PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM CONSTRUTORAS DA REGIÃO DE DOURADOS/MS
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- João Figueira Castelo
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1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM CONSTRUTORAS DA REGIÃO DE DOURADOS/MS KAROLINE ARGUELHO DA SILVA (UFGD) karol_arguelho@hotmail.com Fabiana Raupp (UFGD) fabianaraupp@gmail.com MARIANA LARA MENEGAZZO (UFGD) karol_arguelho@hotmail.com Eliete Medeiros (UFGD) elietemedeiros@yahoo.com.br Este trabalho visa estudar o local dos canteiros de obras e as normas regulamentadoras vigentes, procurando identificar quais são as principais irregularidades dos canteiros de obras, e suas relações com as normas de segurança do trabalho, e como planejamento e a organização do canteiro influenciam na produtividade e na diminuição dos riscos de acidentes. A metodologia empregada se caracteriza como descritiva e pesquisa de campo em que se optou por um estudo de caso, cujos instrumentos de coleta de dados foi um check-list, e observações do trabalho no canteiro de obras. Como resultado do estudo, constatou-se que as obras pesquisadas se encontram com diferentes tipos de planejamento; estabelecer os parâmetros de PCP que estão presentes no canteiro de obras; propor soluções e melhorias no planejamento do canteiro de obras; a redução de serviços realizados no mesmo espaço e ao mesmo tempo, contribuem significativamente para o aumento da produção e a redução dos riscos de acidentes de trabalho. Por outro lado, verificou-se que os layouts encontrados no canteiro não resultaram de uma ação planejada, baseada nas estratégias de planejamento, à medida que as etapas iam progredindo os responsáveis pelas obras X e Y, modificavam a alocação de materiais específicos para a etapa contando com a experiência e a vivencia em obra. Palavras-chave: Segurança do trabalho, Planejamento e Controle da Produção Civil, Organização do Canteiro de Obras.
2 1 Introdução A indústria da construção civil vem evidenciando a necessidade de melhorar seu sistema de planejamento e controle da produção, já que o setor apresenta uma defasagem devido ao mau planejamento que lhe é adotado, fazendo com que o mesmo não evolua. Ao longo das últimas décadas, as exigências do mercado foram ficando mais rígidas em seu sistema produtivo, aumentando a complexidade da gestão. Nos últimos anos a indústria da construção civil vem passando por diversas mudanças e o que se exige deste setor é um planejamento em busca do aumento da eficiência de seus processos, melhorando a otimização dos recursos utilizados, para melhor atender os clientes que estão cada vez mais exigentes. Este ramo necessita de uma melhor gestão dos fluxos físicos e organizacionais dos canteiros de obras, como uma forma de combater o desperdício. Para isso, a aplicação do planejamento e controle da produção, visa diminuir os custos, o tempo de produção e priorizando a qualidade da obra. Em um canteiro de obras o layout de uma construção bem planejado é fundamental para agilizar as atividades, evitar desperdício e garantir segurança aos funcionários. Uma padronização é fundamental, porém, em todos os canteiros devem ser identificadas as interferências e barreiras que possam impedir uma correta armazenagem e bom fluxo de materiais, pessoas e equipamentos. Segundo Vieira (2006), nem todas as empresas se preocupam em investir em seus canteiros de obras, ou seja, no planejamento do layout do canteiro, antes de se iniciar a obra, e desta forma, notam-se, altos índices de desperdícios e diversas improvisações. De acordo com o exposto, o objetivo desta pesquisa é identificar e avaliar, dentre alguns parâmetros de Planejamento e Controle da Produção - PCP e segurança do trabalho, as condições que canteiros de obras de duas construtoras da região de Dourados/MS. O processo de produção na construção civil é desfalcado e com muitas intervenções, tais como questões legais, problemas de layout, disposição física de materiais, equipamentos, máquinas, pessoas, organização e segurança do trabalho. Por isso, a organização do canteiro de obra é 2
