III SEMINÁRIO EM PROL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Desafios Educacionais
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- Ian Pedroso Benke
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1 III SEMINÁRIO EM PROL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Desafios Educacionais SURDEZ: UM MAPEAMENTO DAS PRODUÇOES ACADÊMICAS EM UM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESCOLAR ALVES, R. A. 1 MANZOLI, L. P. 2 URBAN, A. L. P. 3 GT 05: Estudos e pesquisas na área da(s) deficiência(s), transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação ou transtornos funcionais específicos RESUMO A educação de pessoas com surdez, ao longo dos tempos, passou por diferentes abordagens antagônicas de comunicação, ora prevalecendo o oralismo, ora a língua de sinais, pautado pelo paradigma da institucionalização, segregação e exclusão. A partir da LDB 9.394/ 96 que garante a toda criança o direito à educação e o seu atendimento nas escolas comuns de ensino, independentemente das necessidades especiais que apresentem, fortaleceu o acesso das pessoas com deficiências no meio social, e as garantias de oportunidades oferecidas nas ações educativas. O presente trabalho consistiu em realizar um mapeamento no banco de dados do Programa de Pósgraduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), procurando identificar as teses e dissertações na área da surdez e o tipo de estudo realizado. Se caracterizou como um estudo documental, e os resultados mostraram que no período de 199 a 2013, haviam sido defendidos três mestrados e uma tese na área da surdez. Os temas estudados foram: A prática docente frente à proposta de inclusão escolar de um aluno surdo; O trabalho pedagógico realizado em sala de recursos e a relação desta com a sala comum na organização de apoio ao aluno surdo; A escrita de alunos surdos de ensino fundamental da rede regular de ensino; A visão dos professores, colegas e gestores acerca da atuação de um professor fluente em Libras na condição de interprete em uma classe comum. O que se 1 Aluno do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. robert_alwes@hotmail.com. 2 Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. ozilu@fclar.unesp.br. 3 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. analidiapurb@gmail.com.
2 pode abstrair desses estudos é que apesar dos avanços ocorridos, necessitase de uma reorganização curricular nos cursos de formação de professores e maior oferecimento de cursos de formação continuada aos professores, além de maior difusão do ensino de Libras em todo o território nacional, promovendo assim, uma maior acessibilidade de comunicação entre ouvintes e pessoas com surdez. Palavras-chave: Surdez; Ensino Superior; Educação Inclusiva. INTRODUÇÃO Conforme podemos observar, a educação de pessoas com surdez, ao longo dos tempos, passou por diferentes abordagens antagônicas de comunicação, ora prevalecendo o oralismo, ora a língua de sinais, pautado pelo paradigma da institucionalização, segregação e exclusão. No Brasil, a partir da LDB 9.394/ 96 que garante a toda criança o direito à educação e o seu atendimento nas escolas comuns de ensino, independentemente das necessidades especiais que apresentem, fortaleceu o acesso das pessoas com deficiências no meio social e as garantias de oportunidades oferecidas nas ações educativas. A partir daí, seguindo esse processo de mudança, surgiram muitos outros documentos expedidos pelos órgãos governamentais, destacando-se aqui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinam que: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001). Apresenta também nessas Diretrizes, a ampliação da educação especial para realizar o atendimento educacional especializado para complementar ou suplementar a escolarização desses alunos. A Lei nº /02 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas
3 formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão [...] (MEC/SEESP, 2008, p.9). O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº /2002, visando a inclusão dos alunos surdos, dispõe sobre A inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regular. (MEC/SEESP,2008 p. 10). OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO Esse novo cenário educacional tem gerado muitos debates em eventos científicos e similares, bem como a produção de teses e dissertações na área da surdez. Portanto, o presente trabalho consistiu em realizar um mapeamento no banco de dados do Programa de Pós-graduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), procurando identificar as teses e dissertações na área da surdez e o tipo de estudo realizado. METODOLOGIA Este é um estudo documental, segundo Ludké e André (1986) é uma fonte importante de pesquisa que busca retirar informações e evidencias que fundamentem o objetivo do pesquisador. Para a realização do mesmo, consultou-se o banco de dados do referido programa e verificou-se que este iniciou suas atividades no segundo semestre do ano de 1997 e teve suas primeiras produções a partir do ano de RESULTADOS
