UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE BIGUAÇU CURSO DE PSICOLOGIA NÍVIO MODESTO

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1 5 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE BIGUAÇU CURSO DE PSICOLOGIA NÍVIO MODESTO A SEXUALIDADE HUMANA NA PERSPECTIVA DA PSICANÁLISE E DA PSICOLOGIA SOCIAL Biguaçu 2009

2 6 NÍVIO MODESTO A SEXUALIDADE HUMANA NA PERSPECTIVA DA PSICANÁLISE E DA PSICOLOGIA SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Psicologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI. Orientação: Profª. Drª.Luciana Martins Saraiva. BIGUAÇU 2009

3 7 NÍVIO MODESTO A SEXUALIDADE HUMANA NA PERSPECTIVA DA PSICANÁLISE E DA PSICOLOGIA SOCIAL Este Trabalho de Conclusão de Curso foi considerado aprovado, atendendo os requisitos parciais para obter o grau de Bacharel em Psicologia na Universidade do Vale do Itajaí no curso de Psicologia. Biguaçu, 29 de junho de 2009 Profª. Drª. Luciana Martins Saraiva (Orientadora). Prof. MSc. Henry Dario Cunha Ramirez Profª. MSc. Zuleide Maria Ignácio

4 8 RESUMO Embora sejam grandes as transformações no mundo e no homem contemporâneo, a sexualidade humana ainda é vivida, na sociedade ocidental atual cercada de preconceitos que contribuem para o surgimento de doenças psíquicas. Visando a diminuição destes preconceitos e a promoção da saúde mental o interesse da classe científica em estudar o assunto vem aumentado. Apesar da compreensão sobre o assunto ter alcançado considerável avanço do início do século passado para cá, o comportamento sexual humano ainda é cercado por muitas dúvidas. Frente a esse contexto, foi realizado um estudo com o objetivo de compreender como a Psicanálise e a Psicologia Social, definem e entendem a sexualidade humana ocidental e a orientação sexual humana. A pesquisa foi desenvolvida utilizando-se o método qualitativo, sendo a revisão bibliográfica a metodologia escolhida para se alcançar os objetivos propostos. Os resultados indicam a concepção divergente das duas abordagens quanto ao conceito de gênero e quanto à naturalização da sexualidade. Para a Psicanálise a constituição do gênero se dá a partir da percepção das diferenças anatômicas do corpo biológico masculino e feminino enquanto para a Psicologia Social é constituído a partir do meio social. A Psicologia Social é contraria também a idéia de naturalização da sexualidade, defendendo não existirem regras universais a serem seguidas por todos quanto ao comportamento sexual. Outro ponto em que divergem é quanto à orientação sexual, para Psicanálise é definida pela forma como é vivido o complexo de castração e será imutável por toda a vida do sujeito, enquanto para a Psicologia Social a orientação sexual pode variar ao longo de vida tanto quanto o conceito de gênero. Com os resultados obtidos, nota-se que o conceito de gênero encerra o ponto central do pensamento das duas abordagens em se tratando da orientação sexual humana. Palavras-chave: Sexualidade, Orientação sexual, Gênero.

5 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SEXO E SEXUALIDADE A SEXUALIDADE INFANTIL SEGUNDO A PSICANÁLISE Do ser instintivo ao ser pulsional As instâncias psíquicas Fases do desenvolvimento psíquico O Complexo de Édipo Sobre a castração SEXUALIDADE SEGUNDO A PSICOLOGIA SOCIAL O conceito de gênero Gagnon e os roteiros sexuais ANÁLISE DO CAPÍTULO CONSIDERAÇÕES FINAIS...40 REFERÊNCIAS...43

6 10 1 INTRODUÇÃO Embora sejam grandes as transformações no mundo e no homem contemporâneo, a sexualidade ainda é vivida, na sociedade ocidental atual cercada de preconceitos que contribuem para o surgimento de doenças psíquicas e para a construção de mitos e tabus em torno dela. No entanto, a maneira de compreender a sexualidade vem se alterando ao longo da história, deixando de ser associada somente a sua função procriadora e passando a ser significada também pelo seu caráter subjetivo. A partir da idade moderna, com o início dos estudos sobre o tema, foram os resultados obtidos pelas pesquisas científicas os responsáveis por essa mudança no entendimento da sexualidade humana. As correntes construtivistas sociais defendem a importância do meio social na construção e na vivencia da sexualidade, pois este influencia a subjetividade humana. Neste ponto é importante deixar claro que correntes construtivistas sociais, são aquelas que defendem que o homem é um ser eminentemente social e por isso (como o nome já diz), é construído e influenciado a todo o momento pelo meio social em que vive em um movimento constante de construção e mudança. Algumas abordagens psicológicas como: Humanismo, Existencialismo, Comportamentalismo, Gestalt, Psicologia Social, etc..., comungam com as idéias das correntes sociais construtivistas. Contrariamente as correntes construtivistas sociais, temos as correntes essencialistas, que são aquelas que defendem que o homem interage com o meio social e é influenciado por ele sim, mas a partir de uma essência inata ou construída nos primeiros anos de vida como é o genótipo para as correntes biológicas e o aparelho psíquico para a Psicanálise. A essência é algo da ordem do mundo interno, sendo uma característica que pertencente a natureza humana e por isso, acreditam os essencialistas, não é alterada, mas apenas influenciada pelo mundo externo.