3 fundamental para melhorar o processo produtivo, otimizando a ocupação dos espaços, aumentando a produtividade e evitando desperdícios de materiais e de tempo. Mas, apesar de existência da NR 18, que visa analisar as condições dos trabalhadores dentro do ambiente de serviço, e que foi elaborada em conjunto por construtoras, trabalhadores e governo, e estabelece diretrizes e exigências diversas fornecem subsídios para o planejamento do canteiro, essas regras ainda são pouco adotadas. Espera-se com este trabalho o melhoramento das atividades realizadas pelos trabalhadores a modo que se se executem as tarefas com maior rendimento e segurança. Para a realização deste trabalho foi desenvolvido um check-list, baseado na NR 18 e aplicado em dois canteiros de obras na construção civil da cidade de Dourados. Após a aplicação foi realizada a análise dos dados. Desta forma esta pesquisa se caracteriza como sendo uma pesquisa descritiva, onde será apresentados fatos existentes nas construções. 2 Os canteiros de obras O canteiro de obras pela Norma Regulamentadora 18 - NR-18 (FUNDACENTRO, 1996) é definida como: área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra. O canteiro de obras pode ser entendido como a fábrica da obra e, dessa forma, deve ser projetado segundo os princípios de organização e administração da produção. Segundo Frankenfeld (1990 apud Saurin, 1998), a maneira como é organizado o layout de um canteiro de obras levando em conta a sua disposição física, homens, materiais, equipamentos em áreas de trabalho e de estocagem, condiz a maneira que o serviço será executado nas áreas de trabalho e devidamente recolhido nas áreas de estocagem. O propósito do planejamento do canteiro é otimizar o espaço disponibilizado para melhor atender a demanda, a realização das tarefas, para serem executadas com eficiência, levando em conta o sequenciamento das atividades, diminuindo tempo, movimento, elevando a eficiência dos postos de trabalho. 2.1 Planejamento e Controle da Produção na Construção Civil Segundo Tubino (2009), a principal função do planejamento e controle da produção é atender pela responsabilidade de coordenar e aplicar os recursos produtivos de forma a alcançar todos 3
4 os planejamentos pré-estabelecidos de forma a atender da melhor maneira possível em níveis estratégico, tático e operacional. Já para Volmlmann (2006), o planejamento e controle da produção têm como objetivo maior gerenciar com eficiência o fluxo de material, a utilização de pessoas e equipamentos e atender a todas as necessidades dos clientes, utilizando a capacidade dos fornecedores, a estrutura interna, e atender a demanda do cliente. Esse conceito é totalmente aplicável na construção civil, pois contempla todas as atividades de produção de obras, o planejamento, o projeto, execução, manutenção, restauração, em todos os segmentos, abrangendo os todos os setores, do começo ao final da obra. Para Frankenfeld (1990 apud SAURIN, 1998), a maneira como é organizado o layout de um canteiro de obras levando em conta a sua disposição física, homens, materiais, equipamentos em áreas de trabalho e de estocagem, condiz à maneira que o serviço será executado nas áreas de trabalho e devidamente recolhido nas áreas de estocagem. O propósito do planejamento do canteiro é otimizar o espaço disponibilizado para melhor atender a demanda, a realização das tarefas, para serem executadas com eficiência, levando em conta o sequenciamento das atividades, diminuindo tempo, movimento, elevando a eficiência dos postos de trabalho. 2.2 Planejamento e controle de obras Alguns dos objetivos do planejamento e controle das obras são aumentar a utilização dos recursos, reduzir o estoque em processo, reduzir os atrasos nos términos das tarefas, planejar, controlar, dirigir os processos, organizar a movimentação dos recursos, máquinas, controlar quantidade, prazo, lugar, para aumentar a eficiência e a eficácia da atividade. Segundo Souza (2004), um bom planejamento pode ser realizado a partir das etapas apresentadas na Figura 1. Para ser realizado um bom planejamento em um canteiro de obras, deve se analisar o tipo de arranjo físico que vai ser adotado, levando em consideração o sistema da infraestrutura da construção, pois o canteiro é uma estrutura dinâmica, e mutável de acordo com o decorrer da obra. Durante a obra, o canteiro torna-se fisicamente diferente tomando outros formatos em função das tarefas, materiais, equipamentos, que é o que caracteriza as diferentes fases do canteiro. 4
