Eixo temático: Gestão, política educacional e formação de professores.
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- Alana Schmidt Alcaide
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1 A AUTO-ESTIMA, AUTO-IMAGEM E/OU AUTO-CONCEITO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA: ALGUMAS REFLEXÕES NA FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA E DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO Eixo temático: Gestão, política educacional e formação de professores. Franciele Roos da Silva Ilha - Especialista em Educação Física Escolar e em Gestão Educacional na UFSM; Mestranda em Educação UFSM. franciele.ilha@yahoo.com.br. (55) / Ana Paula da Rosa Cristino - Professora da rede pública de ensino de Santa Maria RS; Especialista em Ciência do Movimento Humano e em Gestão Educacional na UFSM; Mestre em Educação UFSM. Marta Nascimento Marques - Professora da rede pública de ensino de Santa Maria RS; Especialista em Ciência do Movimento Humano pela UNICRUZ e em Esporte Escolar pela UNB UFSM; Mestranda em Educação UFSM. Hugo Norberto Krug - Doutor em Educação pela UFSM/UNICAMP; Doutor em Ciência do Movimento Humano pela UFSM; Professor Adjunto da UFSM.
2 A AUTO-ESTIMA, AUTO-IMAGEM E/OU AUTO-CONCEITO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA: ALGUMAS REFLEXÕES NA FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO RESUMO O objetivo deste estudo foi abordar a questão da auto-imagem, auto-estima e autoconceito e a importância destes no desenvolvimento da prática pedagógica em Educação Física durante a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado. Tendo em vista a importância do acadêmico sentir-se confiante em sua prática pedagógica, este estudo revela-se necessário para refletir acerca dessas questões que permeiam a formação docente. A metodologia utilizada caracterizou-se pela abordagem qualitativa com a utilização do estudo do tipo bibliográfico. Percebe-se no contexto da formação inicial de professores e principalmente durante o desenvolvimento do Estágio Curricular Supervisionado, a relevância da construção da auto-estima docente, já que, estes profissionais terão muitos desafios no instante em que se inserirem no contexto escolar. Palavras-chave: Auto-estima; Prática Pedagógica; Formação Inicial; Estágio Curricular Supervisionado. INICIANDO A REFLEXÃO O Curso de Licenciatura em Educação Física tem como objetivo principal a habilitação para o magistério do ensino fundamental e médio. Dentre as disciplinas que constam do currículo de Licenciatura em Educação Física destaca-se, pela sua relevância, o Estágio Curricular Supervisionado que tem por atribuições precípuas colocar o futuro profissional em contato com a realidade educacional, bem como auxiliar no desenvolvimento do seu ideário pedagógico. Entretanto, o estágio pedagógico proporcionado por esta disciplina tem sido identificado como um momento crítico na formação inicial dos professores (ONOFRE; FIALHO, 1995), pois a dimensão que as dificuldades e problemas vividos assumem, podem levar o futuro professor a pensar que não é capaz de superá-los, e isto, pode levar o mesmo a querer abandonar a profissão. Nesse sentido, como apontam Ilha et al. (2008, p.2): O Estágio Curricular Supervisionado deve ser capaz de mobilizar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso e, junto com ele, questionar a suficiência desses saberes para e na atuação profissional. Com isso, perceber os movimentos que devem condensar a busca constante do ensino e da aprendizagem de ser professor. Deste modo, torna-se importante conhecer e compreender o processo de construção da auto-imagem, auto-estima e auto-conceito, pois isto pode ser um dos fatores determinantes para a obtenção do sucesso, nesta primeira experiência docente, vindo, portanto, a contribuir na formação do acadêmico de Educação Física.
