Formação de Preços em Oligopólio: antecedentes teóricos
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1 Formação de Preços em Oligopólio: antecedentes teóricos Oligopoly and Entry-Prevention (J Bain 1947) Barriers to New Competition(J. Bain, 1956) Oligopólio e progresso Técnico(P. Sylos Labini, 1957) New Developments on the Oligopoly Front(F. Modigliani,1964) Leitura no Curso: Koutsoyannis (cap. 13 e 14), por enquanto
2 Barreiras a Entrada //b O conceito de barreiras à entrada foi apresentado pioneiramente por Joe Bain Barreiras colocam uma firma entrante numa situaação tal que, caso ela consiga entrar, ela fica numa posição de desvantagem competitiva em relação as empresas já instaladas, ou empresas incumbentes Stigler oferece uma definição diferente de //b: ela está associada ao custo de produção de a uma firma que quer entrar numa indústria e que não existe para uma firma já instalada na indústria (1968) Barreiras mais importantes: de escala, de diferenciação de produtos e vantagens de custo absolutas
3 Contribuição de Joe Bain Oligopoly and Entry Prevention ( American Economic Review 1947) Barriers to New Competition (J. Bain 1956) Leitura obrigatória:koutsoyannis capítulo13 p.284 e e cap 14 (modelo BSM)
4 Oligopoly and Entry Prevention (J. Bain, AER) Pergunta : Porque empresários oligopolistas fixam preços abaixo dos níveis de monopólio? Por que as empresas mantêm seus preços, por um longo período,no nível de demanda em que a elasticidade está abaixo de 1? Porque a teoria não trata adequadamente a questão da ameaça de entrada potencial sobre a formação de preços em oligopólio, 2º Joe Bain.Será que a simples ameaça à entrada de competidores pode disciplinar a competição? Resposta: o preço não é fixado no nível que maximiza lucros em monopólio( onde MR=MC e lucros de curto prazo são maximizados) por causa da ameaça à entrada.
5 Barriers to New Competition (J. Bain 1956) Nova Pergunta: Porque os preços dos oligopolistas são determinado acima do nível de preços competitivo de longo prazo (onde Pc=LAC)? Por que os oligopolistas (ou um monopolista, querem impedir a entrada de novos competidores Um preço-limite(ou preço que impede a entrada) é indiretamente determinado acima do nível competitivo (P=LAC)por causa das barreiras Trata-se de conduta estratégica das empresas (com vistas à maximização conjunta de lucros no longo prazo)
6 Definições Preços-limite são os maiores preços que as firmas podem estabelecer sem atrair a entrada de novos concorrentes A política ou estratégia de preços-limite assegura lucros máximos ( diferentes de lucros de monopólio) para as empresas assegurando relativa estabilidade da estrutura de mercado (regra de preços)
7 O que caracteriza entrada Estabelecimento de uma nova firma, na realidade, de uma nova entidade legal, que constrói nova capacidade produtiva, e que, até a sua entrada, não era usada para a produzir O que é excluído desta definição 1) take-overs que constituem mudança de propriedade; 2) expansão de uma firma já estabelecida; 3) entrada cruzada (empresa que vêm de outra industria que têm a mesma base tecnológica, e que adicionam um novo produto à sua própria linha de produtos)
8 Definições de Entrada Para estruturalistas da linha BSM, a Entrada é formalmente caracterizada por um investimento novo feito por uma nova firma,que instala nova capacidade produtiva e jurídico Neste sentido, ampliação de capacidade de empresas já existentes e aquisições (ou fusões) de empresas já existentes não caracterizariam entrada para este autor Geroski et al. observam que definição de entrada de Bain exclui algumas possibilidade importantes: lembram que o desafiante pode ser uma firma já estabelecida em outra indústria que decida usar seus ativos para contornar o que poderia ser, de fato, uma barreiras para entrar(o que Bain chama de entrada cruzada) MgDF- IE/UFRJ
9 Condições de Entrada Bain introduz o conceito de condições de entrada que pode ser definido como E = PL Pc Pc PL é o preço limite Pc é o preço competitivo E= prêmio em preços E representa a margem pela qual as firmas instaladas (fi) podem elevar seus preços acima do nível de preços competitivo, de forma persistente sem atrair a entrada garante prêmio que as firmas recebem por conseguir fixar seus preços acima dos níveis competitivos de forma persistente
