta densidade e cimento ósseo acrílico auto - secante. Apesar de ser conhecida a alta incidência desta afecção na população brasileira, não se encontrou estatística do total aproximado de pessoas portadoras de doenças osteoarticulares coxofemorais e submetidas
2 ao tratamento de artroplastia total do quadril. A prática nos mostra alta incidência de fraturas do quadril em idosos; este fato é relacionado às doenças degenerativas, queda relacionada à disposição domiciliar e urbana. As fraturas de quadril ocorrem geralmente por resultados de acidentes automobilísticos e queda sobre os membros estendidos. Está diretamente relacionada à força transmitida à cabeça do fêmur através do trocanter maior ou membro inferior. Por ser mais móvel que o joelho e dependente quase que exclusivamente do seu arcabouço ósseo cartilaginoso qualquer pequeno deslizamento ou alteração da congruência articular, leva o quadril a um desgaste de sua cartilagem articular (artrose). Como principal função o quadril suporta o peso corpóreo e oferece movimento compatível com a locomoção; desta forma é necessária à fixação permitindo assim que o paciente possa sair mais cedo da cama, reduzindo a mortalidade e a mobilidade. Para o sucesso de uma artroplastia total do quadril, depende de três fatores críticos: escolha do paciente, escolha do implante e da técnica cirúrgica. (TASHIRO, MURAYAMA, 2001). As fraturas são rupturas ou solução de continuidade em osso ou cartilagem, que podem ser classificadas, de acordo com a sua etiologia, em três grupos: Traumática: são mais comuns. Fadiga: estresse em razão do esforço prolongado, observado em pessoas que praticam caminhadas longas. Patológica: é observada nos casos em que o paciente apresenta um osso debilitado em sua estrutura. (tumores, pseudartroses, infecção óssea e processos degenerativos (HEBERT, 2003) As fraturas podem ser: Diafisárias (terço proximal, terço médio, terço distal), metafisárias e epifisárias ou intra-articulares, sendo estas duas últimas consideradas mais graves, pois envolvem a articulação. As complicações ortopédicas, especialmente as fraturas complicadas, necessitam de intervenções cirúrgicas. (HEBERT, 2003) A artroplastia do quadril pode ser total ou parcial. A total é a remoção de toda cabeça e parte do colo do fêmur e remondar o acetábulo; em seguida estabilizado sobre pressão ou com o uso de cimento; na parcial substitui-se apenas uma das superfícies articulares, a femoral ou a acetabular. É necessário se levar em conta, para indicação da artroplastia de quadril, as condições gerais do paciente: sistemas cardiovascular, respiratório, renal e hepático. A idade é um fator fundamental sendo indicada com freqüência para pessoas acima de 50 anos. Classificação das próteses: De dois tipos: convencionais e não convencionais. A escolha da prótese depende da qualidade do osso e da técnica empregada pelo cirurgião. Em geral as artroplastias são efetuadas com próteses, empregando-se metal (Vitallium, aço inoxidável) e polietileno de alta densidade. (HEBERT,2003) 2
3 Complicações : As infecções são as complicações que podem ocorrer no local do implante da prótese. Outras complicações são: embolia gordurosa, tromboembolismo, choque hipovolêmico, embolia plumonar (a mais comum), necrose, atelectasia comum no idoso. (GOLDENZWAIG, 2004) Objetivo: Mostrar que através de uma assistência de enfermagem perioperatória ao paciente com indicação de artroplastia do quadril é possível manter a mobilidade, dentro de uma morfologia normal, com isso facilitando sua função e melhorando a qualidade de vida do paciente. Metodologia: Para a realização desse estudo utilizamos a pesquisa bibliográfica, que nos ofereceu meios para comprovar que um tratamento de qualidade e humanizado, tanto para o paciente quanto para os seus familiares, garante uma recuperação mais rápida. Resultados: Os resultados obtidos neste estudo demonstram, que o trabalho diário do enfermeiro assim como de uma equipe interdisciplinar na assistência perioperatória, contribui não somente para o atendimento das necessidades do paciente, mais possibilita compreendê-lo num contexto sociocultural. Cuidados de Enfermagem específica relacionada à cirurgia de Artroplastia do Quadril A assistência de enfermagem concentra-se no fortalecimento e na restauração da função articular