Contrato BNDES/FINEP/FUJB Arranjos e Sistemas Produtivos Locais e as Novas Políticas de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico.

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1 i Contrato BNDES/FINEP/FUJB Arranjos e Sistemas Produtivos Locais e as Novas Políticas de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico Nota Técnica 40 A Indústria de Software de Joinville: um Estudo de Caso de Arranjo Inovativo Local Renato Ramos Campos José Antônio Nicolau Sílvio Ferraz Cário (UFSC) Coordenação dos Estudos Empíricos Arlindo Villaschi Filho Renato Ramos Campos Marina Honório de Souza Szapiro Cristina Lemos Coordenação do Projeto José Eduardo Cassiolato Helena Maria Martins Lastres Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro IE/UFRJ Rio de Janeiro, outubro 2000

2 ii SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I - A indústria mundial de software: estrutura e padrão de concorrência Caracterização da indú stria de software Evolução e estrutura da indústria mundial de software A indústria de software no Brasil Padrão de concorrência na indústria de software CAPÍTULO II - Estrutura e características do arranjo inovativo de Joinville A formação do arranjo produtivo Procedimentos de amostragem e de pesquisa de campo Estrutura atual do arranjo Empresas desenvolvedoras de software Instituições de ensino de informática Instituições de coordenação e apoio Organização e nível tecnológico do processo produtivo Etapas do processo produtivo e grau de verticalização Desenvolvimento do produto Comercialização Recursos humanos Estrutura de relações internas e externas e a dinâmica do arranjo Relações internas ao arranjo Relações externas ao arranjo CAPÍTULO III - Situação atual e possibilidades de desenvolvimento do arranjo inovativo Características centrais do arranjo Estrutura, desempenho e dificuldades observadas Propostas de políticas de nível local REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 78

3 iii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mercado mundial de software - pacote por tipo de produto (%), Figura 2: Número de empresas segundo a finalidade de desenvolvimento de software no Brasil Figura 3: Estrutura da Indústria de Software de Joinville SC Figura 4: Estrutura da Indústria de Software de Joinville SC LISTA DE TABELAS Tabela 1: Mercado de software/serviços da indústria de informática (TI) em países da OECD, 1987 e Tabela 2: Participação da indústria de software no mercado de tecnologia de informação (TI) em países da OECD, 1987 e Tabela 3: Distribuição regional de produção e consumo de software-pacote, Tabela 4: Exportação de software-pacote dos EUA por região, Tabela 5: 20 maiores empresas de software, 1990 e Tabela 6: Pessoas ocupadas e número de estabelecimentos na indústria de software e de serviços relacionados a computadores e países selecionados, 1980, 1990 e Tabela 7: Razão de concentração (RC) no segmento de software em países selecionados 1990 e Tabela 8: Período de início das atividades das empresas de informática pesquisadas - Brasil, informação prestada em Tabela 9: Número de usuários constados à Internet, segundo os principais países, Tabela 10: Evolução da eletro-eletrônica por segmento de mercado - Brasil, 1990/ Tabela 11: Receita bruta por setor - Indústria Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), Brasil Tabela 12: Comercialização bruta do setor de informática brasileira, segundo seus segmentos, 1991 a Tabela 13: Dados gerais sobre a Indústria de Software - Brasil de 1991 a Tabela 14: Taxa de Investimentos e graus de escolaridade - indústria de software do Brasil, 1991 a Tabela 15: As 10 maiores empresas de software de gestão do Brasil Tabela 16: Freqüência de empresas segundo as plataformas de software e hardware e linguagens de programação utilizadas - Brasil,

4 iv Tabela 17: Amostra de empresas desenvolvedoras de software, segundo ano de fundação, área de atuação e origem dos fundadores Indústria de Software de Joinville, Tabela 18: Oferta de Cursos Técnicos e Superiores em Informática Indústria de Software de Joinville, Tabela 19: Amostra das empresas de software segundo o tamanho Indústria de Software de Joinville, Tabela 20: Mix de produtos e serviços Indústria de Software de Joinville, Tabela 21: Participação do mercado local nas vendas Indústria de Software de Joinville, Tabela 22: Efeitos da abertura sobre o mercado das empresas Indústria de Software de Joinville, Tabela 23: Reação das empresas médias à entrada de concorrentes estrangeiros Indústria de Software de Joinville, Tabela 24: Finalidades dos Investimentos Indústria de Software de Joinville Tabela 25: Principais fonte de financiamento Indústria de Software de Joinville, Tabela 26: Certificação de qualidade do processo produtivo Indústria de Software de Joinville, Tabela 27: Intensidade de uso de técnicas de engenharia por tamanho de empresa Indústria de Software de Joinville, Tabela 28: Ferramentas Utilizadas Indústria de Software de Joinville, Tabela 29: Documentação utilizada Indústria de Software de Joinville Tabela 30: Estrutura de vendas, segundo o tamanho das empresas Indústria de Software de Joinville, Tabela 31: Nível de escolaridade e relação de emprego Indústria de Software de Joinville, Tabela 32: Principais relações de cooperação das empresas com os demais atores do arranjo produtivo Indústria de Software de Joinville, Tabela 33: Principais relações de cooperação das empresas com instituições de classe, sindicatos e outros tipos de organizações de representação coletiva na região Indústria de Software de Joinville, Tabela 34: Participação das empresas em programas específicos para o segmento, promovido por diferentes âmbitos de governo Indústria de Software de Joinville, Tabela 35: Principais relações de cooperação com as demais empresas de software na região Indústria Software de Joinville, Tabela 36: Principais vantagens relacionadas ao perfil de qualificação dos recursos humanos existentes na região Indústria de Software de Joinville,

5 v Tabela 37: Formas utilizadas para o desenvolvimento de produtos Indústria de Software de Joinville, Tabela 38: Fontes de atualização tecnológica utilizadas segundo a freqüência de uso Indústria de Software de Joinville, Tabela 39: Fatores que dificultam o desenvolvimento da capacidade tecnológica, de acordo com o grau de dificuldade - Indústria de Software de Joinville, Tabela 40: Percepção das empresas de software em relação a concorrentes nacionais e internacionais quanto ao padrão tecnológico Indústria de Software de Joinville, LISTA DE ANEXOS Anexo 1: Questionário de pesquisa para empresas de software Anexo 2: Roteiro de entrevista para entidades (instituições de coordenação, instituições de ensino e de tecnologia)... 88

