BOAS PRÁTICAS FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO
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- Lucca Padilha Igrejas
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1 Informativo Nº 148 Primeira Quinzena de Maio de 2017 BOAS PRÁTICAS FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO Núcleo 1 Chapadão do Sul e Cassilândia As lavouras de algodão safra (Foto 1) está com 145 a 160 DAE (dias após a emergência), e o de segunda safra (Foto 2) com 105 a 120 DAE. Foto 1 e 2. Algodão safra semeado início de dezembro de 2016 e à direita segunda safra semeado final de janeiro de Como citado no Informativo anterior, o controle de doenças ocorre de forma eficiente, porém um problema relacionado e que até momento não apresenta controle químico eficiente é o apodrecimento de maçãs. As condições de alta umidade do ar e fechamento intenso do terço inferior da planta gera um microclima favorável para ocorrência de patógenos que causam o apodrecimento de maçãs; seus os principais agentes são: Fusarium spp., Colletotrichum spp., Diaplodia gossypina, Ascochyta gossypii, X. citri subsp. Malvacearum. Uma estratégia eficiente que pode ser adotada neste caso, para minimizar as perdas, é o manejo de espaçamento entre linhas, entre plantas, estrutura da planta e controle de tamanho das mesmas através dos reguladores de crescimento, pois com uma aeração Foto 3. Maças apodrecendo no terço inferior. desfavorece a evolução do apodrecimento de maçãs. maior e uma maior incidência de luminosidade na parte inferior 1
2 Foi observado no Campo de Cultivares da Ampasul, semeado em Chapadão do Sul, que a evolução da doença citada é intensa onde há cultivares mais vigorosas e de crescimento mais intenso, Foto 4. Cultivar com dossel exuberante tendo pouca penetração de luz e baixa aeração no terço inferior da planta, aumentando assim a incidência de apodrecimento de maçãs, (difícil identificação do espaço entre linha de plantio). Foto 5. Cultivar com estrutura dossel menos exuberante que foto anterior, e espaço entre linhas maior, permitindo melhor aeração e incidência de luz no terço inferior. que apresentam incidência de 15 a 20 % de maçãs com sintomas de apodrecimento. Em outras cultivares, onde a planta apresenta uma estrutura morfológica menos vigorosa, permitindo uma penetração de luz e aeração maior no terço inferior da planta, a ocorrência do problema varia de 5 a 10% de estruturas (maçãs) atacadas. Este diferencial pode refletir no final da safra através da produtividade. Observação: Estas cultivares foram semeadas no mesmo dia, apresentam números de plantas e espaçamento entre linhas idênticos. O controle químico deste problema, neste momento da condução da cultura, é ineficiente pois há uma grande dificuldade de que na pulverização realizada os produtos alcancem o alvo (maçã do terço inferior) e também a intensidade de patógeno já instalado é alta. É importante na hora do planejamento para próxima safra a verificação de detalhes como estes na escolha de cultivares a serem semeadas e também priorizar o manejo de plantas para obtenção das características citadas (tamanho de plantas, estrutura, população de plantas entre outras). O bicudo do algodoeiro foi identificado nos talhões e em seus interiores, ou seja, não está mais somente concentrando em bordaduras. Por isso, o número médio de pulverizações realizadas para o controle da praga em área total chegou a média de 6 a 8 (no algodão safra), variando de propriedade 2
3 para propriedade, visto que os números daquelas que estão mais alto é baseado na população préexistente identificada no armadilhamento de pré-safra, onde houve evidências de captura maior no período. Apesar de ser encontrado no interior do talhão os danos ainda são pequenos, pois a atenção e qualidade do monitoramento e controle da praga tem sido priorizado em todas as propriedades. O algodão segunda safra ainda não apresenta grandes problemas com a infestação do bicudo. Percebe-se que a concentração da população pré-existente encontra-se no algodão safra, visto que a proximidade dos talhões na maioria das fazendas é pequena. Sendo assim a instalação inicial dá se no algodão safra. Porém todo cuidado é pouco para com o algodão segunda safra já que a infestação poderá se espalhar de forma rápida, caso a população aumente e também temos o problema do trafego