4 Os dados mostraram que no período de 1999 a 2013, produziu três dissertações e uma tese na área da surdez e as temáticas abordadas foram: A prática docente frente á proposta de inclusão escolar de um aluno surdo; O trabalho pedagógico realizado em Sala de Recursos e a relação desta com a sala comum na organização de apoio ao aluno surdo; A escrita de alunos surdos de Ensino Fundamental da rede regular de ensino; A visão dos professores, colegas e gestores acerca da atuação de um professor fluente em LIBRAS na condição de interprete em uma classe comum. A pesquisa sobre a prática docente, através de entrevista e observação, mostrou que para ocorrerem práticas pedagógicas efetivas é necessário que o aluno surdo tenha uma língua estabelecida, pois, sem esta, ocorrem grandes dificuldades no processo escolar destes alunos. As professoras tinham intenções de inseri-los no processo de ensino aprendizagem, mas mostravamse inseguras sobre sua prática queixando-se necessitar de aporte teórico para realizarem práticas mais efetivas. Durante as aulas incluíam o aluno surdo auxiliando-o e verificando se realmente compreendeu o conteúdo. Em relação à pesquisa realizada na sala de recursos, verificou-se que as práticas pedagógicas e as diferentes estratégias de ensino utilizadas pela professora (habilitada em surdez), oportunizou o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos surdos. As professoras do ensino regular relataram a importância da formação continuada e da parceria com a professora da sala de recursos, porém queixaram-se da necessidade de uma formação mais abrangente que perpassasse pela área da surdez. Destacou-se a relevância do interprete de língua de sinais em sala de aula, e a importância de uma ação conjunta com o professor da sala regular para viabilizar a aprendizagem do conteúdo por parte do aluno surdo. A que buscou analisar a escrita dos alunos surdos, abordou a importância não apenas de didáticas e práticas diferenciadas, mas uma mudança de concepção do professor para que busque atender a todos os alunos. O interprete de língua de sinais mostrou-se essencial na escolarização
5 destes alunos, porém muitas vezes a responsabilidade do ensino passou a ser deste e não do professor. Alguns professores queixaram-se da presença do intérprete em sala, alegando que atrapalha a concentração e atenção dos outros alunos. Em relação à escrita dos surdos, a pesquisadora notou a grande influência da Libras na Língua Portuguesa e a necessidade de recursos audiovisuais e de softwares com jogos educativos, para auxiliar no processo da leitura e escrita destes alunos. Percebeu-se a necessidade dos professores estarem atentos para as particularidades da escrita do aluno surdo, para que melhor auxilia-los nessa aprendizagem. A que aborda a visão dos professores, colegas e gestores acerca da atuação do professor fluente em LIBRAS na condição de interprete em uma classe comum do ensino médio, mostra que os professores tiveram preocupação com a condição do aluno, mas são impossibilitados de auxiliá-lo, devido aos limites impostos pela organização de um espaço monocultural. A escola estudada nessa tese, apresentou uma reorganização na direção com os pressupostos bilíngues, entretanto, as modificações ocorreram de maneira isoladas e insuficientes para uma real reorganização. A atuação dos professores com o aluno surdo manteve-se dependente da intervenção do professor fluente em Libras, e a atuação deste, influenciou os gestores, os demais professores e colegas de classe ouvintes a novos modos de compreender a surdez. Inicialmente, era visto pelos colegas como um problema na sala e posteriormente, como necessidade de relacionamento e auxilio entre aluno surdo e colegas ouvintes. O estudo destaca a necessidade de reorganização da escola em sua totalidade, que busque compreender as especificidades da cultura surda e ouvinte, além disso, a inserção da diversidade e pluralidade cultural nos currículos e na formação de professores. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 As pesquisas aqui apresentadas mostraram que apesar dos avanços alcançados, as escolas ainda estão em processo de inclusão do surdo e para alcançar as metas propostas pelos órgãos governamentais, torna-se necessário a reorganização curricular nos cursos de formação de professores e maior oferecimento de cursos de formação continuada aos professores. Necessita também, de uma maior difusão do ensino de Libras em todo o território nacional, promovendo assim, uma maior acessibilidade de comunicação entre ouvintes e pessoas com surdez. REFERÊNCIAS BRASIL, Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília - Janeiro de Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de BRASIL, Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC, BRASIL, Ministério da Educação Lei 9.394, de 23 de dezembro de Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Brasília: MEC, LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
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