UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM MEDICINA: CIÊNCIAS MÉDICAS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM MEDICINA: CIÊNCIAS MÉDICAS"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM MEDICINA: CIÊNCIAS MÉDICAS ATIVIDADE DA POLIMIXINA B ISOLADAMENTE E EM COMBINAÇÃO COM TIGECICLINA, MEROPENEM E ERTAPENEM FRENTE A ISOLADOS DE ENTEROBACTER SP. RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS PAOLA HOFF ALVES Porto Alegre 2016

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM MEDICINA: CIÊNCIAS MÉDICAS ATIVIDADE DA POLIMIXINA B ISOLADAMENTE E EM COMBINAÇÃO COM TIGECICLINA, MEROPENEM E ERTAPENEM FRENTE A ISOLADOS DE ENTEROBACTER SP. RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS PAOLA HOFF ALVES Orientador: Prof. Dr. Afonso Barth Co-Orientadora: Prof.ª Dra. Andreza Martins Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Médicas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas. Porto Alegre 2016

3

4 BANCA EXAMINADORA Professor Dr. Leandro Reus Rodrigues Perez Professor Dr. Alexandre Zavascki Professor Dr. Alexandre Fuentefria Professora Dr.ª Maria Helena Pitombeira Rigatto

5 RESUMO Diante do aumento global da resistência microbiana, cada vez mais as combinações de antimicrobianos são utilizadas na tentativa de obter uma atividade sinérgica eficaz que possa ser utilizada na prática clínica. O objetivo deste trabalho foi comparar a atividade de polimixina B isoladamente e em combinação com tigeciclina e carbapenêmicos (ertapenem e meropenem), frente a isolados de Enterobacter sp. resistentes aos carbapenêmicos. Foram selecionados quatro isolados de Enterobacter sp. resistentes aos carbapenêmicos, sendo três isolados produtores de carbapenemases (KPC, NDM, OXA-48-like) e um não produtor de carbapenemases (NPC). A avaliação da atividade sinérgica antimicrobiana foi realizada por ensaio de time-kill com as seguintes concentrações de cada antimicrobiano: tigeciclina 1mg/L, meropenem 1mg/L e ertapenem 0,5mg/L, que correspondem aos pontos de corte de sensibilidade do CLSI (2016). Para polimixina B, foram utilizadas diferentes concentrações de acordo com o perfil de susceptibilidade do isolado: para os isolados sensíveis, utilizou-se 0,5x; 1x e 2x a CIM do isolado; para o isolado resistente, foram utilizados 0,5x; 1x e 2x o ponto de corte de sensibilidade do CLSI (2 mg/l). Foi considerada sinérgica a combinação com redução 2 logs do inoculo inicial em comparação ao antimicrobiano sozinho mais ativo. As combinações de polimixina B em diferentes concentrações (0,5; 1 e 2mg/L) com meropenem apresentaram atividade sinérgica para a cepa produtora de NDM (CIM polimixina B 1 mg/l; CIM meropenem 8 mg/l). As combinações de polimixina B com tigeciclina foram sinérgicas apenas na concentração de polimixina B de 0,125 mg/l para cepa produtora de OXA-48-like (CIM polimixina B 0,25 mg/l; CIM tigeciclina 2 mg/l) e na concentração de 1 mg/l para a cepa produtora de NDM. Para a cepa NPC (CIM polimixina B 0,5 mg/l; CIM tigeciclina 4 mg/l; CIM meropenem 4 mg/l), apenas a tripla combinação com polimixina B (1 mg/l), tigeciclina e meropenem apresentou atividade sinérgica. A combinação de dois carbapenêmicos não apresentou atividade sinérgica para nenhum isolado, porém, quando acrescentado tigeciclina ao esquema, observou-se sinergismo no isolado produtor de OXA- 48-like, o que leva ao questionamento da efetividade da terapia carbapenem suicida. Para o isolado produtor de KPC e com padrão de resistência a polimixina B, nenhuma das combinações testadas apresentou sinergismo. Esta situação é bastante preocupante devido à alta prevalência de infecções por bactérias produtoras de KPC nos hospitais brasileiros, juntamente com as crescentes taxas de resistência as polimixinas.

6 1 Palavras-chave: Sinergismo; carbapenemases; polimixina B; tigeciclina; combinação de carbapenêmicos; Time-kill.

7 ABSTRACT Due to the increase in microbial resistance, combinations of antimicrobials are increasingly being used to improve the therapeutic response. The objective of this study was to compare the activity of polymyxin B alone and in combination with tigecycline and carbapenem (ertapenem and meropenem) against to carbapenem-resistant Enterobacter sp isolates. Four isolates were selected, three were carbapenemase-producing (KPC, NDM, OXA-48-like) and a non-carbapenemase-producing (NCP). The evaluation of synergistic antimicrobial activity was performed by time-kill assay with the following concentrations of each antimicrobial: tigecycline 1mg/L, meropenem 1mg/L and ertapenem 0.5mg/L, which correspond to the breakpoints of CLSI (2016). For polymyxin B, different concentrations were used according to the susceptibility profile of the isolate: for susceptible isolates, it was used 0.5x; 1x and 2x the MIC of the isolate, for the resistant isolates it was used 0.5x; 1x and 2x the breakpoint of CLSI (2 mg/l). The combination with reduction 2 logs of the initial inoculum compared to the most active antimicrobial alone was considered synergies. Combinations of polymyxin B at different concentrations (0.5; 1 and 2 mg/l) with meropenem showed synergistic activity for the NDM-producing isolate (MIC polymyxin B 1 mg/l, MIC meropenem 8 mg/l). Combinations of polymyxin B with tigecycline were synergistic only at the concentration of polymyxin B of mg/l for the OXA-48-like-producing isolate (MIC polymyxin B 0.25 mg/l, MIC tigecycline 2 mg/l) and at the concentration of 1 mg/l for the NDM-producing isolate. For the NCP isolate (MIC polymyxin B 0.5 mg/l; MIC tigecycline 4 mg/l; MIC meropenem 4 mg/l), only the triple combination of polymyxin B (1 mg/l) plus tigecycline and meropenem presented synergistic activity. The combination of two carbapenems was not synergic for the four isolates; however, when tigecycline was added to the regimen, synergies for the OXA-48-like-producing isolate were observed. Therefore, the so called, "carbapenem suicide" therapy was not effective in vitro against our isolates. For the KPC-producing isolate that it is polymyxin B resistant, none of the combinations tested showed synergies. This situation is very worrisome due to high prevalence of infections by KPC-producing in the Brazilian hospitals, associate with the increasing rates of polymyxins resistance. Keywords: Synergism; carbapenems; polymyxin; tigecycline; double Carbapenems; time- Kill.

8 LISTA DE FIGURAS DISSERTAÇÃO Figura 1. Estratégias de busca de referências que embasaram este estudo Figura 2. Explicação do Marco-Teórico ARTIGO 1 Figure 1: Time-kill performed in cation-adjusted Mueller-Hinton broth at 0.5x, 1x and 2x MIC of polymyxin B to Enterobacter cloacae NDM- producing. The antibiotic concentrations of tigecycline and meropenem were 1mg/L

9 LISTA DE TABELAS DOS ARTIGOS ARTIGO 1 Table 1. Evaluation of bactericidal activity in 24h and synergism by Time Kill assay of carbapenemase producing and non-producing Enterobacter sp. Isolates ARTIGO 2 Table 1: Evaluation of bactericidal activity in 24h and synergism by Time Kill assay of carbapenemase producing and non-producing Enterobacter sp. isolates... 55

10 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CDC Centers for Disease Control and Prevention CIM Concentração inibitória mínima CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute ESBL Beta-lactamase de espectro estendido HFIM Hollow-fiber infection model KPC Klebsiella pneumoniae carbapenemase NDM New Delhi Metalo-betalactamase NHSN National Healthcare Safety Network TKC Time kill curves UFC Unidade formadora de colônia UTI Unidade de Tratamento Intensivo VIM Verona integron-encoded metallo-beta-lactamase PCR Reação em cadeia da polimerase

11 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus orientadores, Prof. Dr. Afonso Barth e Prof.ª Dr.ª Andreza Martins, pela confiança e pela oportunidade de desenvolver este trabalho. Além disso, o profissionalismo e a competência de vocês inspiram alunos como eu há fazer cada dia mais ciência. Aos colegas do LABRESIS, especialmente às colegas Natália Barth, Camila Wilhelm e a Laura Czerster, pelos ensinamentos da técnica e pela grande ajuda na parte prática. Aos meus colegas do Serviço de Controle de Infecção do Hospital São Lucas da PUCRS, por todo apoio, por toda paciência e motivação para realização deste trabalho. Aos amigos e profissionais que estiveram comigo, não somente durante o desenvolvimento deste trabalho, mas também ao longo de toda minha trajetória profissional, e que são grandes exemplos de profissionais: Dr.ª Letícia Lobo, Enfª Miriane Melo, Enfª Francyne Lopes, Dr. Fabiano Ramos, Dr.ª. Maria Helena Rigatto, Dr. Alexandre Zavascki e Dr. Gabriel Narvaez. À minha família: mãe, pai e meus amados avós (Paulo e Iolanda), que me deram a educação, os valores e o apoio para que hoje eu pudesse estar alcançado mais esse objetivo. Ao meu marido, que é o meu amor, meu companheiro e também minha grande fonte de inspiração pelo homem que és. Obrigada pela paciência, pelo incentivo e por todo amor.

12 "A maior vitória é derivada da satisfação interna de saber que você fez o seu melhor e que você obteve o máximo daquilo que você deu" Howard Cosell

13 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA ESTRATÉGIAS PARA LOCALIZAR E SELECIONAR AS INFORMAÇÕES MICROBIOLOGIA DO GÊNERO ENTEROBACTER RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS Resistência à Polimixina B EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES POR ENTEROBACTER SP Surtos por Enterobacter sp ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO FRENTE À RESISTÊNCIA MICROBIANA ATIVIDADE BACTERICIDA E SINERGISMO MARCO TEÓRICO JUSTIFICATIVA OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS REFERÊNCIAS ARTIGOS ARTIGO ARTIGO CONSIDERAÇÕES FINAIS ANEXOS ANEXO A: Ensaio time kill curves para cepa de Enterobacter sp. produtora de KPC ANEXO B: Ensaio time kill curves para cepa de Enterobacter sp. produtora de NDM ANEXO C: Ensaio time kill curves para cepa de Enterobacter sp. produtora de OXA ANEXO D: Ensaio time kill curves para cepa de Enterobacter sp. não produtora de carbapenemase (NPC)... 63

