ESTATÍSTICA BÁSICA NO CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
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- Thais Faro Palma
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1 ESTATÍSTICA BÁSICA NO CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Fabíola Nascimento dos Santos Paes Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco fabiola.paes@gmail.com Dorghisllany Souza Holanda Universidade Federal de Pernambuco dorghisllany@gmail.com Resumo: Estudar Estatística Básica nem sempre é uma tarefa fácil. Assim, para tornar mais atraente e eficaz este estudo, propomos uma atividade que une a teoria com a prática. Neste trabalho iremos relatar a experiência vivenciada com o 4º período do Curso Técnico de Segurança do Trabalho do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco Campus Caruaru. A atividade desenvolvida levou o estudante a usar os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas para contribuir com o melhoramento do campus, visto que, a partir das pesquisas realizadas, eles puderam apresentar aos setores, que foram objeto da pesquisa, a opinião da comunidade acadêmica sobre os mesmos. Palavras-chave: Estatística Básica. Aplicação da Teoria. Prática. Introdução Se olharmos para a história da matemática vamos descobrir que ela surgiu das necessidades do homem no seu dia a dia, nas suas descobertas e no comércio. Surgiu, ao longo dos anos, pelas experiências entre o ser humano e a natureza. Pensando dessa forma, a matemática se apresenta como um instrumento para as nossas atividades e, como tal, coberta de significado e importância. Como professores, percebemos a importância de apresentar a matemática em suas diversas dimensões para conseguir atender as necessidades da sala de aula e para motivar os estudantes quanto à aprendizagem desta disciplina.
2 O presente trabalho vem relatar uma experiência vivenciada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Campus de Caruaru (IFPE/Campus Caruaru), na turma do quarto período do Curso Integrado de Segurança do Trabalho na disciplina de Estatística Básica, onde o objetivo era propor uma atividade diferenciada que unisse a teoria estudada com a prática da profissão, tornando o processo de aprendizagem mais dinâmico e os estudantes mais participativos. Atividades práticas em matemática Mesmo com muitos avanços na educação brasileira, ao que concerne a educação matemática, ainda temos bastantes preocupações no ensino da mesma. Nossos alunos dificilmente veem sentido ao estudar essa disciplina e, portanto, se mostram, em vários contextos escolares, desmotivados no processo de ensino e de aprendizagem. A sequência de ensino proposta tinha por objetivo apresentar a matemática como um instrumento, ou seja, além da teoria discutida, procurar mostrar aos estudantes de que forma ela se apresenta nas diversas atividades com um exemplo prático. Além disso, acreditamos que ao unir a prática e a teoria do conteúdo em questão tornamos as aulas mais dinâmicas, oportunizando uma participação maior dos estudantes. Segundo Mendes (2006), para que o ensino de matemática proporcione ao aluno habilidades e conhecimentos no campo da matemática, é necessário que o professor utilize uma metodologia que mostre o conteúdo em sua forma concreta e que se promovam situações investigativas onde os estudantes são participantes ativos e críticos do processo. A partir dessa situação exemplificada, o estudante construirá a capacidade de generalizar o conhecimento para estar pronto a fim de usá-lo em outras situações. A aprendizagem matemática está fundamentada nessa junção simultânea de definições e procedimentos que criam uma forma de comunicar o mundo ao seu redor. Para tanto, é preciso que a sala de aula se torne um espaço de diálogo, de troca de ideias e de construção de conhecimento. Em concordância com as ideias supracitadas os PCNs de Matemática (BRASIL, 1998, p.63) asseguram que:
3 (...)o professor deve organizar o seu trabalho de modo que os alunos desenvolvam a própria capacidade para construir conhecimentos matemáticos e interagir de forma cooperativa com seus pares, na busca de soluções de problemas. A proposta desenvolvida buscou propiciar um ambiente de aprendizagem, com atividades práticas coletivas, que tinham por objetivos tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico e construir as habilidades necessárias para a construção do conhecimento coletivo e pessoal e da capacidade crítica de cada estudante. A Experiência A atividade prática sugerida para unir a teoria, estudada no componente curricular de Estatística Básica do Curso Técnico Integrado de Segurança do Trabalho oferecido pelo IFPE/Campus Caruaru, com a prática, foi prontamente acatada pelos discentes. A atividade consistia em elaborar um questionário sobre alguns setores do IFPE/Campus Caruaru como a Biblioteca, Controle de Registro Acadêmico e Diplomação (CRAD) e Coordenação de Apoio e Ensino ao Estudante (CAEE) com a finalidade de que se investigasse a respeito da qualidade dos serviços oferecidos e, em seguida, se fizesse a pesquisa junto aos demais discentes. Após este processo, foram construídos tabelas e gráficos e proposto debates, com o intuito de tirar conclusões sobre os dados coletados. A escolha dos setores foi proposital, pois são estes que lidam diretamente com os discentes. O questionário foi construído em conjunto pelos discentes com orientação da professora. Como primeiro ponto, era necessário determinar o que se desejava saber, como por exemplo, se o horário de funcionamento de cada um dos setores era satisfatório. Este momento foi rico, pois houve uma discussão sobre como os estudantes daquela turma percebiam a Biblioteca, CRAD e CAEE e de levantar hipóteses a cerca dos resultados que encontrariam após as entrevistas com os demais estudantes. A pesquisa consistia em 19 (dezenove) perguntas divididas pelos setores. Sobre a Biblioteca a turma considerou pertinente questionar sobre o horário de funcionamento, o acervo dos livros, o espaço físico, o atendimento pessoal, a quantidade e o