coxofemoral, assim como na prevenção do processo degenerativo, perda da cirurgia, risco para infeçção. As ações de enfermagem devem ser enfatizadas no que se refere ao autocuidado, movimento dos membros, posicionamento, fortalecimento da musculatura de membros superiores e inferiores e ao reconhecimento da alteração ou perda da cirurgia e alivio do estresse no pré-operatório. A principal intervenção de enfermagem está voltada para o déficit do conhecimento terapêutico relacionado a cirurgia no pré e pós-operatório imediato e mediato, onde existe grande ocorrência das alterações orgânicas e emocionais. Como em toda cirurgia, é importante o preparo do paciente no aspecto bio-psicológico, mostrando e explicando quais os cuidados no pré, no intra e no pós-operatório necessários a uma recuperação sem complicações. Quando a enfermagem atua com as práticas de auto cuidado no préoperatório, a recuperação dá-se em menor tempo, evitando complicações como luxação ao movimentar, ao colocar a comadre, posições inadequadas como rotação externa, edema do membro operado, desenvolvimento de pé eqüino e dor. (TASHIRO, MURAYAMA, 2001). Diagnóstico de enfermagem (SMELTZER, 2002) 3
4 Dor, relacionado à fratura, lesão de tecidos moles, espasmo muscular e cirurgia. Mobilidade física comprometida relacionada à fratura de quadril. Comprometimento real da integridade da pele relacionado à incisão cirúrgica. Alteração potencial nos padrões de eliminação urinária relacionado à mobilidade. Enfrentamento individual potencial ineficaz relacionado à lesão, cirurgia prevista e dependência. Alteração potencial no processo de raciocínio relacionado à idade, estresse do trauma, ambientes desconhecidos e terapia medicamentosa. Potencial para manutenção no domicílio comprometido relacionado à fratura de quadril e mobilidade comprometida. Prescrição de enfermagem: (SMELTZER, 2002) Avaliar o tipo e localização da dor do paciente. Reconhecer a existência da dor; informar o paciente sobre os analgésicos disponíveis; Registrar o desconforto basal do paciente. Manter o posicionamento neutro do paciente. Usar rolo de trocanter. Oferecer suporte e encorajamento para o esquema de exercícios. Monitorar os sinais vitais. Monitorizar a ingesta e débito. Avaliar estado de orientação. Entrevistar a família em relação à orientação e às capacidades cognitivas do paciente antes da lesão. Avaliar o ambiente domiciliar para o planejamento da alta. Avaliar a queixa de dor. Usar trocas assépticas de curativo. Assistência de enfermagem no pré-operatório segundo TASHIRO, MURAYAMA (2001). As orientações referentes quanto às condições de saúde, exames laboratoriais, movimentação, posicionamento do membro operado e como participar do auto cuidado para prevenir complicações pós-operatórias. 1. Realizar o exame físico geral e específico, percebendo as alterações que possam ocorrer no pós-operatório. Em seguida, realizar os exames laboratoriais obrigatórios: hemograma, glicemia, ts-tc, sódio e potássio, uréia e creatinina, tipagem sanguínea, incluindo ECG em idosos. 2. Avaliar a pele com relação à sujidade, afecção epidérmica e preparo da pele, sobretudo quando houver imobilização ou em pacientes sem 4
5 hábitos de higiene, como alguns idosos. Orientar a importância da lavagem diária com água e sabão da região pubiana e interglútea. 3. Orientar, mostrar e ensinar o paciente quanto ao uso de comadre e técnica de eliminação sobre a mesma; mostrar a importância do coxim de abdução do trapézio, do quadro balcânico que facilitará a movimentação no pós-operatório, ensinar a transferência do leito à cadeira de rodas e vice-versa sem ultrapassar os limites de flexão do quadril e do joelho; ensinar exercícios isométricos (contrações musculares) do quadríceps e dos músculos glúteos e movimentos ativos do joelho, mudança de decúbito como prevenção de escaras. 4. Verificar a eliminação intestinal 48hs antes da cirurgia, observar a dieta, que deverá ser leve. Orientar quanto ao jejum de 6 a 12 hs antes da cirurgia. Avaliar os sinais vitais; se houver qualquer intercorrência, comunicar ao médico. 5. No dia da cirurgia ou no intra-operatório deverá ser feita sondagem vesical, com sonda tipo FOLLEY de pequeno calibre (10, 12 ou 14), possibilitando o balanço hídrico durante o intra e pós-operatório. 