10 Há dois tipos de competição a serem levadas em conta quando se estuda o oligopólio: 1) Competição atual existente ou momentânea: aquela que regula os negócios e transações das firmas em mercados oligopolizados 2) Competição potencial: aquela que regula a competição entre firmas já instaladas no mercado (Fi) e entrantes (Fe)
11 Gerosky, Gilbert e Jaquemin (2007) reafirmam que a simples ameaça de entrada em novos mercados ou indústrias exerce a função de disciplinar a competição Ou seja, a simples ameaça de entrada disciplina a conduta competitiva das empresas instaladas, mesmo antes delas entrarem nos mercados Mas se a entrada de novos concorrentes efetivamente acontecer, pode mudar a estrutura de mercado A entrada pode afetar os padrões competitivos, quando ocorre, destronando as empresas dominantes, e permite introduzir novas tecnologias e novos produtos e, muitas vezes, leva a preços mais competitivos enseja mudança estrutural e nas condutas Mas a reação antecipada à entrada também pode afetar a estrutura de mercado
12 Discussão sobre Condições de Entrada em Micro Não é novidade, do ponto de vista conceitual Diferença entre Modelos (Micro x EI) Competição Pura ou Perfeita assume que a entrada de firmas novas na indústria é livre e facilitada no LONGO PRAZO Admite, também, que não podem existir restrições de ordem legal (cartéis institucionais, ou mercados protegidos por políticas industrias, tarifárias ou não-tarifárias) Nos modelos de competição perfeita há muitas empresas ( não há concentração significativa e não há assimetrias de tamanho) A informação difunde-se amplamente (não há custos de transação ou custo de busca no mercado)
13 Discussão sobre Condições de Entrada em Micro P: Quais são as consequência a L.P. da entrada de novas firmas do mercado? Qual é o equilíbrio resultante? Em Competição Pura ou Perfeita LAC = LMC = P (custos estão em seu ponto mínimo) Em Competição Monopolística ou Imperfeita P = LAC e P > LMC ( os custos de L.P. não estão em seu ponto mínimo porque algum excesso de capacidade é a contrapartida necessária à inclinação negativa da curva de demanda)
14 Entrada em outros modelos de oligopólio Modelos de Cournot, Bertrand não têm entrada, são fechados, e suas premissas são até certo ponto ingênuas em relação à formulação de hipóteses de comportamento dos agentes Cartéis são instáveis, assim acontece a entrada de novos competidores Outros modelos de colusão também não estão supondo entrada
15 Modelos de Oligopólio com Barreiras, segundo J.Bain Permitem analisar a competição quando existe ameaça à entrada de novos concorrentes e verificar em que nível os preços são fixados A competição potencial exerce uma ação disciplinadora sobre a competição real Vantagem deste modelos: permitem avaliar qual é o nível de preços que podem ser sustentados pelo maior tempo possível sem atrair novos competidores e sem prejudicar a competição atual usam regras de markup ou (formação de preços através do custo direto ou total) Desvantagem: seus modelos não permitem determinar automaticamente os preços, como no caso da competição perfeita (modelo paramétrico de formação de preços)
16 Condição Necessária: No caso de as barreiras serem de escala, a firma ingressante deve ter expectativas de obter plenamente as economias de escala que as firmas já instaladas têm, ou não entrarão no mercado (seriam irracionais se o fizessem) Significa que têm que produzir no trecho em que curva LAC é horizontal ( e custos não subirão) (Observação: aprendemos que a eficiência na produção agora está associada a um trecho da curva, não a um ponto)
17 Barreiras à Mobilidade do Capital A definição de BM de Caves e Porter (77) o desempenho econômico ( do modelo E-C-D) depende das limitações ao movimento de recursos para entrar, sair e manter-se na indústria Os autores do mainstream da EI associavam barreiras ao impedimento à entrada de novo capital numa indústria. Caves e Porter ampliam o argumento para barreiras à saída ; a ênfase é mais ampla abarcando mobilidade de recursos MgDF- IE/UFRJ