5 De acordo com Mourão (2009), após fazer um estudo de layout, pode se fazer um levantamento da estrutura organizacional de modo a minimizar os possíveis problemas que possam ocorrer devido à falta de planejamento, tais como materiais em locais inadequados, equipamentos dispostos de maneira incorreta, entrada de caminhões. Figura 1: Fluxograma das atividades para planejamento do canteiro de obras Fonte: Souza (2004) 2.3 Gestão da produção na construção civil A gestão da produção, numa visão ampla, envolve um conjunto de atividades propriamente ditas e as de planejamento, não esquecendo o ambiente externo e interno da obra que envolve vários fatores que permitem a execução do empreendimento, essa junção deve conseguir concluir o empreendimento com o sucesso esperado por cada agente. A gestão de um processo na construção civil, envolve desde seu início detalhando até aonde se quer chegar, e qual será o seu produto final, possibilitando a organização dos princípios, meios e fins de um produto, não esquecendo de citar interfaces que podem ocorrer, nos serviços de 5
6 desenvolvimento do produto e, no controle da execução para garantir a obtenção dos resultados e possibilidades de melhorias no processo (CARDOSO, 1998). Tais problemas podem ser agravados pelo gerenciamento inadequado, como o atraso de material ter sido falha do escritório e não do fornecedor. Todos esses itens comprometem a produtividade no canteiro, sendo necessário um bom gerenciamento para evitar problemas durante a execução de uma obra, garantindo o fluxo de trabalho contínuo, ganhando velocidade para obter um bom resultado, desenvolvimento e o término da obra dentro das projeções de prazo estabelecido. Apesar de todos os problemas nos canteiros, sua organização na produção tem sido uma das áreas onde se tem maior investimento em programas como o de qualidade e de produtividade (SCARDOELLI, 1994). 2.4 Planejamento do canteiro de obras e a segurança do trabalho O planejamento do canteiro também envolve o planejamento de todos os procedimentos e a instalação de segurança da obra. O que se almeja é um planejamento unificado, que se integra com o planejamento do layout do canteiro, que contemplam o planejamento do layout das instalações provisórias na obra, a movimentação e armazenamento de materiais, onde é necessário conservar a segurança do trabalho. Ao se planejar um layout, a prioridade é facilitar o acesso dos trabalhadores aos seus pontos de trabalho, com o objetivo de evitar que eles tenham que fazer percursos arriscados, que pode se sujeitar a quedas de materiais, alturas ou atravessar frentes de trabalho (NOVAIS, 2000). Segundo HSE (1996), em quase todos os canteiros há riscos de ocorrer acidentes, devido à queda de materiais ou lesões, esses riscos podem ser minimizados através de materiais nos locais adequados, e da manutenção da organização do canteiro, que é resultado de um planejamento bem estruturado, especialmente nas áreas de circulação dos trabalhadores. A Segurança do Trabalho propõe tarefas ligadas umas com as outras com o objetivo de proporcionar aos funcionários condições seguras de trabalho. A Higiene do Trabalho tem como principal característica identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do trabalhador (CARVALHO, 1995). Vários fatores contribuem para os atos inseguros e condições inseguras como, por exemplo: o trabalhador não estar adaptado à máquina que ela está utilizando para trabalhar, por falta de 6
7 instrução e treinamentos, ou desconhecimento do trabalhador aos riscos que ele está exposto ao realizar uma determinada, atividade, o trabalhador realizar uma atividade sem nenhum ou quase nenhum tipo de proteção. Isto decorrente possivelmente de uma falta de preparo, planejamento ao se lidar com os operários. Com o objetivo de prevenir acidentes de trabalho, a gestão do canteiro de obras pode implantar medidas preventivas, tais como: Proteção contra incêndios: deve haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todo o local de trabalho. É proibida a execução de serviços de soldagem em locais com materiais inflamáveis e explosivos; Sinalização de segurança: a sinalização deve indicar os locais de apoio que compõe o canteiro de obras, as saídas, e advertir de perigo de contato ou risco de queda, além de outros alertas; Acidente fatal: torna-se obrigatória a comunicação do acidente à autoridade policial competente e ao órgão regional do Ministério do Trabalho; Equipamentos de Proteção Individual (EPI): a empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores os EPI s adequados ao risco e em perfeita condição de uso, segundo a norma NR 6 Equipamento de Proteção Individual; Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA: a empresa que possuir um ou mais canteiros de obras com mais de 70 trabalhadores em cada uma delas deve organizar CIPA por estabelecimento, fora isso, deve organizar a CIPA centralizada. A legislação obriga através suas normas regulamentadoras alguns dos quesitos básicos para a segurança dos trabalhadores, levando em consideração a minimização de riscos existentes aos mesmos. 2.5 Normas Regulamentadoras As Normas Regulamentadoras - NR foram aprovadas em oito de junho de 1978, pela Portaria n 3.214, com o objetivo de esclarecer algumas condições necessárias de saúde e segurança no trabalho, que são de exigência obrigatória tanto das empresas privadas, quanto das públicas, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho-CLT, de acordo com o quadro 1. 7
