Métodos de Produção do Conhecimento
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- Aurélio Beppler de Caminha
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1 Cruzeiro Métodos de Produção do Conhecimento Apostila 3 Metodologia de estudo de caso 1. A COMPLEXIDADE D O ESTUDO D E CASO OS COMPONENTES DO ESTUDO DE CASO DOIS EXEMPLOS QUESTÕES DE ESTUDO PROPOSIÇÕES DE ESTUDO UNIDADE DE ANÁLISE LÓGICA QUE LIGA OS DAD OS ÀS PROPOSIÇ ÕES DADOS LIGAÇÃO DOS DADOS ÀS QUESTÕES & PROPOSIÇÕES DE PESQUISA Exemplo da motivação Exemplo da cidade de Piquete CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ENCONTRAD OS GUIAR AS CONCLUSÕES PELA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Interpretação dos resultados sobre motivação a par tir da fundamentação teórica Interpretação dos resultados sobre crescimento potencial de Piquete a partir da fundamentação teórica INTERPRETAÇÃO A PARTIR DE UM ESTUDO DOS DADOS SEM UM ESQUEMA PRELIMINAR O PROTOC OLO DE ESTUDO D E CASO O QUE É O PROTOCOLO PARTES DO PROTOCOLO NOTAS SOBRE A CONFECÇÃO DO PROTOCOLO... 7 ANEXO EXEMPLO D E TABULAÇÃO DE RESULTADOS... 8 Ana Lúcia Magalhães 1º semestre de 2015
2 1. A COMPLEXIDADE DO ESTUDO DE CASO Estudos de caso, por geralmente dispensarem técnicas estatísticas, como a pesquisa quantitativa, e esforço de classificação, como a qualitativa, são erroneamente supostos como fáceis. Na verdade, desenvolver um estudo de caso pode ser complexo. A metodologia de Robert Yin obriga a pensar e a aprofundar. Com isso, se por um lado a pesquisa fica mais trabalhosa, por outro se consegue extrair o máximo dos dados encontrados. Estudo de Caso Planejamento & Métodos Robert K. Yin Editora: Bookman Cumpre notar que, dado um tema, não há uma única linha de estudo possível. O estudo, por exemplo, da Festa do Peão Boiadeiro de Piquete pode ser feito para se estudar a mecânica do evento ou para verificar a quais trad ições históricas a Festa obedece. 2. OS COMPONENTES DO ESTUDO DE CASO Os componentes do estudo de caso vão listados a seguir com comentários sucintos. 1. Questões de estudo (ou questões de pesquisa no caso são sinônimos); o que se quer saber com a pesquisa. 2. Proposições de estudo (ou de pesquisa): com qual finalidade se quer saber as respostas para as questões de estudo. 3. Unidade de análise: onde começa e onde termina o estudo. Os limites claros do que se quer estudar. 4. Lógica que liga os dados às proposições: Dados: o que se vai obter de informações. Podem ser respostas a questionário, tabuláveis ou não, transcrições de entrevistas, imagens, artigos de jornais e revistas, citações de livros ou outros. Qualquer dado deve ter sua fonte indicada claramente. Lógica: como se vai usar os dados para responder às questões de estudo e demonstrar cumprimento (ou não) das proposições de estudo. 5. Critérios de interpretação dos resultados encontrados 3. DOIS EXEMPLOS Há basicamente duas possibilidades: Guiar as conclusões pela fundamentação teórica; Desenvolver a partir de um estudo dos dados sem um esquema preliminar. 1 Os dois exemplos a utilizar para melhor fixação dos conceitos são estudos de caso em: Motivação dos alunos de Eventos para a escolha desse curso. Perspectivas econômicas para a cidade de Piquete nos próximos 20 anos. 1 Robert Yin propõe duas outras alternativas, a interpretação a partir da descrição do caso e a comparação de interpretações alternativas. Como os dois modos mostrados resolvem satisfatoriamente 100% dos casos, este texto se limita a eles. A comparação de interpretações alternativas só se dá quando a conclusão é muito polêmica, o que não é o caso em praticamente todos os estudos envolvendo eventos. Ana Lúcia Magalhães 1
3 4. QUESTÕES DE ESTUDO São as perguntas que se explicitam o que se quer saber. São mostradas, a seguir, questões de estudo para os dois casos-exemplo. Motivação dos alunos de Eventos para a escolha desse curso. a) Por que os alunos escolheram o curso? Quais as principais razões? b) O que os alunos esperam do curso? c) Qual o perfil sociocultural desses alunos? Perspectivas econômicas de Piquete. a) O que acontecerá com a fábrica que é hoje o maior empregador da cidade? b) Quais as vocações econômicas da cidade? c) Qual a capacidade do poder público municipal de estabelecer parcerias d) Qual a possibilidade de haver empreendimentos originários de pessoas da cidade? e) Qual a possibilidade de implantação de projetos de empresas de