14 13 1 INTRODUÇÃO Infecções por enterobactérias resistentes a carbapenêmicos são cada vez mais comuns no mundo inteiro 1. Dentre as enterobactérias, o gênero Enterobacter sp. destaca-se por englobar cepas de grande impacto epidemiológico. Apesar das espécies de Enterobacter já possuírem diversos mecanismos de resistência intrínsecos, a aquisição de resistência a múltiplos antimicrobianos tem sido cada vez mais observada 2. A produção de beta-lactamases é o principal mecanismo de resistência aos antimicrobianos beta-lactâmicos em enterobactérias 3. As carbapenemases se destacam entre as beta-lactamases por possuírem capacidade de inativar os antibióticos carbapenêmicos 4. As carbapenemases são classificadas de acordo com suas propriedades moleculares e funcionais: classe A, B e D segundo Ambler, sendo as mais prevalentes entre as enterobactérias a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) (classe A), a New Delhi Metalo-betalactamase (NDM) (classe B) e as Oxacilinases, especialmente a OXA-48 (classe D) 5. Serino-carbapenemases da classe A do tipo KPC foram descritas pela primeira vez na Carolina do Norte, Estados Unidos, no ano de , mas disseminaram-se rapidamente pelo mundo com diversos relatos de sua propagação endêmica em países como China, Itália, Polônia, Grécia, Israel, Brasil, Argentina, Colômbia e Taiwan 6,7. Infecções por cepas produtoras de KPC não estão associadas a locais, órgãos ou tecidos específicos, mas ocorrem em maior frequência em pacientes hospitalizados, com múltiplos dispositivos invasivos e/ou imunocomprometidos. Outros fatores de risco, como uso prévio de antimicrobianos e internações em unidades de terapia intensiva (UTI), também estão associados a infecções por bactérias produtoras de KPC 8. Preocupantemente, um estudo de 2008 já demostrava uma maior mortalidade (33% versus 9%) associada a pacientes infectados por Enterobacter sp. resistentes a imipenem e produtores de KPC comparado a pacientes infectados por cepas imipenem- sensíveis 9. Decorrente da importante resistência conferida pela produção de KPC, antimicrobianos como a polimixina B, a colistina, fosfomicina, tigeciclina e, por vezes, até mesmo aminoglicosídeos representam a última linha de tratamento para infecções graves por bactérias produtoras desta enzima 10. Assim, para maximizar a morte bacteriana e minimizar a resistência bacteriana, a terapia combinada de antimicrobianos tem sido utilizada para tratamento de infecções por cepas multirresistentes 11. Metalo-betalactamases são beta-lactamases da classe B e possuem a peculiaridade de necessitar de um substrato de zinco ou qualquer outro metal pesado como co-fator essencial

15 14 para sua atividade. Enzimas desta classe conseguem hidrolisar todos os beta-lactâmicos, incluindo os carbapenêmicos, com exceção dos monobactâmicos 12. Dentre as metalobetalactamases, a New Delhi Metalo-betalactamases (NDM) é uma das enzimas mais importantes. A NDM foi detectada pela primeira vez em 2008 em cepas de Klebsiella pneumoniae e E. coli de um paciente da Suécia que retornava de um procedimento médico na Índia e, desde então, se disseminou pelo mundo 13. A produção de NDM por cepas de Klebsiella pneumoniae é considerada endêmica no subcontinente Indiano, sendo identificada em 75% dos isolados produtores de carbapenemases 14,15. Assim como para cepas produtoras de KPC, as combinações de antimicrobianos são utilizadas para tratamento de infecções por cepas produtoras de NDM. Os principais antibióticos utilizados em combinação incluem o ciprofloxacino, meropenem, daptomicina, rifampicina, tigeciclina, entre outros 16. A classe D de Ambler inclui as beta-lactamases, denominadas de oxacilinases. Já foram descritas mais de 400 variantes das oxacilinases, porém somente algumas possuem atividade de carbapenemase 12. A OXA-48 foi detectada pela primeira vez em enterobactérias na Turquia, em 2003, sendo uma enzima com maior poder de hidrólise para imipenem e uma das mais prevalentes da classe 17. Desde 2003, países como Turquia, Índia, Egito, Tunísia e Marrocos possuem índices endêmicos de cepas de enterobactérias produtoras de OXA No Brasil, apenas uma variante de OXA-48 foi descrita até o momento: OXA-370. A enzima foi identificada pela primeira vez no Sul do Brasil no ano de 2013, em um isolado de Enterobacter hormaechei proveniente de uma amostra de swab retal 19. Em uma publicação posterior, um grupo do Rio de Janeiro descreveu a identificação de 24 isolados de enterobactérias com produção de OXA-370 (22 Klebsiella pneumoniae, 1 Enterobacter cloacae e 1 Enterobacter aerogenes) provenientes de cinco hospitais do Rio de janeiro entre os anos de 2013 e Cepas produtoras de OXA-48 usualmente apresentam resistência aos antimicrobianos beta-lactâmicos, porém, nas cepas não produtoras de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL), elas possuem a característica de preservar a sensibilidade as cefalosporinas de amplo espectro 21. Ao contrário das NDMs e KPCs, o tratamento combinado com carbapenêmicos não parece ser uma opção viável para infecções por cepas produtoras de OXA-48. Um estudo demonstrou que a terapia de combinação com sulbactam, meropenem e colistina foi mais eficaz para cepas produtoras de NDM do que para aquelas produtoras de OXA-48, sugerindo que a identificação do tipo de carbapenemase ajuda a determinar a melhor combinação para o tratamento da infecção 22.

16 15 Estudos clínicos demonstram que a terapia antimicrobiana combinada está associada com melhores resultados em comparação a monoterapia, mesmo com sensibilidade in vitro ao antimicrobiano individual 23,24,25. No entanto, não há estudos suficientes que demonstrem terapia combinada como mais eficaz. As recomendações até o momento baseiam-se em alguns estudos clínicos retrospectivos e em estudos in vitro baseados em métodos time-kill ou checkerboard. Melhores desfechos têm sido reportados em pacientes tratados com combinações de colistina e carbapenêmico, tigeciclina, fosfomicina ou aminoglicosídeo 25,26,27. Uma vez conhecida a atividade in vitro de alguns antimicrobianos frente a isolados de Enterobacter sp. produtores e não produtores de carbapenemases, este estudo busca definir possibilidades de associação de antimicrobianos que possam ser eficazes na presença de diferentes carbapenemases através de ensaio time kill curves (TKC).

17 16 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 ESTRATÉGIAS PARA LOCALIZAR E SELECIONAR AS INFORMAÇÕES A estratégia de busca na literatura científica sobre o tema desse estudo envolveu as seguintes bases de dados: PubMed, LILACS, Scielo e sites de organizações ligadas a microbiologia e ao tratamento de doenças infecciosas, sem data inicial de publicação até Foram realizadas buscas através dos termos time-kill, KPC, NDM, OXA-48, synergism, double-carbapenem, Enterobacter e combinações, conforme demostrado na Figura 1. Através da revisão do título e do abstract foram escolhidos aqueles artigos de revisão contemplando epidemiologia, detecção e tratamento de infecções por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos, além de artigos originais que avaliaram atividade bactericida e sinergismo em enterobactérias. Figura 1. Estratégias de busca de referências que embasaram este estudo. Fonte: elaborado pela autora. 2.2 MICROBIOLOGIA DO GÊNERO ENTEROBACTER Bactérias do gênero Enterobacter são gram-negativas, anaeróbicas facultativas pertencentes à família de Enterobacteriaceae, amplamente encontradas na natureza. Estes

18 17 microrganismos são saprófitas no meio ambiente, uma vez que são encontrados no solo e na água de esgoto, mas também fazem parte da microbiota entérica comensal do trato gastrointestinal humano 28. O gênero Enterobacter foi descrito pela primeira vez por Hormaeche e Edwards, em 1960, e passou por significativas modificações taxonômicas ao longo dos anos 29. O Complexo Enterobacter cloacae inclui seis espécies: Enterobacter cloacae, Enterobacter asburiae, Enterobacter hormaechei, Enterobacter kobei, Enterobacter ludwigii e Enterobacter nimipressuralis, que estão intimamente relacionadas. O Complexo Enterobacter cloacae exibe as mesmas características fenotípicas do gênero Enterobacter: catalase positiva, oxidase e DNAse negativas, fermentadores da glicose e não-pigmentados. No entanto, apenas o E. cloacae e E. asburiae podem ser identificados por métodos convencionais 30. Para identificação das demais espécies, métodos bioquímicos e moleculares como a utilização da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) com primers para os genes 16S rdna, hsp60 e rpob são necessários 31. A análise do gene 16S rdna é bastante utilizada para identificação de gênero, mas não consegue diferenciar espécies com estreita semelhança genética. O sequenciamento do fragmento hsp60 foi o primeiro método genotípico utilizado para identificação das espécies e é considerado um dos melhores métodos para diferenciação das sub-espécies 32. Apesar da grande importância clínica como agente causador de infecções nosocomiais, os mecanismos de virulência associados ao Enterobacter cloacae ainda não são bem conhecidos. Sabe-se que a sua capacidade de formar biofilmes e secretar uma diversidade de citotoxinas (enterotoxinas, hemolisinas, toxinas de formação de poros) está fortemente envolvida com a sua patogenicidade RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS As espécies de Enterobacter são intrinsicamente resistentes à aminopenicilinas, amoxicilina/ácido clavulânico e às cefalosporinas de primeira geração, devido à expressão cromossômica da beta-lactamase AmpC. Algumas cepas variantes podem sofrer mutação espontânea, ocasionando presença de superexpressão das beta-lactamases do tipo AmpC-. Tal fato torna as cefalosporinas de terceira geração instáveis a estas enzimas, ou seja, tornam-se mais suscetíveis à hidrólise. O resultado é uma falha terapêutica que pode variar de 20-30% em infecções de corrente sanguínea causadas por Enterobacter tratadas com cefalosporinas de

19 18 terceira geração. No entanto, as cefalosporinas de terceira geração são fracas indutoras da sua síntese 26. Em espécies de Enterobacter, o mecanismo atual mais importante de resistência é a expressão de beta-lactamases de espectro estendido (ESBLs). Estas enzimas tornaram-se o segundo maior mecanismo de resistência mediado por plasmídeos e ganharam uma preocupação mundial importante, uma vez que hidrolisam, além das cefalosporinas de terceira geração, as cefalosporinas de quarta geração 31. Com a importante disseminação das ESBLs no mundo, observado em 2000 após surto de CTX-M na Argentina, os carbapenêmicos ganharam espaço na terapia dirigida, ou muitas vezes empírica, de infecções por enterobactérias, uma vez que se comportavam de maneira estável frente às ESBLs e enzimas AmpC 34. Os carbapenêmicos tiveram sua atividade preservada durante aproximadamente 20 anos após a introdução do imipenem em 1985, mas a resistência a estes fármacos aumentou significativamente nos últimos anos, sendo que se tornou um grande problema atual 35. A resistência a carbapenêmicos pode acontecer por perda de porina, redução de permeabilidade de membrana em cepas com alta produção de AmpC ou ESBLs. Contudo, sem dúvida, o mecanismo mais preocupante se dá pela produção de enzimas carbapenemases, que são bioquimicamente diversificadas e incluem membros de três das quatro classes de Ambler: A, B e D 36. Em 2001, foi publicado o primeiro caso de uma nova beta-lactamase, denominada Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), na Carolina do Norte (Estados Unidos), enzima cujo perfil de hidrólise inclui os carbapenêmicos, encontrada principalmente em enterobactérias 6. Atualmente, amostras produtoras de KPC se disseminaram em várias regiões do mundo e se tornaram muito prevalentes em infecções principalmente de pacientes hospitalizados. O nível de resistência aos carbapenêmicos encontrado em amostras produtoras de KPC é variado, sendo o ertapenem o carbapenêmico com menor atividade frente à enzima. Produtores de KPC são, na maioria das vezes, resistentes a múltiplos antibióticos, tornando cada vez mais limitadas as alternativas terapêuticas para infecções por estes patógenos 37. Kumarasamy et al., em um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, em 2010, relatou que enterobactérias isoladas em dois centros da Índia apresentaram perfil de resistência a todos antimicrobianos, com exceção de tigeciclina e colistina. Grande parte dos isolados apresentava, em seu plasmídeo, um novo gene de resistência, que foi denominado New Delhi Metalo-Betalactamase (NDM) 38. Embora bactérias produtoras de NDM tenham sido identificadas originalmente na Índia, vários relatos

