TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TRANSTORNO DO PÂNICO
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- Iasmin Santos Paranhos
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1 TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TRANSTORNO DO PÂNICO o Um ataque intenso agudo de ansiedade acompanhado por sentimentos de desgraça iminente. o Comorbidades: agorafobia. Epidemiologia o Prevalência ao longo da vida: 1-4% em 6 meses. o Mulheres tem 3x mais chances de serem afetadas. o Idade média: 25 anos. Comorbidade o 91% dos pacientes com TP tem outras condições associadas, como depressão. o 2-20% tem fobia específica. o 2-10% tem TEPT. o 30% tem TOC. Etiologia o Fatores biológicos: Regulação anormal do sistema noradrenérgico. SNA: aumento de tônus simpático. Neurotransmissores: noraepinefrina, serotonina e GABA. Hipersensibilidade póssinaptica à serotonina. Atenuação inibitória gabaérgica na amígdala, mesencéfalo e hipotálamo ansiedade. Resposta exagerada ao cortisol em resposta aos agonistas de receptores alfa2 (clonidina) estimulam o disparo do locus ceruleus e induzem taxas elevadas de atividades semelhante ao pânico. Substancias pânicoindutoras (panicogênicas): Respiratórias (CO2, lactato de sódio e bicarbonato) atua nos barorreceptores aferentes vagais trato solitário medula ativação precoce do sensor de asfixia; Neuroquímicas (iombina: antagonista de receptores alfa2, mcpp: agente com efeito serotoninérgico múltiplos, m-carolines; agonistas inversos dos receptores GABAb; flumazenil: antagonista GABAb; CCK e cafeína); Imagens cerebrais: Envolvimento do lobo temporal (hipocampo e amigdala): atrofia cortical no lobo direito. PET: desregulação do fluxo sanguíneo (vasoconstrição) tonturas. Prolapso da válvula mitral Sem relevância clínica. Ausculta: estalido mesosistólico. o Fatores genéticos Parentes de 1 grau: 4-8x mais chances. o Fatores psicossociais Presença de gatilho psicológico. Relacionado ao locus ceruleus. 1
2 Diagnóstico o Ataques recorrentes de ansiedade grave (pânico), os quais não estão restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em particular e que são, portanto, imprevisíveis. o Sintomas: início súbito de palpitações, dor no peito, sensações de choque, tontura e sentimentos de irrealidade. Secundariamente: medo de morrer, perder o controle ou ficar louco. o Os ataques individuais usualmente duram apenas minutos, ainda que às vezes sejam mais prolongados; sua frequência e o curso do transtorno são, ambos, muito variáveis. o Um ataque de pânico que ocorre em uma situação fóbica estabelecida é considerado como uma expressão da gravidade da fobia. Transtorno de pânico deve ser o diagnóstico principal somente na ausência de quaisquer das fobias em F40. o Diagnóstico: vários ataques graves de ansiedade autonômica devem ter ocorrido em um mês. (a) em circunstâncias onde não há perigo objetivo; (b) sem estarem confinados a situações conhecidas ou previsíveis; (c) com relativa liberdade de sintomas ansiosos entre os ataques (ainda que ansiedade antecipatória seja comum). Características clínicas o Primeiro episódio: espontâneo. o Ataques: 10 minutos (máx. 30min) de sintomas crescentes. o Sintomas: medo extremo e sentimento de desgraça iminente. o Sintomas físicos: taquicardia, palpitação, dispneia e sudorese. o Achados do exame mental: ruminação, dificuldade de fala, comprometimento da memória. o Medo de novos ataques. o 20% tem síncope. o Sintomas associados: depressão, despersonalização, agorafobia, TOC, abuso de álcool. o DCV: IAM, anemia. o Pulmonares: asma e embolia pulmonar. o Neurológicas: doença de Huntington, enxaqueca e esclerose múltipla. o Endócrinas: doença de Cushing e diabetes. o Intoxicação por drogas ou abstinência. 2
