Prof. Eloy Gustavo. Aula 2 Trovadorismo
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- Ângelo Bicalho Aires
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1 Aula 2 Trovadorismo
2 Escolas Literárias História da Literatura Um sistema de tendências artísticas, em vigor, na maioria das obras produzidas, numa determinada época histórica. Periodologia da Literatura Brasileira
3 Escolas Literárias História da Literatura 1922: fato estético Semana de Arte Moderna 1928: fato estético A Bagaceira, José Américo de Almeida 1930: fato histórico Revolução Liberal Dois marcos importantes
4 Marcos cronológicos Séculos XII a XV Trovadorismo Portugal 1189 ou 1198: Cantiga da Guarvaia ou da Ribeirinha Paio Soares de Taveirós 1418: Nomeação de Fernão Lopes para Torre do Tombo
5 Formação de Portugal
6 Lirismo Provençal Época: do século XI ao XIII Local: Provença (sul da França) Cansó Canção de Lirismo Amoroso Que amor é esse? Fin amors amor refinado, amor cortês. Leys d amor leis que regem o jogo de amor na corte. Vassalagem amorosa. Culto do lirismo amoroso em oposição ao lirismo guerreiro.
7 O trovadorismo chega a Portugal Provença
8 Trovadorismo Português 1) Língua: Galego-Português 2) Tipos de obras quanto ao tema: Composições para serem cantadas com acompanhamento musical. Cantiga de Amor: eu lírico masculino Lírico-amorosas Tema: coita amorosa Cantiga de Amigo: eu lírico feminino sofrimento Cantigas Satíricas Tema: depreciação Cantiga de Escárnio: sátira indireta Linguagem de sentido ambíguo Cantiga de Maldizer: sátira direta Linguagem objetiva e sem disfarce 3) Tipos de obras quanto à repetição de versos: Mestria: versos não se repetem Paralelismo: repetição parcial de versos Refrão: repetição integral de versos
9 Exemplo de Cantiga de Amor com paralelismo e refrão Hun tal home sei eu, ai bem talhada, que por vós tem a sa morte chegada. Vede quem é, seed'en nembrada: eu, mia dona. Hun tal home sei que preto sente de si morte certamente. Vede quem é, venha-vos em mente: eu mia dona. Hun tal home sei, aquest'oíde, que por vós morr e vo-lo en partide. Vede quem é, nom xe vos obride: eu mia dona. D. Dinis
10 Exemplo de Cantiga de Amor com paralelismo e refrão Hun tal home sei eu, ai bem talhada, que por vós tem a sa morte chegada. Vede quem é, seed'en nembrada: eu, mia dona. paralelismo refrão Hun tal home sei que preto sente de si morte certamente. Vede quem é, venha-vos em mente: eu mia dona. Hun tal home sei, aquest'oíde, que por vós morr e vo-lo en partide. Vede quem é, nom xe vos obride: eu mia dona. D. Dinis paralelismo refrão paralelismo refrão
11 Características mais comuns da Cantiga de Amor 1 2 Hun tal home sei eu, ai bem talhada, que por vós tem a sa morte chegada. Vede quem é, seed'en nembrada: eu, mia dona O eu lírico é masculino 2 - O interlocutor é a mulher amada 3 - Sofrimento devido à impossibilidade desse amor: coita amorosa A impossibilidade normalmente decorre da posição hierárquica superior da amada em relação ao eu lírico 4 - Tratamento por mia senhor ou mia dona - Vassalagem amorosa: tal como os cavaleiros se subordinam a um senhor feudal, o eu lírico faz o mesmo em relação à amada - Influência provençal: o ambiente palaciano / amor cortês
12 Exemplo de Cantiga de Amigo com paralelismo e refrão -Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus, e u é? -Vós me perguntades polo voss' amigo, e eu bem vos digo que é sã e vivo. - Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pos comigo? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado? Ai Deus, e u é? -Vós me perguntades polo voss' amado, e eu bem vos digo que é viv' e são. -Ai Deus, e u é? -E eu bem vos digo que é sã e vivo, e seerá vosc ant' o prazo saido. -Ai Deus, e u é? -E eu bem vos digo que é viv' e são, E será vosc'ant' o prazo passado. -Ai Deus, e u é! D. Dinis
13 Exemplo de Cantiga de Amigo com paralelismo e refrão -Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus, e u é? -Vós me perguntades polo voss' amigo, e eu bem vos digo que é sã e vivo. - Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pos comigo? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado? Ai Deus, e u é? -Vós me perguntades polo voss' amado, e eu bem vos digo que é viv' e são. -Ai Deus, e u é? -E eu bem vos digo que é sã e vivo, e seerá vosc ant' o prazo saido. -Ai Deus, e u é? -E eu bem vos digo que é viv' e são, E será vosc'ant' o prazo passado. -Ai Deus, e u é! D. Dinis
14 Exemplo de Cantiga de Amigo com paralelismo e refrão -Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus, e u é? 4 1 Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado? Ai Deus, e u é? 1 - A influência ibérica: mulheres do povo em ambientes simples (fora da corte) 2 - Tom confessional: o eu lírico lamenta a ausência do amado - São diversos o interlocutores: amigas, mãe, elementos da natureza O eu lírico é feminino e comumente trata seu amado por amigo 4 - O assunto em geral é a ausência do amado Motivos da ausência: trabalho guerra abandono 5 - A mulher teme ser abandonada, pois ao contrário do que normalmente ocorria na cantiga de amigo é comum que a entrega física tenha ocorrido.