20 19 de enterobactérias produtoras de NDM têm sido descritos em várias outras regiões do mundo. Inicialmente, os casos de NDM descritos fora da Índia tinham alguma ligação epidemiológica com o continente Indiano, mas, atualmente, já existem vários relatos de infecções/colonizações por amostras NDM positivas em pacientes de diversos países sem alguma correlação com a Índia. Amostras produtoras de NDM tendem a ser resistentes aos carbapenêmicos e a vários outros antibióticos 13,14,15. Além das carbapenemases das classes A (KPC) e B (NDM) de Ambler, as carbapenemases da classe D, especialmente OXA-48 e suas variantes, são cada vez mais descritas em enterobactérias 39. Embora a enzima OXA-48 seja descrita como menos hidrolítica que KPC e NDM, a mesma pode apresentar atividade significativa de degradação de carbapenêmicos. As consequências clínicas relacionadas à disseminação de produtores de OXA-48 e suas variantes podem ser bastante significativas 31. Recentemente, estudos demonstraram que o imipenem pode ser usado como tratamento para bacteremias por amostras produtoras de OXA-48 que sejam sensíveis ao imipenem. No entanto, a eficácia do tratamento com carbapenêmicos para produtores de carbapenemases com baixos níveis de resistência ou susceptibilidade a vários carbapenêmicos ainda é discutida, uma vez que há relatos de falha no tratamento com imipenem para várias outras infecções 22, 40, Resistência à Polimixina B As polimixinas são antimicrobianos polipeptídicos que agem nas membranas celulares, promovendo a diminuição da integridade da parede celular ao interagir com seus fosfolipídios e consequente morte celular bacteriana. O espectro de ação das polimixinas inclui grande parte das bactérias gram-negativas, exceto Proteus sp. e Providência sp., que apresentam resistência intrínseca a este antimicrobiano 42. Um estudo do SENTRY Antimicrobial Surveillance Program demostrou que a polimixina B ainda parece ter boa atividade bactericida frente a isolados gram-negativos, mesmo estes apresentando resistência aos carbapenêmicos. Porém, nesse mesmo estudo, foi observada uma tendência ao aumento da resistência às polimixinas B entre isolados de Klebsiella pneumoniae de hospitais localizados na América Latina 43. Tão preocupante quanto o crescente aumento da resistência a carbapenêmicos em enterobactérias é o surgimento da resistência, mediada por plasmídeo, às polimixinas nessas espécies. Historicamente, a resistência à polimixina em Enterobacteriaceae ou era intrínseca ou adquirida através de mutação cromossômica.

21 20 A regulação gênica do desenvolvimento de resistência às polimixinas mais conhecida até o momento envolve o sistema de dois componentes, PhoPQ e PmrAB. Tais sistemas são utilizados por diversas espécies bacterianas para regulação de expressão de diferentes fatores de resistência e virulência. Fatores ambientais como presença de ferro, concentrações elevadas de cálcio ou baixas de magnésio e também alterações no ph do meio podem influenciar esses sistemas. O sistema de dois componentes é constituído por uma proteína sensor de histidina quinase que percebe estímulos ambientais, sofrendo uma reação de autofosforilação, ativando uma segunda proteína citoplasmática. Esta, por sua vez, promove à ativação ou repressão dos genes alvos, desencadeando a resistência as polimixinas 44. Alguns trabalhos com espécies de Klebsiella demonstraram a participação dos sistemas PhoPQ e PmrAB em diferentes condições ambientais para o desenvolvimento de resistência às polimixinas através da modificação do lipídio A 45,46. No Reino Unido e na Irlanda, dados já demostram uma resistência de 7 e 14% à colistina em isolados de Enterobacter sp. no sangue e trato respiratório 50. Da mesma forma, em % dos isolados de Enterobacter sp. já eram resistentes à colistina no Canadá 51. O paradigma da resistência as polimixinas foi recentemente alterado com a descoberta de um gene de resistência, o mcr-1, codificado no plasmídeo de uma cepa de E. coli na China. Durante um projeto de vigilância epidemiológica que avaliava resistência microbiana em cepas de E. coli oriundas de alimentos e de animais, foi observado um aumento no nível de resistência à colistina. Em análise mais aprofundada, os pesquisadores depararam-se com mecanismo que era transmissível para outras cepas, chegando ao gene mcr-1 plasmidial. O mcr-1 codifica uma fosfoetamolamina-transferase, resultando na adição de fosfoetanolamina no lipídio A 47, 48, EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES POR ENTEROBACTER SP. Espécies de Enterobacter têm sido frequentemente relacionadas com a ocorrência de surtos, principalmente em UTIs. Além disso, é grande a preocupação com o aumento das infecções por estes patógenos em unidades de internação clínica, uma vez que ocorreu um importante aumento do consumo de cefalosporinas de amplo espectro e carbapenêmicos na terapia antimicrobiana, não sendo, atualmente, o uso de terapia antimicrobiana prévia fator de risco para desenvolvimento de resistência, diretamente relacionado à pacientes de unidades críticas 52,53.

22 21 Embora o E. aerogenes seja descrito como principal causador de choque séptico e, consequentemente, taxas maiores de mortalidade, o E.cloacae é atualmente a espécie do gênero Enterobacter mais prevalente em amostras clínicas 54. O E cloacae é responsável por infecções nosocomiais importantes, como: endocardites, osteomielites, artrites sépticas, entre outros 54. De acordo com relato do National Healthcare Safety Network (NHSN) do Centers for Diseases Control and Prevention (CDC), referente às infecções em hospitais norteamericanos no ano de , o gênero Enterobacter sp. aparece como oitavo microrganismo mais frequente, sendo responsável por 4,7% das infecções notificadas. O percentual de resistência aos carbapenêmicos entre os isolados variou entre 1,1 e 6,2% 55. Em comparação, os dados do SENTRY de 2012 (Antimicrobial Surveillance Program) em hospitais latino-americanos demostram o gênero Enterobacter como quinto mais frequente causador de infecções nosocomiais, sendo o Brasil o país com o maior número de isolados. Nesse estudo, foi constatada que taxas de resistência de Enterobacter sp. a carbapenêmicos variam em torno de 8%. Os dados do SENTRY mostraram um crescente aumento nas taxas de resistência aos carbapenêmicos também entre espécies de Klebsiella sp.: de 0,5% no período de para 8,6% nos anos entre , demostrando o importante papel epidemiológico que as enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos vêm ocupando no cenário hospitalar 56. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) reportou o Enterobacter sp. como o oitavo microrganismo mais frequente em infecções de corrente sanguínea associadas à cateter nos hospitais brasileiros em Comparado aos anos de 2012 e 2013, que, respectivamente, apontaram uma resistência de 11,4 e 17,2% de espécies de Enterobacter a cefalosporinas de quarta geração e carbapenêmicos, os dados de 2014 demonstraram aumento deste percentual, que foi para 21% no ano 57. Além do crescente papel do gênero em infecções graves, a resistência a carbapenêmicos em espécies de Enterobacter também tem sido fator preocupante nos hospitais brasileiros. Além de importantes fatores de patogenicidade e do impacto clínico de uma infecção por cepas do gênero, a produção de enzimas ESBL pelas espécies de Enterobacter cloacae, associado ao fator transporte intestinal endógeno, caracterizam altos níveis de colonização intestinal por essas bactérias em pacientes hospitalizados, especialmente aqueles com uso prévio de cefalosporinas Surtos por Enterobacter sp.

23 22 Frequentemente, espécies de Enterobacter têm sido associadas a importantes surtos no mundo todo. Rocidio et al. reportaram, no período de 2013 a 2014, 21 casos de infecção em pacientes de unidades críticas associado a Enterobacter cloacae produtor de OXA-48 e CTX- M15. Este surto estava associado a dois clones distintos e foi o primeiro relato de surto associado à Enterobacter com produção de OXA-48 na Europa 58. No Nepal, Crook et al., em 2015, avaliaram dois surtos de infecções de corrente sanguínea por espécies de Enterobacter em unidade de cuidados à neonatos. Um total de 23 isolados de Enterobacter sp. produtores de NDM-1 foram recuperados de hemoculturas de 16 neonatos. Os surtos foram relacionados à contaminação em dispensadores de sabonete 59. Em Singapura, um surto de Enterobacter sp. produtor de NDM foi identificado em uma enfermaria de cuidados agudos. A investigação detectou transmissão cruzada possivelmente associada aos cuidados em saúde como fator determinante para disseminação monoclonal. Fatores como uso prévio de mais de três antimicrobianos e Escore de Charlson 4 estavam presentes em mais 75% dos casos 60. Na Itália, um estudo recente caracterizou a transmissão interespécie de plasmídeos mediadores de enzimas KPC-3. O paciente previamente colonizado por Klebsiella pneumoniae produtora de KPC, identificada em vários espécimes clínicos, também apresentou em secreção de abcesso cepas de Enterobacter aerogenes, que, após identificação molecular, foi caracterizado como portador do mesmo plasmídeo. Isso reforça o alto poder de disseminação das carbapenemases, também interespécies 61. Entre 2010 e 2011, o Departamento de Saúde do Norte de Dakota (USA) identificou um surto monoclonal com 20 casos de Enterobacter sp. (19 E. cloacae e 1 E.aerogenes) em um hospital de 583 leitos na cidade de Fargo. Todos os isolados eram produtores de KPC 62. Na Venezuela, foi publicado agora em 2016, o primeiro surto de infecção de corrente sanguínea em UTI neonatal associado à Enterobacter ludwigii. Foram três casos no total, e os isolados apresentavam coprodução de enzimas de resistência aos antimicrobianos 63. No Brasil, um surto relacionado à Enterobacter gergoviae resistente a carbapenêmicos foi reportado recentemente após a realização de culturas de vigilância em pacientes transplantados renais do Hospital de Clínicas de São Paulo. No total, foram identificados 26 pacientes com isolados de Enterobacter gergoviae, todos produtores de metalobetalactamases do tipo IMP 64. Espécies de Enterobacter são bastante associados a infecções nosocomiais uma vez que podem sobreviver na pele, em superfícies secas bem como em fluídos contaminados,

24 23 ocasionando surtos relacionados à contaminação de dietas enterais, humidificadores e equipamentos de terapia respiratória entre outros. No entanto, vale ressaltar que a transmissão paciente-paciente ocorre devido a práticas inadequadas em controle de infecção, como por exemplo, a baixa adesão à higiene de mãos. 2.5 ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO FRENTE À RESISTÊNCIA MICROBIANA A crescente prevalência de infecções por bacilos gram-negativos multirresistentes no mundo, somado à falta de novos antimicrobianos disponíveis no mercado com atividade frente a estes microrganismos, levaram a retomada do uso de antimicrobianos como as polimixinas como opções de última linha para tratamento destas infecções 65, 66. A grande preocupação no uso de polimixinas em monoterapia para infecções por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos é o desenvolvimento de resistência. Além disso, o uso de polimixinas em monoterapia tem sido associado a maiores taxas de falha no tratamento em comparação a terapias combinadas 67. Um artigo publicado por Lee et al., em 2009, avaliou 12 pacientes que apresentaram Klebsiella pneumoniae produtora de KPC em hemocultura, mesmo após três dias de tratamento com polimixina B isoladamente ou em combinação com tigeciclina. Curiosamente, três dos 12 pacientes que receberam polimixina B em monoterapia tiveram aumento significativo nos valores das concentrações inibitórias mínimas (CIM). O mesmo não foi observado nos pacientes que receberam terapia em combinação. Os autores sugeriram que a terapia combinada teria evitado o desenvolvimento de resistência à polimixina B 68. Os benefícios da terapia combinada incluem: redução da terapia empírica inadequada, potenciais efeitos sinérgicos e a redução da emergência de resistência. Na maior revisão até o momento, que inclui dados de 889 pacientes com infecções por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos, a terapia de combinação com dois ou mais agentes ativos in vitro foi associada com menor mortalidade comparado ao tratamento com um único agente antimicrobiano ativo in vitro (27% versus 38% p<0,001) 69. Um estudo retrospectivo que avaliou 55 casos de infecções por Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos e produtora de KPC observou que o sucesso terapêutico da polimixina B era maior quando associado a um segundo antimicrobiano, no caso tigeciclina, se comparado a monoterapia (73% versus 14%) 25.

