Breve resumo das diferentes preleções:
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- Alexandra Lopes Anjos
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1 Breve resumo das diferentes preleções: Sessão de abertura Professor Doutor Carlos Neto, Presidente da Faculdade de Motricidade Humana Importância do movimento para a educação das crianças. O sentido ético e estético do desenvolvimento infantil reflete-se através da prática motriz. A necessidade de aumentar a atividade espontânea e a criação de uma política concertada que promova a atividade lúdica. O sentido terapêutico e preventivo da motricidade como forma de prevenção para o sedentarismo e a obesidade. A adultização da criança e a sua ocupação dos tempos livres: temos de dar tempo livre às crianças. A exploração do mundo em criança permite o desenvolvimento do futuro adulto Os valores éticos e morais numa criança devem sobrepor-se aos interesses dos valores adultos (medalhas, rendimento...) 1ª e 2ª infância tem de ser vivida para que a criança possa estar disposta a conhecer As crianças devem ser estimuladas a pensar e a compreender a vida humana. O desporto permite o desenvolvimento da criança através da essência e não da aparência. Essa é a verdadeira educação em valores a que o desporto pode contribuir. Dr. Alexandre Mestre, Sua Exa. o Secretário de Estado do Desporto e Juventude É frequente a difusão dos valores negativos do desporto dando ênfase à sua ocorrência e tentando desenvolver mecanismos de combate. O PNED permite promover os valores positivos, a ética a montante e não a jusante. Necessidade de formação de desportistas para a vida. A necessidade de desenvolver valores humanos positivos. O potencial do desporto para o fazer.
2 O PNED é um plano que operacionaliza. Que pretende fazer. Painel 1 Prof. João Lima, Universidade de Évora O desporto é filosofia em prática. A prática desportiva permite refletir, estimular e por em prática os valores que deverão nortear o individuo e a vida em sociedade. Ao desportista exige-se uma pureza em diferentes dimensões da sua vida que não se exigem aos restantes cidadãos. Prof. Paulo Pires do Vale, ESE Maria Ulrich Educar para os valores no desporto O que pode o desporto ensinar à ética. O que pode dar ao pensamento ético? O desporto tem valores intrínsecos que a experiência ética desenvolve. Recurso aos filosóficos clássicos: 1. Exemplos do desporto em Aristóteles; 2. O Exercício espiritual. A origem etimológica da palavra educare : trazer para fora. Educar através do desporto permite trazer para fora os valores éticos que lhe estão inerentes. Valores próprios que podem ser desenvolvidos: olhar para o outro (capacidade sócio), olhar para dentro (capacidade biopsico) concentração. Eu e eu, eu e o outro. Preciso do outro para ser eu. Preciso do outro para jogar. O potencial do exercício: a tarefa infinita; o prazer adiado. Como é exercitar espiritualmente? Exercitar eticamente? Há um fim último a alcançar: a felicidade. O que é a felicidade? Aristóteles indica a ética. A felicidade é um fim último. Não alcançaremos mais facilmente o que temos de alcançar [felicidade] se tal como o arqueiro esclarecermos o nosso alvo. Aristóteles utiliza a metáfora desportiva: visar a vida boa, com e para outros, com instituições justas. O bem é o que nos leva a movimentar. Qual a função humana? A da busca do sentido: o alvo! E é orientada em função da procura da excelência, tal como no desporto. A ginástica é o exercício que permite moderar o esforço. A felicidade pode ser exercitada? Ou é apenas um destino? Pode ser exercitada! O homem bom é aquela que se exercita. O exercício (constante e contínuo): não procurar sempre o prazer e não fugir ao sofrimento. Nenhuma excelência ética nasce connosco por natureza. É um processo de exercitação. A excelência alcança-se através do exercício. Eu sou bom na medida em que demonstrei no exercício constante e contínuo que o fui. Responder ao presente. Estar apto para a situação que ocorre. Metáfora da preparação desportiva. O excesso de exercícios físicos e a falta deles destroem o vigor físico. Aristóteles define a excelência na noção de meio-termo. O equilíbrio ético e psicossocial. A justa medida.