fora da cidade? Nota importante: as questões de pesquisa não são as perguntas do questionário. Por exemplo, não se pergunta ao aluno qual seu perfil sociocultural? As perguntas do questionário dizem respeito a valores e renda familiar, o perfil sociocultural não é determinado apenas pelas respostas, mas situando em um contexto determinado pelas classes de renda da FGV e por um esquema padronizado de valores, como vai se ver mais adiante. Mesmo quando a pergunta do questionário tem a mesma forma da questão de pesquisa, caso de qual sua motivação para fazer o vestibular de eventos?, a pergunta do questionário é feita na forma de seleção entre alternativas, para tabulação dos resultados, o que também vai ser visto mais adiante. Assim, ao formular as questões de pesquisa não se deve pensar no que se vai perguntar, mas no que se quer saber. 5. PROPOSIÇÕES DE ESTUDO É muito importante, para que compreensão e utilização da metodologia, o perfeito entendimento da diferença entre questões de estudo e proposições de estudo. Em outras palavras, o pesquisador deve saber exatamente o que quer saber e por que quer saber. As proposições de estudo são as razões pelas quais se quer saber a resposta às questões de estudo. Nos exemplos citados: Motivação dos alunos de Eventos para a escolha desse curso. a) Diretrizes para divulgação do curso, a aplicar desde o próximo vestibular. b) Organização de informações que poderão ser úteis à Coordenação. Perspectivas econômicas de Piquete. a) Subsídios para a decisão de jovens de continuar ou não da cidade. b) Subsídios a empreendedores para investir na cidade. Ana Lúcia Magalhães 2
4 Notar que as proposições de estudo são bastante diferentes das questões de estudo. Em outras palavras, quando se quer saber algo, isso acontece devido a um propósito quase sempre diferente de mera curiosidade. 6. UNIDADE DE ANÁLISE A unidade de análise tem a ver com o foco. O trabalho sobre motivação para cursar Eventos poderia, por exemplo, incluir as reações dos pais dos alunos, ou incluir outros cursos universitários e mesmo técnicos de Eventos. Com isso, o trabalho perderia foco e dificilmente ficaria satisfatório. Assim, há que delimitar de modo claro onde começa e onde termina o que se está estudando. No caso, a análise se dará com a turma do primeiro semestre de 2015 do Curso de Eventos da Fatec de Cruzeiro, a unidade de análise. Para o trabalho sobra a cidade de Piquete, o pesquisador pode se sentir tentado a incluir cidades vizinhas, ou prever as mudanças a ocorrer no perfil psicossocial dos habitantes. Para deixar claro o foco, deve-se escrever que par esse aso a unidade de análise é a economia do Município de Piquete entre 2025 e LÓGICA QUE LIGA OS DADOS ÀS PROPOSIÇÕES Essa expressão pode parecer difícil, mas na verdade é algo que se torna claro quando é entendido. 7.1 Dados Os dados podem ser, por exemplo Respostas tabuladas de questionários Respostas discursivas de questionário (geralmente após uma classificação) Depoimentos resultantes de entrevistas (com alunos e com a Coordenadora do curso) Números (como população, PIB, faturamento de um setor da economia) Fatos, dados e opiniões pesquisados na literatura. 7.2 Ligação dos dados às questões & proposições de pesquisa T rata-se de explicar como se vai usar os dados para responder às questões e atender às proposições Exemplo da motivação No exemplo da motivação, os dados serão os mostrados a seguir. Respostas a perguntas de questionário Enquadramento em classe de renda segundo FGV Valores segundo Rokeach (pronuncia-se rou-qitch) ver notas adiante. Como se vai chegar às proposições a partir desses dados? As questões de pesquisa serão atendidas como segue. a) Por que os alunos escolheram o curso? Quais as principais razões? Respostas tabuladas e mostradas em tabelas e gráficos. Frases significativas pinçadas em entrevistas b) O que os alunos esperam do curso? Respostas tabuladas e mostradas em tabelas e gráficos. Frases significativas pinçadas em entrevistas Ponto de vista da instituição, obtido por meio de entrevista com a Coordenadora c) Qual o perfil sociocultural desses alunos? Ana Lúcia Magalhães 3