7 11 Neste trabalho a Psicologia Social e a Psicanálise serão estudadas visando uma análise da sexualidade humana ocidental contemporânea, porque cada uma delas serve como representante para uma das correntes acima mencionadas, pois possuem na base de suas concepções o pensamento defendido por elas. Veremos como estas abordagens compreendem a sexualidade humana ocidental atual e a definição da orientação sexual. Compreendendo orientação sexual como sendo o conjunto de fatores que levam a preferência por um objeto de prazer sexual por parte de um ser humano. Esta preferência pode ser de caráter homossexual (quando for pelo mesmo sexo), heterossexual (quando for pelo sexo oposto) ou bissexual (quando for por ambos os sexos). Conforme já dito, o objetivo deste estudo é tecer reflexões sobre a sexualidade humana ocidental contemporânea para uma análise da mesma a partir de perspectivas antagônicas. A pesquisa tem como eixo norteador a pergunta: Como a Psicanálise e a Psicologia Social, definem e entendem a sexualidade humana ocidental e a orientação sexual humana? Tendo como objetivo geral: compreender como a Psicanálise, e a Psicologia Social, definem e entendem a sexualidade humana ocidental e a orientação sexual humana e, como objetivos específicos: 1) Descrever como a Psicanálise compreende a sexualidade e a orientação sexual humana e 2) Descrever como a Psicologia Social, compreende a sexualidade e a orientação sexual humana e, 3) Comparar os aspectos comuns e não comuns entre a Psicanálise e a Psicologia Social, no que diz respeito à definição e compreensão da sexualidade e orientação sexual humana. A pesquisa foi realizada utilizando-se o método qualitativo por meio da metodologia de Pesquisa Bibliográfica que, segundo Martins e Lintz (2000), é uma abordagem metodológica que busca conhecer e analisar as publicações científicas sobre um determinado tema. No entendimento de Pádua (2000), dentro das ciências humanas, as pesquisas qualitativas objetivam superar os limites das análises puramente quantitativas. Ainda para a autora, a pesquisa qualitativa tem se ocupado dos fenômenos e processos sociais não passiveis de mensuração e controle como as motivações, crenças, valores e representações sociais presentes nas relações interpessoais.

8 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A seguir será apresentada a visão sobre a sexualidade humana contemporânea ocidental na compreensão da Psicanálise e da Psicologia Social, bem como uma reflexão sobre as semelhanças e diferenças existentes entre as duas maneiras de abordar e compreender este tema. 2.1 SEXO E SEXUALIDADE Conforme já dito, no que tange a sexualidade existe um debate no campo teórico entre duas correntes de pensamentos que se enfrentam: o essencialismo e o construtivismo social. A primeira, parte do pressuposto que há algo inerente à natureza humana, algo pertencente ao ser humano e ao seu corpo em forma de instinto ou energia sexual 1 que leva às ações em busca do sexual, já a segunda tem como pressuposto a problematização da universalidade desse instinto sexual, ou melhor, dessa natureza humana. Defende como argumento principal o fato de existirem regras e consequentemente comportamentos culturalmente específicos que regem o que se pode chamar de sexualidade. Heilborn (1999) destaca que para as abordagens sociais as práticas sexuais não só diferem como podem ter significados radicalmente distintos entre as culturas; ou mesmo entre grupos populacionais de uma mesma cultura, o que evidência a impossibilidade da generalização da experiência e do comportamento sexual, visto que estão baseados em redes de significados articulados a outras modalidades de classificação, tais como: o sistema de 1 Para Freud, o instinto de vida era representado pela energia pulsional chamada libido; para Darwin, pelo Imperativo Reprodutivo: o impulso básico de deixar cópias de melhor qualidade possível. Constituem-se de uma mesma força, com diferentes paradigmas para compreendê-la. (Parisotto et al, 2003, p.75)

9 13 parentesco e de gênero, as classificações etárias, a estrutura de privilégios sociais e de distribuição de riqueza, etc... Pelo exposto acima fica evidenciado não existir unanimidade quanto à sexualidade, por isso pensemos a idéia de sexo. O que é sexo? Como sabemos que estamos falando da mesma coisa quando entendemos o que o outro chama de sexo ou sexualidade? Para responder perguntas como estas e melhor entender a sexualidade e seus componentes, é que se faz necessário marcar a distinção existente entre os conceitos de sexo e sexualidade, pois é comum a confusão com eles já que tratam não só de aspectos objetivos como o corpo físico, mas também de aspectos subjetivos como a cultura e os fenômenos psicológicos. [...] de um modo geral, vemos que o conceito de sexo apresenta-se limitado à questão biológica, o conceito de sexualidade pode ir muito além disso, ou seja, pode considerar também aspecto de ordem vivencial e eróticos (simbólicos). Numa abordagem integrada, a representação popular que temos sobre sexo (genitália, definido do masculino ou feminino e ato sexual) poderia ser incorporada à sexualidade, ou seja, ele (o sexo) é um integrante de grande importância, mas não o único de nossa vida sexual. Assim, se, sob o enfoque de origem do substantivo sexo, bastaria a compreensão da abordagem biológica (em que muitas vezes o entendimento médico é o preponderante) [...].(FURLANI, p 45) Como vemos acima o conceito de sexo pode estar contido no que chamamos de sexualidade. O que nos permite observar que o conceito de sexualidade por ser de natureza simbólica e consequentemente cultural, é muito mais amplo e complexo do que o conceito de sexo que se origina a partir de um dado objetivo como o corpo biológico, mais precisamente, a genitália que determina se uma pessoa pertence ao sexo masculino ou feminino. Para Chauí (1991, p.10) algo suposto meramente biológico e meramente natural (sexo) sofre modificações quanto ao seu sentido, à sua função e à sua regulação ao ser deslocado do plano da Natureza para o da Sociedade, da Cultura e da História. Chauí (1991) afirma ainda que, via de regra, antropólogos e psicanalista concordam no que diz respeito ao momento da passagem do sexo natural ao sexo cultural, isto é, simbolizado e sujeito a códigos (quando temos o que chamamos de sexualidade), pois marcam este momento com a

10 14 ocorrência da proibição do incesto, ressaltando que os estudos antropológicos e históricos mostram que varia de sociedade para sociedade as relações em que recai o incesto. Em nossa sociedade o incesto recai sobre as relações parentais dentro da família restrita, já em muitas outras atinge o que se denomina de família ampliada, por vezes elevado o grau de parentesco a um grupo social inteiro (como vemos muitas vezes em grupos indígenas), neste caso existem regras controlando a exogomia (alianças externas) e a endogamia (alianças internas) e o que é chamado de sistema de parentesco que por vezes é extremamente complexo. Cabe ressaltar que o incesto será proibido eficazmente na medida em que a força das normas e castigos for sentida ou interiorizada inconscientemente pelos membros da sociedade. Por essa razão, muitos estudiosos mencionam o tabu do incesto o que o transforma em grave falta que não pode ser reparada a não ser com a morte do transgressor, já que seu ato ameaça a vida de um grupo ou de uma sociedade inteira. Para o substantivo sexualidade, o Dicionário Aurélio registra: 1) qualidade do sexual; 2) conjunto dos fenômenos da vida sexual; 3) sexo. [...] Na biologia, o termo só aparece em 1838 e, na psicanálise, o dicionário oferece a data de 1924, o que é um equívoco se lembrarmos que Freud escreve em 1905 as Três Conferencias sobre a Teoria da Sexualidade. De qualquer modo o termo não existe antes do século XIX. Para a psicanálise, o Petit Robert registra o seguinte sentido: conjunto de comportamentos relativos ao instinto sexual e à sua satisfação, quer estejam ou não ligados à genitalidade. O equívoco, agora, está em falar num instinto sexual, pois uma das descobertas principais da Freud foi a separação entre sexualidade e instinto. Assim o Dicionário de Psicanálise, de Laplanche e Pontalis, considera que a sexualidade não se confunde com um instinto sexual porque um instinto é um comportamento fixo e pré-formado, característico de uma espécie, enquanto a sexualidade se caracteriza por grande plasticidade, invenção e relação com a história pessoal de cada um de nós. (CHAUI, 1991, p.14). Segundo Chauí (1991), para a Psicanálise a sexualidade não está ligada somente às funções e funcionamento do aparelho genital, mas sim a um conjunto de excitações e atividades que desde o nascimento estão presentes, proporcionando prazer. Para a Psicanálise a experiência da primeira mamada inaugura o repertório de excitações e atividades que vão compor a sexualidade, pois nos primeiros anos de vida o ser humano encontra prazer ao