25 24 Tuon et al. conduziram um estudo em ratos com avaliação in vitro, com objetivo de determinar eficácia de meropenem, tigeciclina e polimixina B num modelo de infecção por Klebsiella pneumoniae produtoras de KPC. O ensaio in vivo e in vitro demonstrou que regimes combinados, exceto meropenem com tigeciclina, foram mais eficazes que a monoterapia para as cepas testadas 70. Cars et al., em um estudo in vitro utilizando quatro isolados de Klebsiella pneumoniae produtores de metalo-betalactamases (2 VIM e 2 NDM), observaram sinergismo na maior parte das combinações com colistina para a cepa produtora de VIM. A cepa produtora de NDM apresentou sinergismo apenas às combinações: fosfomicina com colistina; fosfomicina com meropenem e com colistina; e rifampicina com meropenem e com colistina 16. Arslan et al. avaliaram a atividade sinérgica in vitro de fosfomicina, meropenem, imipenem, colistina e tigeciclina frente a 12 cepas de Klebsiella pneumoniae produtoras de OXA-48. Curiosamente, a combinação fosfomicina com colistina mostrou-se antagônica, o que não foi observado para outras combinações 71. Wen-Liang Yuc et al. avaliaram sinergismo entre imipenem e colistina por método TKC de um isolado de Enterobacter cloacae recuperado de material respiratório. No ensaio, imipenem, isoladamente ou em combinação com colistina, se mostrou ativo, porém somente quando utilizado a concentração quatros vezes maior que a CIM de imipenem. O mesmo não aconteceu com a colistina: mesmo utilizando concentrações maiores, o antimicrobiano apresentou apenas efeito bacteriostático 72. Apesar dos estudos in vitro sugerirem combinações que consideram, na maior parte das vezes, colistina/polimixina B e tigeciclina, há uma grande preocupação na prática clínica referente à toxicidade e à baixa difusão no trato urinário destes fármacos. Além disso, para infecções respiratórias está contraindicado tratamento com tigeciclina, considerando o risco de falha terapêutica. Paralelamente a algumas limitações farmacocinéticas e farmacodinâmicas, está a importante seleção de resistência associada ao uso de colistina/polimixina B. Diante deste cenário de limitações terapêuticas importantes, alguns estudos têm proposto o uso de combinações de dois carbapenêmicos no tratamento de infecções por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos 73,74,75. O racional da combinação de dois carbapenêmicos (em especial ertapenem associado a outro carbapenêmico) seria a possibilidade do ertapenem ligar-se ao sítio ativo da enzima com maior afinidade, evitando a hidrólise do segundo carbapenêmico, sendo presumidamente mais efetivo. No entanto, a terapêutica baseada na teoria do carbepenem suicida ainda é bastante limitada, uma vez que não se tem estudos clínicos avaliando a efetividade da associação.

26 25 No que se refere à Enterobacter sp., as limitações são ainda maiores. Poucos são os estudos que avaliaram combinações de antimicrobianos para cepas resistentes aos carbapenêmicos. Em relação à terapia com dois carbapenêmicos, atualmente não existe nenhum estudo avaliando a combinação para o gênero. 2.6 ATIVIDADE BACTERICIDA E SINERGISMO Não existe técnica padronizada para avaliar sinergismo entre antimicrobianos. Entretanto, três testes têm sido utilizados: Ensaios de Curvas Tempo-Morte Bacteriana ou Time-Kill Curves (TKC), Método de avaliação de sinergismo com fitas de Etest e Método de Checkerboard 76,77. O Método de TKC e o Método de Checkerboard são os mais utilizados em testes de sinergismo. O Método de Checkerboard é um teste de microdiluição, onde é avaliada a CIM dos fármacos isoladamente e em combinação. Os cálculos para avaliar sinergismo são realizados a partir do índice de fração inibitória 76,77,78. Para realização de ensaios TKC, são seguidas recomendações do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI). O método avalia o sinergismo de dois ou mais antimicrobianos que visam inibir o crescimento bacteriano 79. A concentração do antimicrobiano e a morte da bactéria são avaliadas em distintos intervalos de tempo. A contagem média das colônias (UFC/mL) recuperadas com antimicrobiano, isoladamente e combinado, é comparada com o controle sem antimicrobiano 78. O resultado final é expresso em log de UFC/mL. Define-se como sinergismo a diferença de 2 log na contagem de colônias, em 24 horas, da combinação testada frente ao agente isoladamente mais ativo 78,80. A vantagem desta técnica é o fornecimento de dados sobre atividade bactericida da associação de antimicrobianos (definida como redução 3 log na contagem de colônias comparado ao inoculo inicial) e também a possibilidade de analisar dinamicamente a ação antimicrobiana e o tempo de interação, diferente do Checkerboard, que fornece dados apenas da concentração inibitória mínima da associação de antimicrobianos, e a análise de crescimento é examinada apenas uma vez, entre 16 a 24 horas. Pournarasa et al. conseguiram demonstrar atividade sinérgica in vitro usando combinação de tigeciclina e colistina frente a cepas de enterobactérias produtoras de carbapenemases pelo método TKC, o que não foi observado com a combinação meropenem e colistina 81. Em comparação, Pankey et al. em um ensaio de sinergismo com polimixina B, colistina e meropenem para isolados produtores de carbapenemases avaliaram a concordância entre os métodos de TKC e Etest. Este estudo avaliou 31 isolados de espécies de Klebsiella,

27 26 sendo o sinergismo para combinação de polimixina B e meropenem observado em 71% das cepas por TKC e 55% das cepas por Etest (concordância de 80.6%) 82. A combinação polimixina B e rifampicina também tem sido proposta por alguns autores 83,84, porém a divergência de resultados entre os métodos testados pode ser observada em um estudo americano de Nova Orleans, que encontrou 100% de sinergismo para rifampicina e polimixina B no ensaio de TKC e 21% de sinergismo pelo método com fitas de Etest em isolados de enterobactérias produtoras de carbapenemases 85. Nordmann et al. avaliaram a combinação de carbapenêmicos para 20 cepas de Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos produtoras de diferentes tipos de carbapenemases. A avaliação de sinergismo foi realizada por Checkerboard e TKC, sendo as combinações com imipenem mais outro carbapenêmico aquelas com maior sinergismo. Entretanto, a combinação meropenem + ertapenem não foi sinérgica para nenhuma cepa testada 86. Entre as técnicas in vitro propostas até o momento, destaca-se a hollow-fiber infection model (HFIM), ao qual tem sido utilizada para validação de resultados em testes de atividade bactericida e sinergismo. As técnicas com HFIM imitam as alterações de concentração de fármacos, chegando a resultados mais fidedignos de comportamento farmacocinético e farmacodinâmico 87. O TKC é um método demorado e trabalhoso, porém ainda é considerado o método in vitro com os melhores resultados para orientação de alternativas terapêuticas, uma vez que serve como ponto de partida para ensaios clínicos in vivo. É essencial que as concentrações dos antimicrobianos testados sejam definidas a fim de representar as concentrações séricas necessárias para inibir o crescimento do microrganismo no sítio da infecção.

28 27 3 MARCO TEÓRICO Uso de antimicrobianos Melhores desfechos clínicos Pressão seletiva Terapias de associação in vivo Infecções por bactérias gramnegativas multirresistentes Avaliação de sinergismo entre antimicrobianos in vitro Limitações Terapêuticas Figura 2. Explicação do Marco-Teórico. Fonte: elaborado pela autora.

29 28 4 JUSTIFICATIVA O crescente aumento da resistência bacteriana já é descrito hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das três maiores ameaças à saúde humana. A preocupação é ainda maior quando se trata de bacilos gram-negativos multirresistentes, já que desde os anos 90 houve um acentuado declínio na pesquisa e desenvolvimentos de novos antimicrobianos contra estas bactérias. Na tentativa de suprir a necessidade de novos fármacos, combinações de antimicrobianos têm sido cada vez mais propostas. Além disso, para algumas infecções específicas, a terapia combinada parece apresentar melhores desfechos clínicos. Assim, um estudo que avalie possibilidade de sinergismo entre fármacos ativos contra Enterobacter sp. com resistência mediada ou não por carbapenemases é de grande relevância na tentativa de otimizar o tratamento frente a infecções graves causadas por esses microrganismos.

30 29 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a atividade de polimixina B isoladamente e em combinação com carbapenêmicos e tigeciclina, contra isolados de Enterobacter sp. resistente aos carbapenêmicos. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Determinar a CIM para polimixina B, tigeciclina e meropenem para amostras do estudo; b) Validar o método de curva de tempo-morte para polimixina B isoladamente e em combinação com tigeciclina, meropenem e ertapenem; c) Avaliar atividade de polimixina B em combinação com meropenem contra diferentes isolados de Enterobacter sp. produtores de KPC, NDM e OXA-48-like e não produtor de carbapenemase; d) Avaliar a atividade de polimixina B em combinação com tigeciclina contra diferentes isolados de Enterobacter sp. produtores de KPC, NDM e OXA-48-like e não produtor de carbapenemase; e) Avaliar a atividade de meropenem e ertapenem contra isolados de diferentes clones de Enterobacter sp. produtores de KPC, NDM e OXA-48-like e não produtor de carbapenemase.

31 30 6 REFERÊNCIAS 1. Pitout JD, Laupland KB. Extended-spectrum b-lactamase-producing Enterobacteriaceae: an emerging public-health concern. Lancet Infect Dis Mar;8(3): Ikonomidis A, Spanakis N, Poulou A, Pournaras S, Markou F, Tsakris A. Emergence of carbapenem-resistant Enterobacter cloacae carrying VIM-4 metallo-β-lactamase and SHV-2a extended-spectrum β-lactamase in a conjugative plasmid. Microb Drug Resist Jan;13(4): Ambler RP. The structure of beta-lactamases. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci May;289(1036): Sidjabat HE, Kamolvit W, Wailan A, Paterson DL. Multidrug-resistant gram-negative bacteria. Microbiol Aust Mar;34(1): Queenan AM, Bush K. Carbapenemases: the versatile β-lactamases. Clin Microbiol Rev Jul;20(3): Yigit H, Queenan AM, Anderson GJ, Domenech-Sanchez A, Biddle JW, Steward CD, et al. Novel carbapenem-hydrolyzing β-lactamase KPC-1 from a carbapenem-resistant strain of Klebsiella pneumoniae. Antimicrob Agents Chemother. 2001;45(4): Lee C, Lee J, Park KS, Kim YB, Jeong BC, Lee SH. Global Dissemination of Carbapenemase-Producing Klebsiella pneumoniae: Epidemiology, Genetic Context, Treatment Options, and Detection Methods. Front Microbiol Jun;7: Woodford N, Tierno PM, Young K, Tysall L, Papelou MFI, Ward E, et al. Outbreak of Klebsiella pneumoniae producing a new carbapenem-hydrolyzing class A β-lactamase, KPC-3, in a New York medical center. Antimicrob Agents Chemother Dec;48(12):