6 6 A INDÚSTRIA DE SOFTWARE DE JOINVILLE: UM ESTUDO DE CASO DE ARRANJO INOVATIVO LOCAL INTRODUÇÃO Santa Catarina é um Estado conhecido pela presença de indústrias regionalmente localizadas, com destaque para as indústrias dos complexos metal-mecânico, têxtilvestuário e carnes (aves e suínos). Nos últimos anos, entretanto, começou a surgir a indústria de informática, especialmente o segmento de software. Apesar de apresentar números ainda bastante modestos, há expectativa de que a indústria de informática, dado o seu maior dinamismo, passe a figurar como um dos importantes ramos industriais do Estado. Como as demais indústrias, a indústria de informática encontra-se geograficamente concentrada, fornecendo motivação para estudos sob o enfoque de clusters industriais ou de arranjos inovativos locais. As cidades de Joinville, Blumenau e Florianópolis abrigam, hoje, indústrias nascentes de software, com origem e dinamismo diferenciados que podem ser associados a particularidades locais: enquanto o núcleo industrial de Florianópolis desenvolve-se com base na sua proximidade da Universidade Federal de Santa Catarina (Campos e Nicolau, 1998) e no âmbito de uma política que tenta criar um pólo tecnológico na cidade, as aglomerações de Joinville e Blumenau são estimuladas pelas necessidades das empresas locais dessas duas cidades industriais. Em cada uma das três cidades citadas foram instalados núcleos do programa Softex 2000, do Ministério de Ciência e Tecnologia. Dos três aglomerados de empresas, o de Joinville é o de maior porte, no que se refere ao valor da produção. A característica de aglomeração possibilita a abordagem da indústria de software de Joinville como um caso de arranjo inovativo local. Essa abordagem implica num desdobramento, para a dimensão local, do conceito de sistema nacional de inovação (Lundvall, 1992), um conceito que enfatiza a inovação, compreendendo-a como um processo cumulativo e interativo, ou como um sistema, marcado por características tipicamente nacionais, tais como a organização interna da firma, as relações entre firmas, o papel do setor público, as organizações de P&D e as características institucionais do setor financeiro.

7 7 O conceito de arranjo inovativo local, evidentemente, é mais focado na inovação do que o conceito de cluster que consiste simplesmente em concentração setorial e espacial de firmas (Schmitz e Nadvi, 1999, p.1503). O arranjo local abrange não apenas as firmas do setor em questão, mas todo o conjunto de instituições públicas e privadas de apoio local ao setor, a saber: instituições de coordenação, de financiamento, de prestação de serviços, fornecimento de matérias, instituições de ensino técnico e de tecnologia (centros de pesquisa), firmas fornecedoras de insumos, subcontratadas ou envolvidas em atividades comerciais. Além disso, ao enfatizar a inovação, conforme observam Lastres et al. (1999), a proposta de sistema local de inovação parece oferecer uma melhor possibilidade de compreensão do processo de inovação na diversidade que se considera existir entre os diferentes países e regiões, tendo em vista seus processos históricos específicos e seus desenhos político-institucionais particulares (p.59). A abordagem dos sistemas industriais locais sustenta-se em alguns pontos-chave, aqui brevemente expostos para tornar presente a perspectiva teórica em que se insere a presente investigação: a relevância dos sistemas locais para a micro e pequena empresa; as economias externas decorrentes de complementaridades locais; a possibilidade de cooperação consciente no sentido de realização de ações conjuntas; e a importância de fatores locais para a competição global. Em primeiro lugar, é amplamente reconhecido que a existência de um aglomerado industrial oferece melhores condições para a criação e desenvolvimento de micro e pequenas empresas por razões como: a experiência e aprendizagem obtida pelos fundadores como ex-funcionários das empresas estabelecidas; a aprendizagem obtida mediante a relação entre o pequeno produtor e o usuário local; a redução dos riscos e dos custos de informação em geral, especialmente quanto a mercados, produtos, processos produtivos, equipamentos etc.; e acesso a mercado local de trabalho e de serviços especializados, o que reduz o esforço de capacitação tecnológica para a produção de um bem em condições de competição com empresas estabelecidas. Nesse sentido, é importante investigar as condições que levaram ao surgimento do aglomerado industrial e sua evolução até a data atual, bem como as condições de criação de novas empresas e de crescimento das empresas estabelecidas. Em segundo lugar, as economias externas locais, destacadas nos estudos de clusters, são associadas ao grau de complexidade exibido pelo estrutura industrial local, devendo-se observar a existência de fornecedores especializados de bens e serviços, o grau

8 8 de desverticalização produtiva, a existência de instituições complementares à indústria em questão, seja quanto à formação de recursos humanos e ao desenvolvimento tecnológico, seja quanto à coordenação de reivindicações junto ao poder público. Em terceiro lugar, dentro da abordagem da economia da aprendizagem, a indústria local pode gerar condições de confiança e constituir-se em meio adequado para atividades de cooperação, que são muito importantes no processo de inovação. Dessa forma, além das complementaridades impessoais ou espontâneas acima anotadas, é importante observar a existência de iniciativas e ações conjuntas entre empresas conscientemente realizadas enquanto projetos com vistas ao desenvolvimento tecnológico. Por último, é importante observar o grau de abertura do sistema local ao sistema global, uma vez que, como destaca Humbert (2000), por um lado a indústria tem uma dinâmica global quanto a mercado e quanto à tecnologia, e por outro lado, o desenvolvimento tecnológico precisa de ambientes locais adequados, como acima argumentado. Dessa forma, o fechamento pode ocasionar a esclerose do sistema local e sua perda de competitividade e a excessiva abertura pode implicar na destruição do meio local enquanto ambiente adequado ao aprendizado e à inovação. Por isso, juntamente com os aspectos locais, é importante considerar as características estruturais da indústria em questão. A indústria de software insere-se no âmbito da tecnologia de informação, caracterizando-se por velocidade intensa de introdução de inovações técnicas, particularmente com o contínuo desenvolvimento de produtos apoiado na capacidade criativa e intelectual da mão-de-obra, por competição acirrada entre empresas e por baixo investimento em capital fixo (Melo, Branco, 1997). A estrutura da indústria apresenta segmentos concentrados ao lado de segmentos fragmentados, observando-se a presença de grandes corporações com produtos de mercado mundial, ao mesmo tempo em que se multiplicam espaços para a atuação de micro, pequenas e médias empresas. As barreiras à entrada no segmento de pequenas empresas não são elevadas, mas existem barreiras ao crescimento, permitindo o domínio das grandes empresas nos segmentos concentrados do mercado. Nesse contexto, as estratégias empresariais são bastante variadas. As grandes líderes do mercado atuam explorando as vantagens proporcionadas pelas economias de escala, rede de vendas e suporte, marca reconhecida, uso de marketing, capacidade tecnológica, poder financeiro, relações fortes com usuários etc. Enquanto isso, as empresas

