4 Contextualização da pesquisa
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- Maria das Graças de Sousa Gomes
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1 4 Contextualização da pesquisa 4.1. Cenário de pequenas empresas e medias empresas no Brasil A abreviação para pequena e média empresa PME (em inglês SME) tornou-se um padrão internacional quando se refere a este grupo de empresas. Atrás do termo PME, oculta-se um grande número de diferentes classes, de volume de negócios e linhas de produtos. Pequenas e médias empresas abrangem todo o leque de ramos de negócio: empresas de trabalho manual, empresas de processo e produção, de comércio, do setor de prestação de serviços e de profissões autônomas. Figura 1 - Evolução do número de PMEs no Brasil Evolução do número de PMEs núm empresas Ano Fonte: adaptado do Anuário SEBRAE, 2007, elaboração DIEESE Conforme já mencionado, no Brasil existem diferentes critérios para classificar as empresas segundo seu porte. Para o SEBRAE é considerado o estatuto da PME de 1999, neste estatuto, o critério adotado para conceituar micro e pequena empresa é a receita bruta anual, cujos valores foram
2 42 atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004, que corrigiu os limites originalmente estabelecidos para: Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ ,14 (quatrocentos e trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos); Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual superior a R$ ,14 e igual ou inferior a R$ ,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte e dois reais). como descrito na Tabela 1 abaixo. Já o BNDES adota um critério diferente levando em conta a receita operacional bruta das empresas dividindo-as nas seguintes categorias: Microempresa, receita até 1,2 milhões de reais; Pequena empresa, receita maior que 1,2 milhões de reais e menor que 10,5 milhões de reais; Média empresa, receita maior que 10,5 milhões de reais e menor que 60 milhões; No Brasil as pequenas e médias empresas (PMEs) vêm sendo há muito tempo alvo de atenção de analistas econômicos devido a seu potencial de geração de renda e de emprego. O anuário publicado pelo SEBRAE em 2007 estimou que em 2005 existissem cerca de 330 mil PMEs no Brasil responsáveis por cerca de 10,4 milhões de empregos, o que correspondia a 45,6% do total de empregos formais, segundo os critérios do estatuto da PME. Tabela 1 - Número de estabelecimentos, por atividade e porte Fonte: Anuário SEBRAE, 2007, elaboração DIEESE
3 43 Tabela 2 - Número de empregados e porte Fonte: Anuário SEBRAE, 2007, elaboração DIEESE 4.2. Cenário do movimento de incubadoras e parques tecnológicos Conforme já mencionado, as incubadoras de empresas e parques tecnológicos no Brasil são consideradas um importante instrumento de política de desenvolvimento sustentável e de inovação. Em seu panorama de 2005, documento publicado no seu site ( a ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) confirma que o foco das incubadoras hoje é mais amplo do que simplesmente promover o desenvolvimento tecnológico, sendo seu objetivo principal o estímulo ao empreendedorismo, desenvolvimento tecnológico e o desenvolvimento econômico regional. Segundo o mesmo documento em 2005 existiam 339 incubadoras, com cerca empresas (sendo incubadas, graduadas e 1613 associadas), gerando cerca empregos e um faturamento estimado em 1,5 bilhões de reais. De acordo com o panorama de 2004, a maior parte das empresas que sai da incubadora para o mercado sobrevive (em torno de 20%), e 76% tem um faturamento até 360 mil reais. Porém algumas empresas (6% das graduadas e 1% das incubadas) conseguem crescer rapidamente atingindo um faturamento superior a 3 milhões de reais (as quais são de particular interesse para esta pesquisa), levando em consideração que quase a totalidade partem de um faturamento nulo. Quanto à classificação da incubadora, observa-se que as de base tecnológica ainda são maioria, alcançando 40% do total. No entanto, os demais tipos de incubadoras, classificadas como: cooperativas, cultural, agroindustrial, social etc., estão em forte crescimento.
4 44 Figura 2 - Foco de atuação das incubadoras Fonte : Panorama Anprotec, 2004 No intuito de aumentar as chances de sucesso das empresas graduadas, que já saíram da incubadora e foram para o mercado, uma das estratégias utilizadas é a definição clara de critérios de seleção de empreendimentos. Os critérios mais avaliados são a viabilidade econômica do empreendimento e a capacidade empreendedora da equipe, porém pelo menos metade (51%) das empresas que entram para uma incubadora são avaliadas quanto ao seu potencial de crescimento.