32 31 9. Marchaim D, Navon-Venezia S, Schwaber MJ, Carmeli Y. Isolation of imipenemresistant Enterobacter species: emergence of KPC-2 carbapenemase, molecular characterization, epidemiology, and outcomes. Antimicrob Agents Chemother Apr;52(4): Adams-Haduch JM, Potoski BA, Sidjabat HE, Paterson DL, Doi Y. Activity of temocillin against KPC-producing Klebsiella pneumoniae and Escherichia coli. Antimicrob Agents Chemother Jun;53(6): Tumbarello M, Viale P, Viscoli C, Trecarichi EM, Tumietto F, Marchese A, et al. Predictors of mortality in blood stream infections caused by Klebsiella pneumoniae carbapenemase-producing K. pneumoniae: importance of combination therapy. Clin Infect Dis Oct;55(7): Jeon JH, Lee JH, Lee JJ, Park KS, Karim AM, Lee CR, et al. Structural basis for carbapenem-hydrolyzing mechanisms of carbapenem as esconferring antibiotic resistance. Int J Mol Sci May;16(5): Yong D, Toleman MA, Giske CG, Cho HS, Sundman K, Lee K, et al. Characterization of a new metallo-b-lactamase gene, blandm-1, and a novel erythromycin esterase gene carried unique genetic structure in Klebsiella pneumoniae sequence type14 from India. Antimicrob Agents Chemother Dec;53(12): Kazi M, Drego L, Nikam C, Ajbani K, Soman R, Shetty A, et al. Molecular characterization of carbapenem-resistant Enterobacteriaceae at a tertiary care laboratory in Mumbai. Eur J Clin Microbiol Infect Dis Mar;34(3): Nordmann P, Poirel L, Walsh TR, Livermore DM. The emerging NDM carbapenemases. Trends Microbiol Dec;19(12): Tangden T, Hickman RA, Forsberg P, Lagerback P, Giske CG, Cars O. Evaluation of double-and triple-antibiotic combinations for VIM- and NDM-producing Klebsiella pneumoniae by in vitro time-kill experiments. Antimicrob Agents Chemother Mar;58(3):

33 Poirel L, Heritier C, Tolun V, Nordmann P. Emergence of oxacillinase-mediated resistance to imipenem Klebsiella pneumoniae. Antimicrob Agents Chemother Jan;48(1): Nordmann P, Poirel L. The difficult-to-control spread of carbapenemases producers among Enterobacteriaceae worldwide. Clin Microbiol Infect Sep; 20(9): Sampaio JL, Ribeiro VB, Campos JC, Rozales FP, Magagnin CM, Falci DR, et al. Detection of OXA-370, an OXA-48-related class D β-lactamase, in Enterobacter hormaechei from Brazil. Antimicrob Agents Chemother Jun;58(6): Pereira PS, Borghi M, de Araújo CF, Aires CA, Oliveira JC, Asensi MD et al. Clonal Dissemination of OXA-370-Producing Klebsiella pneumoniae in Rio de Janeiro, Brazil. Antimicrob Agents Chemother Aug;59(8): Nordmann P, Dortet L, Poirel L. Carbapenem resistance in Enterobacteriaceae: here is the storm!. Trends Mol Med May;18(5): Laishram S, Anandan S, Devi BY., Elakkiya M, Priyanka B, Bhuvaneshwari T, et al. Determination of synergy between sulbactam, meropenem and colistinin carbapenemresistant Klebsiella pneumoniae and Acinetobacter baumannii isolates and correlation with the molecular mechanism of resistance. J Chemother Oct 2: Y Zarkotou O, Pournaras S, Tselioti P, Dragoumanos V, Pitiriga V, Ranellou K, et al. Predictors of mortality in patients with bloodstream infections caused by KPCproducing Klebsiella pneumoniae and impact of appropriate antimicrobial treatment. Clin Microbiol Infect Dec;17(12): Qureshi ZA, Paterson DL, Potoski BA, Kilayko MC, Sandovsky G, Sordillo E, et al. Treatment outcome of bacteremia due to KPC-producing Klebsiella pneumoniae: Superiority of combination antimicrobial regimens. Antimicrob Agents Chemother Jan; 56(4):

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO PARA PESQUISA DE CARBAPENEMASE. CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS

Leia mais

Pesquisa de metalobetalactamase e KPC em populações de. Klebsiella sp e Enterobacter sp isolados do Hospital das Clínicas.

Pesquisa de metalobetalactamase e KPC em populações de. Klebsiella sp e Enterobacter sp isolados do Hospital das Clínicas. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE- SES -SP COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS-CRH GRUPO DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS-GDRH CENTRO DE FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA O SUS Dr. Antonio Guilherme de

Leia mais

COMO TRATAR ESBL E Amp-C. Jamile Sardi Perozin

COMO TRATAR ESBL E Amp-C. Jamile Sardi Perozin COMO TRATAR ESBL E Amp-C Jamile Sardi Perozin CONFLITOS DE INTERESSE: NÃO HÁ. β-lactamases Enzimas que catalizam a hidrólise de b-lactâmicos; Existem mais de 260 enzimas diferentes descritas; Têm localização

Leia mais

Como Tratar Enterobactérias Resistentes a Carbapenêmicos. Luís Gustavo O. Cardoso CCIH - Hospital de Clínicas - UNICAMP

Como Tratar Enterobactérias Resistentes a Carbapenêmicos. Luís Gustavo O. Cardoso CCIH - Hospital de Clínicas - UNICAMP Como Tratar Enterobactérias Resistentes a Carbapenêmicos Luís Gustavo O. Cardoso CCIH - Hospital de Clínicas - UNICAMP Resistência aos carbapenêmicos β-lactamases com fraca hidrólise CBP (ESBLs / AmpC)

Leia mais

Documentos recuperados

Documentos recuperados Artigo publicado em periódico indexado estrangeiro [000979054] Pagano, Mariana et al. High endemic rates of OXA-23-producing carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii isolates caused by the persistence

Leia mais

Goreth Barberino PhD, MsC em Ciências - FIOCRUZ - Bahia Consultora do Serviço de Microbiologia - HSR

Goreth Barberino PhD, MsC em Ciências - FIOCRUZ - Bahia Consultora do Serviço de Microbiologia - HSR Goreth Barberino PhD, MsC em Ciências - FIOCRUZ - Bahia Consultora do Serviço de Microbiologia - HSR O que disse a teoria revolucionária? Resistência bacteriana A capacidade dos micro-organismos de evoluírem

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA. Antibioticos e resistência bacteriana a drogas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA. Antibioticos e resistência bacteriana a drogas UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA Antibioticos e resistência bacteriana a drogas Controle de população microbiana in vivo Controle do crescimento

Leia mais

Terapia Antimicrobiana para Infecções por K. pneumoniae produtora de carbapenemase Proposta da Disciplina de Infectologia UNIFESP

Terapia Antimicrobiana para Infecções por K. pneumoniae produtora de carbapenemase Proposta da Disciplina de Infectologia UNIFESP Terapia Antimicrobiana para Infecções por K. pneumoniae produtora de carbapenemase Proposta da Opções Terapêuticas Polimixina Peptídeo cíclico Mecanismo de ação: interação eletrostática (cátion/antimicrobiano

Leia mais

Biossegurança Resistência Bacteriana. Professor: Dr. Eduardo Arruda

Biossegurança Resistência Bacteriana. Professor: Dr. Eduardo Arruda Biossegurança Resistência Bacteriana Professor: Dr. Eduardo Arruda Introdução Penicilina (1940): Revolução; Ilusão de que as infecções foram vencida; Ser vivo em resposta à agressão: Resistir; Hoje: Estafilococos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Farmácia Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Farmácia Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Farmácia Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia Detecção rápida de resistência às polimixinas em Enterobactérias Graziela Ávila

Leia mais

Elevado custo financeiro: R$ 10 bilhões/ano Elevado custo humano: 45 mil óbitos/ano 12 milhões de internações hospitalares Dados aproximados,

Elevado custo financeiro: R$ 10 bilhões/ano Elevado custo humano: 45 mil óbitos/ano 12 milhões de internações hospitalares Dados aproximados, Elevado custo financeiro: R$ 10 bilhões/ano Elevado custo humano: 45 mil óbitos/ano 12 milhões de internações hospitalares Dados aproximados, referentes apenas a infecções hospitalares. Quando começa

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE: Klebsilella. Enzima KPC. Superbactéria KCP.

PALAVRAS-CHAVE: Klebsilella. Enzima KPC. Superbactéria KCP. SUPERBACTÉRIAS KPC Bemvindo Soares de Sousa Júnior 1 Hisabella Moura de Moraes Mattje 1 Ana Claudia Alves de Oliveira Santos 2 Silvana Barbosa Santiago 2 Aroldo Vieira Moraes Filho 2 RESUMO: A klebsilella

Leia mais

Detecção feno+pica de ERCs em laboratórios de microbiologia clínica e importância médica

Detecção feno+pica de ERCs em laboratórios de microbiologia clínica e importância médica Detecção feno+pica de ERCs em laboratórios de microbiologia clínica e importância médica Jorge Luiz Mello Sampaio Professor de Microbiologia Clínica Faculdade de Ciências FarmacêuFcas - USP Médico Responsável

Leia mais

Moniz S. 1, Silva A.R. 1, Correia C. 1, Torrinha A. 1, Pereira A.M. 1, Amorim J. 1 ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE

Moniz S. 1, Silva A.R. 1, Correia C. 1, Torrinha A. 1, Pereira A.M. 1, Amorim J. 1 ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE Acta Farmacêutica Portuguesa 2016, vol. 5, n.1, pp. 45-51 Prevalência de ß-Lactamases de espectro estendido (ESBL) e Carbapenemases (KPC) em Escherichia Coli e Klebsiella Pneumoniae no Laboratório BMAC

Leia mais

resistentes a carbapenêmicos em quatro hospitais terciários de Porto Alegre

resistentes a carbapenêmicos em quatro hospitais terciários de Porto Alegre Artigo Original Prevalência de carbapenemases em enterobactérias resistentes a carbapenêmicos em quatro hospitais terciários de Porto Alegre Prevalence of carbapenemases in carbapenem-resistant Enterobacteriaceae

Leia mais

Questionário - Proficiência Clínica

Questionário - Proficiência Clínica Tema Elaboradora Introdução Questão 1 Questão 2 DESAFIOS DO TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS Antônia Maria de Oliveira Machado. Médica, Patologista Clínica, Microbiologia, Doutora em Medicina.

Leia mais

Infecções causadas por microrganismos multi-resistentes: medidas de prevenção e controle.

Infecções causadas por microrganismos multi-resistentes: medidas de prevenção e controle. INFORME TÉCNICO XXXVII Outubro 2010 Infecções causadas por microrganismos multi-resistentes: medidas de prevenção e controle. Definição de microorganismos multi-resistentes: São microrganismos resistentes

Leia mais

Definição de Germicida

Definição de Germicida Definição de Germicida 0 Substância química que mata formas vegetativas de microrganismos (não necessariamente os patogênicos) 0 A diferença entre um desinfetante e um germicida é que o desinfetante mata

Leia mais

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE CEPAS DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORAS DE CARBAPENEMASES

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE CEPAS DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORAS DE CARBAPENEMASES ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE CEPAS DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORAS DE CARBAPENEMASES Júlio Henrique Ferreira de Sá Queiroz 1 ; Wirlaine Glauce Maciel 2 ; Kesia Esther da Silva 2 ; Maisa

Leia mais

Antibiograma em controlo de infecção e resistências antimicrobianas. Valquíria Alves 2015

Antibiograma em controlo de infecção e resistências antimicrobianas. Valquíria Alves 2015 Antibiograma em controlo de infecção e resistências antimicrobianas Valquíria Alves 2015 Teste de susceptibilidade aos antimicrobianos As metodologias de que dispomos na rotina são todas dependentes da

Leia mais

Recomendações atuais para testar a a sensibilidade às polimixinas. Como fazer microdiluição em caldo na rotina de um laboratório de microbiologia?

