UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO POLO NOVA SANTA ROSA ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO POLO NOVA SANTA ROSA ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA EFETIVIDADE DO PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA DO GOVERNO FEDERAL NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL (PR) Joicy Oliveira Machado MARINGÁ 2016

2 JOICY OLIVEIRA MACHADO EFETIVIDADE DO PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA DO GOVERNO FEDERAL NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL (PR) Artigo Científico apresentado ao Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso. Elaborado sob orientação da professora Celene Tonella. MARINGÁ 2016

3 EFETIVIDADE DO PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA DO GOVERNO FEDERAL NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL (PR) Resumo: O presente trabalho visa a pesquisar sobre a efetividade (ou não) do Programa Bolsa-Família do Governo Federal no município de Cascavel (PR). Para tanto, serão utilizadas diversas fontes de pesquisa para levantamento de informações que sejam pertinentes ao assunto, tais como: verbas públicas aplicadas no programa; histórico do nível de desemprego ou de empregabilidade; histórico da participação do cidadão beneficiário na vida escolar; panorama econômico-financeiro social. Será utilizada, ainda, a entrevista com o Setor Público Municipal responsável pela execução do Programa. Utilizar-se-á do procedimento metodológico de pesquisa aplicada, sendo que esta, quanto aos objetivos terá caráter descritivo e de estudo de campo, e quanto à abordagem terá caráter quantitativo. Palavras-Chave: Políticas Públicas. Bolsa-Família. Programas Sociais.

4 1 Introdução Conforme consta no site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Bolsa-Família é um programa que contribui para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil. Ele foi criado em 2003 e possui três eixos principais: complemento da renda; acesso a direitos; articulação com outras ações. Ainda de acordo com o referido sítio eletrônico: desde 2011, o Bolsa Família faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, que reuniu diversas iniciativas para permitir que as famílias deixassem a extrema pobreza, com efetivo acesso a direitos básicos e a oportunidades de trabalho e de empreendedorismo. Ainda, o site dispõe que em novembro de 2015 o programa fez o repasse de R$ 2,2 bilhões para complementar a renda de 13,8 milhões de famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. Considerando: a conceituação do Programa Bolsa-Família; seus eixos de diretriz; o valor pecuniário despendido para pagamento do benefício e o número de famílias que recebem o benefício, uma dúvida (pertinente) recorre à autora (e a centenas de brasileiros): o programa cumpre o papel social a que é destinado? 1.1 Objetivo Geral: Demonstrar a efetividade (ou não) do Programa Bolsa-Família do Governo Federal no âmbito do Município de Cascavel (PR). 1.2 Objetivos Específicos: I. Relacionar os valores monetários investidos no Programa Bolsa-Família com o aumento da qualidade de vida da população; II. Verificar se as críticas acerca do Programa Bolsa-Família têm fundamento ou se são meras artimanhas políticas; III. Analisar possíveis mudanças que o Programa Bolsa-Família poderia ter e suas possíveis consequências. 1.3 Justificativa Desenvolver esta pesquisa sobre o Programa Bolsa-Família deve-se ao fato das inúmeras polêmicas acerca do tema, seja nas redes sociais, seja na mídia, seja no meio político. Muitos cidadãos dizem que o Programa é uma jogada política, uma forma de dar esmolas à população e, assim, fidelizar o voto. Outros tantos afirmam que o Programa só trouxe benefícios à população e ao País.

5 Ainda, é uma das políticas públicas mais polêmicas do País, seja pelos valores investidos, seja pelo número de pessoas alcançadas. Sendo assim, a autora optou por proceder a tal pesquisa, visando a analisar os benefícios e possíveis prejuízos da execução do Programa Bolsa-Família no Brasil. 1.4 Metodologia da pesquisa Os procedimentos metodológicos vislumbrados neste trabalho de pesquisa aplicada, sendo que esta, quanto aos objetivos terá caráter descritivo e de estudo de campo, e quanto à abordagem terá caráter quantitativo. 1.5 Organização do trabalho Não obstante esta introdução, o presente estudo está estruturado em mais quatro seções: na segunda seção se apresenta o referencial teórico; na terceira, apresenta-se a metodologia utilizada; na quarta, analisam-se os resultados e, na quinta, apresentam-se as considerações finais.