6. Encaminhar o paciente deverá ser feito em maca, com o prontuário, exames radiológicos recentes e exames complementares. A cama precisa ser prepara (cama de operado); quanto menor a movimentação no transporte do paciente operado, menor será o risco de complicações como dor e perda da prótese. As práticas recomendadas pela AORN para o intra-operatório são: 1. Padronização da assepsia das mãos de acordo com protocolos e procedimentos da instituição. 2. Registro de contagem de compressas, agulhas, fios lâminas de bisturi e instrumentos na ficha intra-operatória. 3. Identificação e prevenção de riscos potencias associados com o transporte e transferência do paciente. 4. Durante o posicionamento cirúrgico, o enfermeiro deve inspecionar o alinhamento do corpo e a integridade da pele do paciente. 5. A documentação deve refletir o plano de cuidados, avaliação, planejamento, implementação, reavaliação, diagnósticos de enfermagem e resultados. 6. Manutenção do campo estéril. 7. Registro dos diagnósticos de enfermagem. 5
6 Os cuidados no pós-operatório: 1. Antes de iniciar a elevação da cabeceira, o profissional de enfermagem deve conhecer os problemas do paciente, tais como a existência de infusão venosa no braço e dor que, às vezes, pode dificultar a movimentação dos braços e mãos. 2. Estimular ao exercício no pós-operatório de artroplastia total do quadril é de fundamental importância para a prevenção de embolia, trombose, atrofia muscular e deformidades. Se uma articulação sofre uma lesão, terá de ficar em repouso, porém a musculatura que a envolve deverá ser movimentada, com exceção da que foi lesada. 3. Posicionar o membro operado é fundamental ao sucesso da cirurgia. O objetivo é mantê-lo na posição funcional e anatômica. Este posicionamento consiste na aplicação constante dos princípios de mecânica corporal, proporcionando bem estar, conforto e recuperação mais rápida no pós-operatório, além de prevenir as contraturas musculares e a perda da função articular. 4. Mudança de decúbito é um procedimento adotado para prevenção de escaras nas regiões de proeminência ósseas e nas áreas de maior atrito. É preciso explicar ao paciente que, uma vez realizada a mudança de decúbito, deve nela permanecer, durante uma ou duas horas, para aliviar áreas de atrito nas regiões sacral e escapulares e também promover aeração na região dorsal. 5. Sentar no leito; este procedimento deve ser realizado a partir do terceiro dia de pós-operatório. Nesta fase dá-se especial atenção à postura, eleva-se a cabeceira mais ou menos em torno de 60º a 70º, retira-se o travesseiro e coloca-se um coxim na região cervical, evitando-se a tendência a inclinar o tronco para frente. Com relação à terapêutica medicamentosa Tomar medicamento no horário prescrito pelo médico. Explicar o retorno ambulatorial para a retirada dos pontos. Explicar os sinais e sintomas de uma luxação de prótese de quadril: dor intensa; deformidade do membro operado; em posição de abandono; aumento na região coxofemoral; um membro mais curto que o outro. Se apresentar secreção serosanguinolenta, serosa ou purulenta em grande quantidade, deve retornar imediatamente ao médico para avaliação da terapêutica medicamentosa. 6
7 Conclusão Este trabalho nos mostra a importância da preparação do profissional enfermeiro na assistência de enfermagem perioperatória proporcionando, ao paciente assim como a seus familiares um tratamento com maior capacidade e consciência de atuação, ponderando valores como: a educação, adoção de leis e atuação na área tecnológica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: HEBERT, Sizínio et al. Ortopedia e traumatologia: Princípios e Prática, 2ª ed. Porto Alegre: ArtMed, HEBERT, Sizínio et al. Ortopedia e traumatologia: Princípios e Prática, 3ª ed. Porto Alegre: ArtMed, TASHIRO, Marisa Toshiko Ono; MURAYAMA, Simone Pereira Gabriel. Assistência de enfermagem em ortopedia e traumatologia. São Paulo: Atheneu, SMELTZER, Suzanne; BARE, Brenda. Tratado de enfermagem médicocirúrgica. Vol: VI Guanabara Koogan, Rio de Janeiro: GOLDENZWAIG,Nelma Rodrigues Soares Choiet, Manual de Enfermagem Médico cirúrgica. Rio de janeiro; Guanabara Koogans,
Seu médico vai decidir qual será o melhor tipo para seu caso, conforme o tipo de osso, idade e tipo de desgaste ou da doença.
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