Recomendações atuais para testar a a sensibilidade às polimixinas. Como fazer microdiluição em caldo na rotina de um laboratório de microbiologia? Recomendações atuais para testar a a sensibilidade às polimixinas. Como fazer microdiluição em caldo na rotina de um laboratório de microbiologia? Jorge Sampaio Membro do Comitê Gestor do BrCAST 2016-2018

Leia mais

INCIDÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE Acinetobacter sp. EM UM HOSPITAL DE VARGINHA NO ANO DE 2012

INCIDÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE Acinetobacter sp. EM UM HOSPITAL DE VARGINHA NO ANO DE 2012 INCIDÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE Acinetobacter sp. EM UM HOSPITAL DE VARGINHA NO ANO DE 2012 Tatiele da Silva Oliveira 1 & Roberta Ribeiro de Carvalho 1 1 Especialização em Análises Clínicas, Centro

Leia mais

Importância da Utilização de Metodologias para a Detecção de ESBL em Espécies de Enterobactérias

Importância da Utilização de Metodologias para a Detecção de ESBL em Espécies de Enterobactérias Artigo Importância da Utilização de Metodologias para a Detecção de ESBL em Espécies de Enterobactérias Pedro F. Del Peloso, Cassiana C. F. Leite, Henrique P. Silva, Helio M. T. Filho Laboratório Richet

Leia mais

Resistência Microbiana: o que há de novo? Jussara Kasuko Palmeiro Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná

Resistência Microbiana: o que há de novo? Jussara Kasuko Palmeiro Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná Resistência Microbiana: o que há de novo? Jussara Kasuko Palmeiro jussarakp@ig.com.br Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná Mecanismos de resistência Porina Beta-lactâmico Beta-lactamases

Leia mais

Microrganismos Gram-negativos Multirresistentes nos hospitais do RJ. β-lactamases emergentes em Gramnegativos

Microrganismos Gram-negativos Multirresistentes nos hospitais do RJ. β-lactamases emergentes em Gramnegativos Microrganismos Gram-negativos Multirresistentes nos hospitais do RJ β-lactamases emergentes em Gramnegativos βla: classificação de Bush & Medeiros (1995) Classe Grupo Sítio ativo Inibição A 2 serina ác

Leia mais

Prevalência de produção de beta-lactamases... estendido em bacteremias por Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli

Prevalência de produção de beta-lactamases... estendido em bacteremias por Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli ARTIGO ORIGINAL Prevalência de produção de beta-lactamases de espectro estendido em bacteremias por Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli Prevalence of extended-spectrum beta-lactamases in Klebsiella

Leia mais

A Microbiologia no controlo das IACS. Valquíria Alves Coimbra 2014

A Microbiologia no controlo das IACS. Valquíria Alves Coimbra 2014 A Microbiologia no controlo das IACS Valquíria Alves Coimbra 2014 Microbiologia: Componente essencial em qualquer Programa de Controlo de Infecção PPCIRA 2013 Clinical Microbiology and Infection Prevention

Leia mais

Infecções por Bacterias Multiresistentes a Antimicrobianos: Medidas de Controle

Infecções por Bacterias Multiresistentes a Antimicrobianos: Medidas de Controle Infecções por Bacterias Multiresistentes a Antimicrobianos: Medidas de Controle Tigeciclina e Polimixina B, Glicopeptídeos S. aureus Acinetobacter spp. Enterobacter spp. Carbapenêmicos K. pneumoniae Carbapenêmicos

Leia mais

KALINCA MIRANDA FERREIRA

KALINCA MIRANDA FERREIRA KALINCA MIRANDA FERREIRA INVESTIGAÇÃO DE BETA-LACTAMASES EM KLEBSIELLA PNEUMONIAE E ESCHERICHA COLI DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CAMPO GRANDE-MS ACT ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA SETEMBRO/2015 KALINCA

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO ANTIMICROBIANA FENOTÍPICA DE BACTÉRIAS DO GÊNERO Klebsiella spp. RESISTENTES À POLIMIXINA

CARACTERIZAÇÃO ANTIMICROBIANA FENOTÍPICA DE BACTÉRIAS DO GÊNERO Klebsiella spp. RESISTENTES À POLIMIXINA CARACTERIZAÇÃO ANTIMICROBIANA FENOTÍPICA DE BACTÉRIAS DO GÊNERO Klebsiella spp. RESISTENTES À POLIMIXINA Karoline Rissele Henrique de Almeida; Natally dos Santos Silva; Eliana Maria Chaves de Paiva; Sibele

Leia mais

Enterobactérias: Mecanismos de Resistência e Aspectos para a Terapia

Enterobactérias: Mecanismos de Resistência e Aspectos para a Terapia Enterobactérias: Mecanismos de Resistência e Aspectos para a Terapia Alberto Chebabo CCIH - Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ Laboratório Lâmina/Diagnósticos da América Rio de Janeiro

Leia mais

Histórias de Sucesso no Controle da Infecção Hospitalar. Utilização da informática no controle da pneumonia hospitalar

Histórias de Sucesso no Controle da Infecção Hospitalar. Utilização da informática no controle da pneumonia hospitalar Utilização da informática no controle da pneumonia hospitalar Médico Assistente da Disciplina de Moléstias Infecciosas e Tropicais HC-FMRP-USP Médico da CCIH do Hospital Estadual de Ribeirão (HER) e HSP

Leia mais

Infecções por microrganismos multirresistentes Hospital / Comunidade José Artur Paiva

Infecções por microrganismos multirresistentes Hospital / Comunidade José Artur Paiva Infecções por microrganismos multirresistentes Hospital / Comunidade José Artur Paiva Director UAG Urgência e Cuidados Intensivos Grupo de Infecção e Sepsis Hospital S. João Professor Associado Faculdade

Leia mais

Antibióticos. O impacto causado pelo mau uso no desenvolvimento de resistência bacteriana. Caio Roberto Salvino

Antibióticos. O impacto causado pelo mau uso no desenvolvimento de resistência bacteriana. Caio Roberto Salvino Antibióticos O impacto causado pelo mau uso no desenvolvimento de resistência bacteriana Caio Roberto Salvino Laboratório Saldanha Hospital Nossa Senhora dos Prazeres SBAC-SC Resistência Bacteriana Problema

Leia mais

2º Curso de Antimicrobianos da AECIHERJ INTRODUÇÃO A ANTIBIÓTICOS DRA. DEBORA OTERO

2º Curso de Antimicrobianos da AECIHERJ INTRODUÇÃO A ANTIBIÓTICOS DRA. DEBORA OTERO 2º Curso de Antimicrobianos da AECIHERJ INTRODUÇÃO A ANTIBIÓTICOS DRA. DEBORA OTERO Antimicrobianos antimicrobiano (anti+microbiano) Que extermina micróbios ou impede sua proliferação antibiótico (anti+bio+t+ico)

Leia mais

A IMPORTÂNCIA CLÍNICA DAS BETA-LACTAMASES DE ESPECTRO ESTENTIDO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

A IMPORTÂNCIA CLÍNICA DAS BETA-LACTAMASES DE ESPECTRO ESTENTIDO: UMA REVISÃO DE LITERATURA A IMPORTÂNCIA CLÍNICA DAS BETA-LACTAMASES DE ESPECTRO ESTENTIDO: UMA REVISÃO DE LITERATURA REIS FILHO, J. S. 1 ; SOUSA, E. S. 1 ;CARRIAS, G. R. 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ- UFPI ¹ CENTRO UNIVERSITÁRIO

Leia mais

Prevalência de enterobactérias produtoras de Klebsiella pneumoniae

Prevalência de enterobactérias produtoras de Klebsiella pneumoniae Prevalência de enterobactérias produtoras de Klebsiella pneumoniae carbapenemase em culturas de vigilância epidemiológica em unidade de terapia intensiva de um hospital de ensino de Minas Gerais Patrícia

Leia mais

TÍTULO: AUTORES UNIDADE ACADÊMICA ENDEREÇO ELERÔNICO PALAVRAS-CHAVE INTRODUÇÃO

TÍTULO: AUTORES UNIDADE ACADÊMICA ENDEREÇO ELERÔNICO PALAVRAS-CHAVE INTRODUÇÃO TÍTULO: Caracterização clínico-epidemiológica de infecções por Acinetobacter baumannii em unidades de terapia intensiva (UTIs) de adultos na grande Goiânia AUTORES: Cássia Silva de Miranda GODOY 1, Adriana

Leia mais

Detecção fenotípica de metalobetalactamase em isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa de hospitais de Caxias do Sul

Detecção fenotípica de metalobetalactamase em isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa de hospitais de Caxias do Sul J Bras Patol Med Lab v. 46 n. 4 p. 309-314 agosto 2010 artigo original original paper Detecção fenotípica de metalobetalactamase em isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa de hospitais de Caxias do

Leia mais

NEW DELHI METALO-BETA-LACTAMASE NDM. Marcelo Pillonetto LACEN/PR Curitiba, 04 de julho de 2013

NEW DELHI METALO-BETA-LACTAMASE NDM. Marcelo Pillonetto LACEN/PR Curitiba, 04 de julho de 2013 NEW DELHI METALO-BETA-LACTAMASE NDM Marcelo Pillonetto LACEN/PR Curitiba, 04 de julho de 2013 Resistência Bacteriana Previa ao uso de antimicrobianos Resistência intrínseca Resistência adquirida S.aureus

Leia mais

Doripenem, o novo agente na pneumonia nosocomial PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE AOS BACILOS GRAM NEGATIVO MAIS PREVALENTES

Doripenem, o novo agente na pneumonia nosocomial PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE AOS BACILOS GRAM NEGATIVO MAIS PREVALENTES Doripenem, o novo agente na pneumonia nosocomial PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE AOS BACILOS GRAM NEGATIVO MAIS PREVALENTES José Diogo COMISSÃO DE CONTROLO DE Laboratório de Microbiologia (LM) INFECÇÃO - HGO,

Leia mais

TÍTULO: PERFIL DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES ENCONTRADAS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA

TÍTULO: PERFIL DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES ENCONTRADAS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA TÍTULO: PERFIL DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES ENCONTRADAS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA:

Leia mais

Filipe Piastrelli Médico infectologista Serviço de controle de infecção hospitalar Hospital Alemão Oswaldo Cruz Hospital Estadual de Sapopemba

Filipe Piastrelli Médico infectologista Serviço de controle de infecção hospitalar Hospital Alemão Oswaldo Cruz Hospital Estadual de Sapopemba Guideline da OMS para prevenção e controle de Enterobactérias, Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes a carbapenêmicos nas instituições de saúde Filipe Piastrelli Médico infectologista

Leia mais

Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro

Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro Critérios utilizados no HUCFF/UFRJ MICRORGANISMOS SENSIBILIDADE Acinetobacter

Leia mais

O problema das resistências aos antimicrobianos em Portugal: causas e soluções

O problema das resistências aos antimicrobianos em Portugal: causas e soluções PPCIRA O problema das resistências aos antimicrobianos em Portugal: causas e soluções José Artur Paiva MD, PhD Diretor Programa Prevenção e Controlo de Infeção e de Resistências aos Antimicrobianos Coordenador

