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1 Desinfecção e Desinfetantes Paulo Francisco Domingues 1, 3 Gisele Dela Ricci 2, 3 2, 3 1 Professor do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, 3 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Campus de Botucatu 2 Acadêmicas do curso de Zootecnia domingues@fmvz.unesp.br Introdução A limpeza e a desinfecção são consideradas os principais métodos de prevenção de doenças. É indispensável que se adote um programa de limpeza e desinfecção abrangente e de uso rotineiro, visando a diminuir e manter uma concentração baixa de microrganismos patogê- forma, a probabilidade de infecções. A desinfecção consiste em controlar ou eliminar os microrganismos patogênicos, utilizando processos químicos ou físicos que atuam na estrutura ou no metabolismo deles. Este artigo tem como objetivo discorrer sobre a importância da desinfecção em saúde animal e as características dos desinfetantes mais utilizados na pecuária. Conceitos vegetativa, não necessariamente os esporos bacterianos. Antisséptico: é uma substância química que pode não ter efeito germicida, impede ou bloqueia o desenvolvimento, ou a ação dos microrganismos, tanto pela inibição de sua atividade quanto por sua destruição. Fungicida e viricida: são os processos físicos ou substâncias químicas que destroem fungos ou vírus, respectivamente. Sanitizante: reduz o número de contaminantes bacterianos até um nível seguro. O termo se refere à condição de como sanitizante. Não é necessário que o produto sanitizante tenha ação germicida. Detergente enzimático: são compostos basicamente por enzimas, surfactantes e solubilizantes. A combinação balanceada desses elementos faz com que o produto possa remover a matéria orgânica da superfície do material em curto período de tempo, de 1 a 15 minutos. As grupos funcionais, dependendo do tipo de substrato que irão afetar: proteases, que interagem com proteínas; amilases, que interagem com carboidratos; e lípases, que interagem com lipídeos. Os detergentes enzimáticos não evitam a necessidade posterior do uso de uma solução desinfetante, pois não possuem a capacidade de destruir microrganismos e, sim, de eliminar a matéria orgânica que serve como substrato para que os microrganismos se multipliquem. No manejo zoosanitário aplicado às diferentes espécies de interesse zootécnico, no que se refere à higiene, é impor- Desinfetante: é um agente, normalmente químico, que mata as formas vegetativas, mas não necessariamente as formas esporuladas de microrganismos patogênicos. Geralmente, essas substâncias são aplicadas em objetos inanimados. Germicida: é o termo aplicado à substância química ou processo físico capaz de destruir todos os microrganismos, incluindo também suas formas de resistência, denominadas de esporos, como aqueles produzidos por bactérias do gênero sp e sp. Bactericida: são todas as substâncias químicas ou processos físicos capazes de destruir bactérias na sua forma As medidas de limpeza e desinfecção são um suporte, e não substitutas das outras medidas de 30 Suínos & Cia Ano VII - nº 41/2011

2 tante frisar que um programa de limpeza e desinfecção é um suporte, e não um tais como o banho e a troca de roupa do pessoal operacional ou de pessoas visitantes da granja, a proibição ou controle da entrada de veículos na granja, o destino adequado das carcaças de animais mortos, o depósito e o tratamento dos dejetos dos animais e a utilização de baia ou área de quarentena para novos animais que serão introduzidos na granja. O objetivo de um programa de limpeza e desinfecção é manter uma concentração baixa de agentes patogênicos no ambiente, diminuindo a probabilidade de infecções, resultando nos seguintes benefícios: aumento da produtividade e diminuição da incidência de doenças infecciosas e parasitárias, do número de animais refugos (debilitados) e de gastos com medicamentos por animal/ano e mão de obra. No planejamento e programação do processo de limpeza e desinfecção devem ser considerados alguns parâmetros, como: 1) Superfícies e volumes a limpar e a desinfetar; 2) Intervalos e frequências de limpeza e desinfecção, em consonância com o sistema