O Planeta dos Eólios

Transcrição

1 O Planeta dos Eólios

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3 1 Um planeta gelado No avião, o Principezinho e a sua amiga Raposa continuam a sua viagem pela Galáxia. Raposa, olha! exclamou o Principezinho. Mais um planeta que está em perigo! Pronto, posso dizer adeus à minha sesta! Assim que o avião aterrou, o Principezinho e a Raposa saltaram para o 9

4 chão e deslizaram como se estivessem numa pista de gelo. Gelo, aqui? Uma forte rajada de vento empurrou-os para a porta do planeta, que se abriu de repente para logo se fechar, com estrondo, nas suas costas. Do outro lado, continuaram a deslizar numa paisagem gelada. O ar era de tal maneira frio que a respiração formava pequenas nuvens. Os dois amigos divertiam-se como doidos quando avistaram, ao longe, uma espécie de medusas voadoras e luminosas que balançavam suavemente ao vento. Viste aquilo? perguntou a Raposa. Parecem lampiões vivos! Tenho a certeza que vamos encontrar uma casa com uma boa lareira e coisas apetitosas para comer! Atraídos por aquela luz, continuaram a avançar. Pendurados no gelo dos ramos das árvores, giravam pequenos 10

5 moinhos de vento. Aos poucos, a temperatura foi aquecendo. Quando se aproximaram das medusas voadoras, o Principezinho e a Raposa repararam que elas eram uma fonte de calor. Como soldados combatendo o ataque do frio, elas formavam uma barreira diante da qual o gelo se detinha. O vento parecia brincar com o cabelo do Principezinho e com o pelo da Raposa. 11

6 Desde que chegámos a este planeta que o vento sopra sem parar notou o Principezinho. Abrindo os braços, correu a brincar aos aviões. De repente, ouviu-se um barulho ao longe. O vento parou de soprar e as medusas, uma a uma, caíram ao chão. Foi então que viram um avião aproximar-se. Parecia estar em perigo e, após alguns solavancos, despenhou-se atrás de uma colina. O Principezinho e a Raposa correram a socorrer o piloto, que ficara preso numa árvore. Olha, Principezinho! gaguejou a Raposa apontando para o horizonte. Um mar de gelo avançava para eles com estalidos assustadores, cobrindo tudo à sua passagem. Trepando rapidamente pelos ramos, o Principezinho tratou de soltar o cinto que mantinha preso o piloto. 12

7 Os três saltaram para o chão e mal tiveram tempo de escapar. O mar de gelo avançava a uma velocidade alarmante! Mas, de repente, o vento recomeçou a soprar. No mesmo instante, as medusas elevaram-se no céu e o gelo imobilizou-se. Estavam salvos! Obrigado! agradeceu o piloto, um ser esguio com um barrete cómico na cabeça. Chamo-me Fohen e sou o guardião dos campos de vento. 13

8 Saudou-os de uma forma particularmente curiosa, soprando, virado para eles, sobre a palma da sua mão. E vocês? Quem são? Eu sou o Principezinho e esta é a minha amiga Raposa. Vimos do B612, um pequeno asteroide muito distante daqui. Muito prazer respondeu Fohen. Desculpem a receção um pouco fria. De momento, estamos a ter problemas 14

9 com o gelo, que ameaça cobrir toda a cidade. O que nos vale são os Eóluxes, que transformam o vento em calor. Os Eóluxes? Referes-te àquelas estranhas medusas voadoras? Quer dizer que, quando o vento amaina, os Eóluxes deixam de aquecer o planeta e o gelo ganha terreno? É isso mesmo. Mas venham comigo. Quero mostrar-lhes a cidade e apresentar-lhes o Governador dos Ventos. 15

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