6 2 Referencial Teórico 2.1 Conceito de Políticas Públicas Para que haja um entendimento otimizado acerca da temática trabalhada neste projeto, partiremos da conceituação de Política Pública. Para tanto, utilizar-nos-emos da definição simples e completa exposta por Souza: Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política pública. Mead (1995) a define como um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn (1980), como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Peters (1986) segue o mesmo veio: política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye (1984) sintetiza a definição de política pública como o que o governo escolhe fazer ou não fazer. A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz. (SOUZA, 2006, p. 24) (grifo nosso). Compreende-se, portanto, em termos gerais, que as políticas públicas serão voltadas para um público específico e se respaldarão pela atividade do Estado. Como a política pública retratada nesta pesquisa é referente ao Programa Bolsa- Família do Governo Federal, traremos o ensinamento deixado por Rua (2012, p.19): [...] o Programa Bolsa Família é parte de uma política pública de combate à fome e à miséria. [...] baseia-se em decisões e ações revestidas do poder extroverso e da autoridade soberana do Estado e, por isso, consiste em uma política pública [...]. Ainda, para embasar a conceituação do Programa Bolsa-Família: É uma das medidas da estratégia Fome Zero, que é coordenada pela Presidência da República e envolve ações de diversos outros ministérios, tais como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério da Saúde, o Ministério da Educação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Integração Nacional, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Justiça, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, além do Ministério da Fazenda. (SANTOS, 2012, p. 100/101). Infere-se de tal conceituação que o Programa é interdisciplinar, dando a visão sistêmica necessária para o efetivo planejamento, execução, gerenciamento e avaliação, considerando os vários ministérios envolvidos. 2.2 Criação do Programa Bolsa-Família

7 A Lei n.º , de 9 de janeiro de 2004, que cria o Bolsa Família, já em seu artigo 1º define que o Programa: [...] tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferências de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação Bolsa Escola [...], do Programa Nacional de Acesso à Alimentação [...],Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde Bolsa Alimentação [...], do Programa Auxílio-Gás e do Cadastramento Único do Governo Federal [...]. Considerando que todos esses Programas citados foram criados entre os anos de 2001 e 2003, é possível descartar, desde já, que o Bolsa Família é um Programa meramente politiqueiro do atual governo (como insiste uma significativa parcela dos brasileiros em discursos inflamados nas redes sociais), uma vez que, se assim fosse, os outros Programas também o seriam em outros governos vinculados a outros partidos políticos. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, que é uma Fundação Pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais - possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro -, no livro Bolsa-Família : avanços e desafios, aduz: Existem duas modalidades de benefícios: i) o benefício básico, destinado às famílias em condições de extrema pobreza e; ii) os benefícios variáveis, dedicados às famílias em situação de pobreza e que contém em sua composição com gestantes, nutrizes, crianças entre 0 e 12 anos ou adolescentes até 17 anos. Este segundo benefício contempla duas modalidades: a primeira, relacionada à presença de crianças ou adolescentes de até 15 anos, é limitada a até três benefícios por família; e a segunda, destinada aos jovens de 16 e 17 anos, é restrita a até dois benefícios por família. Vale sublinhar que este benefício variável para os jovens foi criado posteriormente, em dezembro de (CASTRO, MODESTO, 2010, p. 28) Habilitação e condicionalidades para ser beneficiário do Programa Bolsa- Família: De acordo com informações retiradas do site do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome, para fazer jus ao benefício do PBF a família deve estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), que é a ferramenta que fornece dados sobre cada membro da família, sua renda, do estado da casa em que a família reside, do acesso a serviços sociais básicos, e mais uma porção de informações para o Governo Federal.