de produção; 3) Tipo de desinfetante que será utilizado, sua concentração ou diluição, e tempo de atuação; 4) Determinação de uma sequência lógica para as operações de limpeza e desinfecção; 5) de operadores necessários para cada fase do serviço; 6) Treinar os operadores, instruindo-os sobre os equipamentos de proteção individual e processos de limpeza e desinfecção; 7) Determinar custos em função dos métodos empregados, número de operadores e desinfetante a utilizar; 8) Registrar, em livro especial, a data, o material de limpeza usado, o desinfetante com sua concentração/ diluição e forma de aplicação e o responsável pela operação; 9) Realizar teste de controle da qualidade microbiológica, colocando placas de Petri ou por amostragens com, analisando-se em laboratório especializado; 10) Programar o rodízio de desinfetantes desinfecção e evitar o aparecimento de cepas de microrganismos resistentes a determinados desinfetantes. Na suinocultura, uma limpeza diária e completa é necessária para reduzir, principalmente, a probabilidade de infecções do aparelho gastrointestinal, infecções de pele, verminose, entre outras. A falta desta prática na maternidade, por exemplo, aumenta a probabilidade de infecção em animais recém-nascidos, constante reinfecção de lotes mais velhos e perda de leitões, além de resultar em maior gasto com medicamentos curativos e de mão de obra. Além disso, a falta de uma limpeza diária conduz à maior incidência de doenças clínicas e subclínicas, as quais têm, como resultado, baixa conversão alimentar, queda no ganho de peso e aumento no número de animais refugos. Existem dois sistemas de desinfecção, um deles realizado por processo químico e o outro físico. A desinfecção química é obtida utilizando-se os produtos químicos minerais, sintéticos ou naturais, enquanto que a desinfecção física é procedida pelo calor e radiação solar. Desinfecção por agentes físicos Radiação solar: esta tem efeito germicida pelos raios ultravioletas. Em ambientes de laboratórios, por exemplo, existem lâmpadas ultravioletas com o objetivo de desinfetar o local. Este ação é lenta e não penetra a fundo nos materiais. No ambiente de criação dos animais, a ação da luz solar sobre determinados microrganismos patogênicos contribui para controlar a ocorrência de enfermidades nos animais, pois a sobrevivência dos microrganismos é bem maior quando abrigados à luz solar direta. Calor: utilizado de diferentes maneiras, principalmente na forma de vapor sob pressão (ex. autoclave) ou ebulição em ambiente livre. O processo de compostagem sólida de dejetos (esterco) e carcaças de animais mortos também produz calor em sua profundidade, atingindo, em média, 70 C, e destruindo, desta forma, os microrganismos patogênicos. O calor também é utilizado no processo de pasteurização, incineração e vassoura de fogo (lança-chamas). Quanto ao frio, é utilizado apenas para retardar o cresci- Ano VII - nº 41/2011 Suínos & Cia 31

3 mento dos microrganismos, sendo muito utilizado para a conservação de alimentos. Desinfecção química A desinfecção por meios químicos é a prática mais usual e efetiva em saúde animal. Atualmente há um grande número de produtos químicos à disposição no comércio para a prática da desinfecção. Embora as marcas comerciais sejam as mais variadas, os princípios ativos são restritos, principalmente, a compostos fenólicos e derivados do alcatrão de hulha, halogênios, alcoóis, aldeídos, agentes tensoativo como os detergentes, agentes oxidantes, derivados de metais pesados, corantes, álcalis, ácido e ainda os compostos orgânico-naturais. Critérios para a escolha de um desinfetante Não existe o desinfetante ideal, assim, a escolha deverá recair sobre jada com o maior número de requisitos, lembrando-se, entretanto, que um bom desinfetante é aquele que, na mesma concentração e no mesmo espaço de tempo, elimina bactérias, vírus, fungos, protozoários e parasitos. Características desejáveis de um desinfetante: ser germicida; ser de baixo custo e de aplicação econômica (relação custo x benefício); ser atóxico para o homem e animais, não devendo irritar a pele e mucosas; ser estável frente à matéria orgânica, ph, luz; ser