9 9 de menor porte procuram explorar nichos de mercado, através de atendimento especializado de clientes, desenvolvendo produtos que incorporam funções específicas, e ampliar outros espaços deixados pelas empresas líderes cuja linha de produtos não atende todas as possibilidades (Pondé, 1993). O regime tecnológico da indústria de software apresenta amplas condições de oportunidade e grande variedade de soluções e enfoques tecnológicos potenciais. Mas, há reduzidas condições de apropriabilidade, que as empresas procuram contornar pela introdução contínua de inovações, utilizando-se, para tanto, de elevadas condições de cumulatividade tecnológica. Com isso, a indústria de software impõe certas condições para a capacitação tecnológica, as quais se pautam, por um lado, em termos de cumulatividade tecnológica ao nível da firma, de forma a proporcionar melhores condições de aproveitamento de oportunidades tecnológicas, e, por outro lado, em termos desenvolvimento de habilidades tecnológicas específicas das áreas de aplicação. Além disso, ao nível de mercado, torna-se necessário o desenvolvimento de instrumentos capazes de possibilitar rápida identificação das alterações na demanda, possibilitando respostas criativas. As características do regime tecnológico permitem que distintos tamanhos de empresas explorem as oportunidades tecnológicas e desenvolvam novos produtos para o mercado. Esta possibilidade está colocada para as pequenas e médias empresas, especialmente em aglomerações territoriais, onde há condições para cumulatividade tecnológica no interior do próprio arranjo, não apenas na empresa. A despeito das dificuldades de produzirem software de grande porte, podem explorar as suas características de flexibilidade para operar em pequenos nichos de mercado, integração com grandes empresas na exploração de produtos e serviços complementares, capacidade para explorar espaços de mercado e de produtos não atendidos pelas grandes empresas e capacidade de rápida reação às mudanças na indústria que tendem a ser introduzidas pelas grandes empresas. Estas características da indústria de software ensejam o estudo das condições de capacitação tecnológica e de crescimento de um arranjo local de pequenas e médias empresas nesse setor. Neste contexto, o objetivo da pesquisa é conhecer os processos de aprendizagem tecnológica e a dinâmica de crescimento de micro, pequenas e médias empresas produtoras de software na região de Joinville, Estado de Santa Catarina, com a finalidade de avaliar de que formas o ambiente local tem proporcionado sinergias e condições favoráveis à

10 10 indústria. O objetivo, portanto, é identificar fatores ao nível local que possam ser associados ao desenvolvimento da capacitação tecnológica e à expansão geral do cluster, bem como as principais dificuldades. Em termos mais concretos, o propósito do trabalho é desdobrado nos tópicos abaixo: a) Caracterizar o arranjo local, identificando atores, recursos, atividades e a rede de relacionamentos vigente. O propósito é construir um desenho do arranjo com vistas a facilitar a compreensão de seu funcionamento e a comparação com arranjos semelhantes em outras regiões. b) Avaliar a capacidade tecnológica e as principais fontes de capacitação, buscando identificar fatores locais e externos responsáveis pelo progresso obtido e por suas dificuldades. Os seguintes aspectos são pertinentes: principais técnicas de engenharia de software utilizadas, uso de ferramentas automatizadas, qualificação dos recursos humanos e gestão do processo produtivo, formas utilizadas para o desenvolvimento de produtos, fontes de atualização tecnológica. c) Analisar a relação usuário-produtor, especialmente a relação entre as empresas de software e as empresas do complexo eletro-metal-mecânico de Joinville. d) Analisar as origens das empresas de software, examinando a hipótese de que a abertura de novas empresas dá-se por iniciativa de pessoas egressas e capacitadas nas empresas e em outras instituições locais pré-existentes e) Avaliar a relevância das políticas públicas existentes e identificar novas possibilidades para estímulo da indústria. O propósito da pesquisa é avaliar as condições existentes de apoio à formação de pessoal e ao desenvolvimento de produto, as fontes de financiamento e o apoio à comercialização. Estes aspectos são relevantes pelas características da indústria, que é intensiva em recursos humanos qualificados, apresenta risco elevado ao lado da ausência de ativos tangíveis para garantia de empréstimos e seus custos relevantes relacionam-se com o desenvolvimento do produto e com a comercialização. Por isso, a viabilidade empresarial depende crucialmente tanto do desenvolvimento de produtos quanto da escala de vendas de cada produto. Finalmente, o estudo busca identificar as possibilidades de expansão da indústria local e apresentar recomendações de política com base nessas possibilidades. A pesquisa foi desenvolvida nas seguintes etapas:

11 11 a) Realização de pesquisa bibliográfica e levantamento de dados secundários sobre estrutura de mercado, padrão de concorrência, volume de produção, principais produtos e países produtores, participação brasileira, bem como levantamento de indicadores de capacitação tecnológica na indústria de software. b) Realização da pesquisa de campo, envolvendo: identificação da população a ser pesquisa, bem como definição de procedimentos de amostragem e seleção de uma amostra de empresas; realização de entrevistas com as instituições relacionadas à indústria local: associação de empresas de software (Fundação Softville), as instituições de ensino locais com cursos na área de informática, a incubadora Midiville; elaboração de questionário e sua aplicação às empresas de software selecionadas na amostra, tabulação e análise de dados. c) Redação de relatórios (dois relatório parciais e o presente relatório final) e comunicação em dois seminários, um na Fundação Softville e outro em Brasília, junto ao IPEA. Este relatório está estruturado em três capítulos: o capítulo 1 trata das características gerais da indústria de software, com destaque para sua evolução recente, sua estrutura atual e seu padrão de concorrência; o capítulo 2 apresenta os resultados da pesquisa de campo realizada junto ao arranjo industrial local ; e o capítulo 3 apresenta uma avaliação das condições atuais do arranjo produtivo local e das suas possibilidades de expansão e também uma proposta de políticas de nível local.