3 A partir disso, o objetivo deste estudo foi abordar a questão da auto-imagem, auto-estima e auto-conceito e a importância destes no desenvolvimento da prática pedagógica em Educação Física durante a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado. METODOLOGIA A abordagem utilizada foi à qualitativa, sendo que, de acordo com Demo (2005, p.146), Fenômenos qualitativos caracterizam-se por marcas como profundidade, plenitude, realização. Além disso, caracteriza-se como bibliográfica, de modo que, para a coleta de informações utilizou-se um referencial teórico elaborado, a partir dos conceitos e posicionamentos emitidos pelos autores que abordam a temática proposta. Segundo Carvalho (1987, p.110): A pesquisa bibliográfica é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informações escritas, para coletar dados gerais e específicos a respeito de determinado tema. ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES Apontamentos gerais sobre a auto-estima, auto-imagem e / ou auto-conceito Mosquera (1977) afirma que a identidade psicológica é um processo abrangente que engloba a auto-imagem e a auto-estima. Esta última segundo Marquezan (1998) refere-se a vivência de sermos apropriados à vida e às exigências que ela faz. Mais especialmente, auto-estima é: (a) a confiança em nossa capacidade para pensar e enfrentar os desafios e problemas da vida; e (b) a confiança em nosso direito de sermos felizes, a sensação de sermos competentes, dignos, autônomos e qualificados para expressar e satisfazer nossas necessidades, desejos, motivação, sonhos, imaginação e desfrutar das nossas realizações por mais humildes que elas sejam. De acordo com Branden (1997) a auto-estima fundamenta-se em seis pilares atitudinais: 1) A atitude de viver conscientemente; 2) A atitude de auto-aceitação; 3) A atitude de auto-responsabilidade; 4) A atitude de auto-afirmação; 5) A atitude de intencionalidade; e 6) A atitude de integração pessoal. A auto-estima está intimamente relacionada com a auto-imagem e decorre da maneira como os demais a vêem, assim, a auto-estima depende da auto-imagem. Esta última se expressa pela avaliação que a pessoa faz de si e que a conduz a gostar, daquela imagem em diferentes graus, estimá-la e respeitá-la. Rosemberg (1973) define auto-estima como uma atitude positiva ou negativa em relação a si mesmo e apresenta duas conotações diferentes para o termo: 1) Auto-estima alta - é quando a pessoa se respeita e estima, sem considerar-se melhor ou pior que os outros e sem acreditar-se perfeita, reconhecendo suas limitações e esperando melhorar e amadurecer. 2) Auto-estima baixa - é quando a pessoa está insatisfeita, rejeita e despreza a si mesma, não se respeitando pelo que observa em si, mas, ao contrário, deseja mudar porque lhe desagrada. A auto-estima alta e baixa dependem das experiências positivas e negativas, especialmente as relativas à afeição, ao amor, à valorização, ao sucesso ou ao fracasso vivenciadas pela pessoa ao longo do tempo. Briggs (1972) ainda destaca a importância da força das influências das pessoas significativas no desenvolvimento da auto-imagem e da auto-estima do ser humano.
4 Para Branden (1997) a auto-estima é a disposição da pessoa para se vivenciar como alguém competente e merecedor de felicidade. Implica num conceito positivo de si mesmo, necessário e essencial para uma vida de plenitude. Autoamar-se é a chave para a saúde, o sucesso, o auto-conhecimento, o heteroconhecimento e a felicidade. O desenvolvimento do auto-conceito, da auto-estima abrange três domínios (MARQUEZAN, 1998): a) o contexto no qual o desenvolvimento ocorre; b) as características pessoais (biológicas ou psicológicas) da pessoa presente neste contexto; e, c) processo através do qual o desenvolvimento emerge. Já o auto-conceito se forma através das mediações sócio-culturais ao longo do desenvolvimento. Isto quer dizer que o auto-conceito é aprendido, pois ele decorre das expectativas que cada pessoa tem sobre a vida, os sentidos, os sentimentos, os seus significados, os valores, etc. O auto-conceito pode ser mantido e realizado através de processos como: a) auto-realização; b) aquisição de um senso de identidade; c) realização