18 Há barreiras à mobilidade entre grupos (dentro de uma mesma indústria) Para Caves e Porter barreiras não pode se restringir apenas à entrada em uma indústria as industrias se dividem em grupos ou segmentos (sub-populações de empresas) dentro dos quais a interdependência é ainda maior É mais realista imaginar que entrantes vão querer ter acesso a grupos ou segmentos da indústria (mercados relevantes) Além disso, pode ser mais fácil para uma empresa especializada entrar num segmento industrial com menores barreiras ( dentro de um grupo) e dali se movimentar para outros grupos com barreiras mais efetivas
19 Tipos de Barreiras Economias de Escala são as mais importantes (são usadas como referência no estudo de preços-limite nos modelos O-C-D de J.Bain e P.S. Labini e Modigliani) Diferenciação de produtos Vantagens Absolutas de Custo Economias de Escala
20 Vantagens Absolutas de Custo (representam vantagens competitivas para os que as possuem) Ocorrem quando firma estabelecida apresenta custos mais baixos do que aqueles que seriam incorridos pelos competidores potenciais. Origem destes custos Integração Vertical (IV) dá acesso privilegiado á fontes de matéria-prima, economizando custos de transporte e de logística ou distribuição dos produtos IV para Frente: ajudam firmas já existentes a controlar a comercialização do produto no varejo IV para Trás: assegurar fontes de abastecimento para firmas de MP e insumos de qualidade
21 Tecnologia superior, seja por patentes ou know-how Rede de fornecedores/revendedores para desenvolver relações de conhecimento e confiança ( permite melhores condições de negociação) Habilidades gerenciais dificuldade de recrutar pessoal já treinado e experiente a não ser oferecendo salários mais elevados Menor custo de fornecimento de M-P devido a acordos com fornecedores ou por causa do tamanho das compras por parte de grandes empresas (bulk-buying policies ) Menor custo de capital para firmas já estabelecida nova empresa tem que pagar maiores taxas de juros do que firmas instaladas (por ex: têm acesso a mercado de capital em termos mais favoráveis)
22 Discussão das Hipótese Comportamentais nos Modelos de Oligopólio com Barreiras Como se incorpora a dimensão da interação estratégica da competição nos modelos de oligopólio com barreiras?qual é a relação entre estrutura e conduta/estratégia?
23 Hipóteses de Comportamento Bain descreve 6 tipos de comportamentos, analisando as hipóteses mais prováveis: A. Hipótese de acomodação aos novos entrantes (chamamos de modelo A de Bain ) B. Hipótese de reação agressiva à entrada (modelo B de Bain) será o modelo de Labini, depois reformulado por Modigliani Diz também que pode haver uma combinação dos dois comportamentos (modelo C)
24 Outras Hipótes (menos prováveis) D) Firmas entrantes Fesperam que as firmas instaladas I aumentem as quantidades produzidas após a entrada Observação: de retaliação absoluta E) Firmas entrantes esperam que as incumbentes I reduzam as quantidades produzidas após a entrada Observação: de acomodação total F) As empresas entrantes F esperam passar despercebidas, eventualmente por serem muito pequenas, o que não acarretaria mudanças na estrutura de mercado
25 Premissas do Modelo de Bain 1) Há um tamanho mínimo eficiente a partir do qual todas as economias de escala são realizadas ( x ); quem opera abaixo da escala mínima não disfruta das EE plenas 2) LAC, custo médio de longo prazo, tem a forma de L (custos permanecem constantes a partir do ponto de escala mínima) 3) Estrutura de custos é a mesma para todas as empresas, F e I Neste caso, há vantagem para firma I, pois elas já desfrutam plenamente de economias de escala enquanto as entrantes provavelmente se estabelecerão em níveis sub-ótimos de produção,abaixo da escala mínima eficiente (dadas premissas obs: é necessário assumir que entrantes esperam obter plenamente as EE ou não entrariam num novo mercado não seria racional para uma nova firma entrar numa indústria ou mercado onde operariam abaixo do nível de eficiência num nível sub-ótimo de escala
26 4) O segmento horizontal de LAC determina o preço competitivo Pc ( = LAC) e o nível de produto correspondente, Xc, ambos associados pela curva de demanda da indústria DD 5) A curva DD é conhecida por todos os concorrentes (atuais e potenciais) significa que há informação completa quanto às condições de demanda ( e reações dos consumidores) 6) Inicialmente, não há diferenciação de produtos (produto é homogêneo), assim o preço é o mesmo para todos os competidores (atuais e potencias); posteriormente estuda barreiras de diferenciação se houver barreira de diferenciação de produtos, estas se superpõem às barreiras de economia de escala (aumentarão ainda mais a margem de lucro das empresas ao final do período de ajuste)