15 Exemplo de Cantiga de Maldizer com paralelismo e refrão Ai, dona fea! Foste-vos queixar que vos nunca louv'en meu trobar; mas ora quero fazer um cantar en que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! dona fea, velha e sandia Sátira direta Ai, dona fea! Se Deus me pardon! pois havedes tanto gran coraçon que vos eu loe, en esta razon vos quero já loar toda via; e vedes qual será a loaçon: dona fea, velha e sandia! João Garcia de Guilhade
16 Exercício 1 Semi Manhã Quer eu em maneira de proençal fazer agora um cantar d amor e querrey muit i loar mia senhor, a que prez* nem fremosura non fal, nen bondade, e mais vos direy en: tanto a fez Deus comprida de ben que mais todas las do mundo val. D. Dinis * Preço, valor. No segundo verso, o eu lírico declara que vai fazer um cantar d amor. Quais os traços da cantiga que permitem aceitar essa classificação?
17 Exercício 1 Semi Manhã Quer eu em maneira de proençal fazer agora um cantar d amor e querrey muit i loar mia senhor, a que prez* nem fremosura non fal, nen bondade, e mais vos direy en: tanto a fez Deus comprida de ben que mais todas las do mundo val. D. Dinis * Preço, valor. No segundo verso, o eu lírico declara que vai fazer um cantar d amor. Quais os traços da cantiga que permitem aceitar essa classificação? Os traços das cantigas de amor presentes no texto: a voz lírica masculina e o elogio da amada.
18 Exercício 2 Semi Manhã Don Meendo, vós veestes falar migo noutro dia; e na fala que fezestes perdi eu do que tragia. Ar*querredes falar migo e non querrei eu, amigo. D. Afonso X * Novamente. Essa cantiga pode ser classificada como: a) Cantiga de amor: o tratamento Don era usado tanto para se referir a homens quanto a mulheres na época. b) Cantiga de amigo: a presença da palavra amigo, no último verso, revela a relação de amizade entre o eu lírico e seu interlocutor. c) Cantiga de escárnio: não é possível identificar o alvo da sátira, já que o eu lírico se utiliza do tratamento vós, que indica vários interlocutores. d) Cantiga de amigo: o trovador elogia a cultura do interlocutor, cuja fala não consegue compreender. e) Cantiga de maldizer: o eu lírico reclama da capacidade de seu interlocutor de arrancar dele o que tragia, isto é, seu dinheiro.
19 Exercício 2 Semi Manhã Don Meendo, vós veestes falar migo noutro dia; e na fala que fezestes perdi eu do que tragia. Ar*querredes falar migo e non querrei eu, amigo. D. Afonso X * Novamente. Essa cantiga pode ser classificada como: a) Cantiga de amor: o tratamento Don era usado tanto para se referir a homens quanto a mulheres na época. b) Cantiga de amigo: a presença da palavra amigo, no último verso, revela a relação de amizade entre o eu lírico e seu interlocutor. c) Cantiga de escárnio: não é possível identificar o alvo da sátira, já que o eu lírico se utiliza do tratamento vós, que indica vários interlocutores. d) Cantiga de amigo: o trovador elogia a cultura do interlocutor, cuja fala não consegue compreender. Xe) Cantiga de maldizer: o eu lírico reclama da capacidade de seu interlocutor de arrancar dele o que tragia, isto é, seu dinheiro.
20 Bon dia vi amigo, pois seu mandad ei migo¹, Louçãa². Bon dia vi amado, pois migu ei seu mandado, louçãa. Exercício 3 Semi Manhã Pois seu mandad ei migo, rogu eu a Deus e digo! louçãa. Pois migu ei seu mandado, rogu eu a Deus de grado³, louçãa. D. Dinis 1. Tenho seu recado comigo. 2. Bela, alegre. 3. Agradecimento. Essa composição de D. Dinis pode ser classificada como cantiga de amigo. Nela, a) a moça celebra seu amor em uma cantiga que possui paralelismo e refrão. b) a moça lamenta a notícia da morte do amado em uma cantiga de refrão. c) o rapaz celebra a amizade em uma cantiga de amor com refrão. d) a moça recusa o amor cortês em uma cantiga com paralelismo e sem refrão. e) a moça celebra seu amor em uma cantiga de mestria.
21 Bon dia vi amigo, pois seu mandad ei migo¹, Louçãa². Bon dia vi amado, pois migu ei seu mandado, louçãa. Exercício 3 Semi Manhã Pois seu mandad ei migo, rogu eu a Deus e digo! louçãa. Pois migu ei seu mandado, rogu eu a Deus de grado³, louçãa. D. Dinis 1. Tenho seu recado comigo. 2. Bela, alegre. 3. Agradecimento. Essa composição de D. Dinis pode ser classificada como cantiga de amigo. Nela, Xa) a moça celebra seu amor em uma cantiga que possui paralelismo e refrão. b) a moça lamenta a notícia da morte do amado em uma cantiga de refrão. c) o rapaz celebra a amizade em uma cantiga de amor com refrão. d) a moça recusa o amor cortês em uma cantiga com paralelismo e sem refrão. e) a moça celebra seu amor em uma cantiga de mestria.
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