e domínio de objetivos importantes; d) prática da consciência de que o sujeito histórico se constrói com autonomia, dentro de um processo emancipatório que crie espaços para a construção de uma identidade individual e coletiva; e, e) formação da consciência crítica, tornando a pessoa distinta, singular, única, possibilitando um relacionamento intrapessoal e interpessoal competente, honesto, verdadeiro, transparente, empático, fraterno, justo, etc. Em suma, percebe-se que esses três elementos (auto-estima, auto-imagem e auto-conceito) encontram-se articulados entre si, sendo que um complementa, dá suporte e interage com os demais. A importância da auto-estima/auto-imagem/auto-conceito para a atuação do acadêmico em situação de estágio Ao compreender que são vários os elementos que compõem a dinâmica do auto-estima, auto-imagem e auto-conceito e entendendo a relevância desses para a atuação do acadêmico em situação de estágio, bem como para a vida pessoal e profissional do professor. Acadêmicos e professores precisam estar confiantes quanto à importância de seu trabalho para a formação de seus alunos e de si mesmo, de modo que desempenhe sua função docente com dedicação, tendo um compromisso constante com o processo de ensino e aprendizagem dos alunos e com o seu desenvolvimento profissional. Nessa direção, Rosemberg (1973) assinala a influência de fatores sociais, como classe social, religião, raça e outros sobre o desenvolvimento da auto-estima bem como o prestígio no grupo, a posição do adulto no mundo ocupacional, o fracasso ou o êxito na escola e na profissão. PALAVRAS FINAIS O êxito e o fracasso do futuro professor de Educação Física, por ocasião do desenvolvimento de seu Estágio Curricular Supervisionado, se relaciona entre tantas outras variáveis com a personalidade do próprio acadêmico, em especial com sua auto-imagem, auto-estima e ou seu auto-conceito e, estas por sua vez dependem do contexto escolar (professores, colegas, especialistas) assim como do contexto familiar e social mais amplo.
5 Salientamos a importância da auto-estima alta para que o futuro professor de Educação Física ao realizar seu estágio possa ter controle de impulsos, expressão adequada de emoções e manutenção de relacionamentos. Segundo Marquezan (1998) estes são aspectos essenciais ao equilíbrio e auto-controle emocional, à resistência ao estresse e ao processo decisório, à autonomia e à própria felicidade. Finalmente, poderíamos dizer que uma auto-estima positiva decorre de quanto aprendemos a nos libertar e a libertar os outros; decorre também do quanto somos independentes, autônomos, autênticos e felizes. REFERÊNCIAS BRANDEN, N. Auto-estima e os seis pilares. São Paulo: Saraiva, BRIGGS, D.C. El niño feliz. Buenos Aires: Ghanica, CARVALHO, A. de S. Metodologia da entrevista: uma abordagem fenomenológica. Rio de Janeiro: Agir, DEMO, P. Metodologia da investigação em educação. Curitiba: Ibpex, ILHA, F.R.S. et al. O encadeamento dos estágios curriculares supervisionados no Curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 27., 2008, Pelotas. Inclusão: os caminhos da Educação Física e do esporte na promoção de um estilo de vida ativo. Anais... Pelotas: ESEF/UFPel, CD-ROOM. MARQUEZAN, L.I.P. Auto-estima, auto-imagem e/ou auto-conceito. Revista Cenas e Cenários: reflexões sobre a Educação, p , MOSQUERA, J.M. Psicodinâmica do aprender. Porto Alegre: Sulina, ONOFRE, M.S.; FIALHO, M. Diagnóstico dos problemas da prática pedagógica em Educação Física: o caso dos professores estagiários. In: IV CONGRESSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIÊNCIAS DO DESPORTO DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. Anais..., Coimbra: Universidade de Coimbra, p.ef-45. ROSEMBERG, M. Society and the adolescent self-image. Princeton: Princeton University Press, INFORMAÇÕES DO EVENTO: 1 IX Congresso Internacional de Educação Popular, XVIII Seminário Internacional de Educação Popular; 2 A vida dos educadores e a (re) invenção do sentido da escola; ; 4 Santa Maria RS; 5 Anais CD ROM; 6 Movimento Brasileiro de educadores cristãos (MOBREC) e Prefeitura Municipal de Santa Maria.
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