12 12 CAPITULO I A INDÚSTRIA MUNDIAL DE SOFTWARE: ESTRUTURA E PADRÃO DE CONCORRÊNCIA 1.1. Caracterização da indústria de software O conceito de "indústria de software" pode ser compreendido no contexto da rápida expansão dos sistemas de base microeletrônica e das tecnologias de informação e de comunicação (TIC) nas últimas décadas, que levou à liderança os setores de telecomunicações e de tecnologia de informação (TI) ou informática. Essa expansão tem sido marcada tanto pela segmentação quanto pela incorporação de novas atividades, especialmente com o crescente uso da internet e com a inclusão na rede dos setores de conteúdo, como serviços financeiros, comércio, entretenimento, propaganda, processamento de dados, jornais, periódicos, rádio, tv, música, softwares etc. - enfim um conjunto de bens e serviços que podem ser digitalizados e transmitidos pela rede mundial. Restringindo-se à informática, e, dentro da informática, à indústria de software, a preocupação inicial deste relatório é caracterizar o produto dessa indústria e apresentar a classificação convencional existente. O produto da indústria de informática pode, tipicamente, ser desagregado em dois componentes - hardware e software, como se sabe, o primeiro compreendendo o equipamento em si e o segundo, o sistema de programação desse equipamento. O produto software, programa de computador ou simplesmente programa, portanto, é um sistema de linhas de programação, criado para flexibilizar o funcionamento dos equipamentos eletrônicos. Se no início a produção de hardware e software era realizada de forma integrada na mesma firma, com o desenvolvimento do setor, grande parte da produção de software passou a ser realizada em firmas especializadas - as software-houses, dando, assim, origem à indústria de software. A caracterização de uma indústria de software é pertinente, principalmente, para o segmento de computadores, onde existe grande variedade e complexidade de softwares para a mesma plataforma de hardware, permitindo a distinção clara entre essas duas atividades. Em função da natureza do produto e do mercado, são usuais algumas classificações dos softwares. Por sua natureza peculiar, o software faz parte da indústria do copyright, que é composta pelas atividades sujeitas ao direito autoral, tais como música, filmes,

13 13 livros, jornais, revistas, programas de rádio e TV etc. Esses produtos, juntamente com serviços financeiros, comércio eletrônico etc., têm a característica de poder ser digitalizados, permitindo a realização de transações via internet. De forma geral, o software pode ser classificado de acordo com a plataforma de hardware respectiva, distinguindo-se softwares para computadores de grande porte, para mini e para microcomputadores e para equipamentos eletrônicos diversos, como smart cards, etc. Os programas distinguem-se, também, em função da linguagem de programação adotada e podem ser classificados pela sua posição hierárquica na programação, distinguindo-se, a grosso modo, os "sistemas operacionais", que estão na base da hierarquia, os softwares de suporte ou ferramentas e os "softwares aplicativos". É comum uma classificação que pode ser associada ao grau de padronização/interação com o usuário, distinguindo-se: "software embarcado" - que não é vendido separadamente do equipamento e executa operações automáticas com baixo grau de interação com o usuário; "software pacote" - também produto padronizado, mas com cópias vendidas separadas do equipamento de hardware e onde a interação com o usuário é grande, sendo por isso largamente usado nos computadores; "software sob encomenda" - difere do software pacote por ser produzido para atender necessidades específicas de determinado cliente, assumindo, com isso, a característica de serviço, sendo, portanto, intensa a interação produtor-usuário. O software pode ser classificado de acordo com o segmento de mercado a que se destina: pode ser destinado a setor específico (bancário, comercial, gestão, educacional etc.) tendo assim uma dimensão setorial ou vertical, ou pode atender indistintamente a diferentes setores (processamento de texto, planilha eletrônica, acesso a internet etc.), assumindo, assim, uma dimensão multi-setorial ou horizontal. Podem ser feitos cruzamentos entre as classificações acima, o que permite, em muitos casos, uma melhor identificação da natureza do produto. Dessa forma, o software pacote de uso horizontal ou geral (como os sistemas operacionais, planilhas eletrônicas, etc.), dado o seu grande potencial de vendas, são chamados de "pacotes best-sellers" e são dominados por empresas de grande porte; por sua vez, os pacotes de dimensão vertical ou setorial, freqüentemente, exigem customização, ou pelo menos treinamento do usuário e serviços de implantação, o que os aproxima do software sob encomenda, sendo em geral produzidos por empresas de porte menor, embora haja também grandes empresas especializadas em softwares verticais, sendo exemplo o segmento de gestão empresarial.

