O Alho no Brasil Um Pouco da História dos Números do Nobre Roxo
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1 O Alho no Brasil Um Pouco da História dos Números do Nobre Roxo Marco Antônio Lucini Engenheiro Agrônomo Curitibanos, julho de 28.
2 O Alho no Brasil Um Pouco da História dos Números do Nobre Roxo 1. Histórico Marco Antônio Lucini 1 A produção de alhos nobres no Brasil começou no final da década de 7, através do Sr. Takashi Chonan, incentivado pelo Eng Agr Sérgio Mário Regina na época no Ministério da Agricultura. A seleção da variedade de alho nobre roxo, que leva o seu nome, foi realizada na localidade do Núcleo Tritícola, então município de Curitibanos, hoje Frei Rogério SC. Takashi Chonan, pioneiro no cultivo de alho nobre roxo no Brasil. 2. Produção nacional e abastecimento de alho Nas décadas de 6 e 7 a produção brasileira de alhos era localizada principalmente nos estados de Minas Gerais e Goiás. Ali se cultivavam alhos comuns, brancos, de baixo valor comercial. O crescimento da produção de alhos nobres e roxos no Brasil foi incrementado na década de 8. Com toda essa produção foi possível abastecer 9% do consumo nacional na safra 1988/89. O Brasil cultivou alho na faixa dos 18 mil hectares, no final dos anos 8 e no início da década de 9, reduzindo em muito a produção no final dessa mesma 1 Engenheiro Agrônomo, Epagri, Curitibanos. marcolucini@gmail.com.br. 2
3 década, como pode ser visto no gráfico abaixo. As áreas de plantio voltaram a crescer no início dos anos dois mil e recuaram novamente em 24, estabilizando-se até 28 quando novamente houve uma redução na área. A área de plantio de alho no Brasil em 28 é a menor dos últimos 2 anos. Hoje a participação do alho nacional no abastecimento está ao redor dos 3%, com uma área total de plantio de 9,6 mil sendo 8 mil hectares com alho nobre roxo, como pode ser visto no gráfico abaixo. Produção de Alho no Brasil Hectares Área - ha Produção - t Toneladas Ano Fonte: LSPA Ibge A oferta atual de alho no país é com 65% de semente chinesa, quer produzida na China quer produzida na Argentina e 35% com alho nobre roxo, produzido no Brasil e Argentina. Por definição o alho nobre é aquele bulbo que possui menos de 2 bulbilhos por cabeça e é roxo por possuir os dentes dos bulbos dessa cor. Os alhos importados da Argentina, China e Espanha se enquadram dentro dessa classificação de alho nobre roxo. Ao longo dos anos a Anapa e suas associadas estaduais, juntamente com os órgãos de extensão rural dos estados (Emater s, Epagri) acompanha a evolução do plantio dos alhos nobres roxos. Os alhos considerados comuns, de acordo com a normativa 242, possuem mais de 2 bulbilhos por bulbo e são destinados basicamente aos mercados regionais, sendo comercializados em réstia e a granel em sacos. 3
4 Produção Brasileira de Alhos Nobres Roxos Produção de Alho Nobre no Brasil ha t ( 1 ) hactares 14 toneladas anos Fonte: Anapa, Acapa, Agopa, Agapa, Apamig, Emater s, Epagri O gráfico abaixo mostra a participação do alho nacional no abastecimento do país, com médias mensais durante os anos de 1997 a 28. Percebe-se a diminuição ao longo dos anos da oferta do alho nacional no abastecimento do mercado. Importado Abastecimento de Alho no Brasil Médias anuais/mensais: importado e nacional 1 cx Nacional Importado anos Fonte: Aliceweb 4
5 O consumo per cápita no Brasil aumentou significativamente, passando de,49 Kg/habitante/ano no ano de 1961 para mais de um quilo em 27. Nos últimos anos esse aumento foi ao redor de 4% ao ano, conforme pode ser visto no gráfico abaixo. 14 ALHO Evolução do consumo per capita (gramas por habitante /ano) Fonte: Conab Com a adoção do livre comércio, do Mercosul, no início do governo Collor, a partir da safra 199/91 aumentaram significativamente as importações de alho, especialmente da Argentina, num primeiro momento e após também pelo chinês, como pode ser visto no gráfico abaixo. 16. t Alho - Importações - Série histórica Fonte: Aliceweb 5