11 15 saciar alguma necessidade fisiológica fundamental (respiração, fome, excreção) sem reduzir o prazer a ela. Freud em seu livro, Sobre as teorias sexuais das crianças, afirma que a sexualidade não é meramente instintiva, pois as pessoas não se contentam tão somente com a satisfação de uma necessidade instintiva. As pessoas querem mais, buscam o prazer em objetos não pré-definidos. Muitas vezes o prazer não se limita ao parceiro e nem a união dos órgãos genitais no coito, gerando assim uma constante sensação de falta, o que a torna complexa e desperta interesse de tantas áreas do conhecimento humano, tornando-se um valioso objeto de investigação. Segundo Freud (1908), a sexualidade caracteriza-se por ser polimorfa, polivalente, ultrapassa a necessidade fisiológica sendo constituída pela simbolização do desejo. Muito embora na sexualidade adulta os órgãos genitais possam ser privilegiados, tudo o que já foi dito deixa claro que o prazer não se reduz aos mesmos, porque qualquer região do corpo é susceptível de prazer sexual desde que tenha sido investida de erotismo. Freud (1908), afirma ainda que neste sentido a satisfação sexual pode ser alcançada sem a união genital. O corpo pode assumir a condição de corpo erógeno onde qualquer parte dele pode ser fonte de prazer, permitindo assim dizer que: não cabe falar tão somente em zonas erógenas e sim em um corpo erógeno. O corpo sendo reconhecido como erógeno, possibilita a busca do prazer e a experiência da prática sexual, independente da idade que se tenha e da função que se dê a ela. Fazendo um contraponto ao pensamento essencialista ao qual a Psicanálise serve como exemplo, tem o pensamento construtivista social, onde a Psicologia Social encontra subsídios para seus conceitos, servindo aqui como exemplo também. (HEILBORN, 1999) Do ponto de vista das ciências sociais (das quais a Psicologia Social se alimenta), [...] a sexualidade, como qualquer outro domínio da vida, depende de socialização, de aprendizagem de determinadas regras, de roteiros e cenários culturais, para que a atividade sexual possa ser significada e exercida (GAGNON & SIMON apud HEILBORN, 1999).

12 16 Não há assim, uma razão universal pairando sobre as condutas, e muito menos sobre os significados do que seja sexual. O sexual não se restringe à dimensão reprodutiva, tampouco à psíquica, estando impregnado de convenções culturais acerca do que consistem a excitação e a satisfação eróticas, construtos simbólicos que modelam as próprias sensações físicas. (PARKER apud HEILBORN, 1999). Para Heilborn (1999), o trabalho relativizador das ciências sociais suscita reflexões, pois visa problematizar crenças arraigadas no senso comum ou entre os especialistas que tendem a discriminar determinados comportamentos e identidades sexuais. Para os construtivistas sociais os essencialistas desconsideraram todo o demorado e complexo processo de aprendizagem sociocultural, influenciado pelas marcas de gênero que moldam as representações e práticas no campo da sexualidade. No dia a dia, a palavra sexo é entendida como uma coisa que está lá; que sempre foi o que é, e que, por conseguinte, é um predicado que determina invariavelmente o modo de ser sentimental, afetivo, quando não intelectual do sujeito. É desta maneira, penso, que introjetamos o sentido da sexualidade e nos identificamos com as identidades sexuais disponíveis na cultura. (GRAÑA, 1998, p.26) 2.2 A SEXUALIDADE INFANTIL SEGUNDO A PSICANÁLISE No início do século passado, o médico neurologista Freud causou grande perplexidade na sociedade da época, pondo em risco sua credibilidade científica, ao divulgar suas idéias acerca da sexualidade infantil, pois até então sexo era um assunto que pertencia ao mundo dos adultos, e somente a ele. Se atentarmos para o fato de que, em nossos dias, falar da sexualidade na fase adulta ainda é um assunto cercado de tabus e carente de estudo, facilmente entenderemos o quanto era inovador e chocante falar de sexualidade infantil em seu tempo. (ZORNIG, 2008) Passado um século do surgimento da Psicanálise, não é raro encontrarmos pessoas que relutam em aceitar a existência da sexualidade na infância e principalmente desempenhando um papel participante na