8 Quadro 1 - Normas Regulamentadoras da construção civil Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2010) A construção civil é uma das atividades que possuem inúmeros riscos de acidentes, sendo que as Normas Regulamentadoras são obrigatórias para qualquer empreendimento, a fim de desenvolver a segurança no local de trabalho. Entretanto para se manter um bom nível de segurança, todo canteiro de obras deve respeitar a Norma Regulamentadora 18, que possui como objetivo os critérios das ordens administrativas de planejamento, organização e saúde e segurança do trabalho, implementando as medidas necessárias de controle e sistemas de prevenção na segurança dos processos executados, nas condições e meio ambiente de trabalho na indústria de construção (BRASIL, 2013). Os principais objetivos da NR 18 são: garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores, definir atribuições e responsabilidades as pessoas que administram fazer previsão dos riscos que derivam do processo de execução das obras, determinar medidas de proteção e prevenção que evitem ações e situações de risco, aplicar técnicas de execução que reduzam ao máximo os riscos de acidentes e doenças. 3 Metodologia 8
9 Este estudo é classificado como descritivo, pois este é a compreensão, com exatidão, de fatos e fenômenos com uma realidade especifica, procurando apresentar as características das situações vivenciadas por um individuo ou grupo de indivíduos (TRIVINOS, 1987). Desta forma, serão observados os fatos existentes na construção, analisando o nível de planejamento e controle da produção que se encontram no estabelecimento, verificando se o local age de acordo com as normas regulamentadoras de segurança, a NR18 analisando o nível da realização das atividades. Foram realizadas visitas em dois canteiro de obra, localizados na cidade de Dourados MS, o canteiro de obras da construtora X e o canteiro de obras da construtora Y, que foram selecionados para o estudo de caso, com base nas diferentes fases da obra em que os canteiros se encontravam, sendo que são empresas já estabelecidas no mercado. O check-list foi desenvolvido levando em consideração os fatores que ocasionam possíveis problemas, diretrizes de PCP e da NR-18, conforme pode ser verificado no Quadro 2. As técnicas de entrevistas informais, observações e check-list foram empregadas no local de estudo, a fim de se obter os dados usados análise. A partir da metodologia determinada para o estudo, foi possível então desenvolver o checklist analisando as áreas que mais ocasionam irregularidades no PCP do canteiro de obras. 4 Apresentação e análise dos dados A Construtora X conta com 120 trabalhadores, já a Construtora Y não possui um número exato de trabalhadores, pois o quadro de funcionários é formado conforme a demanda da empresa e o cronograma. Foi realizada entrevistas informais, observações in loco,, com os técnicos de segurança das obras citadas acordando os seguintes requisitos: almoxarifado, planejamento da etapa da obra, cronograma de treinamento, controle de materiais da obra, localizações dos equipamentos, organização do canteiro, adequação dos resíduos industriais, sinalização de segurança, ordem e limpeza, adequação do refeitório e vestiário. As variáveis abordadas nos canteiros são ilustradas no quadro 2: 9