6 3. O Alho Nobre Roxo em Santa Catarina Santa Catarina foi o berço do alho nobre roxo no Brasil. Foi em Curitibanos que o plantio comercial dessa hortaliça iniciou-se no ano de Sem conhecimento tecnológico as primeiras produtividades de alho nobre roxo no estado foram ao redor dos 3 mil quilos. Aos poucos, Curitibanos tornou-se centro de geração e difusão da tecnologia de produção de alho. Chegamos já no final dos anos 8 com seis mil quilos por hectare e em 26 com média de Kg/ha, com um incremento de 52% no período de 1989 a 26. Hoje muitas lavouras conseguem produtividades de 15. Kg. Isso representa 5 vezes mais que no ano de 198. Os produtores rurais da região de Curitibanos e os técnicos ligados a cultura da região, ao longo desses anos todos desenvolveram uma tecnologia que serviu de modelo para as demais regiões do país. No início do cultivo de alho, atuavam em Curitibanos 3 cooperativas de produtores (Cooperalho, Cotia e SulBrasil). Além das cooperativas, várias empresas de planejamento, assistencia técnica e pesquisa trabalhavam na região, entre elas a Acaresc e após a Epagri. O gráfico abaixo mostra a ascensão e a permanência de 1986 a 1996 do plantio na faixa dos 4 mil hectares. Em seguida ocorreu uma redução nas áreas de plantio e produção do estado em função do volume ofertado de alhos, em especial os importados. O excesso de oferta num determinado ano, faz com que o preço caia e a área de plantio no ano subseqüente também. Essa tendência tem se mostrado nos últimos 3 anos em Santa Catarina e no Brasil. Por outro lado, um bom ano estimula o produtor a aumentar a área de cultivo dessa hortaliça. Produção de alho em Santa Catarina 6 hectares Area ha Produção (t) toneladas / / / / / / / / / /9 199/ / / / / / / / / / 2/1 21/2 22/3 23/4 24/5 25/6 26/7 27/8 28/9 Fonte: LSPA Ibge 6
7 4. Evolução da Produtividade do Alho Nobre Brasileiro Para tentar competir com os alhos importados, no período de 1994 a 24, os produtores do Cerrado do Brasil conseguiram adaptar uma tecnologia e elevar as suas produtividades de 1 a 12 mil quilos por hectare para 15/18 toneladas, como pode ser visto no gráfico seguinte. Hoje o Brasil já produz, em muitas lavouras 2 toneladas de alho nobre roxo vernalizado. Por outro lado os alhicultores do sul passaram de 3 mil quilos por hectare em 198 para 12 mil quilos no final dos anos 9. A partir de então não estão conseguindo aumentar a produtividade e por isso têm diminuído suas áreas de plantio todo ano já que estão perdendo a competitividade. Os produtores do sul, além de brigarem com o clima adverso, com a legislação trabalhista ultrapassada, sofrem com a concorrência do alho Argentino que é mais competitivo atualmente. Evolução da Produtividade Média de Alho Nobre no Brasil 16 Kg/ha Fonte: Anapa, Agapa, Acapa, Agopa, Apamig, Emater s, Epagri 5. Alho Vernalizado Para ser possível colher o alho nobre roxo na região do Cerrado do Brasil, é necessário que o mesmo passe pela câmara fria, para vernalizar a semente antes do plantio. Assim o alho cria a habilidade de produzir nessa região quente. A produção de alho nobre roxo vernalizado no Brasil cresceu muito. Passou de 6 hectares em 1994 para se estabilizar ao redor dos 5 mil hectares na década de 2. O gráfico abaixo mostra essa evolução da produção de alho nobre roxo 7
8 vernalizado. Adaptando e melhorando a tecnologia desenvolvida pelos produtores e técnicos do sul do Brasil, os alhicultores do cerrado hoje são considerados os melhores do mundo em alho nobre roxo. Área de Plantio de Alho no Cerrado Hectares Fonte: Anapa, Agopa, Apamig. 