13 17 constituição do psiquismo humano como propôs Freud. É verdade, ele tirou da infância a atmosfera de felicidade e pureza que a cercava e lhe conferiu conflitos, afetos e principalmente desejos causadores de sofrimento como sentimos em todas as etapas da vida. (ZORNIG, 2008) O fundador da Psicanálise, ao propor a sexualidade desde tenra idade não só choca a todos bem como reformula tudo o que se pensava a respeito da sexualidade humana, pois no final do século XIX a visão que se tinha do sexo era naturalista, no sentido de servir somente para a reprodução e, portanto, vivida impreterivelmente a partir da puberdade e na fase adulta, onde se buscava suprir a um instinto sexual que objetivava o coito (ZORNIG, 2008). Na obra Três ensaios sobre as teorias da sexualidade, Freud desloca o caráter natural da sexualidade do corpo para o psiquismo, porque para ele o aparelho psíquico é formado e desenvolvido seguindo às leis universais, ou seja, iguais a todos os seres da espécie humana. Mais tarde, esta teoria será alvo de criticas por parte da Psicologia Social, a qual afirma ser também uma maneira naturalista de explicar e contribuir para o surgimento de preconceitos e de uma visão patologizante da sexualidade (SEVERIANO, 2007). Freud em sua obra, discorda totalmente da concepção clássica de sexualidade instintiva, pois esta afirma que o comportamento sexual humano normal segue práticas fixas que objetivam a um fim determinado (reprodução) e possuem objetos sexuais também determinados (órgãos sexuais) e, portanto somente nas relações heterossexuais. A concepção freudiana da sexualidade (1908) postula que a sexualidade humana não é instintiva, uma vez que, o homem vê o sexo também como fonte de prazer e satisfação. A busca do prazer e satisfação com variadas práticas deixa claro que a sexualidade também não possui objetos fixos, pois o que dá prazer e satisfação depende da subjetividade humana, cabendo a cada um a construção de seu repertório de objetos sexuais prazerosos baseando-se em sua história e vencendo os limites das necessidades fisiológicas básicas. Nesta concepção, a criança ao nascer tem um sexo definido por sua anatomia, mas a sexualidade entendida como o conjunto de desejos e

14 18 comportamentos que visam o prazer e a satisfação vai muito além do sexo determinado anatomicamente, é algo dependente da subjetividade, portanto algo que será construído ao longo de sua história de acordo com as experiências vividas (FREUD, 1908). O fundador da Psicanálise classifica a sexualidade na infância, de perverso-polimorfa, querendo dizer com isso que a criança não segue as leis morais da sociedade adulta e nem seu modelo genital de relação sexual, mas sim, faz de qualquer área ou órgão de seu corpo zona erógena, podendo obter prazer com todo o seu corpo, o que confere o caráter polimorfo do prazer sexual da criança. O auto-erotismo também é marcante e característico da sexualidade infantil, pois a criança sente prazer somente com o seu corpo (FREUD, 1908). O auto-erotismo infantil é destacado justamente pelo fato de que na infância a sexualidade é auto-erótica, sendo o corpo da criança o único meio de obter gratificação em circunstâncias normais. Assim sendo, mesmo se as fantasias sexuais são dirigidas a um objeto (outra pessoa), a gratificação sexual é buscada em seu corpo ou em determinadas áreas do corpo que são privilegiadas em um determinado momento do desenvolvimento. (ZORNIG, 2008) Para Freud a primeira mamada do recém-nascido inaugura sua vida sexual e consequentemente a formação do psiquismo, visto que, a partir do prazer sentido com a experiência da primeira mamada, o bebê ao mamar, busca não somente o alimento que o corpo necessita, mas também a obtenção do prazer que saciar a necessidade biológica do corpo e o contato com a mãe lhe proporciona (FREUD, 1905/1976 apud ZORNIG, 2008). [...] observa Freud (1905/1976a) em Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade, quando vemos um bebê saciado deixar o seio e cair para trás adormecido, com um sorriso de satisfação nas faces rosadas, não podemos deixar de dizer que esta imagem é o protótipo da expressão da satisfação sexual na existência posterior. Poderíamos acrescentar que o bebê procura se nutrir não só do leite materno (necessidade orgânica), mas de uma relação afetiva que não se reduz à satisfação alimentar, apesar de se apoiar nela, Freud vai utilizar o termo apoio para demonstrar que se a sexualidade se apóia em uma função de conservação da vida, vai se destacar dela ao buscar uma satisfação que excede esta função instintiva. (ZORNIG 2008)

15 19 Neste momento, o bebê, faz a passagem de um ser meramente instintivo para um ser desejante, pois como vimos em Zornig (2008), ao sentir prazer pela troca afetiva com a mãe, evidencia que o prazer sexual vai além da esfera instintiva porque se assim não o fosse, o alimento com sua função nutritiva para o corpo seria a única coisa a lhe proporcionar prazer. O alimento, neste caso, representa um objeto fixo de prazer o que caracteriza a esfera instintiva Do ser instintivo ao ser pulsional Freud afirmou que o ser estudado pela Psicanálise é um ser pulsional e não instintivo. Para melhor compreendermos esta afirmação vamos ao conceito de pulsão que Segundo Freud, em A pulsão e suas vicissitudes, de 1915, é: um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente, como uma medida de exigência feita à mente no sentido de trabalhar em conseqüência de sua ligação com o corpo. (Freud, 1996, p. 142) A pulsão funciona como o elemento de articulação entre o aparato psíquico e a fonte somática de estimulação. A fonte da pulsão é o corpo vivo, organizado, enquanto fonte de estímulos. Pode-se considerar a pulsão sob dois aspectos, o biológico e o anímico. No que se refere ao biológico, à pulsão funciona como estimulante ao psíquico, já ao considerarmos a pulsão quanto ao aspecto anímico estamos enfatizando o modo dela se fazer presente no psiquismo (FREUD, 1915). No já referido artigo As Pulsões e suas Vicissitudes de 1915, Freud distingue instinto e pulsão, assinalando que igualmente a um estímulo externo que produz uma resposta no organismo, a pulsão seria um estimulo para o psíquico. Deixando claro que ao falarmos de instinto, estamos tratando

