BOAS PRÁTICAS FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO

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1 1 Informativo Nº 149 Segunda Quinzena de Maio de 2017 BOAS PRÁTICAS FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO Núcleo 1 Chapadão do Sul e Cassilândia O algodão safra já se encontra em fase de maturação e os produtores aguardam momento mais apropriado para realizar a desfolha de pré-colheita. Um dos principais indicadores para a tomada de decisão para realização da desfolha é verificar se a última maçã que se Foto 1. Algodão safra próximo a ser desfolhado. deseja ser colhida está fisiologicamente madura. Neste aspecto, pode ser visualizada a sua maturação observando o tamanho e a formação do caroço: aquele que apresenta o tegumento da semente mais escuro está em fase avançada de formação (Fotos 2, 3 e 4). Foto 2, 3 e 4. Maçãs em diferentes graus de maturação (à esquerda, maturação mais avançada note o halo escuro no entorno da semente). Outros trabalhos apontam para realização da desfolha quando a última maçã madura esteja localizada quatro nós acima do último capulho aberto. Como mostra a imagem abaixo (Foto 5) retirada do Manual de Boas Práticas da AMPA- IMAMT 2015.

2 2 As temperaturas no momento e nos dias que sucedem a operação de desfolha não podem estar baixas, pois vários trabalhos científicos apontam para baixa eficiência dos produtos utilizados quando a temperatura está inferior a 22 C. Importante: o uso de inseticidas na desfolha na região tem se tornado um grande aliado no combate ao bicudo de final de safra, pois tal iniciativa reduz a população da praga de entressafra da cultura, e evita que ele se disperse para áreas de refúgio e talhões vizinhos daqueles que estão em fase de colheita ou roçada. Nesta última quinzena de maio foi intensificado o controle do bicudo pois o mesmo encontra-se presente em vários talhões das propriedades de Chapadão do Sul, os produtores iniciaram baterias de controle em área total onde foi identificado a presença da praga e também aumentaram a faixa de bordadura onde não foi detectado a presença no interior da cultura. Foto 5. Ilustração sobre o melhor momento para a desfolha. O ataque de lagartas, mesmo em cultivares com tecnologia WideStrike, pode ocorrer nesta fase final de forma prejudicial se não houver atenção (Fotos 6 e 7). Destaca-se que o controle e monitoramento de lagartas deve ocorrer mesmo na fase de maturação, se necessário. O algodão segunda safra está na sua maioria em fase de cut out, ou seja, corte fisiológico, Foto 8. Algodão segunda safra com floração no ponteiro. Foto 6 e 7. Lagartas atacam maçãs já em fase avançada. quando a planta sai do estágio de florescimento emitindo a sua última flor no ponteiro e inicia a abertura das primeiras maçãs (Foto 8). As precipitações ocorridas nesta quinzena favorecem a cultura que já estava sentindo a pouca umidade do solo durante a primeira quinzena, e abortando botões florais prematuramente.

3 3 Núcleo 2 Costa Rica e Alcinópolis Foto 9. Algodão safra em Costa Rica entrando na fase final do ciclo, com elevada sanidade vegetal e massa foliar. Na Região de Baús (Costa Rica e Alcinópolis) os primeiros talhões semeados com algodão safra estão na fase final do ciclo, com aproximadamente 175 DAE (dias após emergência). Na estação meteorológica da AMPASUL desta região, os índices pluviométricos do mês de maio foram de 60 mm; porém, em algumas propriedades ocorreram médias superiores a 100 mililitros no mês. A maioria das cultivares utilizadas apresentam no momento boa sanidade e boa área foliar, o uso adequado de fungicidas tem contribuído para esta situação. Entretanto, a baixa incidência de luz na parte inferior do dossel das plantas juntamente com elevada umidade do ar está propiciando um microclima favorável para proliferação de podridões de maçãs (Foto 10), o que já ocorre do algodão safra desta região. Foto 11 e 12. Presença de maçãs sadias no baixeiro do algodão segunda safra devido a maior aeração nas entrelinhas. Foto 10. Sintomas de apodrecimento de maçãs na parte inferior das plantas de algodão safra. contrapartida, Em as chuvas do período deste Informativo foram de extrema importância para o desenvolvimento dos algodoais de segunda safra. No geral, estas lavouras têm bom desenvolvimento e boa retenção de estruturas reprodutivas, incluindo aquelas dos

