Seu médico vai decidir qual será o melhor tipo para seu caso, conforme o tipo de osso, idade e tipo de desgaste ou da doença.
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- Ayrton da Fonseca
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1 O QUE É ARTROPLASTIA Artroplastia é o nome dado à cirurgia de substituição de uma articulação (junta), quando existe um desgaste da cartilagem. Quadril é a articulação entre a coxa e a bacia. A Artroplastia é Total quando a substituição é feita na cabeça do fêmur (osso da coxa) e também na bacia. Pode ser parcial, quando é substituída apenas a cabeça do fêmur, e isto está indicado apenas nos casos de fratura de pacientes idosos. PRÓTESE Prótese de quadril é o nome do material que será colocado para substituir a articulação que está gasta. Geralmente são feitas de aço inoxidável ou de Liga de Titânio, que é um material muito resistente e que oferece uma boa integração com o osso. Para se fixar ao osso elas podem ser: cimentadas ou não cimentadas. O cimento utilizado é semelhante àquela argamassa cor-de-rosa utilizada pelos dentistas, contudo utiliza-se um tipo próprio para o uso em cirurgias ósseas e com uma qualidade para fixar a prótese ao osso. Alguns tipos de prótese não necessitam o cimento, e fixam-se diretamente no osso por causa de seu formato. O princípio desta fixação pode ser explicado com o exemplo de um prego batido em um bloco de madeira. O metal abre o espaço na madeira que por ser material orgânico, tem uma plasticidade e trabalha, dando espaço para o prego. No final desta introdução a madeira se acomoda fixando o prego. Chamamos este princípio de "Press fit". É desta forma que uma prótese não cimentada fixa-se ao osso. Seu médico vai decidir qual será o melhor tipo para seu caso, conforme o tipo de osso, idade e tipo de desgaste ou da doença. Em alguns casos pode-se utilizar tanto a prótese cimentada quanto a não cimentada, esta é uma decisão técnica e que cabe apenas ao médico. Existe também a possibilidade de se utilizar as Próteses Hibridas, ou seja, uma parte não cimentada (geralmente o acetábulo) e uma parte cimentada (geralmente o fêmur). As Próteses são compostas de várias partes: A haste vai dentro do fêmur (osso da coxa) A cabeça femoral que pode ser de metal (aço) ou cerâmica. O Liner que é a parte que vai fixar-se na bacia e articular-se com a cabeça. Pode ser de polietileno, cerâmica ou metal.. É o conjunto cabeça-liner que vai permitir o movimento da sua nova articulação. Tipos de Liner O polietileno. É um plástico de alta densidade e serve para encaixar a cabeça do fêmur. Nas próteses cimentadas ele vai fixo diretamente na bacia
2 pelo cimento. Nas não cimentadas vai encaixado em uma cúpula metálica que por sua vez é fixa no osso por "Press Fit". Pode ser articulado com cabeças de metal ou de cerâmica. Cerâmica. Pode articular apenas com cabeças de cerâmica. Metal. Pode articular apenas com cabeças de metal Cúpula metálica. Fixa-se à bacia através de seu formato com ou sem parafusos. O Liner encaixa-se dentro da cúpula metálica DURAÇÃO E COMPLICAÇÕES Esquemático Os livros e trabalhos científicos dizem que as próteses duram em média 10 a 15 anos. Este tempo tem aumentado com a melhora da qualidade dos materiais. Geralmente ocorre um desgaste no polietileno (plástico). Também pode soltar o cimento do osso. Outro motivo de soltura é a infecção. Ela pode ocorrer lentamente e soltar a prótese nos primeiros dois anos. As solturas que ocorrem após dois anos raramente são por infecção. Costumamos dizer que toda cirurgia tem quatro riscos: Risco Cirúrgico = Problemas durante a cirurgia. Risco Anestésico = Hoje em dia pouco freqüente, pois os aparelhos são melhores e os medicamentos também. O cirurgião deve trabalhar com um anestesista de sua confiança. Risco de Infecção = o cirurgião assim como outros membros da equipe devem ser extremamente rigorosos no controle das infecções. Risco de não ficar bom = pode haver complicações que levem a um mau resultado. Complicação não quer dizer erro. Além destes riscos gerais, existem riscos inerentes a este tipo de cirurgia, como a Trombose Venosa Profunda, Lesões de nervo (quando existe um encurtamento do membro muito grande, a prótese pode e deve alongar o membro, mas pode haver o estiramento do nervo, causando transtornos que na maioria das vezes são transitórios).