14 14 Tentando uniformizar as estatísticas disponíveis nos diversos países, a OCDE, tem apresentado uma classificação básica em alguns de seus estudos (OCDE, 1998a). As atividades da chamada indústria de serviços de computador estão classificadas na divisão 72 da International Standard Industrial Classification (ISIC). Por sua vez, seus produtos são classificados na divisão 84 da Central Product Classification (CPC). Com base na CPC, os produtos e serviços da indústria são, assim classificados: Produtos de software pacote. Inclui os softwares de sistemas operacionais e de ferramentas (CPC 8411) e os softwares aplicativos (CPC 8412) Serviços profissionais. Compreende os serviços relacionados à instalação de hardware (CPC 8421), serviços de consultoria técnica em sistemas de computação (CPC 8422), serviços de desenvolvimento de software customizado ou sob encomenda (CPC 8423), serviços de programação e análise de sistemas (CPC 8424), serviços de gerenciamento de instalações de computadores (CPC 8425), serviços de manutenção de sistemas (CPC 8426) e outros serviços profissionais (CPC 8429) Serviços de processamento de dados. Compreende serviços de tabulação e processamento de dados (CPC 8431), serviços de entrada de dados (CPC 8432) e outros serviços de processamento (CPC 9439) Serviços de base de dados. Inclui a provisão on-line de dados e os serviços de rede para acesso a bases de dados Serviços de manutenção e reparos de computadores. Inclui a manutenção de equipamentos Outros serviços de computação Dentro dessa ampla gama de serviços relacionados à computação, a indústria de software restringe-se às divisões CPC software pacote, CPC software sob encomenda e CPC programação e análise de sistemas. Em sua pesquisa sobre o setor de informática, a Secretaria de Política de Informática e Automação, do Ministério da Ciência e Tecnologia, divide os produtos da indústria de software em 22 tipos, combinando as dimensões vertical ou setorial e horizontal: automação bancária, automação comercial, automação de escritórios, automação industrial, comunicação de dados, educacional, entretenimento, ferramenta de desenvolvimento de sistemas, financeiro, gerenciador de informações, gerenciador de

15 15 redes, multimídia, planilha eletrônica, processador de imagens, processador de texto, segurança e proteção de dados, serviços de mensagens, simulação e modelagem, software gráfico, teleinformática, utilitários, outros Evolução e estrutura da indústria mundial de software Como ocorreu em outras indústrias, a indústria de computadores nasceu integrada, seguindo-se, progressivamente, desmembramentos em diferentes componentes, entre os quais o software. A indústria teve sua trajetória determinada pelos avanços na tecnologia microeletrônica, com a produção em série de circuitos integrados e chips de menor tamanho e maior velocidade, possibilitando a passagem dos grandes computadores, para os mini e para os microcomputadores, com crescente alargamento do mercado. Pode-se destacar alguns fatos importantes que marcaram essa trajetória. A indústria de computadores nasce nos anos 1940, mas é nos 1950 que iniciam de fato as atividades tipicamente industriais, rotinizadas e em série. Nessa década, predominam os computadores de grande porte, com softwares sendo produzido pelos produtores dos equipamentos. Mas, ao final da década, surgem as primeiras linguagens de programação de uso difundido (Fortran, Cobol), facultando aos usuários o desenvolvimento de programas para o próprio uso. Nessa década, tem início a produção de chips de circuitos integrados em série, padronizados, permitindo o barateamento da tecnologia microeletrônica 1. Nos anos 1960, ocorrem alguns fatos notáveis no desenvolvimento da indústria. Em primeiro lugar, ocorre o amadurecimento comercial e tecnológico do primeiro produto da indústria - os grandes computadores, celebrizado pelo lançamento do "IBM-360" em 1965, um produto que exibia as principais características de plataforma, com a possibilidade de combinações variadas de componentes e de up-gradings sucessivos, facultando a cumulatividade tecnológica e de uso e a correspondente coordenação de produtores e usuários em torno do produto. Os grandes computadores predominam na indústria e ganham maior dimensão comercial, suas vendas sendo contadas em milhares de unidades, apenas nos Estados Unidos. Em segundo lugar, ocorre o lançamento dos primeiros minicomputadores (computadores de médio porte) para atender a fatias de mercado não economicamente viáveis para computadores de grande porte. Em terceiro lugar, e de 1 Ver a respeito dos principais eventos históricos da indústria mundial de computadores e software Roselino (1998).

16 16 grande relevância para a constituição da indústria de software, a IBM passa a vender seus computadores, ao final da década, carregados apenas com o sistema operacional, incluindo os softwares aplicativos no rol dos componentes que poderiam ser ofertados por outras empresas. É o início da autonomia da indústria de software. Na década de 1970, a indústria de computadores expande-se principalmente pelo crescimento das vendas dos minicomputadores (vendas de dezenas de milhares de unidades por ano nos Estados Unidos). A nascente indústria de software cresce através da criação de grande número de pequenas empresas. Há também o surgimento dos primeiros microcomputadores na final da década. No início dos anos 80, a IBM coordena o lançamento de uma plataforma de microcomputador - o Personal Computer (PC), dando convergência às muitas iniciativas e definindo o design dominante para o novo produto de expansão da indústria. Além da IBM, responsável por toda a arquitetura do produto, participaram a Microsoft com o sistema operacional e a Intel com o microprocessador. Ao longo dos anos 1980, ocorre forte aceleração das vendas dos PCs (vendas anuais da ordem de milhões de unidades nos Estados Unidos), o que deu à indústria uma escala nunca antes alcançada, inclusive para os fabricantes de componentes e para os produtores de software. Durante a década, consolidase a indústria de software com o crescimento de empresas produtoras de pacotes bestseller, entre elas Lotus (planilha eletrônica), Microsoft (sistema operacional), Word Perfect Corp (processador de texto) e Ashton Tate (banco de dados). Nos anos 90, dá-se a expansão mundial da base instalada de microcomputadores e são geradas novas versões de microprocessadores mais potentes (séries 386, 486 e Pentium), permitindo o lançamento da interface gráfica Windows, acoplada ao sistema operacional, pela Microsoft, que lhe permitiu um amplo domínio sobre as concorrentes na produção de pacotes best-sellers, compatíveis e adaptados às sucessivas versões do Windows. Ao longo da década, essa empresa de software assume a posição de empresa de maior lucro e de maior valor no mercado acionário, não apenas de toda a indústria de computadores, mas de qualquer outra indústria. Os dados constantes das tabelas a seguir buscam apresentar a situação da indústria de software nos anos 90. Antes da apresentação de estimativas sobre a produção e mercado de software, porém, é necessário um alerta. A produção e o comércio de software são atividades de difícil mensuração pelos sistemas estatísticos usuais. Publicações da OCDE registram, por um lado, as dificuldades de apuração de dados, dada a natureza do produto,