4 4 terços médio e superior (Fotos 11 e 12). O índice de infestação do bicudo é considerado baixo. Nesta quinzena foi observado um aumento significativo dos ataques da praga em alguns talhões da região; em alguns casos ficou evidente que houve a dispersão dos insetos para o interior das áreas comerciais, saindo apenas das bordaduras (Fotos 13, 14 e 15). Nestes casos, a indicação é que se intensifique o trabalho de redução populacional de fim de safra, por exemplo com uma sequência de pulverizações a intervalos de no máximo cinco dias entre elas, até que reduza significativamente o índice Foto 13, 14 e 15. Presença de alimentação, postura e bicudo do algodoeiro no interior da área semeada com algodão safra. populacional da praga, comumente são necessários entre três a quatro pulverizações, e cabe lembrar que as micro gotas oleosas aplicadas com boa gestão de risco são as mais efetivas para o combate da praga. Núcleo 3 Centro (São Gabriel do Oeste). Não ocorreu a semeadura de algodão nesta região para a safra 2016/17. Núcleo 4 Sul (Sidrolândia, Aral Moreira e Campo Grande). Em Aral Moreira e Sidrolândia está finalizada a colheita e também a destruição dos restos culturais através da roçagem das plantas, nestas áreas já foram semeadas culturas de inverno na resteva do algodão.

5 5 Tecnologia de Aplicação As aplicações específicas para o controle do bicudo ocorrem na maioria das propriedades. As aplicações em Baixo Volume (BV e BVO) ou Ultra Baixo Volume (UBV) (Foto 16) devem ser priorizadas nesse momento, sejam elas áereas ou terrestres. As propriedades que vinham trabalhando com Alto Volume (AV) para o controle da praga reduziram o volume da aplicação terrestre ou contrataram empresas especializadas em aplicações aéreas de BV/BVO. O uso de micro gotas oleosas traz melhor poder residual dos inseticidas para o controle do bicudo. A equipe de monitoramento dos campos da AMPASUL estão acompanhando e auxiliando essas operações para garantir que sejam executadas da melhor forma. Para fortalecer a capacitação de pessoas, a AMPASUL novamente organiza para seus associados o Curso de Técnico Executor em Aviação Agrícola, ministrado pelo Dr. Marcos Foto 16. Aplicação em UBV, 2 litros por hectare. Foto 17. Convite 10º Circuito Tecnológico do Algodão. Vilela Monteiro, do Centro Brasileiro de Bioaeronáutica (CBB), com a supervisão do Ministério da Agricultura, Pecúaria e Abastecimento (MAPA), o Curso acontecerá entre os dias 5 a 9 de junho na sede da Associação e as inscrições já estão encerradas, pois todas as vagas estão preenchidas. Ainda, nesta mesma semana acontecerá o 10 o Circuito de Tecnológico do Algodão com o tema Qualidade Total de Aplicação (Foto 17) também com a presença do Dr. Marcos Vilela Monteiro. Este tradicional evento está agendado para o dia 8 de junho e acontecerá em duas etapas: (1) pela manhã em Chapadão do Sul (na Fazenda Indaiá I) e (2) à tarde em Costa Rica (na Fazenda Nova França). Será a oportunidade de conhecer as novidades de Tecnologia de Aplicação, além de aprender e dirimir dúvidas sobre UBV e BVO no controle de problemas fitossanitários.

6 6 Manejo De Solos Para se fazer a análise de compactação deve-se primeiro fazer levantamento topográfico na área a ser analisada, para isso é utilizado aparelho de georreferenciamento (GPS), isso vai trazer exatidão em cada um dos pontos que serão analisados (Foto 18) de forma que facilite sua visualização, a AMPASUL previamente vai até a área do interesse do associado e faz um grid (ou malha) ficando definidos pontos permanentes que servirão para navegação e coletas de informações todas as vezes que forem necessárias. Esse formato de agricultura de precisão faz com Foto 18. Grid para análise de nutrientes de solo. que esses dados sejam mais confiáveis, método esse já utilizado pelas empresas que prestam serviços na região. O tamanho do grid é relativo ao tipo de estudo que se quer fazer tendo uma divisão entre pontos em torno de 7 a 10 hectares para compactação ou de 1 a 5 para análise de nutriente no solo, esses números podem ser facilmente ajustados conforme a necessidade da área e finalidade do trabalho, esse método é importante para obter fatores matemáticos que serão usados na compilação e interpolação desses dados, no modelo acima pode-se ver um modelo e a disposição desses pontos no talhão seguindo um padrão matemático para realização das coletas de dados. GTA Baús Em 25 de maio foi realizado na região do Baús o encontro do GTA-BAÚS (Grupo de Trabalho do Algodão - BAÚS). Na ocasião estiveram presentes a equipe do programa de Boas Práticas Fitossanitárias da AMPASUL, técnicos agrícolas, gerentes e agrônomos dos municípios de Costa Rica e Alcinópolis que atuam com a Cultura do Algodão (Foto 19). Na reunião foram discutidos vários temas: controle de doenças, controle do complexo de lagartas e bicudo, quantificação das médias de tratamentos fitossanitários realizados em cada propriedade e as situações de controle. Na oportunidade fez-se o convite a todos os participantes para realizarem visitas técnicas nos campos demonstrativos de cultivares da AMPASUL.