Leia mais

Artigo Original. Enterobactérias Resistentes a Carbapenêmicos: Estudo em Hospital Universitário

Artigo Original. Enterobactérias Resistentes a Carbapenêmicos: Estudo em Hospital Universitário Artigo Original Enterobactérias Resistentes a Carbapenêmicos: Estudo em Hospital Universitário Enterobacteriaceae resistant to Carbapenems: Study in University Hospital Ledilce Almeida Ataide¹, Sérgio

Leia mais

RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE BACTÉRIAS ISOLADAS DE AMOSTRAS DE CÃES E GATOS ATENDIDOS EM HOSPITAL VETERINÁRIO

RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE BACTÉRIAS ISOLADAS DE AMOSTRAS DE CÃES E GATOS ATENDIDOS EM HOSPITAL VETERINÁRIO 1 RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE BACTÉRIAS ISOLADAS DE AMOSTRAS DE CÃES E GATOS ATENDIDOS EM HOSPITAL VETERINÁRIO TATIANE KOHL 1, GIANE HELENITA PONTAROLO 2, DANIELA PEDRASSANI 2 1 Acadêmica do curso de

Leia mais

LARISSA GREGÓRIO CANDIDO DO PRADO

LARISSA GREGÓRIO CANDIDO DO PRADO PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO - FUNDAP LARISSA GREGÓRIO CANDIDO DO PRADO Interação entre

Leia mais

NOTA TÉCNICA N o 1/2010

NOTA TÉCNICA N o 1/2010 Agência Nacional de Vigilância Sanitária NOTA TÉCNICA N o 1/2010 Medidas para identificação, prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde por microrganismos multirresistentes Unidade

Leia mais

Bases ecológicas da resistência bacteriana às drogas

Bases ecológicas da resistência bacteriana às drogas Bases ecológicas da resistência bacteriana às drogas Drogas antimicrobianas: mecanismo de ação Um aspecto do controle do crescimento dos microrganismos envolve a utilização de fármacos no tratamento de

Leia mais

Cultura de vigilância ativa para pesquisa de portadores de MDR: quais as indicações?

Cultura de vigilância ativa para pesquisa de portadores de MDR: quais as indicações? Cultura de vigilância ativa para pesquisa de portadores de MDR: quais as indicações? Cláudia Murta de Oliveira Especialista em Clínica Médica e em Infectologia Médica do SCIH e NUVEH da Santa Casa BH ROTINA????

Leia mais

Quimioterápicos Arsenobenzóis Sulfas

Quimioterápicos Arsenobenzóis Sulfas ANTIBIÓTICOS 1 INTRODUÇÃO: História: Penicillium notatum Antibiose S. aureus Ser Vivo x Ser Vivo Antibiótico Fungo x Bactéria Quimioterápicos Antibiótico Sir Alexander Fleming 1909 Arsenobenzóis 1935 -

Leia mais

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÃO POR ACINETOBACTER SPP EM AMOSTRAS DE HEMOCULTURAS DE UM LABORATÓRIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÃO POR ACINETOBACTER SPP EM AMOSTRAS DE HEMOCULTURAS DE UM LABORATÓRIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 66 Recebido em 12/2013. Aceito para publicação em 09/2014. LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÃO POR ACINETOBACTER SPP EM AMOSTRAS DE HEMOCULTURAS DE UM LABORATÓRIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS EPIDEMIOLOGICAL

Leia mais

Monitoramento de mecanismos de resistência emergentes em patógenos hospitalares

Monitoramento de mecanismos de resistência emergentes em patógenos hospitalares Monitoramento de mecanismos de resistência emergentes em patógenos hospitalares Afonso Luís Barth Serviço de Patologia Clínica Hospital de Clínicas de Porto Alegre Fac. Farmácia - UFRGS Acinetobacter baumanni

Leia mais

Antimicrobianos. Prof. Leonardo Sokolnik de Oliveira

Antimicrobianos. Prof. Leonardo Sokolnik de Oliveira Antimicrobianos Prof. Leonardo Sokolnik de Oliveira t: @professor_leo i: @professorleonardo Histórico Alexander Flemming Descobridor da Penicilina, 1928 Penicillium chrysogenum Maioria dos antimicrobianos

Leia mais

Os Antibióticos - Profilaxia e Terapêutica das IACS

Os Antibióticos - Profilaxia e Terapêutica das IACS Os Antibióticos - Profilaxia e Terapêutica das IACS EDUARDO RABADÃO Serviço de Doenças Infecciosas CHUC-EPE (Dir: Prof. Doutor J. G. Saraiva da Cunha) Infecção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) Doença

Leia mais

INFECÇÃO HOSPITALAR. InfecçãoHospitalar. Parte 2. Profª PolyAparecida

INFECÇÃO HOSPITALAR. InfecçãoHospitalar. Parte 2. Profª PolyAparecida INFECÇÃO HOSPITALAR InfecçãoHospitalar Parte 2 Profª PolyAparecida Precauções e isolamento O objetivo básico de um sistema de precauções é a prevenção da transmissão de um microorganismo de um paciente

Leia mais

Frequência e perfil de resistência de Klebsiella spp. em um hospital universitário de Natal/RN durante 10 anos

Frequência e perfil de resistência de Klebsiella spp. em um hospital universitário de Natal/RN durante 10 anos J Bras Patol Med Lab v. 47 n. 6 p. 589-594 dezembro 2011 artigo original original paper Frequência e perfil de resistência de Klebsiella spp. em um hospital universitário de Natal/RN durante 10 anos Primeira

Leia mais

Resumo. Mestre em Ciências da Saúde; Universidade Federal da Grande Dourados; **

Resumo. Mestre em Ciências da Saúde; Universidade Federal da Grande Dourados; ** ARTIGO ORIGINAL FATORES ASSOCIADOS À BACTEREMIA POR KLEBSIELLA SPP. EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALMEIDA, Adriana Araújo de * ; MANFRÉ, Ligyane Lopes Medeiros ** ; CRODA, Mariana Trinidad Ribeiro da Costa

Leia mais

Enterobactérias são microrganismos comumente encontrados na microbiota intestinal. Podem

Enterobactérias são microrganismos comumente encontrados na microbiota intestinal. Podem Introdução: Enterobactérias são microrganismos comumente encontrados na microbiota intestinal. Podem causar infecções em pacientes suscetíveis, tais como pacientes em Unidades de Terapia Intensiva, portadores

Leia mais

AVALIAÇÃO DO ESPRETRO DE RESISTÊNCIA DA Escherichia coli EM CIDADE DO INTERIOR DA BAHIA

AVALIAÇÃO DO ESPRETRO DE RESISTÊNCIA DA Escherichia coli EM CIDADE DO INTERIOR DA BAHIA AVALIAÇÃO DO ESPRETRO DE RESISTÊNCIA DA Escherichia coli EM CIDADE DO INTERIOR DA BAHIA TAVARES, Walter. Docente do Curso de Medicina Unifeso. SANTOS, Maria Queiroz. Discente do curso de graduação em Medicina

Leia mais

COMUNICADO DE RISCO N O 003/ GVIMS/GGTES-ANVISA

COMUNICADO DE RISCO N O 003/ GVIMS/GGTES-ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária COMUNICADO DE RISCO N O 003/2013 - GVIMS/GGTES-ANVISA Atualização do Comunicado de Risco n o 002/2013 - GVIMS/GGTES-Anvisa, que trata da circulação de micro-organismos

Leia mais

DETECÇÃO DE BETALACTAMASE DE ESPECTRO ESTENDIDO EM ISOLADOS DE ENTEROBACTÉRIAS PROVENIENTES DE UM HOSPITAL DA REGIÃO DE SANTA TERESA-ES

DETECÇÃO DE BETALACTAMASE DE ESPECTRO ESTENDIDO EM ISOLADOS DE ENTEROBACTÉRIAS PROVENIENTES DE UM HOSPITAL DA REGIÃO DE SANTA TERESA-ES DETECÇÃO DE BETALACTAMASE DE ESPECTRO ESTENDIDO EM ISOLADOS DE ENTEROBACTÉRIAS PROVENIENTES DE UM HOSPITAL DA REGIÃO DE SANTA TERESA-ES Thaís Dias Lemos Kaiser 1 Debora Duarte Santiago 2 Edson Marques

Leia mais

Epidemiologia das betalactamases de espectro estendido no Brasil: impacto clínico e implicações para o agronegócio

Epidemiologia das betalactamases de espectro estendido no Brasil: impacto clínico e implicações para o agronegócio J Bras Patol Med Lab v. 48 n. 2 p. 91-99 abril 2012 artigo de revisão review article Epidemiologia das betalactamases de espectro estendido no Brasil: impacto clínico e implicações para o agronegócio Primeira

Leia mais

Bastonetes Gram Negativos Multi-Resistentes. SCIH Hospital Pró-Cardíaco Marisa Santos, Kátia Marie Senna, Giovanna Ferraiuoli.

Bastonetes Gram Negativos Multi-Resistentes. SCIH Hospital Pró-Cardíaco Marisa Santos, Kátia Marie Senna, Giovanna Ferraiuoli. Bastonetes Gram Negativos Multi-Resistentes SCIH Hospital Pró-Cardíaco Marisa Santos, Kátia Marie Senna, Giovanna Ferraiuoli. Origem dos dados: Hospital privado terciário com 88 leitos ativos 55% dos leitos

Leia mais

RESSALVA. Atendendo solicitação da autora, o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 03/06/2018.

RESSALVA. Atendendo solicitação da autora, o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 03/06/2018. RESSALVA Atendendo solicitação da autora, o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 03/06/2018. Câmpus de São José do Rio Preto Programa de Pós-Graduação em Microbiologia

Leia mais

RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS: TESTES DE SENSIBILIDADE

RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS: TESTES DE SENSIBILIDADE RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS: TESTES DE SENSIBILIDADE Em 1928, Alexander Fleming observou a inibição do crescimento de S. aureus ao redor das colônias de um fungo (Penicillium notatum) que havia contaminado

Leia mais

Superbactérias avançam no Brasil e levam autoridades de saúde a correr contra o tempo

Superbactérias avançam no Brasil e levam autoridades de saúde a correr contra o tempo Superbactérias avançam no Brasil e levam autoridades de saúde a correr contra o tempo g1.globo.com /bemestar/noticia/superbacterias-avancam-no-brasil-e-levam-autoridades-de-saude-a-corrercontra-o-tempo.ghtml

Leia mais

INFECÇÃO HOSPITALAR: a emergência da Klebsiella pneumoniae

INFECÇÃO HOSPITALAR: a emergência da Klebsiella pneumoniae INFECÇÃO HOSPITALAR: a emergência da Klebsiella pneumoniae Thays Viana da Silva Farmacêutica, Faculdades Integradas de Três Lagoas FITL/AEMS Deigilam Cestari Esteves Biomédica; Mestre em Meio Ambiente

Leia mais

Apresentação de Casos Clínicos: Usando os pontos de corte na prática clínica

Apresentação de Casos Clínicos: Usando os pontos de corte na prática clínica Apresentação de Casos Clínicos: Usando os pontos de corte na prática clínica Alberto Chebabo Alexandre P. Zavascki 1 Paciente masculino, 50 anos Diagnóstico HIV/SIDA desde 2005 Uso irregular ABC + 3TC

Leia mais

KARINA EUGÊNIA SCHIMITH BIER

KARINA EUGÊNIA SCHIMITH BIER KARINA EUGÊNIA SCHIMITH BIER CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE AMOSTRAS DE Acinetobacter baumannii MULTIRRESISTENTES ISOLADAS DE PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Leia mais

PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES CAUSADAS POR BACTÉRIAS GRAM- NEGATIVAS PRODUTORAS DE CARBAPENEMASE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE GOIÂNIA-GOIÁS

PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES CAUSADAS POR BACTÉRIAS GRAM- NEGATIVAS PRODUTORAS DE CARBAPENEMASE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE GOIÂNIA-GOIÁS PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES CAUSADAS POR BACTÉRIAS GRAM- NEGATIVAS PRODUTORAS DE CARBAPENEMASE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE GOIÂNIA-GOIÁS PREVALENCE OF INFECTIONS CAUSED BY CARBAPENEMASE- PRODUCING GRAM-NEGATIVE

Leia mais

O TESTE DE HODGE MODIFICADO AVALIAÇÃO DE ENTEROBACTÉRIAS SENSÍVEIS A CARBAPENÊMICOS

O TESTE DE HODGE MODIFICADO AVALIAÇÃO DE ENTEROBACTÉRIAS SENSÍVEIS A CARBAPENÊMICOS PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO FUNDAP Fernanda Maciel de Melo O TESTE DE HODGE MODIFICADO

Leia mais

SUSCETIBILIDADE E RESISTÊNCIA AOS ANTIFÚNGICOS

SUSCETIBILIDADE E RESISTÊNCIA AOS ANTIFÚNGICOS SUSCETIBILIDADE E RESISTÊNCIA AOS ANTIFÚNGICOS ANTIFÚNGICOS Entende-se por antifúngico ou antimicótico a toda a substância que tem a capacidade de evitar o crescimento de alguns tipos de fungos ou inclusive

Leia mais

Antibioticoterapia na Cirurgia Abdominal

Antibioticoterapia na Cirurgia Abdominal Antibioticoterapia na Cirurgia Abdominal Gilberto Turcato Jr Disc. Infectologia EPM / UNIFESP Consequências da Falha da Terapia Antimicrobiana Inicial em Infecções Intra-Abdominais 2,9 dias adicionais

Leia mais

Infecções hospitalares por enterobactérias produtoras de Kpc em um hospital terciário do sul do Brasil

Infecções hospitalares por enterobactérias produtoras de Kpc em um hospital terciário do sul do Brasil ARTIGO ORIGINAL Infecções hospitalares por enterobactérias produtoras de Kpc em um hospital terciário do sul do Brasil Nosocomial infections by KPC-producing enterobacteria in a tertiary hospital in Southern

Leia mais

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1 RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS IN VITRO DE MICRORGANISMOS CAUSADORES DE MASTITE BOVINA NA REGIÃO DE UBERLÂNDIA- MG 1 SILVIA CASSIMIRO BRASÃO 1, ANDREIA ZAGO CIUFFA 1, DAYANE OLÍMPIA GOMES 1, GABRIELA

Leia mais

Comparação das atividades antimicrobianas de meropenem e imipenem/cilastatina: o laboratório necessita testar rotineiramente os dois antimicrobianos?

Comparação das atividades antimicrobianas de meropenem e imipenem/cilastatina: o laboratório necessita testar rotineiramente os dois antimicrobianos? ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL PAPER Comparação das atividades antimicrobianas de meropenem e imipenem/cilastatina: o laboratório necessita testar rotineiramente os dois antimicrobianos? Recebido em 6/0/0 Aceito

Leia mais

Fenótipos de betalactamases em Klebsiella pneumoniae de hospital de emergência de Porto Alegre

Fenótipos de betalactamases em Klebsiella pneumoniae de hospital de emergência de Porto Alegre J Bras Patol Med Lab v. 47 n. 1 p. 25-31 fevereiro 2011 artigo original original paper Fenótipos de betalactamases em Klebsiella pneumoniae de hospital de emergência de Porto Alegre Primeira submissão

Leia mais

PROPORÇÃO DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES DE UM HOSPITAL PÚBLICO SUL-BRASILEIRO

PROPORÇÃO DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES DE UM HOSPITAL PÚBLICO SUL-BRASILEIRO ARTIGO ORIGINAL/ORIGINAL ARTICLE PROPORÇÃO DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES DE UM HOSPITAL PÚBLICO SUL-BRASILEIRO MULTI-DRUG RESISTANT ORGANISMS RATIO OF A PUBLIC HOSPITAL IN SOUTHERN BRAZIL DOI: 10.5380/rmu.v1i1.40679

Leia mais

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1 1 IDENTIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA AOS BETA-LACTÂMICOS EM LEITE REFRIGERADO DA REGIÃO DE UMUARAMA IDENTIFICATION OF THE BETA-LACTAM RESISTANCE IN REFRIGERATED MILK IN UMUARAMA REGION CHARALO, AMANDA CARMEM

Leia mais

Afinal, quem tem medo da KPC?

Afinal, quem tem medo da KPC? HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP Bactérias multiresistentes: testando nossa resistência Afinal, quem tem medo da KPC? 16º Jornada de Controle de Infecção Hospitalar

Leia mais

Acinetobacter baumannii Multirresistente: Aspectos Clínicos e Epidemiológicos

Acinetobacter baumannii Multirresistente: Aspectos Clínicos e Epidemiológicos REVISÃO Revista Brasileira de Ciências da Saúde Revision DOI:10.4034/RBCS.2015.19.02.10 Volume 19 Número 2 Páginas 151-156 2015 ISSN 1415-2177 Acinetobacter baumannii Multirresistente: Aspectos Clínicos

Leia mais

Consumo de carbapenemes no hospital, , em DDD / 1000 hab. / dia

Consumo de carbapenemes no hospital, , em DDD / 1000 hab. / dia Consumo de carbapenemes no hospital, 2010-2014, em DDD / 1000 hab. / dia Crescente no global da EU Decrescente em Portugal em 2014 (5%) Consumo em Portugal ainda é 2,3 vezes superior à média da UE ESAC

Leia mais

Antibióticos. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente

Antibióticos. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente Antibióticos Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente Introdução São produtos que eliminam os microorganismos vivos que causam danos aos pacientes. Os agentes antimicrobianos podem ser de origem

Leia mais

Rio de Janeiro, Brasil

Rio de Janeiro, Brasil Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial ISSN: 1676-2444 jbpml@sbpc.org.br,adagmar.andriolo@g mail.com Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial Brasil de Araujo Borba,

Leia mais

Relatório de Amostra Externa. Atividade Bactericida EN Princípio ativo: Cloreto de polihexametileno biguanida (0,1%) e mistura de

Relatório de Amostra Externa. Atividade Bactericida EN Princípio ativo: Cloreto de polihexametileno biguanida (0,1%) e mistura de Relatório de Amostra Externa Atividade Bactericida EN 1040 Dados do produto Cliente: Indústria Farmacêutica Rioquímica Ltda. Nome do Produto: Germi Rio. Fabricante: Indústria Farmacêutica Rioquímica Ltda.

Leia mais

Informativo da Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar

Informativo da Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar Setembro 2016 Edição Extraordinária Informativo da Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar Divulgação dos dados referentes a Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (IRAS) no Estado

Leia mais

RESISTÊNCIA nas BACTÉRIAS GRAM NEGATIVO M. HELENA RAMOS CHP

RESISTÊNCIA nas BACTÉRIAS GRAM NEGATIVO M. HELENA RAMOS CHP nas BACTÉRIAS GRAM NEGATIVO M. HELENA RAMOS CHP - 29 S AOS ANTIMICROBIA Transferência de doentes dentro e entre hospitais Prescrição e uso inadequados Medidas de controlo de infecção Viagens de pessoas

Leia mais

MAYANA SOARES DOS SANTOS

MAYANA SOARES DOS SANTOS 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - ICB DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE MICROBIOLOGIA MAYANA SOARES DOS SANTOS Klebsiella pneumoniae

Leia mais

GCPPCIRA SESARAM, EPE

GCPPCIRA SESARAM, EPE Antibióticos: use-os com cuidado! Insert logo of national institution Insert logo of national institution Antibióticos: Use-os com cuidado! Dia Europeu e Semana Mundial dos Antibióticos 2017 Apresentação-tipo

Leia mais

New Delhi metalobetalactamase (NDM): uma revisão

New Delhi metalobetalactamase (NDM): uma revisão Artigo de Atualização/Update New Delhi metalobetalactamase (NDM): uma revisão Metallobetalactamase New Delhi: a review Tamine Jandrey da Rosa 1 Solange Biegelmeyer 2 Tabata Spellmeier Lange 2 Susana Eliane

Leia mais

Impacto da restrição ao uso da cefepima na sensibilidade dos bacilos Gram negativos em infecções hospitalares de um hospital ortopédico terciário

Impacto da restrição ao uso da cefepima na sensibilidade dos bacilos Gram negativos em infecções hospitalares de um hospital ortopédico terciário PRISCILA ROSALBA DOMINGOS DE OLIVEIRA Impacto da restrição ao uso da cefepima na sensibilidade dos bacilos Gram negativos em infecções hospitalares de um hospital ortopédico terciário Dissertação apresentada

Leia mais

Detecção de Klebsiella pneumoniae e Providencia stuartii

Detecção de Klebsiella pneumoniae e Providencia stuartii Artigo original Detecção de Klebsiella pneumoniae e Providencia stuartii pan-resistentes em pacientes de unidades de terapia semi e intensiva de um hospital de referência em Fortaleza - CE Detection of

Leia mais

ENTEROCOLITE NECROSANTE NEONATAL POR ACINETOBACTER BAUMANNII: UM RELATO DE CASO

ENTEROCOLITE NECROSANTE NEONATAL POR ACINETOBACTER BAUMANNII: UM RELATO DE CASO ENTEROCOLITE NECROSANTE NEONATAL POR ACINETOBACTER BAUMANNII: UM RELATO DE CASO Guilherme Nascimento de Morais 1 ; Thiago Cunha Rodrigues 1 ; Wirlaine Glauce Maciel 2 ; Graciela M. Santos Bet 2 ; Silvana

Leia mais

Controvérsias: FIM da vigilância para MRSA, VRE, ESBL

Controvérsias: FIM da vigilância para MRSA, VRE, ESBL Controvérsias: FIM da vigilância para MRSA, VRE, ESBL M A R T A F R A G O S O I N F E C T O L O G I S T A / E P I D E M I O L O G I S T A G E R E N T E N G S A / E Q H O S P I T A I S V I T A M É D I C

Leia mais

CARBAPENEMASE DO TIPO KPC: DISSEMINAÇÃO MUNDIAL E SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL

CARBAPENEMASE DO TIPO KPC: DISSEMINAÇÃO MUNDIAL E SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL Vol.25,n.2,pp.113-119 (Dez 2018 Fev 2019) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR Klebsiella pneumoniae PRODUTORA DE CARBAPENEMASE DO TIPO KPC: DISSEMINAÇÃO MUNDIAL E SITUAÇÃO ATUAL

Leia mais

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE 16 TÍTULO: INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO: ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA E DO PERFIL DE SENSIBILIDADE DOS AGENTES CAUSADORES DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO EM PACIENTES DE ORIGEM AMBULATORIAL. CATEGORIA: CONCLUÍDO

Leia mais

O que Realmente Funciona na Prevenção de IRAS por Gram - Negativos Multi Resistentes? Dr. Estevão Urbano

O que Realmente Funciona na Prevenção de IRAS por Gram - Negativos Multi Resistentes? Dr. Estevão Urbano O que Realmente Funciona na Prevenção de IRAS por Gram - Negativos Multi Resistentes? Dr. Estevão Urbano esturb@ig.com.br Gram negativos Multirresistentes: o Tamanho do Problema Carbapenêmicos são excelentes

Leia mais