10 Quadro 2 - Análise dos funcionários na realização das atividades nos canteiros X e Y Variaveis Canteiro de obra X Canteiro de obras Y Planejamento Atendimento a NR-18 Almoxarifado Organização e limpeza no canteiro Vestiário Refeitório Possui um planejamento no inicio da obra Atende a maioria dos quesitos analisados nas normas regulamentadoras O almoxarifado encontra-se sinalizado, e com os materiais dos trabalhadores devidamente identificados A organização e limpeza nos canteiros O banheiro é utilizado como vestiário Os trabalhadores levam suas refeições, e as realizam num ambiente limpo e organizado Possui um planejamento no inicio da obra Atende a minoria dos quesitos analisados nas normas regulamentadoras O almoxarifado não é sinalizado, e os materiais dos trabalhadores encontram-se dispersos, há alimentos no local A organização e limpeza nos canteiros são precárias Não há vestiário, e o banheiro é desorganizado Os trabalhadores utilizam uma só mesa de madeira para realizar as refeições que são feitas por uma auxiliar Utilização dos EPIs A utilização de EPIs é regular A utilização de EPIs é irregular Sinalização de segurança Localização dos equipamentos, materiais CIPA Há sinalização na maioria dos ambientes de trabalho Os equipamentos são alocados com prioridade de facilidade operacional Há um Controle Interno de Proteção de Acidentes Há sinalização irregular nos ambientes de trabalho Os equipamentos são disponibilizados da mesma maneira que são descarregados Não a um controle interno de Proteção de Acidentes 10
11 Cuidado com a realização de atividade Trabalho em Altura Os trabalhadores são instruídos a realizar todas as atividades com a devida segurança e com os equipamentos de segurança sob pena de advertência Quando realizado é utilizado um cinto que envolve o trabalhador Os trabalhadores executam qualquer tipo de atividade sem a devida precaução, podendo acarretar em acidentes de trabalho Quando realizado é utilizado um cinto que envolve o trabalhador Dentre todos os procedimentos, a pesquisa visa além de uma organização para os trabalhadores, a segurança dos mesmos, analisando os riscos que correm ao lidarem com esse tipo de trabalhado, evitando riscos ambientais e ocupacionais. 4.1 Canteiro de Obras da Construtora X Na construtora X os materiais como pedra, areia, tijolo, madeiras, vergalhões, betoneira, armação e a carpintaria são alocados conforme a sua utilização, sempre movendo ao local de fácil acesso, atuando na melhor maneira de executar a tarefa, sem desgastar o trabalhador e otimizando o período de deslocamento, conforme pode ser observado na Figura 2. Figura 2 - Canteiro de obras Os EPIs são disponibilizados para os trabalhadores e há treinamentos na admissão e periódicos, a cada 3 meses, para conhecer e reciclar os conceitos e a importância do uso dos mesmos. A política interna de incentivo ao uso dos EPIs, onde os trabalhadores são remunerados com um adicional extra de R$200,00 ao mês, quando seu uso está dentro dos padrões estabelecidos e não ha advertências verbais ou por escrito. a inspeção e fiscalização 11
12 do uso dos EPIs é realizada constantemente pelo técnico de segurança do trabalho. Na figura 3 percebe-se o uso dos EPIs de uso cotidiano e para trabalho em altura. Figura 3 - Trabalhadores utilizando EPIs Segundo a NR18 a dobragem e o corte dos vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas e não escorregadias afastadas da área de transição de trabalhadores. A figura 4 demonstra alguns materiais. Figura 4 - Plataformas apropriadas para vergalhões 12
13 Um planejamento adequado e o atendimento as normas de segurança trazem a construtora X uma facilidade operacional, como por exemplo minimizando o tempo médio de cada tarefa que será realizada, pois os materiais que serão utilizados estão dispostos da maneira correta, agilizando o manuseio dos mesmos, e pode se notar em diversos aspectos observados durante a análise integrada de planejamento e segurança. 4.2 Canteiro de Obras da Construtora Y A localização dos materiais não é planejada, entretanto há um registro interno do controle de materiais, onde trabalhadores que executam a obra acessem o almoxarifado conforme a necessidade, realizando longos deslocamentos, não possuem um layout para a facilidade operacional, a logística do ambiente. Na obra da construtora Y, há uma necessidade de se fazer um planejamento de layout do canteiro, pois possuem equipamentos, materiais, deslocamento de pessoas, que não favorecem as atividades dos operários, e ainda podem colocar em risco sua saúde. A figura 5 apresenta um a real desorganização encontrada no canteiro. Figura 5 - Desorganização do canteiro 13