3 o Outras condições: deficiência de B12 e intoxicação por metal pesado. o Mentais: fobias sociais e especificas, TEPT, TOC, psicoses. Curso e prognóstico o Crônico com curso variável. o 30-40% ficam livres dos sintomas. o Podem ocorrer várias vezes por dia ou uma vez ao mês. o Cafeína e tabaco podem exacerbar os sintomas. Tratamento farmacológico o 1 : ISRS (fluoxetina, sertralina, citalopram e escitalopram). o 2 : Alprazolam (BZD) e paroxetina (ISRS). o 3 : benzodiazepínicos (ação rápida/abuso/comprometimento cognitivo sedativo e maior probabilidade de recaída) + imaos (fenelzina). o 4 : tricíclicos (clomipramina, imipramina). o TP + depressão = Venlafaxina ou fluoxetina. o Buspirona: adjuvante potencializador do efeito das drogas usadas. o Duração do tratamento: 1 ano. TCC o Eficazes. o Disponível no SUS. AGORAFOBIA o Medo ou uma ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil. o Mais incapacitante. o Epidemiologia: 2-6% e em pessoas com mais de 65 anos. Diagnóstico o a) os sintomas psicológicos ou autonômicos devem ser primariamente manifestações de ansiedade e não secundários a outros sintomas tais como delírios ou pensamentos obsessivos; o (b) a ansiedade deve estar restrita a pelo menos duas das seguintes situações: multidões, lugares públicos, viajar para longe de casa e viajar sozinho; o (c) a evitação da situação fóbica deve ser ou estar sendo um aspecto proeminente. o Pode ser com ou sem síndrome do pânico. Características clínicas o Situações: transporte público, espaço aberto e fechado, multidões, ficar sozinho fora de casa, preferem ser acompanhados. o Ansiedade, depressão, esquizofrenia, transtorno de personalidades. Curso e prognóstico o Melhora com o tempo. o Causado TP. o Incapacitante e crônica. o Álcool: piora o curso. Farmacoterapia o BZD: início de ação rápida (alprazolam e lorazepam). o Efeitos colaterais: sedação leve e tontura. o Não devem ser usados com álcool por intensificar seus efeitos. o ISRS: reduzem as recaídas. Efeitos colaterais: distúrbios do sono, sedação, vertigem, náusea e diarreia e disfunção sexual. Para combater a disfunção adjuvantes: iombina, bupropiona e mirtazapina. Síndrome de descontinuação. 3
4 o Tricíclicos: clomipramina e imipramina. Benefícios requerem dosagens plenas. Ação em 8-12 semanas. Efeitos adversos: efeitos sob o limiar convulsivo, efeitos cardíacos anticolinérgicos. o Psicoterapias: de apoio, orientada ao insight, comportamental, cognitiva e virtual. FOBIA ESPECÍFICA o Medo excessivo de algo específico. o Epidemiologia: 5-10% da população. Prevalência pela vida 10%. o Mulheres tem 2x mais que os homens. o Comorbidades: ansiedade, fobias de humor e relacionado a substancias. Etiologias o Fatores comportamentais Nas fobias não há atenuação da resposta ao estimulo. Esse sintoma fóbico pode durar anos sem qualquer reforço externo aparente. o Fatores psicanalíticos o Atitude contrafóbica: Indivíduos com atitudes contrafóbicas procuram situações de perigo e se envolvem nelas com entusiasmo. Diagnóstico o (a) os sintomas psicológicos ou autonômicos devem ser manifestações primárias de ansiedade e não secundários a outros sintomas tais como delírio ou pensamento obsessivo; o (b) a ansiedade deve estar restrita à presença do objeto ou situação fóbica determinada; o (c) a situação fóbica é evitada sempre que possível. Características clínicas o Ansiedade grave, antecipação das situações, tendência de evitação, abuso de álcool, presença de medo irracional, depressão (1/3 dos casos). o Uso de substancias, tumores, e doenças cerebrovasculares, esquizofrenia, transtorno de pânico, agorafobia, transtorno de personalidade, hipocondria, TOC. Prognóstico o Possui dois tipos de inicio: Infancia: animais, sangue e injeção. Adulto: tipo situacional. Constante e oscilante. Tratamento o Terapias: virtual, insight, familiar, hipnose, psicoterapia de apoio. o Terapia de exposição (dessenssibilização). FOBIA SOCIAL o As pessoas com transtorno de ansiedade social temem se embaraçar em situações sociais 4
5 (i.e., reuniões sociais, apresentações orais, encontro com pessoas novas). o Elas podem ter medos específicos de realizar determinadas atividades, como comer ou falar na frente dos outros, ou podem experimentar um medo vago e inespecífico de embaraçar-se. Epidemiologia o 3-13%. o Principalmente em mulheres. o Idade: adolescência ou dos 5-35 anos. Comorbidades o Transtornos de ansiedade, de humor, relacionado a substancias e bulimina nervosa. Etiologia o Timidez grave, pais com transtorno de pânico, rejeição ou pais superprotetores. o Fatores neuroquímicos: aumento da liberação de noraepinefrina. o Genéticos: parentes de 1 grau (3x mais chances). Diagnóstico o Segue o raciocínio do diagnóstico da agorafobia. o Transtorno de personalidade, e ansiosos. Curso e prognóstico o Problemas com relações sociais, acadêmicas e profissionais. Tratamento o Psicoterapia + farmacoterapia. o 1 : ISRS; o 2 : BZD (alprazolam e clonazepam); o 3 : Venlafaxina; o 4 : buspirona (efeito adjuvante). o Em casos graves: IMAO irreversível (fenelzina). CONCEITOS DESREALIZAÇÃO: sentimento de desconexão com o ambiente DESPERSONALIZAÇÃO: pode ser entendido como distúrbio do processamento da emoção. Sentimento de desconforto com seus próprios sentidos e eventos, como se fosse um observador externo. Apresenta embotamento afetivo, distorção somatossensorial. É tido como um transtorno primário. 