16 20 meramente da instância biológica e quando falamos de pulsão, estamos tratando não só da instância biológica, mas também da instância psíquica. Tanto na ação instintiva quanto na ação pulsional a finalidade é a satisfação de necessidades, muito embora a característica do objeto buscado para alcançar a satisfação seja totalmente distinta. Na ação instintiva, por se tratar de necessidades biológicas, o objeto é fixo e bem definido, a exemplo: o alimento para satisfazer a fome. Na ação pulsional o objeto não é fixo e muitas vezes nem bem definido por se tratar de satisfazer necessidades anímicas, a exemplo: quando nos sentimos insatisfeitos e não temos clara a origem de nossa insatisfação e nem tão pouco o que poderia supri-la (ZIMERMAN, 2001). Pelo aspecto anímico, pulsão distingui-se de instinto não só quanto ao objeto, mas também quanto à finalidade, pois a pulsão, por não ter objeto fixo de satisfação, sempre é parcialmente satisfeita enquanto o instinto, por ter objeto fixo de satisfação, quando satisfeito, é plenamente satisfeito (FREUD, 1915). A princípio Freud formula uma teoria das pulsões distinguindo dois tipos de pulsão: as pulsões sexuais e as pulsões do ego ou de autopreservação, mais tarde em 1920 em Além do princípio do prazer, contrapõe pulsões de vida e pulsões de morte, sendo que as pulsões sexuais e de autopreservação tomam parte das pulsões de vida (ZIMERMAN, 2001) Segundo Freud (1905 apud Zimerman 2001), toda pulsão implica a existência de quatro fatores que são inerentes: uma fonte, uma força, uma finalidade e um objeto. Vejamos abaixo a discriminação conceitual de cada um deles: - Fonte (Quelle): Nas zonas erógenas, sendo qualquer parte do corpo passível de erogenização, durante a história de vida do sujeito; - Força (Drang): É a medida da excitação que tende a descarga, sendo que esta é constante, não deixando de existir, pois há sempre certa insatisfação, a satisfação pulsional é sempre parcial. Determina ainda o aspecto quantitativo da energia pulsional, representando o importante aspecto econômico do psiquismo. - Finalidade (Ziel): a finalidade de uma pulsão é sempre a sua satisfação, a descarga da excitação para conseguir o retorno a um estado de equilíbrio psíquico, segundo o princípio da Constância,

17 21 conhecido também pelo princípio da homeostasia, eliminando o estado de estimulação na sua fonte. Sua satisfação é sempre parcial. É passível de ocorrer a partir da relação do sujeito com o objeto. - Objeto (Objekt): o que há de mais variável numa pulsão, podendo ser algo externo (seio) ou até mesmo uma parte ou o próprio corpo do sujeito; o objeto é determinado a partir da história do sujeito; é a coisa em relação a qual o sujeito consegue a satisfação pulsional parcial ou que no mínimo sirva-lhe como um mero depósito de descarga. Como vemos, no próprio conceito de pulsão está implícita a passagem da instância instintiva do ser humano, que sofre apelo do corpo biológico para a instância pulsional, tornando-os seres pulsionais e consequentemente parcialmente satisfeitos, instigando assim uma constante busca da satisfação, caracterizando um ser em constante falta. O fato de o homem ser um ser pulsional e da pulsão não ter um objeto fixo para sua satisfação, nos dá pistas sobre a variação possível quanto à busca do prazer sexual, o que explica e contempla práticas sexuais outras além das heterossexuais como normais. Uma das grandes contribuições de Freud foi a elaboração do aparelho psíquico constituído por três instâncias. Veremos no tópico abaixo as instâncias psíquicas detalhadamente para melhor entendermos este conceito de pulsão que é de suma importância para a compreensão da sexualidade e da orientação sexual para a Psicanálise As instâncias psíquicas O Id é de natureza inconsciente formado por impulsos orgânicos e desejos inconscientes, ou seja, pelas pulsões. Estas são regidas pelo princípio do prazer, que exige satisfação imediata. Embora não sejamos seres puramente instintivos conforme já dito, do id emana a energia dos instintos e das pulsões em busca da realização das exigências feitas por estes, seguindo

18 22 o princípio do prazer. Esta energia é a libido, ou melhor, a energia de natureza sexual com a qual investimos nossos objetos de prazer (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001). É no centro do Id, determinando toda a vida psíquica, que se encontra o que Freud denominou de Complexo de Édipo, isto é o desejo incestuoso por um dos progenitores em detrimento do outro, conforme veremos a seguir. É esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de nossas vidas (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001). O Superego, também é de natureza inconsciente/pré-consciente. Pode-se dizer que funciona como a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao Id, impedindo-o de satisfazer plenamente seus instintos e seus desejos. É a repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se à consciência, sob a forma da moral, com seu conjunto de interdições e de deveres, também por meio da educação que acaba por produzir uma imagem de um eu perfeito e ideal, isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa (ZIMERMAN, 2001). O Superego desenvolve-se com a experiência da castração vivida no declínio do Complexo de Édipo, num período denominado por Freud como período de latência, situado entre os seis ou sete anos e o início da puberdade/adolescência. Durante esse período é formada a personalidade moral e social, determinando qual o caminho traçado pelo Superego, que a sexualidade genital deverá seguir quando ressurgir na puberdade (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001). O Ego é de natureza consciente, caracterizando-se exatamente pela consciência que temos das coisas, por isso poderíamos dizer que constitui uma pequena parte da vida psíquica (ZIMERMAN, 2001). Segundo Laplanche & Pontalis (2001), o Ego é submetido aos desejos do Id e a repressão do Superego. Obedece ao princípio de realidade, onde a realidade é priorizada quando se tratar de atender aos apelos do Id, ou seja, atende a necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao Id sem transgredir as exigências do Superego. Ao Ego é conferida uma dupla função, pois ao mesmo tempo em que tem que recalcar o Id com seus desejos,

19 23 satisfazendo o Superego, tem que satisfazê-lo para limitar o poder do Superego Fases do desenvolvimento psíquico Freud dividiu em fases o desenvolvimento psíquico e sexual humano, diferenciando-as pelos órgãos e objetos que são priorizados como fonte de prazer em cada uma delas. Essas fases são vividas desde os primeiros meses de vida, passando pelos cinco ou seis anos quando inicia o período de latência sexual e finalizando na puberdade/adolescência. A primeira delas é a fase oral acontecendo simultaneamente ao desenvolvimento do Id. Esta é a fase imediatamente posterior ao nascimento quando a criança identifica o seio e a mãe como sendo o primeiro objeto erótico. Nesta fase o desejo e o prazer localizam-se prioritariamente na boca e na ingestão de alimentos, o seio materno, a mamadeira, a chupeta e os dedos são objetos de prazer (FREUD, 1978). Sendo principalmente função da mãe o cuidado para com o bebê além da alimentação, esta acaba por despertar-lhe outras sensações físicas agradáveis ou não. A mãe torna-se o primeiro objeto sedutor para o bebê por causa dos cuidados com seu corpo, o que deixa clara importância única de uma mãe, já que para ambos os sexos, esse primeiro objeto amoroso servirá de protótipo de todas as relações amorosas posteriores (ZORNIG, 2008). Acompanhando a maturidade fisiológica para controlar os esfíncteres (2-3 anos de idade), a atenção da criança dirigi-se da zona oral para a zona anal. Inaugura-se então a fase anal, quando o desejo e o prazer localizam-se prioritariamente nas excreções e nas fezes. As fezes são o primeiro produto do bebê para o mundo, percebendo seu poder pelo controle dos esfíncteres. É fácil perceber o prazer que a criança sente nesta fase em brincar com massas e com tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se. Também nesta fase começam a surgir os conflitos relacionados à ambivalência gerados pelas polaridades: retenção/expulsão, erotismo/sadismo, etc...