14 Um planejamento é o principal fator que acarreta as conformidades da obra, seguindo uma construção e um projeto que atende as metas e objetivos estipulados (Folgiarine, 2003). No caso da obra Y não há um planejamento, e não há um roteiro de tarefas estabelecido. Há um diagrama de fluxo de dados composto por direção, controle, planejamento e organização, onde se prioriza esses fatores para um planejamento bem realizado e executado, de acordo com Drews (2008). Na construtora Y os materiais e equipamentos como pedra, areia, tijolo, madeiras, vergalhões, betoneira, armação e a carpintaria são alocados conforme a sua chegada dos mesmos, e não há uma facilidade operacional visando à realização da tarefa do operador. Segundo a NR18 a dobragem e o corte dos vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas e não escorregadias, afastadas da área de transição de trabalhadores. A figura 6 demonstra alguns materiais. Figura 6 - Disposição dos vergalhões 14
15 4.3 Comparação entre as obras Nota-se que a diferença entre as duas construtoras é expressiva. Um planejamento e controle adequado poderiam trazer uma facilidade operacional para os trabalhadores desempenharem suas funções com segurança, visto que os riscos são minimizados, tornando o ambiente de trabalho mais adequado. Em relação a comparação entre as obras no que se refere ao atendimento a NR 18, pode-se perceber o grande diferencial conforme é apresentado no Gráfico 1. Gráfico 1 - atendimentos aos principais quesitos da NR18 15
16 5. Conclusão Conclui-se que após identificar e avaliar os canteiros de obras, de acordo com os parâmetros do planejamento e controle da produção, e analisando a segurança do trabalho visualiza-se que no canteiro de obras X, há um planejamento de layout, e alocações de materiais de máquinas, materiais e equipamentos e um controle de materiais, resultando em uma segurança do trabalho, reduzindo os riscos, e melhorando a qualidade de trabalho realizada. Ao contrário do canteiro de obras Y, o planejamento não esta adequado, não há uma alocação de materiais, máquinas e equipamentos é difusa, não levando em conta uma facilidade operacional visando à acessibilidade e otimização do processo de trabalho e melhoria da realização das tarefas executadas pelos trabalhadores. Ao analisar os canteiros percebeu-se que as condições de higiene e segurança variam de acordo com as políticas implementadas em cada canteiro, onde as inspeções e bonificações ao trabalhador são um estímulo para a prática de higiene e segurança do trabalho. Com os pontos críticos analisados foram sugeridas melhorias tais como: a implementação do 5S, analise preliminar de risco, permissão de trabalho e dialogo diário de segurança DDS. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. *. Normas Regulamentadoras: N 18. *. Disponível em: < Acesso em: 25 Nov BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. *. Normas Regulamentadoras: N 18. *. Disponível em: < Acesso em: 24 nov
17 BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Norma Regulamentadora NR-18. Manual de Legislação Atlas. 65ª edição 2010A CARDOSO, F.F. A gestão da produção das vedações verticais: alternativas para mudança necessária. São Paulo:USP, CARVALHO, Alexandre e FROSINI, Luiz Henrique. Segurança e saúde na qualidade e na construção e da indústria de materiais e equipamentos. São Paulo,1995. Cadastro do Acidente de Trabalho Disponivel em:< Acesso em 24de nov de FRANKENFELD, N. Produtividade. In: SAURIN, Tarcísio Abreu & FORMOSO, Carlos Torres. Planejamento de Canteiros de Obras e Gestão de Projetos (Recomendações Técnicas HABITARE). Vol. III, Porto Alegre: ANTAC, HSE Health and Safety in Construction. HSE Books, London NOVAIS, Sandra Gaspar. Aplicação de Ferramentas para o aumento da transparência no processo de planejamento e controle de obra na construção civil. (Dissertação de Mestrado em engenharia Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós Graduação em engenharia Civil).2000, 100p. SOUZA, Ubiraci E. Lemes de. Projeto e implantação do canteiro. São Paulo: Tula Melo, SOUZA, L.E.U. Projeto e Implantação do Canteiro. São Paulo: Tula Melo, SCARDONELLI, Lisiane S.Maria F.S.; FORMOSO, Carlos T.; Melhorias da Qualidade e Produtividade: Iniciativas das Empresas Da Construção Civil. Porto Alegre TUBINO, Dalvio Ferrari. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo. Ed. Atlas, TRIVINOS, Augusto N. da S. Introdução a Pesquisa em Ciências Sociais: A pesquisa Qualitativa em Educação.São Paulo: Atlas, p. VIEIRA, Hélio Flavio. Logística Aplicada a Construção Civil: como melhor o fluxo de produção da obra. São Paulo: Pinni, pg. VOLMLMANN,T.E;BERRY,W.L;WHYBARK,D.C;JACOBS,F.ROBERT. Sistemas de Planejamento e Controle da Produção para o Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos. 5 º Ed.-Porto Alegre: Bookman p. 17
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