7 7 Foto 19. GTA Baús. Também, foram debatidos os aspectos de manejo da desfolha do algodão safra, quando ficou acordado que será realizado o controle do bicudo no momento da desfolha com o intuito de reduzir os índices populacionais da praga no final de safra. Devido a aproximação da colheita, outro tema abordado na reunião foi em relação ao transporte de algodão em caroço e caroço de algodão de forma responsável; por fim foi explanado sobre os trabalhos realizados em Tecnologia de Aplicação, programação de eventos e os trabalhos na área de manejo de solos realizados pela AMPASUL que se iniciou nesta safra. GTA Chapadão do Sul Foto 20. GTA Chapadão do Sul Doenças. Foto 21. Mancha da Ramulária No dia 29/5 foi realizado o GTA - Chapadão do Sul (Grupo de Trabalho do Algodão), no Centro de Pesquisa da Fundação Chapadão, com a temática Doenças do Algodoeiro, onde reuniram-se os profissionais (Foto 20) envolvidos com a Cultura do Algodão das Regiões de Chapadão do Sul, Alcinópolis e Costa Rica do MS, além de representantes do Estado Goiás (Chapadão do Céu). O pesquisador Alfredo Riciere Dias, fitopatologista da Fundação Chapadão, apresentou a campo os trabalhos realizados para o controle da Mancha de Ramulária (Fotos 21 e 22). Pode ser observado o diferencial do manejo dos produtos fitossanitários de

8 8 acordo com o intervalo de aplicação (dias entre cada pulverização) e também da rotação de produtos necessária para um bom Controle Integrado de Doenças, ressaltou também a importância da equipe técnica bem treinada para identificar os primeiros sintomas da doenças, pois somente assim pode ser Foto 22. Apresentação dos trabalhos realizados. trabalhado de forma mais eficaz e com maior rentabilidade, já que evita número excessivo de pulverizações para controle de doenças. GT Algodoeiras Seguindo com a sua proposta de levar cada vez mais informações a todos os setores da cotonicultura de Mato Grosso do Sul e da região, a AMPASUL inaugurou uma nova fase com as algodoeiras. Na terça-feira, 23 de maio a AMPASUL promoveu a primeira reunião do Grupo de Trabalho com as algodoeiras (foto 23). A ideia inicial é trocar informações e contribuir com as algodoeiras sobre gestão nas operações internas, emblocamento HVI, transporte de algodão em caroço e caroço de algodão, carregamento, diagnóstico de qualidade e segurança no beneficiamento. Outra proposta do Grupo de Trabalho é fornecer cursos e treinamentos para as algodoeiras, visando também o aprimoramento do processo de beneficiamento do algodão produzido no estado e na região, abrangerá todas as unidades ativas de Mato Grosso do Sul e de Chapadão do Céu/GO, uma vez que a proximidade deste município do estado vizinho, influencia diretamente nas ações do setor algodoeiro da região, exigindo a mesma necessidade na qualidade dos serviços do beneficiamento para atender às demandas do mercado da fibra natural. Esta primeira reunião do GT contou com a participação de representantes de seis algodoeiras de Mato Grosso do Sul e três de Chapadão do Céu (GO), obtendo a participação de 26 pessoas. Foto 23. GT Algodoeiras realizado na AMPASUL. Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca - Redação e Elaboração: Eng. Agr. Danilo S. Moraes (Núcleo 1 e 4), Eng. Agr. Robson Santos (Núcleo 2 e 3), Tec. Agrícola Marcelo Caires (Tecnologia de Aplicação e Manejo de Solos) e Andressa Marks. Crédito foto 15 - Jorge Diniz.