80% em pacientes psiquiátricos institucionalizados, e em 2,4% da população geral. MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL: é um suporte técnico especializado que é ofertado por uma equipe interdisciplinar em saúde afim de ampliar seu campo de atuação e qualificar suas ações. Deve proporcionar retaguarda especializada, suporte técnico pedagógico, construção de projetos terapêuticos. Quando solicitar: necessidade de apoio da saúde mental, esclarecimento diagnóstico, suporte para realizar intervenções psicossociais específicas. É realizado pelo NASF equipes móveis para agilizar o atendimento BULLING 5
6 EPIDEMIOLOGIA crianças que têm um perfil mais retraído costumam ser as maiores vítimas, elas apresentam maior dificuldade de expressar ou de se abrir em casa. Evidenciado na maioria das vezes pela mudança de comportamento. Estima-se que 69,7% dos estudantes declaram ter presenciado alguma situação de violência dentro da escola. Na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas. LEI /15 Programa de combate ao bullying em todo território nacional : todo ato de violência física e psicológica, intencional, repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando angustia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. CARACTERIZAÇÃO DE BULLYING Ataques físicos Insultos pessoais Comentários e apelidos pejorativos Ameaças Isolamento social consciente e premeditado Cyberbulling incitar violência, adulterar fotos e dados pessoais para fins de constrangimento TIPOS Verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente; Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; Sexual: assediar, induzir e/ou abusar; Social: ignorar, isolar e excluir; Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar; Físico: socar, chutar, bater; Material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; Ver tópico Virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social. OBJETIVOS Prevenir e combater a prática do bullying Capacitação dos docentes, implementar e fazer campanhas de educação, conduta de orientação aos pais, Dar assistência psicológica, social e jurídica promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência FORMAS DE COMBATE 6
7 Diálogo aberto O projeto Unidos no Combate à Prática do Bullying 2008/09 ação na escola em conjunto com famílias e estudantes da comunidade para a conscientização e alteração de comportamento MEC Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos MEC tem apoiado projetos de formação continuada para profissionais da educação (docentes e gestores) por meio do Pacto Universitário de Educação em Direitos Humanos. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS Alterações de comportamento O perfil dos autores se caracteriza por alunos que só praticam o bullying, geralmente tem pouca empatia, fazem parte de uma família na qual há pouca relação afetiva entre seus membros e tem a violência como forma de modelo de comportamento e posição de poder. Além disso, procuram agredir pessoas que geralmente apresentam obesidade, baixa estatura, deficiência física ou mental e diferentes aspectos culturais, étnicos ou religiosos. Sentimento de insegurança, medo de ir à escola, baixo rendimento escolar, chegar em casa com roupas e materiais rasgados, mudança de comportamento (ansiedade, depressão, pesadelos frequentes) dificuldade de adaptação no trabalho) Prejudica a formação da identidade social REFERÊNCIAS BARROS, F. O. e SANTOS T.E.M BULLYING E IDENTIDADE: REPERCUSSOES PSICOSSOCIAIS EM JOVENS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA (PI) Sadock, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica [recurso eletrônico] / Benjamin J. Sadock, Virginia A. Sadock, Pedro Ruiz ; tradução: Marcelo de Abreu Almeida... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] 11. ed. Porto Alegre : Artmed,
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