27 7) Todas as firmas têm igual market-share o autor usa a curva do market-share (de Chamberlin) ou curva de demanda efetiva, ou curva de vendas reais A participação de cada firma (d) é uma proporção constante da demanda do mercado, para todos os níveis de preços A curva de demanda mostra a participação no mercado (share-of-the-market-curve) para cada firma individuais Por suposição do autor, ela tem a mesma elasticidadepreço da curva de demanda no mercado (demonstração)
28 Modelo A: preço constante no nível pré-entrada ENTRADA COM FIRMAS INSTALADAS ACOMODANDO AS FIRMAS QUE CONSEGUEM ENTRAR NO MERCADO Hipótese de comportamento dos agentes: Firmas entrantes f esperam que empresas instaladas I mantenham o preço após a entrada a este preço, F vão obter o share de mercado que conseguirem Isso implica em que, dada a curva de demanda, as I vão acomodar as F e a sua própria participação no mercado irá diminuir pelo exato montante que a firma entrante conseguir vender ( F ingressa no mercado num nível sub-ótimo, abaixo de x )
29 As empresas instaladas I podem tentar prevenir a entrada fixando PL = Pc (1+ E) na suposição que as entrantes F não serão atraídas se perceberem que terão que operar a um nível sub-ótimo
30 Estudo do Preço Limite e do Prêmio E (supondo que exista uma propensão à acomodação das empresas entrantes por parte das empresas já instaladas)
31 Resumo do Modelo Se a participação de mercado ( share de mercado dado d ) da firma entrante num mercado não garante o aproveitamento pleno das economias de escala (operando a um nível subótimo de escala,abaixo de x) A existência de barreiras de EE garantem que empresas incumbentes I possam fixar um nível de preços PL acima do nível Pc que, por sua vez, indica a existência de um prêmio E positivo, acima de Pc (= LAC) Neste caso a dimensão da margem de preços sobre os custos ( ou prêmio) dependerá: do share inicial, dado d, da entrante em relação a x da elasticidade preço da demanda da inclinação de LAC do povoamento do mercado antes da entrada (N)
32 Relação entre PL (e Pc) e as variáveis (dada a hipóteses de que haverá relativa acomodação das entrantes) A elasticidade preço é + relacionada com PL O número de firmas N é + relacionado com PL A inclinação de LAC é + relacionada com P Share da empresa entrante, dada escala mínima eficiente, é negativamente relacionado com PL
33 Modelo B ( sinalização agressiva sobre entrada) Baseia-se na segunda hipótese comportamental ( de BAIN) e é adotada por Sylos Labini e Modigliani (Modelo BSM) bem mais realista A empresas instaladas sinalizam comportamento agressivo para as candidatas a entrar no mercado esta sinalização indica que as empresas instaladas vão manter a sua produção no nível pré-entrada, deixando, conseqüentemente, o preço cair exatamente na proporção do nível de produto adicionado pela firma entrante
34 O preço-limite PL e o prêmio E serão maiores: Quanto maior for a escala mínima x Menor for a elasticidade da demanda Menor for a dimensão do mercado competitivo determinado em Xc (ao preço Pc) em DD
35 Modelo de Labini para Oligopólio Homogêneo: suposições Demanda da Indústria é dada e produto homogêneo é vendido ao mesmo preço; Demanda de mercado/indústria é dada e e=1 A tecnologia é dada para 3 tamanhos de plantas industriais: pequena, média e grande (no exemplo com 100, 1000 e 8000 unidades de produto) Isso significa que a expansão de cada firma é feita apenas através de múltiplos do seu tamanho inicial Custos Unitários AC planta tamanho pequena AC planto de tamanho médio x AC planta tamanho grande
36 Premissas do Modelo Labini Há uma taxa normal ou convencional de lucro para cada indústria (no exemplo do livro, é de 5%) Há liderança de preços preço é fixado pela maior e mais eficiente firma - e o líder conhece a estrutura de custos dos demais produtores, a demanda de mercado e a taxa de lucros Hipótese: firmas instaladas (fi) e entrantes(fe) atuam de acordo com o Postulado de Sylos que inclui 2 regras de comportamento: - Firmas instaladas (fi) esperam barrar entrada sinalizando que preços pósentrada poderão cairão abaixo do LAC após entrada - Firmas entrantes(fe) esperam que as instaladas (FI) continuem a produzir a mesma quantidade (deixando preço cair com a adição da oferta na indústria)