5 Classe social segundo a FGV, tabulada. Valores segundo Rokeach, tabulados (ver notas ao final desta seção) As proposições serão atendidas como segue. a) Diretrizes para divulgação do curso, a aplicar desde o próximo vestibular. Preparar o material conforme as principais motivações dos candidatos em potencial Desenvolver material para mostrar o que a instituição está atenta ao que os alunos esperam do curso. Nortear a divulgação em torno dos valores que serão atendidos. b) Organização de informações que poderão ser úteis à Coordenação Notas Elencar fatores motivadores, organizados em tabelas e gráficos. Mostrar as expectativas dos alunos, organizadas em tabelas e gráficos. Apresentar o perfil sociocultural, organizado em tabelas e gráficos em com um texto curto de análise. Escalas de Rokeach. Milton Rokeach foi um psicólogo social americano, que dividiu os valores entre pretendidos (ou terminais), o que se quer alcançar, e instrumentais, o que se vai usar para alcançar os valores pretendidos. Essa classificação é simples e o teste que as envolve é também simples de aplicar. Esse sistema é muito usado para determinar valores de grupos de pessoas. Assim, a aplicação do teste consiste em pedir para que cada pessoa testada escolha três valores pretendidos e três valores instrumentais na tabela a seguir. Os valores são esc olhidos sem ordem de prioridade e os dominantes são os valores do grupo. Valores instrumentais (como alcançar) Valores pretendidos (que se quer alcançar) Ambição Intelecto Amizade Reconhecimento social Afeto Lealdade Autorrespeito Sabedoria Capacidade Lógica Harmonia Saúde Coragem Generosidade Segurança da família Senso de realização Gentileza Disciplina Prazer Vida confortável Responsabilidade Criatividade Igualdade Vida emocionante Classes de renda segundo a FGV Há várias dessas tabelas, como as do IBGE e as da FIPE. Coloca-se aqui as da FGV. Classe A R$ maior Classe B R$ R$ Classe C R$ R$ Classe D R$ R$ Classe E R$ 0 R$ Exemplo da cidade de Piquete No exemplo da cidade de Piquete, os dados são os que seguem. Histórico econômico da cidade, incluindo dados demográficos (população, idade da população), PIB e parcela do PIB devida à indústria dominante no município e tradição do poder público municipal no estabelecimento de parcerias. Ana Lúcia Magalhães 4
6 Dados econômicos do município, principalmente PIB agrícola, PIB industrial e PIB de serviços (que inclui o turismo). Dados sobre as potencialidades do município, pesquisados junto à Prefeitura, Associação Comercial, Governo do Estado e IBGE. Infraestrutura da cidade (ruas, comunicações, prédios, escolas, energia) Mostrar o nível educacional dos moradores da cidade, a obter junto à Prefeitura e/ou IBGE. Respostas a questionários com uma amostra da população entre 18 e 30 anos investigando a vontade de empreender e a compreensão das etapas que envolvem empreender. Respostas obtidas na entrevista com o Secretário de Indústria e Comércio da Prefeitura e com o presidente ou um dos diretores da Associação Comercial. Dados sobre empreendimentos bem sucedidos em cidades vizinhas. As questões de pesquisa serão atendidas como segue. a) O que acontecerá com a fábrica que é hoje o maior empregador da cidade? Dados fornecidos pela Prefeitura e pela Associação Comercial Notas: 1) Não é o caso de entrevistar executivos da empresa, que não fornecerão informações confidenciais. 2) Se as respostas forem inconclusivas, o cenário econômico em 20 anos terá que considerar as duas possibilidades. Frases significativas pinçadas em entrevistas b) Quais as vocações econômicas da cidade? Dados fornecidos pela Prefeitura e Associação Comercial complementados com informações colhidas por meio de visitas e depoimentos. c) Qual a capacidade do poder público municipal de estabelecer parcerias? Dados colhidos junto à Prefeitura e junto à Associação Comercial, com especial cuidado a investigações posteriores sempre que as respostas forem contraditórias. Especial atenção ao histórico da cidade em relação a essas parcerias. d) Qual a possibilidade de haver empreendimentos originários de pessoas da cidade? Dados tabulados obtidos com respostas ao questionário respondido pelos jovens da cidade. Exame das possibilidades à luz das vocações econômicas da cidade estudadas para respostas à questão anterior. e) Qual a possibilidade de implantação de projetos de empresas de fora da cidade? Dados colhidos junto à Prefeitura e Associação Comercial Dados colhidos das informações colhidas posteriormente às entrevistas. As proposições serão atendidas como segue. a) Subsídios para a decisão de jovens de continuar ou não da cidade. Efetuar o exame da série histórica do PIB e formulação de três cenários: 1) Crescimento, devido à manutenção da fábrica e/ou implantação de novos empreendimentos. 2) Estagnação, com crescimento correspondendo à manutenção do crescimento histórico. 3) Decadência, com fechamento da fábrica sem substituição por novos empreendimentos 2 2 Uma possibilidade seria estudar o que se tem passado em Canas, município recém-emancipado que tem desenvolvido um parque industrial. Ana Lúcia Magalhães 5
