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Kléber Martinho Maranhão
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1 e os Eólios

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ra uma vez um planeta onde o vento soprava sem cessar. Quanto mais soprava, mais os seus habitantes, os Eólios, ficavam contentes, porque tudo provinha do vento: a água, a luz e o calor.

3 ra uma vez um planeta onde o vento soprava sem cessar. Quanto mais soprava, mais os seus habitantes, os Eólios, ficavam contentes, porque tudo provinha do vento: a água, a luz e o calor. Graças à energia de que dispunham, até o solo gelado do planeta os Eólios aqueciam. Sem vento, a terra seria completamente coberta de gelo! Contudo, ocorriam cada vez com maior frequência cortes de vento, que faziam com que o gelo ganhasse terreno. Os Eólios esperavam, com inquietação, que o seu chefe, o Governador dos Ventos, encontrasse um meio de salvar o planeta. Mas, apesar de toda a sua ciência, o Governador permanecia em silêncio 3

uando o Principezinho e a Raposa chegaram a este planeta, depararam-se com um vento forte e majestoso que quase os levantou do chão. De repente, o Principezinho ouviu o som de uma música ao longe.

4 uando o Principezinho e a Raposa chegaram a este planeta, depararam-se com um vento forte e majestoso que quase os levantou do chão. De repente, o Principezinho ouviu o som de uma música ao longe. Naquele mesmo instante, o vento parou de soprar e o avião que passava sobre eles perdeu altitude, terminando a sua viagem no cimo de uma árvore. O Principezinho correu em auxílio do piloto, ajudando-o a libertar-se. Tinham de se apressar: o gelo avançava sobre eles a uma velocidade galopante! O Principezinho, a Raposa e o piloto, que se chamava Fohen, desataram a correr para escaparem ao gelo! 4

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7 Sem que se percebesse porquê, o vento voltou a soprar e, imediatamente, o gelo parou de avançar. Fohen agradeceu ao Principezinho e convidou-o a visitar a cidade dos Ventos. Quando lá chegou, o Principezinho ficou maravilhado. A cidade era em forma de pião, flutuando gra- ciosamente no ar, enquanto que as suas casas- -moinhos balançavam ao mínimo sopro. Lá no alto, no palácio dos Ventos, foram recebidos pelo Governador e pelo seu filho, Zéphyr, que foi obrigado pelo pai a cumprimentar os convidados antes de ser mandado para o quarto estudar. O meu filho tem de estudar a ciência dos ventos para se tornar no meu sucessor! explicou ele ao Principezinho. 7

O Governador dos Ventos mostrou então com orgulho ao Principezinho a grande sala que controlava os ventos. Havia uns grandes tubos de vidro com plumas que subiam e desciam, medindo a força dos ventos.

8 O Governador dos Ventos mostrou então com orgulho ao Principezinho a grande sala que controlava os ventos. Havia uns grandes tubos de vidro com plumas que subiam e desciam, medindo a força dos ventos. O Principezinho queria saber porque é que as plumas por vezes paravam. Mas, em vez de responder, o Governador mudou bruscamente de assunto: Porque não vão aprender a lançar papa- gaios de papel onde se cruzam os ventos? 8

No seu íntimo, esperava conseguir obrigar Zéphyr a obedecer-lhe para que tudo voltasse a entrar nos eixos.

9 Na verdade, d o Governador sabia a razão por que ocorriam cortes de vento. Mas não podia confessar ao seu povo que o culpado era o seu filho. No seu íntimo, esperava conseguir obrigar Zéphyr a obedecer-lhe para que tudo voltasse a entrar nos eixos. Se os Eólios querem um culpado, só tens de lhes arranjar um! tentou-o a Serpente, assobiando. Uns minutos mais tarde, um altifalante anunciava ao povo que se tinha descoberto que quem aspirava o vento eram piratas 9

10 Principezinho estava a lançar um papagaio de papel na cidade dos Ventos quando surgiu o avião dos piratas. Apareceu então com o seu fato coberto de estrelas, desenhando um grande pássaro, tão leve como uma folha de papel. Abrindo as suas asas enormes, ele levou o Principezinho, a Raposa e Fohen pelo céu. Num instante, o pássaro mágico alcançou o avião dos piratas Cuidado, Principezinho! exclamou Fohen. Ele dirige-se para a zona dos tornados! Naquele momento, o avião foi apanhado por um tornado e despenhou-se. O pássaro pousou e o Principezinho correu para socorrer o piloto. Mas, quando lá chegou, este já tinha fugido. O Principezinho não podia imaginar que o pirata era o Tenente do Governador! 10

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12 No caminho de regresso, o Principezinho ouviu uma melodia: era sempre a mesma! A que se ouvia todas as vezes que o vento parava O Principezinho correu então até ao palá- cio dos Ventos para alertar o Governador. Contudo, depois de ouvir a sua expli- cação, o Governador disse-lhe que devia regressar a casa por uma questão de segurança. Parecia que o Governador estava a esconder alguma coisa, mas o Principezinho tinha de lhe obedecer. Quando ficou sozinho, o Governador chamou o seu filho: Diz-me onde escondeste este o teu ins- trumento! ordenou ele. Nunca! respondeu Zéphyr. Então, o Governador dos Ventos chamou os guardas e ordenou- -lhes que conduzissem o seu filho ao quarto e não o deixassem sair. 12

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