4 funcionamento dos computadores e a conexão com a internet. Para a CRAD julgou-se importante discutir sobre sua finalidade, já que alguns dos estudantes da própria turma tinham dúvidas, o atendimento pessoal e o sistema de gestão acadêmico (Q- Acadêmico). A CAEE foi analisada quanto ao horário de atendimento, à finalidade, aos serviços prestados, ao atendimento pessoal e à manutenção da assistente de aluno. Neste momento também foi definida a população. O campus oferece dois níveis de ensino: técnico (integrado ou subsequente) e superior. Ficou decidido que seriam entrevistados todos os estudantes dos cursos técnicos integrado. Foram necessárias 6 (seis) horas/aula para concluir esta fase. Após esta etapa, a turma de 14 (catorze) estudantes foi dividida em dois grupos de 7 (sete) estudantes. Cada grupo ficou responsável em fazer a pesquisa com 4 (quatro) turmas. Esta fase foi desenvolvida em uma semana, fora do horário de aulas. Os questionários não tinham identificação, pois foi ponderado que os entrevistados ficariam mais à vontade para responder às perguntas. Concluída a fase das entrevistas, o próximo passo foi a construção das tabelas para apresentação dos dados. A tarefa consistia em fazer a contagem das respostas e colocá-las nas tabelas. Neste momento, cada grupo de subdividiu em duas duplas e um trio. Cada subgrupo ficou responsável em fazer o levantamento numérico de todas as questões de um determinado número de estudantes. Ao final, juntou-se todas as informações em tabelas. como exemplificada abaixo. Tabela 1: PERGUNTAS SOBRE O FUNCIONAMENTO DA BIBLIOTECA Perguntas Sim Não Você concorda com o horário de funcionamento da biblioteca? Se não, em qual horário deveria funcionar? O acervo dos livros é satisfatório? O espaço físico da Biblioteca atende a demanda dos estudantes? A quantidade de computadores é suficiente para a demanda? Os computadores funcionam de forma adequada? A conexão com a internet é satisfatória? Esta fase demandou 6 (seis) horas/aulas, pois foram 19 (dezenove) perguntas e um total de 216 (duzentos e dezesseis) estudantes entrevistados.
5 Figura 1 - Estudantes da turma do 4º período de Segurança do Trabalho fazendo levantamento dos dados coletados. Após o levantamento dos dados, foram construídas tabelas de frequências com a frequência absoluta simples, frequência absoluta acumulada, frequência relativa simples e frequência relativa acumulada. Logo em seguida, foram construídos os gráficos de barras, colunas ou setor. De acordo com as orientações dadas nas aulas teóricas, os estudantes decidiram qual tipo de gráfico era mais apropriado para cada tipo de pergunta. Eles perceberam que gráficos de linha não eram indicados às perguntas elaboradas. A construção desse material fez com que os estudantes percebessem como a pesquisa é importante e como o papel de cada um no desenvolvimento da atividade fez a diferença. Todo o trabalho foi desenvolvido com muita responsabilidade pelos discentes. Seguem alguns exemplos dos gráficos confeccionados.
6 GRÁFICO 1 60,0% Os computadores funcionam de forma adequada? 54,4% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 17,0% 28,6% Sim Não Às vezes 10,0% 0,0% Sim Não Às vezes GRÁFICO 2 Como você avalia o atendimento pessoal? 3% 3% 33% 62% Bom Regular Ruim Não sabe
7 GRÁFICO 3 O acervo de livros é satisfatório? Branco/Não respondeu 0,5% Não 79,6% Sim Não Branco/Não respondeu Sim 19,9% 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% Finda a organização dos dados e apresentação dos gráficos, houve outro momento rico em troca de ideias e debates. A partir da apresentação dos dados em forma de tabelas e gráficos, os estudantes puderam concluir e encaminhar para os setores a visão que eles têm sobre cada um deles. Como exemplo, ficou claro que os estudantes acreditam que o acervo de livros da Biblioteca é insuficiente, bem como consideram o atendimento pessoal um ponto forte deste setor. As medidas estatísticas como média, moda, mediana e desvio padrão ainda não tinham sido estudadas, logo não fizeram parte deste relato. No entanto, pretende-se usar estes dados para exemplificar o estudo dessas medidas estatísticas. Considerações Unir teoria e prática nem sempre é uma tarefa fácil. Porém, o bom profissional deve saber fazer esta interação. O trabalho exposto tentou atrelar os dois. As atividades sugeridas foram bem aceitas e acarretaram desafios e aprendizados aos discentes. Ir a campo para buscar informações e em seguida fazer uma análise desses dados com
8 discussões e levantar possíveis soluções para o que os estudantes consideram primordial no dia a dia é, sem dúvidas, fazer a aplicação do aprendizado. A experiência apresenta aos alunos como agir, durante o exercício profissional, no momento em que encontrarem dificuldades. Primeiro, fazendo uma análise do problema a partir de pesquisas, coletando informações gerais de como a população, no caso, os empregados da empresa, veem seus superiores e colegas de trabalho. Assim, a tomada de decisão a cerca de como agir para melhorar o desempenho dos trabalhadores não será adotada de forma arbitrária. Referências MENDES, I. A., SÁ, P. F. Matemática por atividades: sugestões para sala de aula. Natal: Flecha do Tempo, MENDES, I. A. Matemática e investigação na sala de aula: tecendo redes cognitivas na aprendizagem. Natal: Flecha do Tempo, BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF
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