3 A excelência implica vigor. Físico. Mas também do caráter. Tornamo-nos temperados [moderados] através do exercício físico. A excelência é individual. O repto social implica equilíbrio entre a luta pelas diferentes excelências. Paralelismo entre exercício físico e espiritual: filosofia estoica (Séneca, Marco Aurélio, Epiteto) considera a noção de exercício como fundamental na construção de si. Da mesma maneira que o atleta dá uma nova forma ao seu corpo, o filósofo logra uma nova forma de alma. O exercício ético constrói a essência alma. O asceta é aquele que exerce (o adversário é um agonista colaborador): o atleta, o monge, o eremita. A filosofia é um exercício que procura a alteração do nosso modo de ver o mundo. A filosofia ensina a viver e a morrer, isto é, a nossa forma de o fazer. Painel 2 Prof. José Curado, Confederação de Treinadores Importância da atividade espontânea. A ausência de conteúdos no programa escolar. A massificação prejudica a ética. A organização das competições. Sérgio Abrantes Mendes, Provedor do PNED Ética e agentes desportivos Vivência prática. Moderação de comportamentos. Dimensão positiva das diferentes emoções (agressividade). Respeito pelo próprio e respeito pelo outro com quem vamos jogar. Visão sistemática da sociedade: influência multidimensional. O desporto como potencial enraizador de afeto e respeito mútuo. Os valores negativos do desporto estão a ser extendidos à sociedade. É fundamental que o desporto promova, difunda e extenda os seus valores positivos à sociedade. Através do Exemplo. O desporto forma Homens livres. José Couceiro A questão fundamental é de educação. É de princípio. É estrutural e transversal à sociedade. É um trabalho que tem de ser desenvolvido de forma sistemática, e o qual pode ser elevado através da prática desportiva, mas não desfasada das restantes áreas sociais. A ética de, por exemplo, uma competição, está a montante da própria organização. Como é que esse conjunto de valores pode ser implementado? Não pela linguagem, mas sim pela prática. Veja-se o caso: o reconhecimento público dos treinadores, mesmo os que trabalham com as idades mais baixas, é sempre feito pelos resultados e não pelo sucesso educativo.
4 Painel 3 Gonçalo Tavares, Escritor e Professor na Faculdade de Motricidade Humana UTL Corpo e Ética Fundamentalismo religioso (crença) e fundamentalismo racional (ordem). A ética afasta o humano da ação animal. Em situações limite o homem pode agir animalescamente, sem recurso à sua moral. O medo, por exemplo, é um prefácio da violência e do pânico. O instinto de sobrevivência aproxima-nos do animal. O Homem livre, a ética humana, está a orientar-se para o homem máquina: previsivel, funcional, funcionário, neutro. É a representação do Ser humano por um número determinado de funções que pode desempenhar. A ética humana, do Homem, é uma ética não funcional, espontânea, volitiva, reflexiva. A máquina não atinge situações limite. É apática. Sem paixão. A maior violência é matar não como uma situação limite mas sim porque é a sua função. Matar como ação apática. Sem sentido emocional perante a ação em si. A sociedade atual aproxima o Homem da lógica da máquina e, nesse âmbito, não há moral e sentido ético que decorra da sua ação. Apenas funciona. O comportamento ético é uma contração muscular. O comportamento ético representa-se através da ação visível. A ação manual dá visibilidade à ética. A ética é um percurso. Representa-se pela orientação dos pés. A direção em relação à decisão ética. Será a ética um percurso reto? Isto é, ir do ponto A ao ponto B sem desvios? Correto = com o reto; com a reta. Direito é o correto, o ético. Esquerda é sinistra. São representações da direção ética. O tato representa a decisão. A audição e a visão são passívas e sem capacidade de decisão. O sentido corporal do toque e do movimento representa a tomada de decisão ética materializada na forma da mão e no sentido do tato. O bom e o belo devem ser confrotados com o feio e mau vista ao crescimento rumo ao belo. A experiência do feio e mau permite aprofundar e robustecer a orientação rumo ao bem. Dr. Gentil Martins, Médico Desporto com Saúde, Fronteiras da Ética São os princípios a montante da prática desportiva que determina o comportamento ético. Estes são reitores da ética individual. A educação estimula o comportamento positivo ou negativo. Nenhuma medalha é justificável colocando em causa a saúde individual. Mente saudável, corpo saudável.
5 A necessidade de cumprimento dos regulamentos e as ambiguidades que o grau de abertura destes gera.
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