20 24 Subsequente às fases oral e anal (que são organizações prégenitais), dos três a cinco anos, acontece a fase fálica que ganha relevância neste trabalho por se tratar da fase onde acontece o Complexo de Édipo, como veremos abaixo. Dependendo de como se dá o desenvolvimento da criança e como esta viverá o declínio do Complexo de Édipo (castração), sua sexualidade será definida quanto à orientação sexual (FREUD, 1976). Um dos destinos possíveis para a libido é o menino identificarse com a mãe, colocando-se em seu lugar e tomando a si próprio como um modelo a quem deve assemelhar-se os novos objetos de amor (FREUD, 1911, p.92), adotando uma posição feminina desenhando então, uma homossexualidade. Outro desenlace que Freud (1923) considera mais normal é a manutenção em certa medida de uma relação afetuosa com a mãe e a intensificação da identificação com o pai, fato que acentuaria a virilidade no menino. A possibilidade de um ou outro resultado é explicada por Freud (1923) com a hipótese da bissexualidade comum a todos ser humano. Lazzari (2006) acrescenta que esse resultado também dependerá da posição interditora do pai, cuja força o menino toma emprestada para renunciar ao seu objeto incestuoso. ( SOUZA, 2007, p. 26) Esta é a fase em que acontece o apogeu e o declínio do Complexo de Édipo: pelo medo da castração para os meninos (conforme explicado abaixo) e o desejo de um bebê para as meninas como um equivalente simbólico do pênis. O desejo e o prazer localizam-se primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais órgãos. Apresenta um objeto sexual e alguma convergência dos impulsos sexuais sobre esse objeto (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001). Segundo FREUD (1976), no caso do menino, na fase fálica há um interesse narcísico pelo próprio pênis ao descobrir a ausência de pênis na menina. A descoberta dessa diferença vai marcar a oposição fálico/castrado que substitui a polaridade expansão/retenção da fase anal. Na menina a percepção da ausência do pênis determina o surgimento do sentimento de inveja do pênis e ressentimentos com a mãe, pois acredita ser ela a causadora de tal ausência, porque ela não lhe deu um pênis e a fez igual a si. A menina passa então a desejar ter um filho como uma maneira de compensar tal ausência. Importante destacar que a resolução do Complexo de Édipo possibilita a substituição do amor (erótico) dirigido aos pais por identificação

21 25 Em seguida ao Complexo de Castração, que melhor veremos abaixo, vem um período de latência, estendendo-se até a puberdade, caracterizandose por uma diminuição das atividades sexuais e o desejo sexual é sublimado (FREUD, 1976). E, por último, na puberdade/adolescência, acontece a chamada fase genital, quando o objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo e sim é dirigido ao outro que é um objeto externo ao individuo (FREUD, 1976) O Complexo de Édipo Escrever sobre o Complexo de Édipo se faz necessário neste trabalho por ser impossível estudarmos investimento sexual sem falarmos deste complexo que, junto com o Complexo de Castração são fundantes do aparelho psíquico dentro da Psicanálise. Complexo de Édipo é um conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente com relação aos pais. Segundo LAPLANCGE & PONTALIS (2001) o complexo pode ser vivido de duas formas: positiva ou negativa. A forma positiva é como se apresenta na história de Édipo-Rei : desejo da morte do rival que é a personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela personagem do sexo oposto. Quando vivido de forma negativa, apresentase de modo invertido: o amor pelo progenitor do mesmo sexo e hostilidade, ciúmes ao progenitor do sexo oposto. Na citação abaixo, Nasio (2007) deixa claro em seu livro como é condição sine qua non pra todos nós a vivência do Édipo. O Édipo de que vou falar é uma lenda que explica a origem de nossa identidade sexual de homem e mulher e, além disso, a origem de nossos sofrimentos neuróticos. Essa lenda envolve todas as crianças, vivam em uma família clássica, monoparental, recomposta ou, ainda, cresçam no seio de um casal homossexual, ou até mesmo sejam crianças abandonadas, órfãs e adotadas pela sociedade. Nenhuma criança escapa do Édipo! Por quê? Porque nenhuma criança de quatro anos, menina ou menino, escapa à torrente das pulsões eróticas que lhe afluem e porque nenhum adulto de

22 26 seu círculo imediato pode evitar ser alvo de suas pulsões ou tentar bloqueá-las. (NASIO, 2007, p.7) Ainda segundo o explanado por Nasio (2007), Freud lança mão do mito de Édipo da tragédia grega de Sófocles ( a.c.) para descrever o complexo que nada mais é do que um drama dentro de uma estrutura básica. É um drama porque o sujeito expressa suas vivências em forma de fantasias que, analiticamente, se assemelham a uma peça teatral. O Complexo de Édipo é uma estrutura porque neste drama fantasiado há uma organização de personagens interligados entre si. Nesta organização há elementos ou peças fundamentais e sempre presentes: mãe, pai e sujeito. Estudar o complexo é estudar a história individual, pessoal e intransferível de cada um de nós, já que todos nascemos de um pai e de uma mãe. Para Freud, a tragédia toma sua matéria de um tipo de sonho que tem valor universal, ou seja, um complexo afetivo que cada um de nós traz consigo. O Édipo, como acreditava Freud, seria um fenômeno de caráter universal que acontece com todos que estão inscritos em qualquer cultura, tendo como ponto central o tabu do incesto (NASIO, 2007). A descoberta do referido complexo, preparada há muito pela analise de seus pacientes, concretiza-se para Freud no decorrer de sua auto-analise que o leva a reconhecer em si o amor pela mãe e, em relação ao pai, um ciúme em conflito com a afeição que lhe dedica (LAPLACHE & PONTALIS, 2001). Primeiramente, segundo LAPLANCHE & PONTALIS (2001), o Complexo de Édipo foi elaborado teoricamente a partir do modelo do menino que se caracterizava por sentimentos de ternura dirigidos à mãe, a qual é responsável pela satisfação de suas necessidades, e também, de um especial interesse pela figura paterna, a quem o menino admira. Posteriormente, ao tomar a mãe como objeto de suas pulsões libidinais, o pai, até então admirado, converte-se em rival, já que se torna um empecilho às demandas do menino em direção à mãe. A partir daí a relação com o pai adquire nuances de hostilidade, e culmina no desejo de tomar seu lugar junto à mãe (dinâmica do Édipo positivo). Por muito tempo Freud acreditou que o Complexo de Édipo seria igual para meninos e meninas, mas em 1923 ao afirmar que na fase fálica (quando se dá o auge do Complexo de Édipo) só o falo conta para os dois

