Coesão e coerência Textuais
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- Pedro Monsanto do Amaral
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1 Coesão e coerência Textuais Prof. Dr. Luís Cláudio Dallier Professor das Faculdades COC
2 RETOMANDO... Que dificuldades ou desafios você encontra ao trabalhar coesão e coerência textuais com seus alunos? Quais encaminhamentos você tem dado para essas questões ou dificuldades?
3 Para início de conversa...
4 O TEXTO é um todo organizado de sentido. é um objeto integralmente linguístico e integralmente histórico. para ser um texto independe da forma (visual, verbal, etc.) como se manifesta.
5 Então... O sentido das partes não é autônomo. O sentido não é solitário, mas solidário. O sentido global não é resultado da soma das partes, mas de suas relações. A leitura deve levar em conta a totalidade do texto e sua relação com outros textos. A leitura fragmentária é frequentemente errônea.
6 COESÃO E COERÊNCIA Considerando que a coerência é a lógica entre as ideias expostas no texto, para que exista coerência é necessário que a idéia apresentada se relacione ao todo textual dentro de uma sequência e progressão de idéias.
7 Para que as ideias estejam bem relacionadas, também é preciso que estejam bem interligadas, bem unidas por meio de conectivos adequados, ou seja, com vocábulos que têm a finalidade de ligar palavras, locuções, orações e períodos. Dessa forma, as peças que interligam o texto, como pronomes, conjunções e preposições, promovendo o sentido entre as idéias são chamadas coesão textual.
8 COESÃO E COERÊNCIA
9 1.Como você responderia à pergunta: o que é isso? 2. Enumere alguns argumentos pelos quais você sabe que não se trata de um retrato fiel de um ser vivo, que circula pelo nosso meio ambiente, a que chamamos gato.
10 1.Como você responderia à pergunta: o que é isso? Um gato. A figura de um gato. Um gato estilizado. O quadro de um gato. 2. Enumere alguns argumentos pelos quais você sabe que não se trata de um retrato fiel de um ser vivo, que circula pelo nosso meio ambiente, a que chamamos gato. As linhas do desenho são geométricas. O colorido não confere com um gato real. A legenda mostra se tratar de um quadro.
11 Você vai perceber, ao reler suas respostas, que você recorreu a muito do conhecimento que você tem de mundo para justificá-las. Se você tem mais interesse em animais ou familiaridade com gatos, principalmente, você provavelmente focalizou mais suas respostas no que ele não é. Ao contrário, se você tem alguma familiaridade com arte, você pode ter explorado mais a expressão artística da figura para apoiar suas respostas.
12 Vamos refletir mais sobre nossas interpretações das coisas do mundo. Observe a figura seguinte.
13 Você conhece algo ou alguém que se apresente dessa maneira? É claro que não! No nosso mundo de experiências não conhecemos nada como tal. Mas na imaginação, sim! Sabemos que esse pode ser um desenho usado para criticar, exagerar certos atributos, ironizar uma situação. Concebemos, portanto, uma situação ou um mundo em que essa figura tenha coerência, faça sentido. Reconhecemos que se trata do desenho de algo que não tem correspondência no mundo real, mas que foi fruto da imaginação de alguém e serve a algum propósito.
14 É assim que atribuímos, ou não, sentido a um texto, ao interpretá-lo: fazendo as ligações entre aquilo que sabemos do mundo e o que diz o texto que lemos. É assim que se constrói a coerência de um texto. É procurando a coerência das imagens visuais ou textuais que compreendemos o que vemos ou o que lemos. É esse exercício, semelhante a um quebra-cabeças, que fazemos quando interpretamos e compreendemos um texto.
15 PROPOSTA DE ATIVIDADE
16 É muito conhecida a história infantil de Pinóquio, menino de madeira criado por Gepeto, que se tornou de carne e osso por suas boas ações. Faça o seguinte joguinho infantil, observando os passos de seu raciocínio para resolver o desafio. Diário do Grande ABC, 30/03/03. Diário do Grande ABC, 30/03/03.
17 Você vai perceber que o tipo de raciocínio envolvido é semelhante ao desenvolvido para interpretar um texto. 1. Qual das possibilidades completa coerentemente o nariz de Pinóquio? Por quê? 2. Por que não tem relevância o fato de os narizes terem uma folhinha, ou mesmo de não serem narizes realmente? 3. Por que sabemos que não é possível essa situação a de colarmos pedaços de nariz em humanos? 4. Reflita sobre como você resolveu o desafio e justifique por que a coerência é uma qualidade textual também atribuída pelo leitor.