6. Da importação do Alho Chinês e do Dumping Em meados dos anos 7 o Brasil já havia importado alhos da China, porém de baixa qualidade. Em 1993, os produtores nacionais foram tomados de surpresa quando se iniciaram novas importações de alhos da China de excelente qualidade. O que se presenciou nos primeiros anos após o início dessas importações, foi uma quebradeira generalizada dos produtores e o quase desaparecimento da produção de alhos comuns e brancos do sudeste e centro-oeste. As importações de alhos chineses que em 1992 eram inexistentes e cresceram de 1,28 milhões de caixas em 1993 para 5,7 milhões em 27. Apenas no primeiro semestre de 28 foram importadas 4,4 milhões de caixas de 1 Kg. Em 1995 a Associação Goiana de Produtores de Alhos entrou com um pedido de investigação de dumping nas importações de alhos chineses. O processo foi conduzido pelo DECOM. Na época não se acreditava na adoção de medida de tal natureza. Todos os dados da produção nacional para o processo foram elaborados EPAGRI de Curitibanos, Santa Catarina. Logo foi apurada a existência de dumping e aplicada a cobrança de uma taxa de 4. dólares por caixa de 1 quilos sobre as importações de alhos provenientes da China. A partir de 1996, as importações de alhos chineses começaram a diminuir, gradativamente, chegando em 21, a uma quantidade máxima de 13 mil toneladas, o equivalente ao consumo brasileiro de um mês da época. Seu término foi em 1 de janeiro de 21. 8
9 Gráfico das Importações de Alhos da China (Em 1. cx/1 Kg) Fonte: Aliceweb Conforme previa a lei que tratava de dumping, seis meses antes do seu vencimento, a associação nacional dos produtores de alhos protocolou seu pedido de revisão com fins de renovação. Ao contrário do ocorrido em 1996, quando o direito antidumping, o governo chinês e importante parcela dos importadores mobilizaramse, contratando empresa especializada na área de comércio exterior, com o objetivo de não permitir a renovação do referido direito.. Apesar de todos os esforços em contrário, a ANAPA e a EPAGRI-Curitibanos, órgão de extensão e pesquisa de Santa Catarina responsável pela condução técnica do processo, conseguiram novamente justificar a renovação desse direito antidumping e aumentá-lo para 4.8 dólares por caixa de 1 quilos. Acordos importantes foram constituídos nessa época pela Anapa, governo e importadores. Fixaram-se cotas de importações e ainda, datas limites para a internalização dos alhos chineses. Com o controle nos volumes a serem importados, os preços de mercado mantiveram-se estáveis e proporcionaram, tanto aos importadores, quanto aos produtores, uma margem de renda que permitiu a sobrevivência dos setores, sem que se aumentassem os preços aos consumidores. Como resultado dos acordos feitos, a produção nacional voltou a crescer, em ritmo acelerado na região do Cerrado. Novamente vencida a taxa da antidumping em 26 e atendendo as exigências da lei, a Anapa protocolou o pedido da segunda revisão do direito antidumping 9
10 sobre as importações de alhos oriundos da China. O resultado desse processo foi a renovação da taxa de antidumping, com o valor de US$ 5,2/caixas de alho chinês importado. Mas apesar da renovação da taxa de antidumping, a China aumentou em muito as exportações para o Brasil como pode ser visto abaixo. Importações da China Médias Mensais/Anuais IMPORTAÇÕES DA CHINA MÉDIAS MENSAIS de 1997/junho 28 comparado com as impotações em Médias mensais/anuais 1997/jun Cx/1 Kg meses Fonte: Aliceweb Na prática, por conta de liminares judiciais, muitos importadores concretizavam e concretizam suas importações sem pagarem, efetivamente, a taxa de US$ 5,2/caixa. Dados divulgados pelo Decon indicam que apenas 23% do alho importado no período de out/21 a out/25 entraram no Brasil com o devido pagamento da taxa de antidumping. Diante disso, Anapa passou a executar um trabalho, com apoio jurídico, de cassar essas liminares e tem conseguido um relativo sucesso com essa iniciativa. Mesmo assim, as quantidades totais importadas daquele país, favorecidas pela valorização do real, têm se mantidos altas, em crescimento e extremamente baratas. A grande preocupação dos produtores nacionais em relação à China, além dos baixos preços praticados no mercado internacional é o volume produzido dessa hortaliça naquele país, com 75% da produção mundial, como pode ser visto no gráfico abaixo. 1