solúvel em água; não conferir odor ou sabor aos alimentos e objetos; ter poder residual; ser de fácil aplicação; apresentar poder de penetração e rapidez de ação; não ser corrosivo; ser biodegradável. Métodos de desinfecção (técnicas) As técnicas de desinfecção empregadas dependem dos objetos e dos materiais a serem desinfetados, levandose em consideração as necessidades e a facilidade de aplicação. A seguir, as principais técnicas utilizadas: Pedilúvio: é colocado à porta das instalações para desinfecção dos calçados das pessoas, mesmo para aqueles que trabalham no próprio estabelecimento ou propriedade. É muito importante no caso de visitas às propriedades rurais, pois, muitas vezes, os microrganismos podem ser introduzidos nelas pela sola dos calçados. É de uso rotineiro nas granjas de suínos e avícolas e em caso de exposições e feiras de animais. A prática do pedilúvio deve ser de e controle de afecções podais, como as pododermatites infecciosas. Ele deve ser instalado no caminho de entrada ou no retorno da sala de ordenha. Rodolúvio: é utilizado na entrada das granjas para desinfecção não apenas dos pneus de veículos que adentram a propriedade, mas de todo o veículo, evitando a introdução de agentes infecciosos na granja. Imersão: mergulham-se os objetos na água em ebulição ou na solução contendo o desinfetante a ser utilizado. Tabela 1 Propriedades e a indicação do uso dos desinfetantes na prática da desinfecção. DESINFETANTES AMÔNIA QUATERNÁRIA Bactericida Fungicida ± + Viricida + + ± + + ± + Toxicidade Faixa de ph efetivo alcalino alcalino ácido ácido neutro alcalino alcalino Ação na presença de matéria orgânica Equipamentos de incubatório ± Desinfecção da água Pessoas Lavagem de ovos Pisos + ± Pedilúvio ± + ± + + Fonte: Código Zo 32 Suínos & Cia Ano VII - nº 41/2011

4 varredura, lavagem com água e sabão ou detergente, removendo-se fezes, restos de alimentos, gordura, entre outras sujidades. Os resíduos contaminados não devem ser deixados ao ar livre, pelo risco de contaminação imediata do local ou pela dispersão dos contaminantes, pelo vento ou água pluvial. Rodízio de desinfetantes Rodolúvio ou arco de desinfecção utilizado para desinfetar não apenas os pneus de veículos que adentram a propriedade, mas todo o veículo Pulverização: é obtida pulverizando-se o desinfetante, por meio de bombas costais ou sob a forma de. Aspersão: espalha-se o desinfetante sobre o material a ser desinfetado. Difere da pulverização, pois na aspersão, as partículas são menores. Fumigação: aproveitam-se as emanações antissépticas obtidas de certas substâncias, por meio de gás. É obtida, por exemplo, com a queima de pastilhas e pó, de diversas composições. Geralmente é utilizado o formol e o permanganato de potássio. Propriedades e usos dos desinfetantes As propriedades dos desinfetantes variam de acordo com o seu princípio ativo. A Tabela 1 ilustra as propriedades e usos de alguns desinfetantes (O.I.E., 1986). micos depende de vários fatores, como: Concentração ou diluição do produto: devem-se considerar as recomendações do fabricante quanto à forma de aplicação e o volume a ser utilizado; Tempo de atuação ou exposição, seguindo as recomendações do fabricante; Temperatura alta acelera o processo de desinfecção; Presença de matéria orgânica: a retirada prévia de sujidades melhora a ação do desinfetante; Material a ser desinfetado: quanto mais desinfetante; Sensibilidade e quantidade de microrganismos presentes no material ou no ambiente a ser desinfetado; Educação sanitária dos usuários. Importância da limpeza prévia no processo de desinfecção Antes de proceder à desinfecção, é importante que se faça uma limpeza prévia do local ou material a ser desinfetado, pois, além de a maioria dos desinfetantes diminuir a sua ação na presença de matéria orgânica, este procedimento elimina mecanicamente grande quantidade de microrganismos presentes no local. A limpeza permite uma ação direta e mais ganismos presentes na superfície a ser desinfetada. A limpeza pode ser realizada por Em um programa de desinfecção devem ser ainda considerados determinados aspectos para seu êxito. De maneira geral, não se deve