7 Estimativa de probabilidade de cada um desses cenários. Desenvolver cenários de crescimento da população e do mercado de trabalho, segundo as possibilidades mostradas no item anterior.. Mostrar as possibilidades de empreender. b) Subsídios a empreendedores para investir na cidade. Mostrar série histórica de PIB e os cenários Mostrar as possibilidades em todos os cenários, mesmo o de decadência. 8. CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS Conforme mencionado, há basicamente quatro possibilidades, que passam a ser detalhadas a seguir. O importante é mostrar que as proposições de pesquisa foram atingidas e, se não foram, qual a razão. Esse é o critério mais importante, e a seção 8.2 Um dos formatos é bastante livre, o desenvolvimento a partir dos resultados. 8.1 Guiar as conclusões pela fundamentação teórica Esse critério é bom principalmente para trabalhos acadêmicos. Os exemplos que seguem são ilustrativos Interpretação dos resultados sobre motivação a partir da fundamentação teórica. A fundamentação teórica pode ser baseada em um clássico da Psicologia, Uma Teoria da Motivação Humana, um paper escrito em 1943 por A. H. Maslow. Nesse paper, ele destaca cinco objetivos principais: fisiologia (e star alimentado e saudável), segurança (estar protegido e seguro), amor (amar e ser amado), autoestima e possibilidade de progresso. A interpretação, se o estudo se der para o paper acadêmico, deverá procurar enquadrar os itens motivantes nesse esquema. Por exemplo, se um dos itens motivantes for o mercado de trabalho amplo, o objetivo segundo Maslow seria o da possibilidade de progresso na vida. Se for o fato de o trabalho ser interessante, o fator motivante seria o da autoestima. A partir dessa concepção de motivação, as questões de estudo poderiam ser respondidas em termos das satisfações desses cinco objetivos. Nota: é claro que o paper teria que ter uma fundamentação teórica mais extensa que a listagem dos objetivos, e deveria incluir outras obras além do ensaio de Maslow. A abordagem resumida aqui efetuada é ilustrativa Interpretação dos resultados sobre crescimento potencial de Piquete a partir da fundamentação teórica. Nesse caso, a fundamentação teórica pode ter base em: Manual do Prefeito, publicação de 2013 do IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal); Esse manual mostra que o progresso econômico de qualquer cidade depende da capacidade do poder público de estabelecer parcerias com empresas e com a comunidade. Levantamento das potencialidades do município. A partir desses dados, as questões de estudo podem ser respondidas em termos de possibilidades de estabelecimento de parcerias segundo as potencialidades econômicas da cidade. 8.2 Interpretação a partir de um estudo dos dados sem um esquema preliminar Nesse caso, basta organizar os gráficos, tabelas e respostas e construir sua conclusão. É sempre interessante, no entanto, olhar a fundamentação teórica, que pode no mínimo fornecer ideias. 9. O PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO 9.1 O que é o protocolo O protocolo de estudo de caso é um planejamento detalhado de como o estudo de caso será feito. Como qualquer planejamento, pode sofrer mudanças durante o desenvolvim ento, mas deve sempre ser desenvolvido para que se tenha uma visão detalhada sobre: Ana Lúcia Magalhães 6
8 1. O que se pretende fazer. 2. Por que se quer fazer (em outras palavras, onde se quer chegar) 3. Quais os dados que se vai obter. 4. Como se vai usar os dados para chegar aos objetivos. Como em tantas outras coisas, um profissional não começa um trabalho para resolver no me io do serviço que direção irá tomar. Conforme dito anteriormente, mudanças podem ocorrer, mas serão mudanças que possuirão como referência uma base sólida. 