17 17 resultando em freqüentes conflitos entre informações de diferentes fontes; por outro lado, na falta de um sistema de classificação único difundido ao nível internacional, há também dificuldades de consolidação e de comparação de dados entre países. As dificuldades de apuração devem-se à natureza do produto, pois o software pode ser comercializado sob a forma física de discos e CDs, pode ir embarcado nos equipamentos, pode ser remetido via internet (download), ou pode estar inserido em serviços profissionais (software sob encomenda). Em vista destas dificuldades, a maior parte dos dados disponíveis referem-se a software-pacote, alocando-se o software embarcado à conta do equipamento respectivo e o software sob encomenda à conta dos serviços. A participação do complexo da tecnologia de informação e comunicação - TIC no produto interno bruto é crescente, sendo estimada em 7% para os países da OCDE (em 1997), os quais respondem por cerca de 80% do produto da TIC mundial. O segmento de maior dinamismo recente é de equipamentos e serviços de telecomunicações. (OCDE, 2000). O processo de expansão do complexo de informação e comunicação caracteriza-se pelos seguintes elementos (ibid.): a) do lado da oferta: lançamento de novos e melhores produtos e serviços; alto nível de investimento em P&D por parte das firmas; disponibilidade de venture capital; desenvolvimento de novos segmentos de serviços e produtos; e tendência de deslocamento das atividades em direção aos serviços; b) do lado da demanda: queda nos preços dos equipamentos e serviços; abertura comercial; e montagem de aparato regulatório. No que se refere à indústria de informática, a situação nos anos 90 é ainda mais assimétrica a favor dos países mais avançados: as estimativas são de que os países da OCDE detém 92% do produto dessa indústria (ibid.). Os dados disponíveis permitem destacar os seguintes movimentos no mercado mundial nos anos 90: a) crescimento dos sistemas de usuário individual (PCs e Wordstations), com declínio relativo de outros segmentos de hardware; b) com o rápido crescimento da internet e das atividades em rede, o segmento de comunicação de dados tem-se mostrado o mais dinâmico do mercado, ainda que sua participação no produto total da indústria de informática seja modesta; c) tendência de deslocamento de firmas produtoras de equipamentos para o segmento de software e serviços;

18 18 d) os Estados Unidos representam quase a metade (47,4%) do mercado mundial de software em 1995, com sua participação mantendo-se com ligeiro declínio entre os anos de 1987 e 1995 (tabela 1). e) as participações de cada país, no mercado mais amplo de TI e no mercado mais específico de software, são fortemente correlacionadas (tabela 1), o que pode ser interpretado como resultado de um mesmo padrão tecnológico sendo difundido ao nível mundial. f) o mercado de software (pacote + serviços) já representava em 1995 pouco mais da metade do mercado total da TI. No período , ocorreu aumento da participação relativa do segmento de software-pacote no mercado total de TI, aproximando-se dos 20% desse mercado, contra 35% do segmento de serviços de software (tabela 2). Informações adicionais (OCDE, 1998b, p. 34) permitem desagregar o segmento hardware da TI em dois componentes, com as seguintes participações no ano de 1996: PC/Workstations com 30,6% e outros equipamentos de hardware, com 17,3% do mercado total da TI. Tabela 1 - Mercado de software/serviços a e da indústria de informática (TI) em países da OCDE, 1987 e Países Software/serv. TI Software/serv. TI US$ bi % US$ bi % US$ bi % US$ bi % EUA 52,2 49,1 105,3 47,8 118,1 47,4 212,7 46,2 Japão 16,0 15,1 35,8 16,3 38,2 15,3 82,3 17,9 Alemanha 7,1 6,7 13,9 6,3 21,0 8,4 36,2 7,9 França 6,5 6,1 12,4 5,6 14,1 5,7 23,2 5,0 Reino Unido 6,3 5,9 12,8 5,8 12,7 5,1 23,8 5,2 Canadá 2,3 2,2 5,4 2,5 8,4 3,4 14,9 3,2 Itália 3,7 3,5 8,0 3,6 7,4 3,0 12,0 2,6 Outros 12,1 11,2 26,7 12,1 29,1 11,7 55,2 12,0 Total de ,2 100,0 220,3 100,0 249,0 100,0 460,3 100,0 países OCDE a Inclui atividades de desenvolvimento de software e serviços relacionados a computador. Fonte: OCDE, 1998 b, p. 35 e 36. g) A participação, em cada país, do software-pacote no total da indústria de software apresenta-se relativamente uniforme na maior parte dos países, mas com algumas discrepâncias importantes, nos casos do Japão e Canadá, que se caracterizam por baixa participação relativa do mercado de software-pacote e por correspondente mais elevada participação dos serviços (tabela 2).

19 19 Tabela 2 - Participação da indústria de software no mercado de tecnologia de informação (TI) em países da OCDE, 1987 e % Países Software Pacote + Software Serviços Pacote Serviços Pacote Serviços EUA 15,8 33,8 49,6 20,5 35,0 55,5 Japão 8,2 36,5 44,7 11,1 35,8 46,8 Alemanha 14,3 36,7 50,9 22,9 35,0 57,9 França 11,7 41,3 53,0 19,4 41,7 61,1 Reino Unido 18,1 30,6 48,7 22,9 30,6 53,5 Canadá 10,7 32,1 42,9 16,5 40,1 56,6 Itália 15,4 30,6 46,0 22,0 39,6 61,6 Outros 15,0 30,3 45,3 21,5 31,2 52,7 Pacote + Serviços Total de 24 14,1 34,1 48,2 19,1 35,0 54,1 países Fonte: OCDE, 1998b, p. 35 e 36. h) quanto à composição do segmento de software-pacote, os softwares aplicativos representam cerca de 50% do mercado mundial, restando a outra metade para os segmentos de softwares ferramentas e sistemas operacionais (figura 1). Figura 1 - Mercado mundial de software - pacote por tipo de produto (%), ,7 Aplicativos 49,6 Ferramentas 28,7 Sistemas Operacionais Fonte: OCDE 1998 c, p.10, baseado em US industry and trade outlook 1998, do Departamento de Comércio. i) estimativas sobre o comércio mundial de software pacote, feitas há quase uma década, mostravam que a Europa e o Japão destinavam quase a totalidade de sua produção ao mercado doméstico, enquanto que nos Estados Unidos as vendas internas representavam apenas 50% das vendas totais da indústria, constituindo-se este país no maior exportador mundial de software-pacote (quase 80% do total) (ver tabela 3). Dados para o ano de 1996 (tabela 4) mostram que 60% das exportações norte-americanas de software-pacote