misturar ou combinar desinfetantes, pois este procedimento pode causar efeitos negativos, como a neutralização do poder desinfetante e reação química, produzindo subprodutos tóxicos, e ainda por poder incrementar a resistência de determinados microrganismos. Deve-se também evitar o uso de desinfetantes tóxicos, irritantes e/ou com odores penetrantes na presença de animais, reduzir o uso dos corrosivos e empregar aqueles com amplo espectro germicida, garantindo, assim, êxito no processo de desinfecção. Desinfetantes químicos 1. Fenóis e derivados do alcatrão de hulha 1.1. Fenol ou ácido carbólico: foi descoberto no alcatrão de hulha, sendo denominado, inicialmente, como ácido carbólico. Foi o primeiro antisséptico a ser usado em cirurgia asséptica Cresol (ácidos cresílicos, tricresol): são os produtos derivados do fenol mais conhecidos e utilizados. Estes produtos são recomendados na desinfecção de pisos, esgotos e instalações sanitárias. A sua ação baseia-se na combinação com a proteína celular bacteriana, desnaturando-a Fenóis halogenados: a atividade do fenol é aumentada quando associado e iodo. O hexaclorofeno é um difenol Ano VII - nº 41/2011 Suínos & Cia 33

5 branco, cristalino, que possui seis átomos de cloro. É inodoro e virtualmente insolúvel em água, porém, solúvel em álcali, álcool e acetona. A alcalinidade do sabão feno em solução aquosa. O hexaclorofeno (0,75%) incorpora-se em sabões sólidos e líquidos, cremes detergentes e outros veículos para desinfecção cutânea préoperatória. Um grupo de microrganismos importantes em saúde animal e pública são as bactérias do gênero, que resistem muitas horas ou dias aos desinfetantes comuns, sendo que os fenóis orgânicos conseguem inativá-las em 30 minutos, se utilizados na concentração de 3% (ZANON et al., 1974). 2. Alcalinos Os álcalis são usados como desinfetantes desde os tempos antigos. O mecanismo da ação relaciona-se com a concentração de íon hidroxila. Sabe-se que um valor de ph superior a 9,0 inibe o crescimento e o desenvolvimento da maioria das bactérias. A maior parte do poder antisséptico dos sabões deve-se ao seu conteúdo de álcali. Possuem um amplo espectro de ação, entretanto, não têm efeito sobre os esporos bacterianos. São recomendados para desinfecção de pisos e paredes das instalações. São tóxicos, corrosivos, irritantes e não biodegradáveis Carbonato de sódio: conhecido comercialmente como soda de lavar. Quando associado à lixívia aquecida, melhora o seu poder desinfetante. É indicado sob a forma de uma solução na concentração de 4% para desinfecção de instalações e objetos contaminados Cal (óxido de cálcio, cal viva): a cal viva (CaO), combinada com água, desenvolve grande quantidade de calor, transformando-se em Ca (OH) 2, cal apagada ou cal extinta, apresentando elevado valor desinfetante. A cal comercial é um desinfetante de baixo custo e comumente utilizada para desinfecção de estábulos e instalações dos animais. Pode ser aplicada como pó ou sob a forma de mistura espessa com água, conhecida como leite de cal. As grandes vantagens da cal, como desinfetante, são fácil disponibilidade e baixo custo. A cal hidratada ou cal extinta: quando misturada a quatro volumes de água forma-se uma suspensão alcalina, denominada água de cal. O leite de cal é obtido utilizando-se 2,5 litros de água para 9,0Kg de cal. Esta solução deve ser preparada no momento de sua utilização, para não perder o seu poder de ação. 3. Aldeídos 3.1. Formaldeído ou formol: o formaldeído sob a forma gasosa tem excelente propriedade bactericida e germicida. Possui a capacidade de reagir com o grupo amina da proteína celular, produzindo, assim, o efeito letal sobre as bactérias. O formaldeído (37% a 40%) mais água recebe o nome de formalina, conhecido como formol comercial. Quando associado a deter- em instalações é recomendado nas concentrações entre 4% a 10%. O mesmo é indicado para desinfecção de incubadoras, câmaras assépticas e ambientes fechados, sendo muito utilizado na desinfecção de galpões de criação de frangos. O gás deve atuar por oito a dez horas no ambiente a ser desinfetado. O formol também tem aplicação em pedilúvio, principalmente para controle