23 27 sexos, percebe que o Complexo de Édipo significará para a menina uma mudança de objeto de amor, da mãe para o pai, já que este é o detentor do falo que tanto lhe interessa (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001) Sobre a castração Não podemos falar em Complexo de Édipo sem falarmos em Complexo de Castração, visto que a castração é o que marca o declínio do Complexo de Édipo e, na concepção freudiana, um complexo está indissociado do outro. O termo marca usado acima é bem apropriado, pois tanto a impossibilidade de realização do amor parental para meninos e meninas, como o medo de perder o pênis nos meninos ou a percepção da ausência deste nas meninas deixam marcas indeléveis no psiquismo de ambos (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001). Como já sabemos a fase fálica caracteriza-se pela organização libidinal em torno de uma zona erógena especifica: o pênis. Este funciona como objeto auto-erótico que ganha intenso e imensurável valor. Fato que não permite ao menino conceber a existência de outro ser de sua espécie que não possua tão importante e precioso órgão. As palavras de um menino pequeno quando vê os genitais de sua irmãzinha demonstram que o seu preconceito já é suficientemente forte para falsear sua percepção. Ele não se refere à ausência do pênis, mas comenta invariavelmente, com intenção consoladora: o dela ainda é muito pequeno, mas vai aumentar quando ela crescer. (FREUD 1976, p.219). As meninas também compartilham desta fantasia sobre o tamanho do pênis, acabam por acreditar que seu pênis ainda é pequeno e que crescerá com o tempo. Durante a organização da sexualidade na fase fálica, o menino reveste de interesse seu órgão genital começando inclusive com as práticas masturbatórias, o que vai ser alvo de tabus e consequentemente repressões.

24 28 Como nos mostra o próprio Freud Seus pais e sua ama o surpreendem neste ato e o intimidam com a ameaça de cortar-lhe o pênis. (FREUD,1976, p.220). A ameaça de perder o pênis (não importa se tal ameaça seja real ou fantasiada) e mais à percepção das diferenças anatômicas entre os sexos, formam o cerne do conceito fundamental de castração postulado por Freud, pois para ele, o Complexo de Castração é formado pela fantasia da perda do pênis decorrente do desconhecimento anterior das diferenças anatômicas entre meninos e meninas (FREUD, 1976). É de máxima importância o entendimento do conceito de castração, por se tratar de um conceito fundamental em Psicanálise, visto que, a questão da castração refere-se à falta (tão fundante em Psicanálise), a incompletude, a falta em ser, a falta de um objeto determinado da pulsão. É justamente por essa falta, porque algo falta, é porque o objeto está para sempre perdido que o sujeito passa a desejá-lo eternamente constituindo-se assim como sujeito desejante. Mais tarde (1923), Freud reformula sua teoria sexual de 1908, apontando novos conceitos. Diz que com o passar do tempo meninos e meninas percebem que o que era um pequenino pênis na menina e iria crescer não cresceu e sim ela o perdeu, ou seja, ele o fora cortado. Infelizmente as crianças cometem o grande equivoco de concluir que a falta do pênis é o resultante de uma castração. Diante desta conclusão o menino associa automaticamente que o mesmo poderá acontecer com ele. Desta maneira aquilo que era uma possível ameaça na primeira teoria sexual freudiana tornase um fato pela constatação das diferenças anatômicas entre os sexos, na reformulação posterior da teoria. Mas para meninos e meninas nem todas as mulheres seriam castradas, algumas mulheres adultas como suas mães não lhes parecem castradas por parecerem poderosas, sendo que diante de tanto poder não caberia tomá-las como castradas e sim como fálicas, tomando o falo como representante do poder. A partir dessa percepção o Complexo de Castração terá diferentes elaborações e vivencias para meninos e meninas. A experiência da castração delineia a masculinidade e a feminilidade com suas características peculiares e distintas.

25 29 A menina ao constatar que o órgão sexual masculino é de evidente percepção por ser externo, considera o seu próprio órgão (por ser interno) como pequeno, inadequado e de difícil percepção, o que estabelece a marca da diferença, a marca da falta. Freud acredita que neste momento as meninas passam a sentir inveja do pênis, o que caracteriza a face feminina do Complexo de Castração (FREUD, 1908). Vale ressaltar como se dá verdadeiramente essa falta e esclarecer do que se trata a inveja sentida pelas meninas. Trata-se da inveja do falo e não do pênis. Vejamos na citação abaixo como Freud destaca a importância do falo na fase fálica: Ela consiste no fato de, para ambos os sexos, estar em consideração apenas um órgão genital, ou seja, o masculino. O que está presente, portanto, não é uma primazia dos órgãos genitais, mas uma primazia do falo. (FREUD, 1976, p.180) Lacan, também, posteriormente retoma Freud para ressaltar que essa inveja que as meninas sentem do órgão sexual masculino mencionada por ele, não é de um órgão biológico, mas sim do falo, tomando esse como símbolo da falta, da incompletude - a instância do falo (LACAN, apud NASIO, 1989). Os meninos não ficam impunes, porque, se nas meninas a ausência do pênis provoca inveja, neles a percepção da ausência do referido órgão nelas, provoca o sentimento de medo de perdê-lo, ou melhor, medo de ser castrado. Como vemos, em ambos, viver a experiência do Complexo de Castração marca a falta, a incompletude que caracteriza a vida pulsional humana. Podemos dizer que fica bem destacado em Freud que através da fantasia de castração, a diferenciação entre os sexos se configura para as crianças. No entanto esta diferenciação não é configurada claramente e sim de maneira limitada e distorcida, pois o genital feminino, a vagina, não é reconhecida como tal e sim como uma falta, sobrando como alternativas diferenciais somente duas possibilidades que não são o masculino e o feminino, como teria que ser caso a diferenciação não fosse feita de maneira