entre as áreas visto em que o pulverizador que realiza a operação nos talhões é o mesmo e pode ser um meio de transporte da praga de uma área infestada para outra livre da infestação eventualmente. Núcleo 2 Costa Rica e Alcinópolis Foto 6. Abertura das maçãs no terço inferior do algodão safra na região do Baús. As lavouras de algodão safra na região de Costa Rica e Alcinópolis estão com aproximadamente 160 DAE (dias após emergência). Os algodoais semeados nesta modalidade estão na fase final de seu ciclo e já iniciaram o processo de abertura das maçãs, denominada fase de capulhos. Conforme citado no informe anterior, nesta fase as equipes técnicas das propriedades devem tomar algumas medidas e cautelas para preservar as qualidades intrínsecas da pluma do algodoeiro. Além do controle de pragas eficiente e o manejo adequado das ervas daninhas, o controle do trafego de maquinários dentro das propriedades, é de suma importância para evitar a contaminação da pluma por poeira, principalmente nas bordas dos talhões. 3
4 Em relação ao complexo de lagartas, o controle tem sido mais frequente nas cultivares que não expressam tecnologia Bt, até o momento a maior demanda de aplicações é para o controle de lepidópteros do gênero Spodoptera e da subfamília Heliothinae. No algodão safra foi necessário realizar em média treze aplicações até o momento para o controle destes insetos nas cultivares não- Bt, já nas cultivares que apresentam as tecnologias WideStrike e Bollgard, até o momento foi Foto 7 e 8. Presença de lagartas em estruturas reprodutivas do algodoeiro. necessário realizar seis aplicações em média. Em relação as cultivares que apresentam as tecnologias TwinLink e Bollgard II, na sua grande maioria não precisou realizar aplicações para o controle destes insetos, porém em alguns casos isolados foram necessários realizar uma aplicação para o controle de lepidópteros da subfamília Heliothinae. Vale lembrar que de acordo com a literatura, o nível de controle dessas lagartas é de seis a oito por cento de plantas infestadas com lagartas pequenas (menores que 7 mm), e é importante verificar se as lagartas pequenas se alimentaram das plantas para decidir aplicar inseticidas, pois muitas vezes pode ocorrer precipitação em combater lagartas neonatas que ainda não se expuseram às proteínas de Bt das plantas.. O bicudo do algodoeiro está presente em todas as propriedades da região, porem a incidência da praga é considerada baixa até o momento, se comparada com as safras anteriores. Na maioria das propriedades o ataque do inseto se concentra principalmente nas bordas dos talhões, e apenas quarenta por cento das propriedades identificaram a presença do inseto no meio da área comercial. De acordo com os levantamentos realizados a campo, na região já foram realizadas em média oito aplicações para o controle da praga até a presente data. 4
5 Foto 9 e 10. Presença de larva e bicudo do algodoeiro encontrado nas bordas dos talhões semeados com algodão safra. Em relação aos algodoais semeados na modalidade de segunda safra, estão com aproximadamente 120 DAE e apresentam um bom desenvolvimento até o momento, a maioria do algodão semeado nesta modalidade está na fase de enchimento das maçãs do terço inferior das plantas, de modo geral o algodão de segunda safra apresenta boa sanidade vegetal e boa retenção de estruturas reprodutivas, porém caso as precipitações sessarem precocemente irá faltar umidade no solo para a completa formação das maçãs do terço superior das plantas. Foto 11. Algodão segunda safra no município de Costa Rica. Núcleo 3 Centro (São Gabriel do Oeste). Não ocorreu a semeadura de algodão nesta região para a safra 2016/17. 5
6 Núcleo 4 Sul (Sidrolândia, Aral Moreira e Campo Grande). Em Aral Moreira e Sidrolândia está finalizada a colheita e também a destruição dos restos culturais através da roçagem das plantas, nestas áreas já foram semeadas culturas de inverno na resteva do algodão. Foto 12 e 13. Milho semeado na resteva do algodão safra 2016/17 e à direita roçadeira adaptada com pulverizador finalizando a destruição dos restos culturais da planta de algodão. Tecnologia de Aplicação Foto 14. Aplicação em UBV com 2 litros por hectare e faixa estendida de 60 metros. As propriedades que optaram fazer as aplicações em UBV estão controlando o bicudo até o momento segundo técnicos responsáveis pelo monitoramento. Essa prática tem se aperfeiçoado nessa safra, mas ainda enfrenta problemas em acertar pequenos detalhes, entre eles a regulagem do ângulo das pás dos atomizadores instalados na barra das aeronaves, lembramos que os atomizadores rotativos de tela fabricado no Brasil derivados ou similares a marca Inglesa Micronair 6