do, doença dos ovinos conhecida como podridão dos cascos, bem como para afecções podais em bovinos Glutaraldeído: é um aldeído relativamente novo, sendo menos tóxico que o formol. O glutaraldeído tem largo espectro de ação e é ativo na presença de matéria orgânica. É biodegradável, e seus resíduos contaminam alimentos. É usado na desinfecção de instrumento cirúrgico, na instalação dos animais, equipamentos e salas de incubação Soda cáustica: a lixívia de soda encerra aproximadamente 94% de hidróxido de sódio e é amplamente utilizada. É indicada para desinfecção de estábulos, em solução a 2% em água quente, durante lixívia pode ser aumentada com a adição de 1 Kg de cal, pois este retarda a conversão de hidróxido de sódio em carbonato de sódio, aumentando, consequentemente, a sua ação desinfetante. A fumigação é um processo de desinfecção obtida por certas substâncias por meio do gás 34 Suínos & Cia Ano VII - nº 41/2011

6 4. Halogênios e seus derivados 4.1. Iodo: é um germicida com alto poder de penetração, reagindo com o substrato proteico da célula bacteriana. É solúvel no álcool e proporciona efetiva ação contra as bactérias existentes na pele íntegra. A solução de tintura de iodo é principalmente na desinfecção do umbigo de animais recém-nascidos Iodóforos ou Iodophor: são conhecidos como transportadores de iodo, constituindo-se de uma mistura de iodo com detergentes e solubilizadores. Esta é a melhor forma de se utilizar o iodo, principalmente na desinfecção de instalações. se diminui o ph. Em ph neutro ou alcalino, a atividade antimicrobiana é mínima. Assim, os iodóforos devem ser formula- o mais frequentemente utilizado para esta boa atividade bactericida na presença de matéria orgânica. Consideram-se os iodóforos como substâncias seguras, com baixa toxicidade, sendo destituídos de odor e que apresentam boa estabilidade. São indicados, principalmente, para a desinfecção dos tetos dos animais, antes (pré- ) e após a ordenha (pós- ) e na prevenção e controle das mastites em rebanhos leiteiros Cloro: foi utilizado, inicialmente, como alvejante na indústria têxtil. Teve suas propriedades desinfetantes demonstradas em condições laboratoriais pelo bacteriologista alemão Kock, em Em 1886, a aprovou o uso dos hipoclóritos como desinfetantes. Em 1908, foi da água consumida pela população dos Estados Unidos. As indústrias de laticínios e alimentos rapidamente aderiram ao uso do cloro para melhorar a qualidade da água que utilizavam e também na higienização de pisos, paredes, utensílios e equipamentos. Pode ser utilizado como desinfetante, sob as formas de gás, compostos inorgânicos e orgânicos. Os principais compostos clorados, disponíveis no comércio, com suas respectivas porcentagens de cloro ativo em Cl 2, são apresentados na Tabela 2. No Brasil, os hipocloritos são amplamente usados na indústria de laticínios e nas propriedades produtoras de leite para desinfecção de equipamentos, utensílios de ordenha e higienização do úbere dos animais antes da ordenha. O hipoclorito de sódio é mais usado na forma líquida, com teores de 1% a 15% de cloro ativo, expresso em Cl 2. Os hipocloritos de cálcio e lítio, contendo respectivamente 70% e 35% de cloro ativo, são comercializados nas formas de pó e granulado. O fosfato trissódico clorado, também comercializado sob a forma de pó, além de 3,5% de cloro ativo, que lhe confere ação bactericida, apresenta ainda funções de detergente. Os compostos clorados orgânicos ou as cloraminas, geralmente comercializados sob a forma de pó, apresentam níveis de cloro ativo que variam de 24% a 90%. São largamente empregados como desinfetantes, sendo menos agressivos e mais estáveis que os hipocloritos, liberando mais lentamente o cloro. Todos os compostos clorados, à exceção do dióxido de cloro, apresentam o mesmo mecanismo de ação. Quando estes produtos estão em solução aquosa, libera-se o ácido hipocloroso, em sua forma não dissociada, que apresenta capacidade de penetrar na célula bacteriana e destruí-la. O cloro é considerado como desinfetante universal para a água, e a parte que permanece nela, após período de ação média de 20 minutos, constitui o cloro livre, de grande poder desinfetante. Nas concentrações recomendadas, os hipocloritos desinfetam superfícies limpas. Quando há considerável resíduo de matéria orgânica e/ou minerais, elas se combinam à solução de cloro, dando origem ao cloro combinado, que apresenta baixa ação desinfetante. 