37 Postulado de Sylos - Firmas instaladas (fi) esperam barrar entrada de novos competidores sinalizando que preços pós-entrada poderão cairão abaixo do LAC após entrada, se elas mantiverem o atual nível de produção - Eventualmente, se a entrada ocorre, os preços caem e todo o aumento da quantidade demandada correspondente vai pertencer ao novo entrante - Atenção: empresas usam regra do custo total + liderança de preços ( o líder de preços é a empresa mais eficiente para ela não há assimetria informacional)
38 O preço que previne a entrada é fixado pela firma-líder e deve ser um preço de equilíbrio, no sentido de ser aceito pelas demais firmas da indústria (há preços mínimos correspondentes a cada tamanho). Para cada tamanho de planta o preço mínimo aceitável é Pi = TACi (1+ r) Pi é preço mínimo aceitável para o i-ésimo tamanho de planta TACi é custo médio total para o i-ésimo tamanho de planta r é taxa normal de lucro para a indústria Para ser aceito pelos demais competidores, o preço deve cobrir TAC da planta e garantir a taxa de lucro da indústria a empresa líder fixa o preço imediatamente abaixo do preçolimite da firma candidata, normalmente menos eficiente e com maiores custos
39 P,C D PL Ps Pm TAC planta pequena escala TAC planta média escala Pt TAC planta de maior escala Xs Xs Xs XL X X região de entrada livre região de entrada impedida
40 De acordo com o Postulado de Sylos-Labini Todas as firmas que já operam na indústria ganham lucros extraordinários Este lucro é maior quanto maior é a escala da firma (barreira é a economia de escala) Há um limite superior e inferior ao nível de preços que impede a entrada (assim o preço de equilíbrio não pode ser maior do que PL nem menor do que Ps)
41 Modelo BSM por Modigliani
42 Modelo de Franco Modigliani Relaxa os pressupostos mais restritivos mas mantém as hipóteses comportamentais do Postulado de Paolo Sylos-Labini Suposições Iniciais
43 Modelo de Modigliani (primissas) 1. A tecnologia é a mesma para toda a indústria e há Barreiras de Escala (EE) 2.Há um tamanho mínimo, x, a partir do qual todas EE são repetidas; uma vez atingido este nível, a LAC torna-se uma linha reta 3.A entrada de uma nova firma ocorre ao nível mínimo x; a entrada ao nível de produção sub-ótimo é evitada e implicaria em comportamento irracional do entrante; 4. entrada ocorre com novas firmas que adicionam capacidade produtiva (exatamente igual a x ) 5. Produto homogêneo - não há diferenciação- e curva de demanda DD é plenamente conhecida (não há assimetrias de informações relativas ao mercado)
44 6. O ponto de intersecção da curva de demanda DD com a linha que projeta do nível horizontal de LAC determina o X e P (preço pré-entrada e quantidades pré-entrada) são quantidades e preços que prevaleceriam se o mercado fosse competitivo no longo prazo C LAC P P D x Usando notações da autora P = Pc e X =Xc X
45 7.O preço, no nível de prevenção à entrada, é determinado pela maior e mais eficiente firma da indústria, modelo de liderança de preços 8. As firmas adotam o Postulado de Sylos: I esperam que as F não se atrevam a entrar no mercado com uma planta de dimensões menores do que aquelas que garantem a escala minimamente eficiente x (nível de produção eficiente); Se houver entrada, o preço deverá cair abaixo do nível que cobre os custos médios de longo prazo, LAC, dos entrantes F espera que as I não altere as quantidades produzidas, após a entrada I esperam que F não entre no mercado para operar uma planta produtiva num nível sub-ótimo de escala ( em que não será eficiente)
46 O que determina o PL, preço que impede a entrada? Tamanho absoluto de mercado XC Elasticidade-preço da demanda (e) Escala mínima ótima x Preços dos fatores de produção que, junto com a tecnologia, determinam LAC ( e PC) obs: estes preços são dados
47 formalmente PL = Pc 1 + x de PL= Pc(1+E) Xc. e
48 PL, preço limite, será maior: (a) quanto maior for a escala mínimamente eficiente da planta produtiva, que determina o tamanho minimamente eficiente para uma empresa entrara no mercado (x) (b) quanto menos elastica for a demanda da indústria ou mercado quanto maior for o tamanho absoluto competitivo do mercado Xc (ao preço Pc)