20 20 destinava-se a países da Europa Ocidental, enquanto que 23% destinava-se à Ásia-Pacífico (Japão, Coréia e outros). Quanto à estrutura da indústria de software, verifica-se (tabela 5) a existência de grandes empresas na indústria, 13 delas com faturamento igual ou superior a US$1 bilhão em 1996, ao lado de um grande número de empresas menores, muitas delas microempresas, de tal forma que a média por estabelecimento é inferior a 20 pessoas ocupadas em países representativos como Estados Unidos, França e Canadá (tabela 6). Tabela 3 - Distribuição regional de produção e consumo de software - pacote, Origem dos produtos consumidos Áreas de consumo Peso regional no consumo mundial % EUA Europa Japão Demais países Total EUA 49,9 33,2 7,4 9, ,3 Europa 5,9 89,6 4, ,1 Japão 0 5,4 95, ,3 Demais países 19,7 60,6 0 19, ,2 Total ,0 Fonte: OCDE, 1998 b, p. 29, baseado em "EITO 93". Tabela 4 - Exportação de software - pacote dos EUA por região, Regiões % Ásia - Pacífico 23 Reino Unido/Irlanda 16 Alemanha/Áustria 14 França 9 Benelux 5 Itália 4 Outros Países Europa Ocidental 12 Outros Países do Mundo 17 Total 100 Fonte: OCDE, 1998c, p. 14. Os dados da tabela 5 mostram também que das 20 maiores empresas de software, apenas 5 delas localizam-se fora dos Estados Unidos, demonstrando a forte liderança desse país na indústria. Muitas das principais empresas de software são também conhecidas produtoras de hardware, como a IBM, Hitachi, Siemens, HP, entre outras. Da mesma forma, há grandes empresas focadas no segmento de software, como a Microsoft, SAP, Oracle etc. Esta diversidade de situações pode ser associada ao dinamismo da indústria e às oportunidades de desenvolvimento de diferentes tipos de software, levando a que muitas dessas grandes empresas não sejam, na verdade, concorrentes diretos entre si, mas apenas concorrentes indiretos, com possibilidades de entrada lateral no mercado em disputa.

21 21 Tabela 5-20 maiores empresas de software, 1990 e Empresas Países de origem Receita com software - US$ milhões / IBM EUA , ,6 1,3 2 Microsoft EUA , ,9 7,2 3 Hitachi Japão 3.960,0 956,3 4,1 4 Computer Assoc. EUA 3.945,0 978,2 4,0 5 Oracle EUA 3.615,0 695,8 5,2 6 Fujitsu Japão 2.000, ,8 1,1 7 SAP Alemanha 1.692,0 190,4 8,9 8 Bull França 1.457,8 600,6 2,4 9 Digital Eq. EUA 1.224, ,4 0,8 10 Novell EUA 1.208,0 433,1 2,7 11 Siemens Alemanha 1.020,0 933,3 1,1 12 Sybase EUA 1.011,5 76,7 13,2 13 Sun EUA 1.000,0 137,9 7,3 14 Informix EUA 823,7 146,1 5,6 15 HP EUA 798,5 442,3 1,8 16 Adobe EUA 786,6 303,7 2,6 17 SAS EUA 620,4 240,2 2,6 18 Unisys EUA 600,0 758,3 0,8 19 Parametric EUA 596,3 52,4 11,4 20 Cadence EUA 587,0 322,0 1,8 Total , ,0 2,3 Fonte: OCDE, 1998 b, p. 43. Tabela 6 - Pessoas ocupadas e número de estabelecimentos na indústria de software e de serviços relacionados a computadores e países selecionados, 1980, 1990 e Países Pessoas ocupadas (A) Estabelec. Pessoas Estabelec. Pessoas Estabelec. A/B ocupadas A/B ocupadas (B) (B) (B) (A) (A) EUA , , ,2 Canadá , ,6 Japão , , ,0 França ,2 Holanda , ,5 Fonte: OCDE, 1998 b, p A/B Finalmente, pelos dados da tabela 5, observa-se a rápida expansão de empresas especializadas em determinados segmentos do mercado de software, como foi o caso da SAP (gestão empresarial), Microsoft (Windows) e Oracle (banco de dados), as quais entre 1990 e 1996 multiplicaram seu faturamento, respectivamente, por 8, 7 e 5 vezes. No conjunto, as 20 maiores empresas multiplicaram por 2,3 vezes sua receita naquele período, o que equivale a uma taxa de crescimento anual da ordem de 15%. Estes dados, combinados com as informações da tabela 7, a qual mostra o market share da empresa líder (RC 1 ) e das 10 maiores empresas (RC 10 ) no segmento de software em países selecionados da Europa Ocidental, são evidências de que ocorreu na 1 a. metade dos anos 90 um movimento de concentração no segmento superior da indústria, com aumento de

