A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.
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1 A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR. Autores: FRANCISCO MACHADO GOUVEIA LINS NETO e CELIA MARIA MARTINS DE SOUZA Introdução Atualmente, muito se ouve falar sobre a inclusão escolar. O tema tem sido objeto de discussões em diversos debates, de âmbito municipal ao internacional. Além de propagandas que tratam sobre a capacitação que o Governo está oferecendo aos profissionais da educação. A inclusão de crianças com necessidades educativas especiais tem causado um grande impacto no meio escolar, nas instituições especializadas e entre os pais dos alunos com e sem dificuldades educativas especiais. Isso vem causando muitas dúvidas, e vem sendo uma das razões da dificuldade de implementação de ações em favor da criação de uma escola mais justa, que ofereça oportunidade e qualidade para todos (CAPUTO e FERREIRA, 2000). 1 A integração ou inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino tem sido, sem dúvida, a questão referente à Educação Especial mais discutida no nosso país nas últimas décadas. Este tema, que por tanto tempo, salvo algumas experiências isoladas, ficou restrito ao debate em congressos e textos da literatura especializada, hoje torna-se proposta de intervenção amparada e fomentada pela legislação em vigor, e determinante das políticas públicas educacionais tanto em nível federal, quanto estadual e municipal. Assim, o inciso III do Art. 208 da Constituição Brasileira se refere ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino". E na sua Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEEP, 1994), o MEC estabelece como diretrizes da Educação Especial apoiar o sistema regular de ensino para a inserção dos portadores de deficiências, e dar prioridade quando do financiamento a projetos institucionais que envolvam ações de integração. Esta mesma definição foi posteriormente reforçada. na
2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n /96), e recentemente nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (CNE / CEB, 2001). Com isto, o trabalho em questão pretende provocar uma análise e reflexão através da divulgação de como esta ocorrendo o processo de inclusão escolar de crianças portadoras de deficiência do ponto de vista do corpo docente, percebendo, inferindo e indicando como estes profissionais da educação vêem esta questão. Referencial teórico Quando se fala na inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em salas de aula regular, na escola pública, duas constatações são expressadas pela maioria do professorado: ignorância e preconceito (D'ANTINO, 1997). A ignorância é por não conhecerem adequadamente as características dessas crianças. Já o preconceito, parte de idéias preconcebidas sobre as possibilidades de aprendizagem e de desenvolvimento das pessoas com deficiência. 2 Antes mesmo de estabelecer uma medição com esse aluno, e de tentar favorecer o vínculo dele com o grupo de classe, o professor alega dificuldades, não investindo nessa possibilidade, sob o argumento de que se faz necessária uma especialização para ser capaz de atuar pedagogicamente com este aluno (FIGUEIREDO, 2002). O medo, a ignorância e o preconceito que ainda caracterizam os professores, tende a diminuir e transformar-se em atitudes positivas quanto ao atendimento dos portadores de necessidades especiais em salas de aula regular (D'ANTINO, 1997). Para Figueiredo (2002) trabalhar com crianças especiais não requer uma especialização para reduzir ou diminuir o temor às suas deficiências, mas o aprimoramento do professor no ensino e na aprendizagem para que ele seja capaz de identificar as dificuldades de seus alunos, visando a eliminar as barreiras próprias de suas relações na escola.