49 Para x2 > x1 PL2 > PL1 PL2 PL1 (a) D PL = f ( x ) Preços limite e Escala mínima eficiente Pc LAC x2 x2 x1 x1 Se PL = f ( x ), dados Xc e e XL2 XL1 Xc
50 Como mudança nos custos afeta a formação de preços? Pela regra de markup Se os custos aumentam, todas as firmas da indústria serão afetadas, deslocando a curva LAC de maneira uniforme o que leva aumento do preço-limite PL Mas como os novos custos serão repassados aos preços? Pelas regras do custo direto pela qual se acrescenta ao custo um markup percentual que determinam o ambiente Justificativa: numa situação de oligopólio, em que o equilíbrio interno é instável e há interdependência entre empresas,h há mais a ganhar se decisões de preços forem tomadas com base em regras como as de markup (ou custo total) Estas regras minimizam o risco de que uma atitude pacífica seja compreendida como retaliatória ou predatória (Modiglini, JPE, 1958 p 226 citando Schelling,1957 e Henderson, 1957)
51 Discussão sobre a rationale ou Lógica do comportamento dos oligopolistas, segundo os autores
52 Extensões ao modelo BSM Modelo Bhagwati J. N. Bhagwati em Oligopoly Theory, Entry Prevention and Growth, Oxford Economic Paper (1970)
53 Bhagwati incorpora novos determinantes ao PL: 1) Reintroduz o número de firmas N e avalia o impacto da expansão da demanda (efeito dinâmico da expansão da demanda) 2) Introduz uma nova variável de demanda que mede o descontentamento dos consumidores em relação aos produtos das firmas instaladas cujos preços descobrem ser maiores, no pós-entrada Este efeito-descontentamento é uma elasticidade positiva e soma-se à elasticidade da demanda e Preços caem com a entrada de novos ofertantes na indústria e, à medida que isso acontece,parte dos consumidores (desagradados com antigos preços) passam a comprar produtos dos novos ofertantes parte dos consumidores permanece cativa aos antigos ofertantes (marcas, propaganda e política de venda)
54 Determinaçao de preços limite em mercados em expansão No que diz respeito ao número de firmas,n, autor assume que à medida que empresas entram no mercado, e o preço cai, alguns dos compradores vão adquirir produtos das firmas estabelecidas e outros vão comprar das empresas novas Por simplicidade, autor assume que o incremento na produção da indústria é dividido igualmente entre a firma entrante e firmas estabelecidas ΔX = x ΔX = x (N+1) N+1
55 O efeito descontentamento pode ser analisado, como uma elasticidade positiva, e*, que mede a proporção decrescente das vendas efetuadas por empresas instaladas à medida que o preço cai com a entrada e que, em conseqüência, consumidores insatisfeitos passam a adquirir produtos dos entrantes A elasticidade relevante (e+e ) para a determinação dos preços limite passa a ser: e +e* ( N+1) = ΔX : ΔP onde X ΔX = x ( N+1 ) e P ΔP = PL - Pc X Xc P Pc Atenção: na vizinhança competitiva
56 Substituindo e resolvendo para PL PL = Pc 1 + x. ( N + 1 ) Xc. e +e* ( N + 1) I Quais elementos que determinam PL? x (escala mínima), Xc, elasticidade e, elasticidade do efeito descontentamento e*, N
57 ou PL = Pc. 1 + x Xc. e + e* II N + 1
58 Do que depende o PL? O PL varia diretamente com tamanho mínimo de escala x e com o número de empresas N O PL varia inversamente com o tamanho total do mercado Xc, com elasticidade preço da demanda e, com a elasticidade positiva e*
59 Extensão dinâmica ao Modelo Bhagwati Se a demanda aumenta por um montante λ, dos quais k% pertence ao novo entrante, a equação é modificada p/ incluir as mudanças dinâmicas na demanda Termo dinâmico da equação PL = Pc 1 + x kλ Xc. e + e* N+1 Kλ = % do crescimento da demanda que pertence ao entrante quando a demanda cresce Xc demanda agregada, ao preço competitivo, após expansão III
60 Se a demanda aumenta, e parte deste aumento pertence ao novo entrante, o preço limite é: PL = Pc 1 + X k λ Xc. e + e* N+1 Xc demanda agregada ao Pc após o crescimento do mercado
61 Se o crescimento do mercado é expressivo,o uso da política de preços-limite como prevenção à entrada, mesmo com barreiras de escala à entrada, pode falhar se k λ > x as I não podem confiar apenas no preço como estratégia de para impedir entrada Em mercados em expansão, empresas instaladas têm que usar estratégias que lhes garantam a máxima participação possível na expansão e, ao mesmo tempo tentar impedir o ingresso de novos competidores