8 Atualmente, a renda mensal por pessoa deve ser de até R$ 77,00, por serem consideradas famílias em situação de extrema pobreza; ou entre R$ 77,01 e R$ 154,00, por serem consideradas famílias em situação de pobreza. Ainda, cite-se Castro e Modesto (2010): Os critérios de elegibilidade do PBF dependiam da condição de renda das famílias e, entre as condicionalidades para sua permanência no programa, estava o cumprimento de certas tarefas relacionadas à frequência escolar e aos cuidados com a saúde de seus membros Valores investidos para pagamento do Bolsa-Família Utilizou-se os dados do sítio do MDS, no período de janeiro a novembro de 2015, por Região do País: Bolsa Família - Pagamento em 2015 (de Janeiro a Novembro/2015) Estados Famílias* Valor Total (R$)** Estados Famílias* Valor Total (R$)** Distrito Federal ,00 AL Alagoas ,00 Goiás ,00 BA Bahia ,00 Mato Grosso ,00 CE Ceará ,00 Mato Grosso ,00 MA Maranhão ,00 do Sul Centro-Oeste ,00 PB Paraíba ,00 Acre ,00 PE Pernambuco ,00 Amapá ,00 PI Piauí ,00 Amazonas ,00 RN Rio Grande do Norte ,00 Pará ,00 SE Sergipe ,00 Rondônia ,00 Nordeste ,00 Roraima ,00 ES Espírito Santo ,00 Tocantins ,00 MG Minas Gerais ,00 Norte ,00 RJ Rio de Janeiro ,00 Paraná ,00 SP São Paulo ,00 Rio Grande do Sul ,00 Sudeste ,00 Santa Catarina ,00 Sul ,00 Brasil ,00 (*) Famílias beneficiadas no último mês de referência (**) Valor total pago até NOVEMBRO/2015 Note-se que a região que tem a maior demanda do benefício é o Nordeste, e o que tem a menor demanda é o Sul.

9 2.2.3 Relação de empregabilidade com o Programa Bolsa-Família [...] o resultado da Avaliação Nacional do Programa Bolsa Escola Federal (CASTRO et al, 2003), que constatou que os beneficiários em todo o país consideraram que é importante frequentar a escola, principalmente, para conseguir trabalho ou emprego (49,5%). Também foram bastante indicados os motivos de ter instrução (46,1%) e subir ou melhorar de vida (40,9%). Esses resultados demonstram que, mesmo para os mais pobres entre os pobres, o estudo e o trabalho apresentam-se como valores. É possível depreender dessa combinação de resultados que a melhoria de vida deverá decorrer da melhoria na instrução que reverterá, por sua vez, em maiores chances de conseguir trabalho com melhor remuneração. (percepções sobre o programa bolsa família na sociedade brasileira. Naturalmente, caso os indivíduos não tenham supridas suas necessidades básicas, não teriam condições de trabalhar, e, por sua vez, se não tiverem o mínimo de condições trabalhistas (aquelas constantes do Direito Trabalhista) não podem (e nem devem) manteremse em um emprego, considerando que estariam em condição análoga a de escravo, por mais sonhadora que a ideia possa ser.