7 são os aparelhos mais comuns em nossa região e também são os que apresentam maior diferença na regulagem pois podem não ter o mesmo gabarito de pontuação de ângulo sendo comum uma aeronave ter duas ou três marcas ou modelos diferente de equipamentos na mesma barra, principalmente em Foto 15 e 16. Atomizador para aplicação em UBV empresas que prestam serviços, tendo em funcionamento várias aeronaves durante safra, isso está ligado diretamente a reposição de peças, estoque, e disposição desses equipamento no mercado, esse poblema causa um impacto direto na qualidade da aplicação, no tamanho da gota, assim também como a amplitude relativa da neblina, certamente uma aplicação que tenha equipamentos regulados de forma diferente teremos um aspecto de gotas heterogênicas sendo fabricadas. A solução seria trabalhar com uma só uma marca ou modelo de equipamento na barra ou gabarita-los para padronizar seu ângulo de ataque. Em anexo está um material sobre deriva escrito pelo Engenheiro Carlos Christofoletti (Consultor em Tecnologia de Aplicação) e apresentado no Boletim nº 002 de Agosto de 2008 pelo IMA (Instituto Mato-grossense do Algodão). Manejo de Solos A associação iniciou um trabalho de análise de compactação de solos em alguns núcleos do estado de Mato Grosso do Sul, o aparelho adquirido pela associação adquiriu mede a compactação do solo através da resistência, servindo para tomada de decisão agronômica ou em trabalhos científicos. As condições físicas do solo é um assunto que preocupa cada vez mais os produtores, com isso está Foto 17. Cobertura outonal de nabo forrageiro. 7
8 sendo feito o mapeamento das áreas e a reunião das informações junto as propriedades para se obter um diagnóstico muito mais preciso para esse trabalho. Inicialmente os trabalhos estão concentrados na região da Baús onde as propriedades indicaram ainda não ter acesso a esse tipo de análise, eles mostraram interesse em conhecer a resistência das camadas do solo onde raízes se comandam em maior porcentagem, nesse momento a maioria das áreas que se realizou o levantamento de dados estão com cobertura outonais implantadas, as primeiras medições já foram realizadas e as informações foram compiladas e repassadas aos responsáveis. Já se pode dizer que há uma grande variação do nível de compactação de uma propriedade para outra dentro de uma mesma região, isso pode ocorrer por diversos fatores principalmente sobre a forma diferente de manejar o solo o que inclui principalmente a rotação de cultura nessas áreas. Para melhor entendimento sobre esse assunto será abordado nos próximos informativos as técnicas e equipamentos usados na coleta de dados, assim também como a importância desse trabalho na detecção de áreas compactadas, o impacto direto sobre as culturas de algodão, soja, milho e quais soluções e alternativas de manejo para sanar o problema da compactação de solo. GTA Chapadão do Sul Foi realizado na sede da AMPASUL em Chapadão do Sul, no dia 9 de maio, o GTA (Grupo de Trabalho do Algodão), na ocasião estiveram presentes técnicos, gerentes e agrônomos das regiões de Chapadão do Sul - MS e Chapadão do Céu - GO. Na Foto 18. Participantes do GTA Chapadão do Sul. reunião foi discutidos vários temas obtendo troca de informações constante, foram eles: controle de doenças, bicudo, ácaros, pulgão, quantificando a média de pulverizações realizadas em cada fazenda até o momento e situação do controle obtido, foi também discutido sobre as cultivares em destaque até o momento e características desejadas, falou sobre o trabalho de solos realizado pela Ampasul que se iniciou nesta safra, destacou-se a importância da participação de todos para conscientização para obtenção de um transporte de algodão em caroço e caroço de algodão de forma responsável, entre ou temas. Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca - Redação e Elaboração: Eng. Agr. Danilo S. Moraes, Eng. Agr. Robson Santos, Tec. Agrícola Marcelo Caires e Andressa Marks 8
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