9.2 Partes do protocolo A. Visão Geral 1. Questões de estudo 2. Missão e objetivos (proposição de estudo) 3. Base teórica (necessária apenas para estudos acadêmicos 3 ) B. Procedimentos de coleta de dados 1. Nomes das pessoas que farão a coleta de dados 2. Plano de coleta de dados C. Definição dos dados e dos instrumentos de coleta de dados 1. Perguntas de questionários e entrevistas (com as alternativas a tabular ver anexo) 2. Plano de aplicação de questionários e entrevistas. D. Como desenvolver o relatório ou paper 1. Seções, títulos e subtítulos 2. Conteúdo de algumas seções, se necessário e sob a forma de notas concisas (duas frases no máximo para cada seção comentada). 9.3 Notas sobre a confecção do protocolo a) A base teórica do protocolo é diferente da fundamentação teórica do artigo acadêmico ela é resumida, e tem geralmente um a dois parágrafos. b) O plano de coleta de dados pode ser muito simples, como a aplicação de um questionário a uma turma de universidade, mas pode ter alguma complexidade. Por exemplo, no caso da pesquisa sobre possibilidades econômicas de uma cidade: Lista de dados a pesquisar junto à Prefeitura e, se não estiverem disponíveis, no IBGE ou em outra base de dados. Plano de como encontrar o maior número possível de pessoas entre 18 e 30 anos para aplicação de questionário sobre empreendedorismo. Exemplo: bares e restaurantes. Identificação das pessoas a entrevistar na Prefeitura e na Associação Comercial (no protocolo, nome e direção dessas pessoas deve estar incluído). Enumeração de empresas a procurar para eventual confirmação de informações fornecidas pela Prefeitura. c) O plano de aplicação de questionários deve incluir lugar e hora; o plano de aplicação de entrevistas deve incluir as pessoas a serem entrevistadas e a direção (endereço, telefone, ) dessas pessoas. d) As entrevistas devem ser gravadas e transcritas. As perguntas devem ser objetivas, até para reduzir o trabalho de transcrição. 3 Uma pesquisa profissional, como um estudo de viabilidade para implantação de um centro de eventos em um hotel, não precisa de fundamentação teoria, ainda que possa ser interessante um texto curto sobre a metodologia utilizada. Ana Lúcia Magalhães 7
9 ANEXO EXEMPLO DE TABULAÇÃO DE RESULTADOS Seja uma pesquisa em que se deseja verificar, por classe social, qual o significado percebido da palavra evento. No questionário, a pergunta teria o seguinte formato: Qual é, para você, o significado da palavra evento? Qualquer acontecimento Acontecimento organizado Casamento ou aniversário Não sei (Não é obrigatório, mas as possibilidades de resposta podem ser organizadas em tabelas, sem as linhas de grade. O quadrinho de resposta pode ser escolhido entre as opções dadas pelo comando do Word Inserir Símbolo) As respostas, contadas e transformadas em porcentagem, devem ser entradas no Excel conforme mostrado na figura a seguir, Para a confecção de relatórios ou papers, é aconselhável selecionar os dados (no caso, A1:B5), e colar no Word, ajustando depois linhas de grade, fontes e alinhamentos, para um resultado como o que segue. Qualquer acontecimento Casamento ou aniversário Acontecimento organizado Não sei Classe A 15% 18% 67% 0% Classe B 23% 19% 58% 0% Classe C 38% 47% 11% 4% Classe D 41% 38% 8% 13% Para confeccionar um gráfico de barras: Realçar os dados (no caso, A1:B;); Procurar a aba Inserir e clicar no gráfico de coluna, conforme a seta. Ana Lúcia Magalhães 8
10 Ao se clicar na pequena seta à direita do ícone para o qual a seta aponta, surgirá um menu, do qual se sugere escolher a opção mais simples de gráfico 2D. Vai aparecer, na planilha, a figura: Título do Gráfico 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% qualquer acontecimento casamento ou anivesário acontecimento organizado não sei classe A classe B classe C classe D O ícone Adicionar Elemento Gráfico, cuja localização na tela é mostrada na figura a seguir, fornece uma série de opções para customização do gráfico, das quais duas são recomendadas: o título e a adição de rótulos de dados. Ana Lúcia Magalhães 9
11 Usando as duas opções, tem-se o gráfico: 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 23% 15% Percepção do significado da palavra evento 41% 38% qualquer acontecimento 18% 19% 47% 38% casamento ou anivesário 67% 58% 11% 8% acontecimento organizado 4% 0% 0% não sei 13% classe A classe B classe C classe D Nota: sugere-se tentar usar a opção Adicionar Elemento Gráfico de várias maneiras para compreensão dos recursos oferecidos, lembrando que deve ser sempre usada a sobriedade, sobretudo evitando gráficos 3D. Ana Lúcia Magalhães 10
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