10 3 Procedimentos Metodológicos Para executar este trabalho de pesquisa utilizou-se, quanto à finalidade do problema, a pesquisa aplicada, que, conforme Freitas e Gonçalves (2015 apud Booth; Colomb; Willians, 2005, p. 16) nesse tipo de pesquisa, as consequências do estudo são práticas, e a sua motivação deve ser o que você deseja saber (grifo do autor). Conforme Freitas e Gonçalves (2015 apud Gil, 1999, p. 16) o interesse está na aplicação, na utilização e nas consequências práticas do conhecimento em uma realidade circunstancial. Quanto aos procedimentos de coleta de dados, basear-se-á na pesquisa bibliográfica, na pesquisa documental e no estudo de campo. Quanto à abordagem do problema, procedeuse à pesquisa qualitativa e quantitativa. Quanto aos objetivos da pesquisa, utilizou-se a pesquisa descritiva. O foco dos estudos descritivos é conhecer (descrever) as características de uma determinada população ou examinar possíveis relações entre variáveis (FREITAS E GONÇALVES, 2015 apud GIL, 1999; TRIVIÑOS, 2008, p. 17). Ainda quanto aos objetivos da pesquisa, utilizou-se o estudo de campo. Utiliza-se mais técnicas de observação e entrevistas para identificar a forma como os componentes sociais interagem (FREITAS E GONÇALVES, 2015 apud GIL, 1999; TRIVIÑOS, 2008, p. 20).

11 4 Apresentação e Análise de Dados 4.1 Apresentação da amostra selecionada Não se pretendeu, com este trabalho, analisar em um contexto nacional a efetividade do Programa Bolsa-Família, afinal, tal análise tornar-se-ia demasiadamente extensa e complexa, e, ainda, ela compete a órgãos da esfera federal que têm equipe técnica multidisciplinar. Com isto, verificou-se a estrutura da Secretaria de Assistência Social do Município de Cascavel, mais especificamente, o Setor responsável pelo CadÚnico. 4.2 Descrição e Análise dos Dados Coletados Para o levantamento dos dados atinentes a este trabalho, aplicou-se um questionário ao responsável pela gestão do setor de Cadastro Único no Município de Cascavel. Para a efetivação da entrevista, usou-se o meio telefônico. Tal responsável informou que alguns dados não poderiam ser documentados, tais como a forma de fiscalização da regular distribuição do benefício e a média do número de filhos de famílias beneficiárias, bem como a idade média desses filhos. Conforme o citado responsável: - O número de famílias beneficiárias, no mês de maio de 2015, foi de 7340, representando uma cobertura de 88,8% da estimativa de famílias pobres no município. As famílias recebem benefícios com valor médio de R$ 127,38 e o valor total transferido pelo governo federal em benefícios às famílias atendidas alcançou R$ ,00 no mês. - Em relação às condicionalidades, o acompanhamento da frequência escolar, com base no bimestre de março de 2015, atingiu o percentual de 95,5%, para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos, o que equivale a alunos acompanhados em relação ao público no perfil equivalente a Para os jovens entre 16 e 17 anos, o percentual atingido foi de 83,9%, resultando em jovens acompanhados de um total de Já o acompanhamento da saúde das famílias, na vigência de dezembro de 2014, atingiu 68,9 %, percentual equivale a famílias de um total de que compunham o público no perfil para acompanhamento da área de saúde do município. - O município não possui uma estatística da relação empregabilidade x beneficiários do programa bolsa-família. - Não há estatística sobre as famílias que receberam o benefício e que já não mais recebem, isto é, não é possível avaliar se são as mesmas famílias que recebem o benefício ou