22 22 participação das grandes empresas no faturamento total do setor. É provável que os dados da tabela 7 subestimem muito a concentração real, ao considerar a concentração em toda a indústria, e não por tipo de produto ou serviço. Tabela 7 - Razão de concentração (RC) no segmento de software em países selecionados 1990 e Países RC 1 RC Alemanha 3,3 6,5 16,2 22,0 Espanha 4,8 16,9 30,7 37,3 França 6,0 7,4 42,0 20,9 Itália 2,5 5,0 14,5 15,0 Reino Unido 3,2 4,8 14,7 16,0 Suécia 5,8 20,7 24,7 34,0 Fonte: OCDE, 1998 b, p. 44. No final dos anos 90, a grande base instalada de computadores, nas empresas e domicílios, fornece as condições para expansão da internet - a grande rede mundial interligando os computadores. As imensas possibilidades abertas pela integração com as áreas de conteúdo (comércio eletrônico, serviços financeiros, entretenimento e informação, entre outras) têm levado ao crescimento rápido de empresas provedoras dos serviços de acesso à internet, principalmente mediante fusões e incorporações de empresas tradicionais das áreas de conteúdo. A recente aquisição da tradicional empresa americana de informação e entretenimento Time Warner pela também americana American On Line, principal provedora de acesso à internet daquele país, tem sido considerado na media o acontecimento símbolo do atual momento da expansão das tecnologias de informação. A perspectiva corrente nos setores de mercado com interesses na internet (ver Gazeta Mercantil, 16 fev. 2000) é de que, com o uso generalizado da rede haja transferência do centro dinâmico de acumulação de lucros para as empresas que façam a integração entre internet e conteúdo. Nessa visão, na história de indústria da informática, a alta acumulação de capital centrou-se inicialmente no segmento de hardware, tendo a IBM como empresa símbolo, passou, em seguida, para o segmento de software, com destaque para a Microsoft, e estaria passando, nesta terceira fase, para o segmento ligado à internet. Nesta terceira etapa, novos hardwares (TV, DVD, telefones celulares, além de computadores de diferentes capacidades) e novos softwares estarão sendo demandados e articulados para dar suporte a um diversificado conjunto de operações via internet.

23 A indústria de software no Brasil Nesta seção, busca-se apresentar um panorama da indústria de informática no Brasil, e da indústria de software em particular. Para tanto, inicialmente é feito um breve retrospecto histórico das principais diretrizes de política para o setor de informática no Brasil nas últimas três décadas, seguindo-se, após, a apresentação de dados quantitativos sobre a difusão das atividades de informática e sobre a constituição dessa indústria no país. As dificuldades, já apontadas, de mensuração das atividades de desenvolvimento de software e a conseqüente escassez de dados estatísticos levam-nos a lançar mão, seja de informações indiretas sobre a difusão do uso da informática no Brasil, seja de informações diretas oriundas de amostras de empresas levantadas em pesquisas específicas. As atividades de desenvolvimento de software no Brasil têm estado inseridas no âmbito da política nacional de informática, que ganhou força de lei nas décadas de 1980 (lei de informática n o /84 e lei de software n o 7.646/87) e 1990 (lei de informática n o /91). Não é objetivo deste trabalho fazer avaliação dessas políticas, mas tão somente fazer uma rápida exposição com a finalidade de auxiliar na compreensão da trajetória histórica e da presente situação da indústria de informática e da indústria de software. Até meados dos anos 70, não havia política definida para o setor de software, pois o mercado era ainda incipiente, sendo reconhecida sua potencialidade (Zukowski, 1994). A partir de meados de 1970 e até o final dos anos 80 foi elaborada e aprovada uma política de informática que teve por objetivo a criação e fortalecimento de uma indústria nacional no setor, mediante a construção de parque produtivo no país e o desenvolvimento de capacitação tecnológica na área. Seu principal instrumento foi a reserva de mercado, com forte controle das importações, inclusive de partes, peças e componentes (Baptista, 1997). Essa política teve por resultado positivo principal a realização de um elevado volume de investimentos em recursos físicos e humanos. Dados do final desse período ( ) mostram que as empresas de informática destinavam cerca de 30% de seu faturamento a investimentos brutos e 5% a P&D. Quanto aos recursos humanos, o Brasil contava em 1990 com 441 mil programadores e 64 mil gerentes de software, números considerados superiores ao contingente de pessoal especializado em informática nos principais países europeus (ibid.). Entretanto, a política de informática baseada na reserva de mercado não levou em consideração devidamente a dinâmica do mercado mundial, de grande dinamismo tecnológico e comercial. Assim, o fechamento ao exterior implicou em falta de escala,

24 24 excessiva verticalização, baixo fluxo externo de tecnologia, falta de seletividade dos investimentos e dispersão dos esforços, levando à não sustentabilidade da indústria nacional na eventualidade de competição externa. No início dos anos 90, a política de informática foi alterada dentro dos novos princípios definidos pela Política Industrial e de Comércio Exterior do Governo Collor, que tinha entre seus pilares centrais a abertura comercial e a eliminação de restrições ao capital estrangeiro. O objetivo de construção de indústria completa de informática foi substituído pelo objetivo de integração competitiva de uma indústria de informática brasileira no mercado internacional, formada por capitais nacionais e estrangeiros. O instrumento central da nova política deixou de ser a reserva de mercado e passou a ser a concessão de incentivos fiscais. Como era esperado, o novo aparato regulatório dos anos 90 produziu, como resultados positivos, uma acentuada queda dos custos de produção e dos markups e um aumento na variedade e na qualidade de produtos de informática no mercado brasileiro. Por isso, foi muito bem recebida pelo contingente de usuários. Por outro lado, a abertura de mercado levou a uma reconversão industrial do setor, com desnacionalização, presença crescente de empresas estrangeiras, perdas de capacitações, desmobilizações de equipes e quedas nos investimentos em P&D (ibid.). Os efeitos dessa política se somaram àqueles da política de câmbio valorizado do Plano Real, tendo por conseqüência um forte crescimento das importações e queda nas exportações, situação essa que dá sinais de reversão no final da década, como reflexo da mudança na política cambial, da instalação de fábricas de equipamentos de informática no Brasil por grandes produtores mundiais (IBM, HP, Compac, Epson) e da estratégia dessas empresas não somente de abastecer o crescente mercado interno, mas também utilizar o país com base para exportação para países latinoamericanos. Os diferentes segmentos das atividades de informática difundiram-se e instalaramse no Brasil em diferentes momentos ao longo das décadas de 1960 a Nos anos 60, os primeiros computadores foram instalados no país e, nos anos 70, a base instalada de mainframes e minicomputadores expandiu-se consideravelmente (Campos, 1999), junto às grandes empresas, universidades e órgãos públicos. Trata-se de equipamentos importados, juntamente com os respectivos programas. Essas duas décadas marcam o surgimento de empresas prestadoras de serviços técnicos em informática (bureaux de serviços de

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