62 No caso das estratégias de preços se tornarem desestabilizadoras, firmasusarão estatégias non-price Manutenção intencional e contínua de capacidade ociosa reservada( para acompanhar o ritmo de expansão da demanda) esta é uma estratégia custosa e não-lucrativa por algum tempo além disso, requer boa capacidade de antecipação empresarial Em mercados dinâmicos (crescimento da demanda, mudança tecnológica) as I têm que os vários fatores que determinam a sua participação (extra)lucrativa no mercado (ambiente de mercado) e tentar influenciar aqueles sob os quais têm algum controle
63 Modelo de Preços Limites Dinâmicos (modelo de estratégias mistas) BSM postulam que o preço-limite será maior devido à existência barreiras à entrada garante que as firmas instaladas I possam obter lucros extraordinários no longo prazo, ao mesmo tempo que impede a entrada de novos competidores No entanto, as empresas podem adotar estratégias mistas através da fixação temporária de um preço de monopólio Pm, e reduzi-lo, num segundo período, ao nível do preço que impede entrada de novos concorrentes (introduzir variável tempo) há situações em que conseguem contralar a entrada e outras em que não conseguem
64 Modelo Pashigian (Pash) de estratégias mistas Explora estratégias mistas definindo os períodos de tempo ( OT, TT ) nos quais a firma I muda a estratégia de fixar preço de monopólio para a estratégia de fixar preços limites dependendo da taxa de retorno oferecida para cada uma das alternativas Suposição do modelo Pash: 2 empresas ( uma I e uma E) ; o entrante deve ser uma pequena firma que será dominada pelas já estabelecidas
65 No modelo Pash assume-se inicialmente que há apenas uma firma no mercado (há um monopólio) A firma vai decidir se, e por quanto tempo, vale a pena fixar o Pm que maximiza seus lucros de curto prazo No entanto, fixando Pm, novos concorrentes serão atraídos ao mercado A questão crucial é decidir por quanto tempo ( período) o preço Pm > PL enquanto novas empresas entram no mercado atraídas pelo alto lucro
66 Alternativas No período T, a firma pode estabelecer um preço de monopólio Pm e deixar a entrada acontecer livremente Os entrantes vão aderir ao preço existente no mercado (seguem a firma dominante) neste caso, o preço de equilíbrio temporário será Pm e a quantidades ofertada Xm (ver grafico, para OT inicial) Mas esta quantidade vai ser produzida por um número cada vez maior de firmas, esmagando aos poucos a margem de lucro da empresa monopolista
67 Após o período OT inicial o ex-monopolista tem 2 opções de políticas de preços: 1.Fixar PL e auferir o excesso de lucros ( de oligopólio) que essa política de preços propicia, ou 2. Continuar, durante mais um período (TT ) a fixar os preços de monopólio,pm, permitindo novos entrantes, até que preço caia ao nível competitivo PC onde obterá apenas o lucro normal ( aponta o limite da entrada) A escola entre uma ou outra estratégia baseia-se na comparação entre os lucros proporcionados por ambas as alternativas (aplica uma taxa de desconto
68 Fluxo de lucros (discounted flow of profits) Comparação entra a Área de Lucro depois do Período T B G Opção 2: mostra a área de lucros, ( CLDK ), após T, se o ex-monopolista fixou o PL F C O T Tempo Opção 1: mostra área de lucos (BGCF) que serão perdidos se o ex-monopolista escolhe fixar PL em TT Se BGCF > CLDK será usada política PM L K D
69 O ex-monopolista compara as duas políticas ou estratégias de preços, a que proporciona lucros de monopólio, cada vez menores, à medida que a entrada ocorre ou a que proporciona lucros de oligopólio,com PL< Pm (CLDK) Ao escolher a política de preços-limite, no segundo período, por exemplo, ele poderá perder a área (BGCF)
70 A análise temporal tem a vantagem de tratar explicitamente e, ao mesmo tempo, justificar a política de prevenção de entrada em relação à máxima lucratividade (medida através de discounted flow of profits, pelo autor) No entanto, como todo modelo, ele também se baseia em suposições restritivas ou questionáveis : por exemplo, a de que o entrante será uma pequena firma que aceitará ser liderada pela monopolista
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