3 Metodologia Participantes Participaram deste estudo 20 professores das séries iniciais (do primeiro ao quinto ano do primeiro ciclo), docentes da rede pública e privada de ensino. Os participantes foram escolhidos aleatoriamente, dentre o corpo funcional de dois estabelecimentos de ensino localizados no município do Paulista e comunicados que participariam de um estudo que vislumbrava a educação especial. Procedimentos para a coleta de dados De posse destas autorizações iniciais e com o conhecimento prévio do corpo docente, pode se iniciar os procedimentos experimentais. a) Realização da entrevista semi estruturada: Foram realizadas 20 (vinte) entrevistas com os profissionais que atuam nas instituições objetos de estudo, através de um questionário semi estruturado 9 (nove) perguntas, cujo objetivo era avaliar a forma como ocorre a inclusão dos PNE s nesta instituição, passando pela qualificação dos técnicos envolvidos no processo de aprendizagem, sua formação e a satisfação de atuar no processo inclusivo. Um aspecto importante desta fase foi o de obter junto a estes profissionais uma auto- avaliação do preparo destes para lidar com os conflitos e para promover o desenvolvimento interpessoal dos alunos. Informalmente também ocorreram conversas sobre o referido tema objeto do estudo e informações forma coletadas para servirem como subsídios para a inferência de resultados e conclusões. 3 Resultados Para os 20 questionários respondidos pelos professores as principais preocupações para a inclusão são: compreensão da criança (36,7%) e mobiliário (21,6%). Além das preocupações assinaladas, alguns professores declararam outras preocupações principais como: falta de compromisso dos pais, dos colegas em relação ao aluno de inclusão.
4 Quando os professores foram questionados sobre a inclusão escolar, 53% deles concordam com a inclusão, 44% não concordam e 3% não souberam opinar. Outra opinião acredita que a inclusão é benéfica para todos, não somente a criança especial: acredito que a convivência com um grupo diferente beneficia a todos. Entre os profissionais da educação que não concordam com a inclusão, podemos citar a seguinte resposta: eles próprios vão se sentir isolados, porque não conseguem acompanhar os demais colegas. Há respostas sobre a falta de preparação dos professores: pois nem todos os educadores estão preparadas para receber e trabalhar com os mesmo. Uma opinião expressada resume o que deve ser feito: Da forma como se apresenta não inclui; acredito que a inclusão é muito mais que o aluno especial estar na sala de aula. No questionamento sobre quem tem mais resistência ao aluno portador de deficiência física, 50% acreditam que seja o professor do ensino regular e 27,5% acham ser os pais. Sobre o questionamento de cada professor estar ou não preparado para inclusão escolar, 38% disseram que não estão preparados, 53% parcialmente preparados e apenas 9% se dizem preparados. 4 Considerações Finais A inclusão escolar é importante, mas não está tendo o cuidado devido. Muitas crianças estão sendo incluídas, mas sem a preparação adequada de toda a sociedade, Governo, família e da própria criança. Para a inclusão escolar, ser verdadeira, ainda há um longo caminho a ser percorrido. As políticas públicas para a inclusão devem ser concretizadas na forma de programas de capacitação e acompanhamento contínuo, que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuição gradativa da exclusão escolar, o que virá a beneficiar, não apenas os alunos com necessidades especiais, mas, de uma forma geral, a educação escolar como um todo.
5 Sobre a falta de preparo dos professores, essa tornou - se evidente, através dos questionários. Sendo necessário também um maior investimento público, além de um maior interesse dos profissionais da educação. Dúvidas ocorrem em relação de como a inclusão funcionará: Pouco se estudou sobre inclusão. De que maneira funcionará? Que todos os professores da rede tivessem mais cursos ou especializações, quando?. Essas dúvidas demonstram que para a inclusão escolar funcionar é preciso um maior preparo e apoio de todos os níveis profissionais que atuam com os portadores de deficiências educacionais, Governo e sociedade. Referências CAPUTO, M. E.; FERREIRA, D. C. Contribuições das brincadeiras infantis na socialização e inclusão de crianças com Síndrome de Down. Temas sobre Desenvolvimento, v.9, n.52, p.25-30, set/out, FIGUEIREDO, R. V. Políticas de inclusão: escola-gestão da aprendizagem na diversidade. In: ROSA, D. E. G.; SOUZA, V. C. (orgs). Políticas organizativas e curriculares, educação inclusiva e formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A, D'ANTINO, M. E. F. A Questão da Integração do Aluno com Deficiência Mental na Escola Regular. In: MANTOAN, M. T. E. A Integração de Pessoas com Deficiência. São Paulo: Memnon / SENAC, Disponível no site: Acesso em 04 de fevereiro de FONSECA, V. Educação Especial: programa de estimulação precoce. 2ªed. Porto Alegre: Artes Médicas, GLAT, R. A Integração Social dos Portadores de Deficiência: uma Reflexão. Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 1995.
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