5 45 Figura 3 - Critérios de seleção de empreendimentos Fonte: Panorama Anprotec, 2005 No Panorama de 2005 foi apurado que o faturamento das incubadas girou em torno de R$ 320 milhões e das graduadas de R$ 1,5 bilhão em Vale a pena destacar que há resistência por parte dos empreendedores em informar seu faturamento (apenas 33% responderam) o que pode causar uma certa distorção no número. Quanto à área de atuação das empresas incubadas e graduadas nota-se uma nítida concentração na área de software (25% das incubadas e 35% das graduadas), criando a expectativa de um universo de cerca de empresas para pesquisa, não contando os anos de 2006 e Logicamente desse universo possível serão selecionadas apenas as empresas que se enquadrarem nos padrões de faturamento e crescimento definidas nas delimitações deste estudo.
6 46 Figura 4 - Área de atuação de incubadas e graduadas Fonte: Panorama ANPROTEC, 2004 Com relação aos parques tecnológicos vale destacar a seguinte definição: Um parque tecnológico é uma organização gerida por especialistas, cujo principal objetivo é aumentar o bem estar da comunidade em que se insere, através da promoção da cultura de inovação e da competitividade das empresas e instituições baseadas no conhecimento que lhe estão associadas (IA SP, World-Wide Directory, p. 235, 2005) A implantação de parques tecnológicos no Brasil é relativamente recente, se comparada com outros países como os Estados Unidos. Apesar disso, excelentes resultados têm sido obtidos pelos projetos que já estão em operação. Em 2005 esse número era 45, e para 2006 previu-se mais 42 parques, em projeto, implantação e operação. Como o tempo de planejamento, implantação e os custos iniciais de um parque tecnológico são maiores que aqueles envolvidos na implantação de uma incubadora, a tendência é que o número de parques existentes cresça em um ritmo menor do que aquele vivenciado pelas incubadoras de empresas. A presente pesquisa foca-se apenas nas incubadoras devido ao melhor acesso as informações e também ao fato de que as incubadoras abrigam empresas nascentes.
7 Cenário dos mercados de software e serviços no Brasil O Mercado brasileiro de software e serviços ocupou a 13ª posição no mercado mundial, tendo movimentado em 2006 aproximadamente 9,09 bilhões de dólares, equivalente a 0,97% do PIB no mesmo ano. Figura 5 - Ranking mundial do mercado de software Fonte: ABES/IDC, 2007 Deste total foram movimentados 3,26 bilhões em software, o que representou cerca de 1,3% do mercado mundial e 43% do mercado latino americano. Os 5,83 bilhões restantes foram movimentados em serviços relacionados. Estudos apontaram para um crescimento médio anual superior a 12% até 2010.
8 48 Figura 6 - Mercado brasileiro de software e serviços Fonte: ABES/IDC, 2007 Em 2006, a participação de programas de computador desenvolvidos no país atingiu 32,5% do total do mercado brasileiro de software, confirmando importante tendência de crescimento que vem sendo apontada de 2004, e que poderá atingir 405 milhões até o final da década. Este mercado é alimentado por cerca de empresas, dedicadas ao desenvolvimento, produção e distribuição de software e prestação de serviços relacionados. Das que atuam no desenvolvimento e produção. 62,4% das empresas são classificadas como pequenas e médias empresas (cerca de empresas). Figura 7 - empresas de software por porte Fonte: ABES/IDC, 2007
9 49 Já os consumidores de software e serviços relacionados apresentam uma concentração mais específica, sendo que os setores industrial e financeiro representam 50% do mercado usuário, seguidos por serviços, comércio e governo, agroindústria e outros. Ainda do ponto de vista dos usuários, a perspectiva era que os investimentos em TI no Brasil deverão crescer 15% no ano de Figura 8 - Segmentação do mercado comprador de software Fonte: ABES/IDC, 2007 Quanto às tendências do mercado, as pesquisas mostram que o SOA (Service Oriented Architeture), será consolidado como realidade em curto prazo, acompanhado por investimentos voltados para a segurança da informação, soluções de mobilidade e maior aderência a regulamentações nacionais e internacionais. Em médio prazo, as principais tendências observadas são com relação a sistemas mais flexíveis, modelos de software como serviço e aumento nas exportações brasileiras especialmente para a América Latina.
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