11 Produção Mundial de Alho Demais Ucr ânia 1% Rússia 1% Espanha Cor 1% eas 4% Í ndi a 4% Brasil Argentina 1% 1% 12% China 75% Fonte: Fao.org 7. Importações de Alhos Argentinos Com as restrições nas importações de alhos chineses, a partir de 1996, começaram a aumentar, significativamente, as quantidades de alhos importados da Argentina. Em 1992 o volume era de apenas 2,4 milhões de caixas/ano, passou em 27 a uma quantidade espantosa de 7,4 milhões. Com o câmbio atual, altamente favorável, as importações da Argentina têm se mantido estáveis na faixa de 5,5 a 6,5 milhões de caixas/ano no último decênio. A produção nacional, mesmo com forte apoio político e mobilização dos produtores, através de seus órgãos de classe, jamais conseguiu sustentar qualquer medida de restrições de importações de alhos argentinos quer em cotas de importações quer em controle da qualidade. Além da questão cambial o Argentino leva vantagem no clima, custo de insumos, custos de máquinas e implementos, impostos, solo e principalmente em pesquisas realizadas pelo Inta, que é referência mundial na cultura. Abaixo os gráficos de importações totais da Argentina e a média mensal/anual. 11
12 Importações de Alhos da Argentina Cx Fonte: Aliceweb 12 IMPORTAÇÕES DA ARGENTINA MÉDIAS MENSAIS de 1997/junho 28 comparado com as impotações em Médias mensais/anuais 1997/jun Safra Cx/1 Kg meses Fonte: Aliceweb 12
13 Em 27 a Argentina surpreendeu o comércio brasileiro de alhos pelo aumento da quantidade exportada ao Brasil que chegou a 74 mil toneladas. Até o final de junho/28 os hermanos exportaram 4,3 milhões de caixas/1 Kg. Essa oferta, mais o alho chinês fizeram com que o mercado permanecesse frio, com os preços do produto em baixa e estável no mercado atacadista. 8. Importações da Espanha Durante muitos anos outro importante fornecedor de alhos ao Brasil foi a Espanha. A exemplo da Argentina, a Espanha se beneficiou das restrições nas importações de alhos chineses e chegou a exportar 18 mil toneladas, em 1998 quando o câmbio lhe era favorável. A Espanha, sendo um expressivo produtor e exportador de alhos, nunca chegou a causar grandes estragos na produção brasileira de alhos. Isso se deve ao preço praticado, volume exportado e época de internalização do alho. Produtores e importadores nacionais sempre foram favoráveis as importações da Espanha, já que esse alho aquecia o mercado. Nos últimos anos, devido ao câmbio e ao seu alto custo de produção a Espanha passou de exportador a importador de alho, conforme gráfico abaixo. A União Européia também sofre com as importações de alhos chineses e, para proteger os produtores dos países que a compõe, definiu cotas reduzidas para importações de alhos daquele país. Os Estados unidos também fixaram uma taxa de 376% para alhos importados da China. Argentina e México proibiram as importações daquele país, alegando questões fitossanitárias cx IMPORTAÇÃO DE ALHO ESPANHOL PELO BRASIL 1995/ Anos Fonte: Aliceweb 13
14 9. Perspectivas da Cultura do Alho no Brasil O alho é uma cultura geradora de empregos de alta densidade econômica. Para cada hectare plantado criam-se quatro empregos. Atualmente o Brasil importa a produção de sei mil hectares da Argentina e de cinco mil hectares da China. Dessa forma estamos mantendo e gerando 24 mil postos de trabalho na Argentina e 2 mil empregos na China. Durante muitos anos a cultura do alho foi a principal atividade agrícola de inverno/primavera da região dos Campos de Curitibanos que viabilizava duas mil pequenas propriedades. Da mesma forma na Serra Gaúcha a cultura do alho juntamente com a uva viabilizava mais de 4 mil propriedades. Hoje isso já não ocorre mais. Com a abertura do mercado o volume das importações cresceu vertiginosamente e a produção nacional diminui. Hoje 6% dos tradicionais alhicultores do Sul não cultivam mais essa olerícola. Utilizamos apenas 3% da nossa capacidade produtiva implantada. A produção nacional apesar do baixo peso na nossa balança comercial com a China e Argentina, necessita sim de medidas protecionistas como: o estabelecimento de cotas, épocas de internalização dos alhos