5. Clorhexidina O cloridrato de clorhexidina é um composto sintético. Quimicamente é o dicloridrato de 1,1-hexametil-enobis (p-clorofenil) biguanida. Tem reação alcalina, é levemente hidrossolúvel e relativamente atóxico. A clorhexidina é ativa contra diversas bactérias gram-positivas e gram-negativas e outros microrganismos. Tem boa ação na presença de matéria orgânica. Tabela 2. Compostos clorados, com suas respectivas porcentagens de cloro ativo. Inorgânicos Nome Químico % de cloro ativo em Cl 2 Hipoclorito de sódio 1-15 Hipoclorito de cálcio Hipoclorito de lítio Fosfato trissódico clorado 3,5 Dióxido de cloro 17 Cloro gás 100 Nome Químico % de cloro ativo em Cl2 Ácido Dicloroisocianúrico 70,9 Ácido Tricloroisocianúrico Sulfonamida p-tolueno de sódio (cloramina-t) Sulfonamida p-tolueno (Dicloramina-T) Diclorodimetil Hidantoína 66 Ano VII - nº 41/2011 Suínos & Cia 35

7 pelo efeito detergente. O ph considerado ótimo para atuação desses compostos é variável e depende do número de grupos nitrogenados. O dodecil-glicina atua melhor em ph igual a 3,0, enquanto que o dodecil-diamino-etil-glicina age em faixas de ph entre 9,0 a 9,5. 7. Álcoois A tintura de iodo é um potente germicida utilizado para desinfecção do umbigo de recémnascido A clorhexidina demonstrou ser útil na desinfecção de equipamentos e instalações contaminadas, bem como nos de ordenha. Tem boa ação no controle da mastite, pela imersão das tetas após a ordenha (pós- ). Normalmente, a lidade é de 0,2% a 1% (RADOSTITS & BLOOD, 1986). A redução de novas taxas cativa com a utilização de digliconato de clorhexidina a 0,5% com glicerina a 6% (HICKS et al., 1981) Compostos de amônio quaternário: são substâncias tensoativas catiô- atuam aumentando a permeabilidade da membrana celular dos microrganismos, possibilitando a hidratação das células e sua implosão com perda de nitrogênio e potássio e inativação do sistema enzimático bacteriano. Os compostos de amônio quaternário mais conhecidos são o cloreto de benzetônio e o cloreto de benzalcônio. Entre suas vantagens estão a baixa toxicidade, excelente ação bactericida, atuando contra sp, boa ação em ph alcalino, pouco corrosivo e boa estabilidade. Como desvantagens estão a diminuição da sua ação em ph ácido e inativação na presença de matéria orgânica, bem como pequena ação em águas com altas concentrações de cálcio e magnésio (água dura). Os álcoois alifáticos comuns são bons solventes antissépticos e desinfetantes. O álcool etílico ou etanol é tradicionalmente o mais comum e também o mais utilizado. É conhecido, ainda, como álcool de cereal, porque é produzido pela fermentação de grãos de cereais. Os álcoois possuem pronunciada ação bacteriana. O etanol é comumente usado na diluição de 70%. Aparentemente, os álcoois produzem seu efeito pela desnaturação de proteínas solúveis e diminuição da ten- O álcool a 70% é considerado bom antisséptico, tendo a sua ação melhorada quando adicionado de 2% de tintura de iodo, conhecido como álcool iodado. É muito recomendado como antisséptico para a pele e desinfecção de material clínico-cirúrgico. 8. Substâncias oxidantes 6. Substâncias tensoativas ou detergentes As substâncias tensoativas possuem a capacidade de diminuir a tensão - - cas, catiônicas, não iônicas e anfóteras Substâncias aniônicas ou sabões e detergentes: o mecanismo de ação é similar aos catiônicos, mas com atividade bactericida fraca, provavelmente, por serem repelidos pela carga elétrica negativa da minação da maioria dos microrganismos da pele. Não funcionam em água dura, ou seja, naquelas com altas concentrações de cálcio e magnésio. Possuem grupo polar 2. São mais ativos quando constituídos à base de ácidos graxos insaturados, como, por exemplo, ácido oleico. Não são biodegradáveis Substâncias anfóteras: possuem um grupo catiônico, responsável pela ação bactericida; e um aniônico, responsável 8.1. Água oxigenada (H 2 O 2 ) ou peróxido de hidrogênio: pela ação da catalase existente nas bactérias ou em tecidos orgânicos, nos casos de ferimentos, sangue e pus, ocorre a liberação de oxigênio nascente, promovendo a desinfecção por oxidação. A água oxigenada, na concentração de 3%, tem indicação principalmente como antisséptico e também na limpeza, pelo borbulhamento de lesões e feridas. Sua ação é rápida e instável, não sendo corrosiva nem tóxica. É biodegradável. É muito utilizada na limpeza e desinfecção de feridas, entretanto, o seu espectro de ação é reduzido, não agindo sobre esporos Permanganato de potássio (KMnO 4 ): ocorre sob a forma de cristais 36 Suínos & Cia Ano VII - nº 41/2011

8 púrpuro-escuros, solúveis em água na proporção de 1:15. É um oxidante enérgico com ação desinfetante e desodorizante. Em contato com a matéria orgânica libera oxigênio. Não penetra profundamente, apresentando somente ação super- as soluções podem ser bacteriostáticas, adstringentes, irritantes ou cáusticas Ozônio (O 3 ): decompõe-se facilmente, liberando oxigênio nascente. É usado principalmente na desinfecção do ar e da água. A sua ação tóxica o impede de ser utilizado na desinfecção de locais habitados. 9. Compostos orgânicos naturais Na natureza encontram-se muitos compostos complexos orgânicos de origem vegetal, com características bactericida e germicida. QUINTERO (1994) estudados com características germicidas: Extrato de sementes cítricas: Grapefruit ( ), Bergamot ( ), Tangerina ( ) e Laranja ( ); Extrato de, planta da Índia, estudada em 1992 por Kumar & Prassad, Universidade de Bhagalpur, Índia; off); off); ); 9.1. Extrato de sementes cítricas: tratase de um composto complexo orgâniconatural, extraído de frutas cítricas brasileiras, ativadas por processo biológico, e estabilizado por métodos físico-químicos. É integrado por traços orgânico-químicos, Recognized As Grass) pela F.D.A. (Food and Drug Administration), dos Estados vonoides cítricos, ácido cítrico, pectina cítrica, aminoácidos e grupos aminas, ácidos graxos e glicerídeos, tocoferóis e açucares. Utilização de diferentes desinfetantes em algumas enfermidades infecciosas dos animais (Adaptado de COSTA, 1987). A desinfecção contribui para a produção de alimentos de elevado padrão em qualidade e para a manutenção de um bom estado sanitário do rebanho, uma vez que a contaminação ambiental e o risco de doenças infecciosas são uma constante nos rebanhos. Referências 1. ANDRADE, N.J. O uso de compostos clorados na indústria de laticínios. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.13, n.155, p.48-52, COSTA, D.E.M. Desinfetantes em saúde animal. Boletim de Defesa Sanitária Animal, Ministério da Agricultura, Brasília, DF, p. 3. DAVIES, R.C. Effects of regular formalin foot baths on the incidence of foot lameness in dairy catle. Vet. Rec., v.111, p.394, DOMINGUES, P. F., LANGONI, H. Manejo sanitário animal. Rio de Janeiro: EPUB, p. 5. HICKS, W.G., KENNEDY, T.J., KEISTER, D.M. et al. Evaluation of a teat dip of chorhexidine digluconato 0,5% with glicerin 6%. J. Dairy Science, v.64, p , HOFFMANN, F.L., GARCIA-CRUZ, C.H., VINTURIM, T.M. Determinação da atividade antibacteriana de desinfetantes. Higiene Alimentar, v.9, n.39, p.29-34, HUBER, W.G. Antissépticos e desinfetantes. In: JONES, L.M. et al. Farmacologia e terapêutica em veterinária. 4 a. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan. Cap.45, p QUINTERO, W. Desinfecção moderna - Curso ministrado na VIII SEAB, UNESP, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, SP, p. (Apostila) 9. SOBESTIANSKY, J. et al. Limpeza e desinfecção na suinocultura. Aspectos técnicos e econômicos. Concórdia, SC, Circular Técnica, n.3. EMBRAPA, CNPSA, p. 10. infections. J. Dairy Sci., v.65, p , WIEST, J.M. Desinfecção e desinfetantes. In: GUERREIRO, M.G. et al. Bacteriologia Especial: com interesse em saúde animal e saúde pública. Porto Alegre, Sulina, Cap. 5, p ZANON, U., MAGARÃO, M.F., MONDIN, E.L. A atividade tuberculicida de desinfetantes hospitalares. Rev. da Divisão Nacional de Tuberculose, v.18, p.5-15, Ano VII - nº 41/2011 Suínos & Cia 37

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