3 Sempre há o cuidado de se tentar igualar o comprimento dos membros, mas isto realmente é muito difícil. Assim pode haver alguma discrepância do comprimento, ficando o membro operado um pouco menor ou maior que o outro lado. Para diminuir estes riscos deve haver planejamento, critérios rigorosos de prevenção de infecção, sintonia com a equipe. Tudo isto diminui os riscos, mas eles sempre existem. PORQUE OPERAR A dor e a incapacidade para suas atividades indicam a cirurgia. Não há idade máxima para cirurgia. Geralmente orienta-se que quanto mais velho melhor, pois o paciente idoso caminha menos e gastaria menos a prótese. A Artroplastia do quadril deve ser feita quando o paciente desejar. Quando a dor e a dificuldade para caminhar estiverem muito grandes o paciente pede ao médico a cirurgia. A Artroplastia do quadril é uma excelente solução para quem precisa dela. Os riscos fazem parte desta solução. O DESGASTE Se esta prótese sofrer desgaste e começar a apresentar sinais de soltura o médico vai indicar uma revisão desta prótese. Neste caso é o médico que diz a hora de operar, mesmo que o paciente não sinta dor. Esta cirurgia chama-se revisão de prótese e tem uma dificuldade técnica maior que a primeira. O QUE NÃO PODE FAZER APÓS ARTROPLASTIAS DE QUADRIL A. Não fletir o quadril mais que 60 (cabeceira do leito com 60 ) Não pode usar vaso sanitário (pois tem + que 90 de flexão) Usar apenas sanitário adaptado. Obs: Se quiser fletir o joelho => baixar a cabeceira para que o quadril fique com 60 Figura 1 B. Não pode cruzar as pernas, por isto tem que ficar com o coxim de abdução (travesseiro entre as pernas),ou de pernas abertas.
4 Figura 2 C. Não pode virar de lado, sobre o lado bom (lado da cirurgia para cima), sem o coxim. Figura 3 D. Não pode deitar sobre o lado operado por 30 dias. Figura 4 O QUE PODE FAZER NO PÓS OPERATÓRIO DE ARTROPLASTIA DE QUADRIL A. Mudança de decúbito Pode virar o paciente sobre o lado bom ( lado operado para cima) COM O COXIM DE ABDUÇÃO ENTRE AS COXAS ( na altura dos joelhos) B. Banho Figura 5 - Lado Operado para cima Vale a recomendação acima. A equipe de enfermagem vai lhe ajudar nos primeiros banhos. C. Sentar no leito ou poltrona
5 Com joelhos esticados pode fletir o quadril até 60. Se flexionar o joelho deve esticar o quadril, ou baixar a cabeceira do leito. Sempre manter 60 graus de flexão. D. Qualquer dúvida falar com o médico. Figura 6 QUANDO EU POSSO A. PISAR A PERNA OPERADA NO CHÃO Nas próteses cimentadas ou híbridas no dia seguinte da cirurgia Nas próteses não cimentadas apenas após três meses. B. DIRIGIR Quando tiver o completo domínio dos movimentos da sua perna, o que geralmente ocorre após o 2 ao 3 mês, contudo pode ser antes disto se houver força e coordenação motora suficiente para conduzir um veiculo sem riscos para você e para terceiros. C. TER RELAÇÕES SEXUAIS Evitar antes de completar 30 dias. Após este período deve-se conversar com o médico para saber se já há condições para ter relações sexuais D. FAZER ESPORTES A prótese foi realizada para melhorar a dor. Dependendo do tipo de esporte pode haver um desgaste maior e mais rápido. Correr e caminhadas longas não são adequados. A natação e hidroginástica poderão ser realizadas após o 3 mês. Dependendo do implante, da idade, e do resultado cirúrgico até tênis em dupla pode ser permitido. Atualmente existem próteses que permitem uma atividade física mais intensa, mas ainda não se conhece seus resultados a longo prazo.
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