18 Sugestão: Porque a figura de Pinóquio é ficcional, é um desenho. Sua existência não se dá no mundo real, mas num mundo criado pela imaginação. 1. Qual das possibilidades completa coerentemente o nariz de Pinóquio? Por quê? A opção D completa coerentemente o nariz de Pinóquio. Porque os cortes, as linhas geométricas do pedaço do nariz encaixam nos cortes do nariz de Pinóquio. Há complementaridade entre eles. 2. Por que não tem relevância o fato de os narizes terem uma folhinha, ou mesmo de não serem narizes realmente?
19 3. Por que sabemos que não é possível essa situação a de colarmos pedaços de nariz em humanos? Isso não é possível porque as relações entre partes dos seres vivos são diferentes dessas relações nos bonecos de madeira ou nas histórias de ficção. 4. Reflita sobre como você resolveu o desafio e justifique por que a coerência é uma qualidade textual também atribuída pelo leitor. Sugestão: o raciocínio do leitor é decisivo para completar a história. Escolher opções adequadas é parte da tarefa do leitor na construção da harmonia da figura, como na harmonia textual.
20 Você, certamente, terá notado nesse joguinho que sua escolha e, consequentemente, as opções descartadas tiveram a ver com o que você sabe sobre formas geométricas. Quanto maior facilidade você tiver para manusear esse conhecimento, maior facilidade você tem para responder ao desafio. Suas experiências prévias, portanto, são decisivas para sua prontidão de leitura de um determinado texto visual ou não.
21 TRABALHANDO NOSSO MATERIAL O tema da coesão pode ser introduzido e contextualizado em aulas que não tratem apenas de produção textual ou leitura.
22 3º Bimestre 6º Ano Os pronomes têm uma função muito importante na construção de um texto. São eles que fazem as ligações e as substituições, promovendo a coesão, ou seja, dando sentido para aquilo que está sendo dito ou escrito. Leia esta sequência:
23
24 COESÃO NA PRÁTICA Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
25 Reconhecimento da função dos elementos que dão coesão ao texto. Identificar quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e a compreensão do sentido.
26 O hábito da leitura A criança é o pai do homem. A frase, do poeta inglês William Wordsworth, ensina que o adulto conserva e amplia qualidades e defeitos que adquiriu quando criança. Tudo que se torna um hábito dificilmente é deixado. Assim, a leitura poderia ser uma mania prazerosa, um passatempo. Você, coleguinha, pode descobrir várias coisas, viajar por vários lugares, conhecer várias pessoas, e adquirir muitas experiências enquanto lê um livro, jornal, gibi, revista, cartazes de rua e até bula de remédio. Dia 25 de janeiro foi o dia do Carteiro. Ele leva ao mundo inteiro várias notícias, intimações, saudades, respostas, mas tudo isso só existe por causa do hábito da leitura. E aí, vamos participar de um projeto de leitura? CORREIO BRAZILIENSE, Brasília, 31 de janeiro de p.7.
27 No trecho Ele leva ao mundo inteiro várias notícias... (?. 8), a palavra sublinhada refere-se ao (A) carteiro. (B) jornal. (C) livro. (D) poeta.
28 Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto. Reconhecer o motivo pelos quais os fatos são apresentados no texto, ou seja, as relações expressas entre os elementos que se organizam, de forma que um é resultado do outro.
29 A raposa e as uvas Uma raposa passou por baixo de uma parreira carregada de lindas uvas. Ficou logo com muita vontade de apanhar as uvas para comer. Deu muitos saltos, tentou subir na parreira, mas não conseguiu. Depois de muito tentar foi-se embora, dizendo: Eu nem estou ligando para as uvas. Elas estão verdes mesmo... ROCHA, Ruth. Fábula de Esopo. São Paulo, FTD, 1992.
30 O motivo por que a raposa não conseguiu apanhar as uvas foi que (A) as uvas ainda estavam verdes. (B) a parreira era muito alta. (C) a raposa não quis subir na parreira. (D) as uvas eram poucas.
31 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc. Identificação das relações de coerência (lógicodiscursivas) estabelecidas no texto. Identificação de uma determinada relação lógicodiscursiva, enfatizada, principalmente, por locuções adverbiais e, por vezes, a identificação dos elementos que explicam essa relação. Por exemplo, pede-se que o aluno indique a expressão que dá uma ideia de lugar, ou vice-versa, dá-se uma expressão e pede ao aluno que reconheça que ideia é estabelecida por ela.
32 Referência Bibliográfica CEREJA, Roberto & COCHAR, Thereza. Texto e interação. São Paulo: Atual, FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto. 16 ed., São Paulo: Ática, 2000.
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