12 se há um ciclo contínuo (sendo outras famílias a serem beneficiárias, não sempre as mesmas ao longo dos tempos). - Não obstante o programa bolsa-família auxiliar centenas de famílias, atualmente ele é um programa de cunho politiqueiro, isto é, foge do objetivo essencial que é auxiliar e vai para o campo da politicagem, seja para quem é contra, seja para quem é a favor. Exemplificando: políticos que são contra, dizem que o benefício só traz preguiça, fazendo com que os cidadãos deixem de trabalhar para receber o benefício; que é a favor, diz que se deve investir mais e mais nos valores que são distribuídos. Enfim, de qualquer forma, o discurso é para travar embates politiqueiros, ficando as famílias em segundo plano no debate. Conforme pesquisa da autora nas maiores redes de supermercados do Município de Cascavel, o valor médio da cesta básica é de R$ 58,00, sendo que não é incluído produtos de higiene (nem pessoal, nem doméstica), bem como não são incluídos carnes, legumes e verduras. Importante ressaltar que a referida cesta atende às necessidade de apenas uma pessoa. 4.3 Interpretação dos dados da pesquisa Com os dados expostos é possível afirmar que o Município de Cascavel tem um relativo controle da distribuição do benefício bolsa-família, principalmente pelo fato de não poder conceder informações sobre a fiscalização dessa distribuição (considerando que toda a sociedade deveria poder participar de tal procedimento fiscalizatório). Verifica-se, ainda, que o acompanhamento escolar e de saúde chega muito próximo de 100%, o que faz com que o recebimento do benefício atinja não somente o fim a que se destina, mas atinge a outras áreas que podem aumentar a qualidade de vida dos cidadãos, mediata ou imediatamente. Um ponto crítico encontra-se no valor que é concedido às famílias: R$ 127,38. Este valor alimentaria de forma regular duas pessoas em uma família, sem considerar moradia, assepsia, saneamento, educação, saúde etc. Outro ponto crítico está no fato de não haver relação de empregabilidade, ou seja, não se sabe se o bolsa-família vem ajudando efetivamente pessoas a saírem definitivamente da pobreza, ou se essas famílias tornaram-se escravas de suas próprias necessidades.

13 5 Considerações Finais Diante de todo o exposto, fica claro e óbvio que o programa bolsa-família é indispensável e não é mera politicagem. Entretanto, fica claro e óbvio também que ele não é suficiente, afinal, se forem somados os R$ 127,38 do benefício com os R$ 77,00 do valor que a pessoa pode receber para fazer jus ao benefício, tem-se R$ 204,00. Na atual conjuntura econômica do Brasil, essa pessoa não sai da linha pobreza com esse valor por mês, isto é, não obstante receba o benefício, a pessoa continua em situação de miserabilidade e sem muitas perspectivas de estudo, tão menos profissional. Tem-se, com isso, que o programa bolsa-família passaria a ser efetivo se tivesse um valor consideravelmente superior ao que hoje é pago, que pudesse assegurar alimentação saudável, higiene, vestuário, estudo, para então assegurar espaço no mercado de trabalho. Para tanto, paralelamente, o governo deveria limitar o período de tempo de recebimento do benefício e garantir profissionalização dos responsáveis pelas famílias, bem como, garantir empregos, para que no momento em que os indivíduos deixassem de receber o benefício pudessem trabalhar dignamente, provendo seu sustento e de sua família. Por fim, discutir uma política pública como o Programa Bolsa-Família não é apenas discutir se o programa é bom ou não. Demanda uma análise de todo o contexto em que o brasileiro está inserido (econômico, financeiro, tributário, político etc). Deve-se não discutir o benefício como algo isolado em si, o programa é quase inútil mas como parte de ações governamentais que visam à diminuição/extinção da condição de miséria no País.

14 Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: < Acesso em: 20 novembro Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: < Acesso em: 02 dezembro Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: < Acesso em: 15 fevereiro Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: < Acesso em 28 fevereiro CASTRO, Jorge Abrahão; MODESTO, Lucia. Bolsa Família : avanços e desafios. Disponível em: < =25>. Acesso em: 10 janeiro FREITAS, Aparecida do Rocio; GONÇALVES, Marguit Neumann. Trabalho de Conclusão de Curso: O processo de construção do artigo científico. Maringá: Editora da Universidade Estadual de Maringá, SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p Disponível em: < Acesso em: 10 janeiro SANTOS, Maria Paula Gomes. O Estado e os Problemas Contemporâneos. 2. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, RUA, Maria das Graças. Políticas Públicas. 2. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, ZANELA, Liane Carly Hermes. Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração. 2. ed. Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2012.