26 30 distorcida, mas como assim o é a diferenciação se configura entre o masculino e o castrado. Ao considerar o órgão castrado nas meninas, permite a ideia de um ter havido, já que só se pode perder quando se tem, sendo justamente este pênis que pode faltar o que Freud conceitua como falo na reformulação de sua teoria sexual em Neste contexto, apenas o sexo masculino é considerado com duas formas de manifestação: a presença ou a falta, sendo que o falo é o representante desta presença/ausência. Portanto é enquanto coisa faltante que o objeto fálico e a castração estão no campo dos registros do imaginário e do simbólico e não do anatômico. 2.3 SEXUALIDADE SEGUNDO A PSICOLOGIA SOCIAL Segundo Severiano (2007), a Psicologia Social não nega o biológico, o que muda nesta perspectiva é a sua ênfase no social. Para Severiano (2007) a Psicologia Social aborda a sexualidade sob a perspectiva sociológica, ou seja, sob uma perspectiva histórica e política em contexto interpessoal. Desconsidera deliberadamente as dimensões naturais e biológicas da sexualidade, concebendo a sexualidade como construção social. É fundamental para essa abordagem a desnaturalização do sexo, ou seja, desconstruir a idéia que a sexualidade segue leis naturais imutáveis, onde os papéis são pré-estabelecidos. Ao fazer essa desconstrução da sexualidade natural, define o conceito de gênero como um conceito muito mais subjetivo do que naturalmente dado pelo corpo biológico (SEVERIANO, 2007). Tomando como ponto de partida esses princípios, o objetivo aqui é atentar para como são formadas as configurações de gênero na subjetividade, sempre sobre a ótica das concepções da Psicologia Social desde uma perspectiva Sócio-histórica que compartilha conhecimento com outras áreas do saber, como: a Antropologia, a Sociologia, a História, e a Filosofia. Para Severiano (2007) é importante entender o conceito de gênero porque este conceito encerra a idéia central de como se dá a orientação sexual

27 31 nesta abordagem. Primeiro, para melhor compreensão do conceito de gênero, é imprescindível entender que não há como falar de uma identidade pessoal independente de uma cultura. Esse pensamento remonta a idéia do ser humano que se constitui como ser cultural, ideia essa que atribui ao homem a construção do meio social também, pois acreditam alguns pensadores que o homem ao se constituir histórica e culturalmente também acaba por contribuir para a formação da cultura e da historia em um processo continuo e infindável. A identidade pessoal é produzida pela sociedade e pela ação do próprio individuo. [...] a identidade pessoal se forma na congruência de uma série de forças sociais que operam sobre o individuo e diante das quais o individuo atua e se faz a si mesmo (BARÓ, 1989; REY, 2005 apud SEVERIANO, 2007) Para esta abordagem, diferentemente ao sexo genético que é dado na concepção ao ser, a sexualidade e o gênero são construídos socialmente. Pode-se, segundo Severiano (2007) adotar sexualidade e gênero como sinônimo em virtude da teoria de Judith Butter que considera o sexo natural também construído socialmente tanto quanto o gênero. Ambos caracterizam-se por um vir-a-ser, um tornar-se de acordo com o contexto do grupo social em que a pessoa está inserida. É a plasticidade do comportamento humano que deixa claro que o processo de humanização não é naturalizado e sim um processo cultural em sua essência. Edna Kahhale (2006, apud SEVERIANO,2007, p.13) nega a tentativa de explicar o ser humano a partir de uma natureza humana universal e imutável, natureza essa que necessitaria apenas aflorar e se desenvolver na vida da pessoa. Se assim o fosse tantos homens como mulheres receberiam naturalmente e inevitavelmente o ser homem ou ser mulher na puberdade, pensamento que não contempla a realidade com todas suas nuances e variedades. Segundo Severiano (2007, p. 12), não existe natureza humana, o que existe é a constituição do humano que se dá na relação do ser humano com a realidade, com o meio social e com o processo cultural que é constituído historicamente. Para a Psicologia Social, a importância do sexo vai além da função reprodutiva da concepção biológica, e também além da função prazerosa que a satisfação pulsional promove, conforme postulado pela Psicanálise. Nesta

28 32 abordagem a importância do sexo, neste caso, o gênero, reside em situar o indivíduo no mundo (KAHHLE, 2007, p. 179 apud SEVERIANO, 2007, p. 14), estruturando suas relações e determinando as oportunidades, escolhas e interesses ao longo de sua vida. A formação do gênero acontece desde o nascimento, ou até antes, fato que deixa clara a importância deste como elemento estruturante e orientador do indivíduo no mundo. O bebê ao nascer recebe um nome, o que já caracteriza a influência do meio social na construção de seu gênero, pois o nome normalmente expressa um dos gêneros. As relações estabelecidas com o meio social: família, escola, nos ambientes de lazer, com os vizinhos, vão constituindo a sexualidade da criança, ou melhor, delineando seu gênero (Kahhale 2007 apud SEVERIANO, 2007, p. 14). A cultura (em sentido lato) é responsável pela transformação dos corpos em entidades sexuadas e socializadas, por intermédio de redes de significados que abarcam categorizações e gênero, de orientação sexual, de escolha de parceiros. Valores e práticas sociais modelam, orientam e esculpem desejos e modos de viver a sexualidade, dando origem a carreiras sexuais/amorosas. (HEILBORN, 1999 apud COUTINHO, 2000 apud SEVERIANO,2007, p.19) Conforme dito na citação acima a cultura é quem forma, modela e delineia a sexualidade constantemente, já que impossível é viver destacado de uma cultura, portanto para a Psicologia Social o homem estará passível de formação e transformação ao longo de toda sua vida no que tange sua sexualidade. O fato do ser humano viver inserido e influenciado por uma cultura, que o transforma e o modela constantemente, corrobora que a sexualidade com todas suas nuances não se dá de maneira natural, mas é construída ao longo de toda sua vida e não só nos primeiros anos da infância. A experiência efetiva do sexual e o que é feito sexualmente pelos indivíduos resultam das circunstâncias particulares de aprendizagem de uma cultura especifica. O campo do que é aprendido inclui todos os aspectos do sexual, inclusive a interpretação dos acontecimentos fisiológicos pertinentes à excitação sexual, ao prazer sexual e ao clímax sexual. (GAGNON 1974, 1977, 2006)

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