importados, controle de qualidade, controle fitossanitário, o efetivo pagamento da taxa de antidumping entre outras Alho do sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) O produtor do sul, que já reduziu as suas áreas a 3% da capacidade de produção, deverá cada vez mais cultivar variedades tardias de alto potencial produtivo como é o caso do grupo São Valentin. Esse grupo de cultivares possibilita a produtividade de até 15 toneladas de alho curado por hectare, com uma boa túnica externa e os dentes roxos. Não vemos outra saída a não ser a alta produtividade com materiais livres de vírus ou seleções clonais, cultivados em áreas novas com todas as demais tecnologias existentes, organizando a comercialização e investindo em câmaras frias e agregação de valor Alho Vernalizado O produtor do cerrado do Brasil deverá sempre buscar as altas produtividades, como hoje já se consegue em alguns lotes. Isso demandará uma semente de alta qualidade, um solo bem corrigido, sem doenças e um ciclo maior do que 13 dias. Com isso conseguirá baixar os custos de produção e ficar competitivo nesse mercado globalizado. Além disso, deverá investir fortemente em câmaras frias para o manejo da vernalização e o pós-colheita com ofertas de qualidade por um período mais longo além da agregação de valor. Com um câmbio mais favorável, não temos dúvida que o Cerrado será um grande exportador de alho nobre roxo. 14
15 9.3. Alho da Argentina Atualmente com o peso desvalorizado, sua enorme tradição em anos de cultivo de alho, seu grande parque de preparo do produto, seus esquemas montados de exportações, o alho argentino é altamente competitivos. Hoje a argentina é o segundo maior exportador de alho do mundo. A grande reclamação dos produtores nacionais em relação ao alho Argentino é que tem entrado no país muita mercadoria abaixo das normas e padrões, estabelecidas para o Mercosul. Esse alho de baixa qualidade é nocivo ao mercado brasileiro, por nivelar o preço do mesmo por baixo. O que seria ideal era um volume não superior as 5,5 milhões de caixas/ano, bem distribuídas entre os meses e de excelente qualidade. Com um volume menor, maior qualidade os preços praticados nos mercados seriam muito superiores e todos sairiam ganhando. A Argentina tem safra coincidente com a do sul do país que no momento está reduzindo as áreas de plantio anualmente devido a essa concorrência. Santa Catrina e o Rio Grande do Sul já cultivaram 8 mil hectares na década de 9 e na safra 28/9 plantarão apenas 2,2 mil hectares, devido principalmente a concorrência do alho importado, em especial o argentino Alho da China Apesar do direito antidumping em vigor e o aumento da TEC, a China duplicou as suas exportações de alhos ao Brasil, passando das 3,1 milhões de caixas de 1 Kg em 24 para 6,2 milhoes em 26. Isso ocorreu devido a grande produção de alho na China e também a valorização do real frente ao dólar. Com um volume de 75% da produção mundial, a China tem exportado apenas 1% do que colhe. Mesmo assim é algo ao redor das 12 milhões de caixas/anuais, distribuídas durante o ano todo, uma vez que dominam e utilizam câmaras frias para a conservação do alho. Com a oferta distribuída durante o ano, os preços na China têm se mantido estáveis e em baixa, na faixa dos US$ 3. a 4.5 a caixa de 1 Kg. Nesse nível de preço praticado é impossível fazer concorrência aos chineses, mesmo com aplicação de taxa de antidumping e TEC de 35%. Para tentar amenizar a situação, os produtores nacionais têm se mobilizado para que os importadores paguem a da taxa de antidumping. Tal fato não ocorreu no período de 21/25, onde apenas 23% do alho chinês importado pagaram esse tributo, baseado em liminares da justiça. Os produtores nacionais tentam sem sucesso a adoção de cotas de importação e o aumento da TEC como forma de proteger a produção de alhos do Brasil. Isso por que as medidas adotadas até o momento não foram suficientes para diminuírem as importações da China. 15
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